Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Artes e Comunicação

Departamento de Comunicação social

Português III

Docente: Antônio Carlos Xavier

Discente: Renata Magalhães Jungmann – Jornalismo – 1ºperíodo.

Data: 02/04/09

Referência Bibliográfica: BALZAC, HONORÉ. Ilusões perdidas (obra resenhada). Tradução, adaptação e apêndice Silvana Salermo – São Paulo: Companhia das letras, 2002. ISBN: 85-359-0271-6. NOBLAT, RICARDO. A arte de fazer um jornal diário (obra citada). São Paulo: Contexto, 2002 – (Coleção comunicação). ISBN: 85-7244-211-1.

Resenha:

A obra de Honoré de Balzac, Ilusões perdidas, é dividida em duas partes: a primeira se passa em Angoulême e a segunda em Paris, duas cidades da França. Lucien Chardon, protagonista da história, deixa a vida interiorana onde residia com sua irmã e sua mãe para ir à Paris com a senhora de Bargeton, nobre que o havia prometido ascensão social. Ao chegar, ele enfrenta diversos problemas devido a sua origem e não consegue com que suas obras sejam publicadas. Apesar de titubear por conta do alerta de seus amigos do Cenáculo, ele decide entrar no ramo jornalístico para que possa lançar seus livros. A partir desse momento o rapaz ingressa num "mundo" no qual lhe é revelado como o jornalismo verdadeiramente funcionava naquela época. Por conta de sua aptidão e especialmente sua ingenuidade, Lucien rapidamente conquista e perde tudo que havia adquirido. A obra de Balzac, apesar de antiga, é facilmente apreendida e aplicada a conjunturas contemporâneas. No livro "A arte de fazer um jornal diário" de Ricardo Noblat, o escritor faz uma crítica a jornalistas que traçam um perfil como os de ilusões perdidas, profissionais sem escrúpulos que usam do poder para manipulação de massas e para benefício próprio. Costuma-se dizer que enquanto os médicos pensam que é Deus, jornalista tem certeza, uma frase atual que também se aplica a aquele momento. Percebe-se no livro uma contínua busca pelo poder e dinheiro, pela parte de quase todos os personagens e, também, a inveja e competição entre os jornalistas que se tratam como amigos somente quando estão tirando algum proveito. O jornalismo atualmente preocupa-se muito mais com a veracidade das informações divulgadas em qualquer lugar do que anteriormente, contudo é inegável a busca pelo sensacionalismo da Mídia. Entretanto, o livro mostra bem a questão de que o jornal é uma corporação, logo como qualquer outra precisa se sustentar. Dessa forma os tablóides muitas vezes necessitam tirar proveito do interesse do público para vender. Temas como ética, responsabilidade social, e integridade não faziam parte da vida dos periodistas da obra e não fazem nas de muitos atuais. Noblat ainda afirma não conhecer profissional que deboche mais de si mesmo do que o jornalista. Com toda a verdade que a frase acompanha, resta saber: ate quando uma obra como a de Honoré de Balzac vai ser tão facilmente aplicada negativamente ao mundo em que vivemos?