Resenha da obra: GONÇALVES, Adair Vieira; BAZARIM, Milena (Org.). Interação, gêneros e letramento: a (re)escritaem foco. São Paulo: Claraluz, 2009.

Jane Rodrigues da Silva

Graduada e Pós- Graduada em Letras na Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT

Organizado por Adair Vieira Gonçalves e Milene Bazarim, o livro “Interação, Gêneros e Letramento” traz como tema principal a (re) escritaem foco. Eleé composto por 272 páginas e se divide em duas partes, no qual a primeira parte se subdivide em cinco fases/artigos e a segunda com seis, sendo estes escritos por professores de universidades públicas e professores do ensino básico que desenvolveram e estão desenvolvendo pesquisas na área de ensino.

A primeira parte do livro tem como título “Gêneros textuais como objeto de ensino: a (re) escrita no Ensino Fundamental e Médio”, nessa seção estão inseridos artigos que traz como exemplo trabalhos realizados por alunos, os quais os professores utilizaram para analisar e desenvolver estratégias de ensino.

Sendo assim, no primeiro artigo “As listas de controle/constatações como ferramentas para a reescrita de gêneros” escrito por Adair Vieira Gonçalves, possui como análise produções de textos com gênero resumo escolar/acadêmico dos alunos do Ensino Médio da Cooperativa de Birigui/SP-COEB.  Neste capitulo ele procura demonstrar que tem como fazer correções de textos dos alunos através de um quadro/lista chamada de Lista de controle/constatação de gênero, neste caso, gênero resumo escolar. Nesta lista o autor avalia a modalização, vozes, coesão e mecanismos de conexão, planificação, objetivos e o gênero, a partir dessa correção permiti o aluno fazer a reescrita do seu texto, caso não obedeça nenhum dos critérios avaliativos.

No segundo artigo “Implicações da correção do professor na reescrita do aluno: desenvolvendo as capacidades de linguagem” de Evandro Gonçalves Leite e Regina Celi Mendes Pereira, como próprio título nos informa, visa à importância da correção feita pelos professores para estimular a reescrita dos alunos, neste caso, foram usados alunos do 9º ano de uma escola pública do município de São Miguel/RN, e tinham como objetivo analisar os critérios abordados na correção do professor e na reescrita decorrentes da correção; os critérios que são mais enfatizados na correção do professor e a pertinência do trabalho implementado e sua implicação no texto final do aluno.

No terceiro artigo “Os bilhetes orientadores da reescrita e a aprendizagem o gênero relatório de experiência” de Cecília Eller Nascimento, mostra como os bilhetes escritos pelos os professores nas correções de trabalhos dos alunos podem exercer influência sobre a reescrita. As produções realizadas pelos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal, interior de SP, foram relatórios de experiências da disciplina de ciências.

Em “O gênero propaganda impressa na escola: reescrita possíveis”, penúltimo artigo escrito por Edsônia de Souza Melo e Maria Rosa Petroni, elas estimulam o gênero propaganda no ensino de Língua Portuguesa nas escolas e para isso levam os alunos à conheceram o gênero através de vários textos e por fim realizam um trabalho voltado para o gênero “propaganda impressa” em que são os alunos que produzem os textos de acordo com as características referentes ao gênero, à partir disso, as professoras observam e verificam se os alunos atingiram o objetivo, se não, colocam em pratica a reescrita. Neste trabalho as professoras contaram com a colaboração dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de Cuiabá-Mt.

No último artigo, escrito por Sílvio Ribeiro da Silva, temos “O Gênero editorial e a construção de sua aprendizagem pelos alunos: a atuação do professor e do livro didático de português”. Neste artigo o escritor se preocupa em analisar como é trabalho o gênero editorial em sala de aula, tendo como o auxílio o livro didático. Se o livro atende todas as expectativas exigidas pelo o gênero e como está sendo repassado ao aluno. Para este trabalho, o autor contou com a presença dos alunos do 9º ano de uma escola pública do interior de Goiás.

Na segunda parte “Interação, gêneros, letramento e formação do professor”, traz artigos voltados mais para a formação do docente, uma análise sobre os saberes deles e como estão sendo aplicados  no ensino.

Portanto, pode-se observar que o livro através desses artigos, utilizando uma linguagem simples, traz exemplos de práticas de ensino, de experiências realizadas em sala de aula por vários professores com diversos alunos de diferentes escolas, mostrando-nos que é possível realizar um bom trabalho, não se preocupando exatamente só em avaliar os erros gramaticais dos alunos, mas sim com o conteúdo presente nos textos, quanto à estrutura se atinge o objetivo esperado, pois a reescrita vai mais além do que se preocupar com os erros dos alunos, mas sim, com a competência de o aluno ser capaz de desenvolver, de produzir um texto e ser capaz de reestruturá-lo, preocupando-se com o conteúdo e por fim com a estética gramatical. Levando consideração, que temos que trabalhar algo que esteja presente ao seu mundo real, de convívio, para que ele possa algum dia colocar isso em prática em sua vida.