Resenha crítica:

O monge e o executivo

 

 

 

 

SILVA, Karolyne Soraya Pereira*1

SOUZA, Lucas Vinícius de Carvalho*2

ARAÚJO, Márcia Teixeira*3

SANTANA, Maria Lúcia Guimarães*4

CASTRO, Paulo Henrique*5

Hunter, James C.

          O monge e o executivo

/James C. Hunter; [tradução Maria da Conceição Fornos de Magalhães] - Rio de Janeiro:

Sextante, 2004. 139 p.

James C. Hunter é consultor-chefe da J.D. Associados, uma empresa de consultoria de relações de trabalho e treinamento. Com mais de 20 anos de experiência, Hunter é muito solicitado como instrutor e palestrante, principalmente nas áreas de liderança funcional e organizacional de grupos comunitários. Atualmente, ele mora em Michigan com esposa e filha.

            O livro O Monge e o Executivo coloca em discussão a questão da liderança, através do personagem John Daily, um gerente-geral de uma grande indústria que passa por problemas de liderança dentro do ambiente familiar e profissional. Diante disso, foi sugerido pelo pastor da sua igreja que ele participasse de um retiro em um mosteiro chamado João da Cruz, localizado perto do Lago Michigan. John é levado para o mosteiro por sua esposa Rachel, ainda não satisfeito com a decisão tomada. Ao chegar ao retiro, ele toma conhecimento que o frade responsável pelo ensinamento durante a semana, é Len Hoffman, um renomado administrador que renunciou tudo para dedicar-se a vida religiosa e conhecido no mosteiro como Simeão, e era uma pessoa que John tinha a maior admiração pelo trabalho que  realizara em grandes empresas. O grupo que John integrava, tinha mais cinco profissionais que exercia carreiras completamente opostas; sendo Lee um pregador, Kim uma enfermeira, Chris uma treinadora, Greg um sargento do exercito e Teresa a diretora de uma escola; todos em busca de um mesmo objetivo, conseguir através dos ensinamentos de Simeão a forma mais eficiente de liderar.

            O objetivo da obra é transmitir ao leitor de forma bastante descontraída, os conceitos fundamentais que envolvem uma boa liderança. Busca não somente que ao termino da leitura, ficamos sabendo o que é liderar, mas conseguirmos trazer para o nosso meio profissional os ensinamentos nele abordados.

            Em sua primeira palestra, Len Hoffman faz uma discussão a respeito de poder e autoridade, no qual o poder é exercido sobre a pessoa de forma coercitiva, não permitindo ao outro, liberdade de escolha; já a autoridade é a capacidade que uma pessoa possui de fazer com que os demais agem de acordo a sua vontade, de forma espontânea através do respeito e influência pessoal. A partir disso, são citados exemplificações de fatos históricos, no qual o poder foi usado de forma abusiva por governantes, lideres da igreja e empresários que antes por estarem no poder, possuíam a confiança das pessoas e que hoje são vistos como desonestos não merecedores de confiança. Em seguida, Len faz uma breve síntese de como ocorre à liderança, afirmando que liderar é conseguir com que as pessoas façam coisas a nosso favor e beneficio, levando em consideração a tarefa exercida pela pessoa e a sua relação com o líder.

            Outro assunto mencionado foi à resistência a mudanças, de forma que isso leva o individuo a ficar estagnado e preso a velhos padrões sem enxergar novas ideias. À medida que a pessoa se torna flexível á aceitar novos conceitos e maneiras de realizar determinada tarefa ou tomada de decisões, há um crescimento individual e profissional. Um bom exemplo de mudança nas organizações é o fato do líder prestar serviço tão quanto ou mais do que os subordinados e satisfazer suas necessidades, e não suas vontades, para conseguir bons resultados no ambiente profissional, o que não acontecia há algumas décadas, quando o líder era responsável apenas por impor regras e dar ordens aos seus funcionários.

            Ao longo da historia da humanidade, algumas entidades e personalidades podem ser consideradas como grandes modelos por terem usado a liderança em beneficio do próximo, assim, conseguiram mudanças e melhorias para a sociedade. Podemos citar dentre eles, Jesus Cristo, Gandhi, Martin Luther king e Madre Teresa de Calcutá e seus

ensinamentos são lembrados por muitos até hoje. Para bem liderar, alem de servir e sacrificar-se, o líder deve amar seu trabalho e faze-lo com entusiasmo e boa vontade. No

ramo empresarial, muitas vezes é necessário fazer sacrifícios em favor dos objetivos a serem alcançados.

            Para que a liderança seja de fato bem exercida e aceita, o líder deve utilizar-se do amor, um sentimento que o possibilitará a crescer como ser humano e também como profissional. Quando o líder enxerga na outra pessoa suas limitações, e se disponibiliza a ajudá-la sem esperar nada em troca; isso é sem sombra de duvida um bom exemplo de doação ao outro. De certa forma, para alguns líderes não será difícil tomar essa atitude, pois muitos exercem sua profissão com muita dedicação e buscam dar sempre o seu melhor.

            Quando um líder busca atingir resultados positivos dentro de sua organização, deve proporcionar aos seus colaboradores um ambiente de trabalho saudável, com isso, conseguirá uma produtividade satisfatória para ambas as partes. À medida que estabelecemos um bom relacionamento com as pessoas e as respeitamos isso não só possibilita o seu crescimento profissional, mas também como ser humano. Fica claro que, o líder fornece todas as condições de se ter um bom ambiente, cabe aos seus colaboradores tomar a melhor decisão, seja para mudança ou crescimento.

            A liderança começa com uma escolha, e o líder tem que ter em mente as responsabilidades que envolvem a sua função desempenhada, que exigirá dele tomadas de decisão, muita das vezes incomodas a sua posição, como exemplo, ao demitir um funcionário da organização, por não está desempenhando seu trabalho com eficiência.  O líder é um exemplo a ser seguido, por isso devem-se atentar as suas atitudes e principalmente buscar seguir os princípios fundamentais de uma liderança baseada na confiança, respeito, compromisso, honestidade, humildade, e o principal, amor para com o próximo.

            O autor procurou em toda narrativa, explicar e exemplificar a liderança em diferentes aspectos, porém no final da historia, não nos passa com clareza se os integrantes do grupo,em especial JohnDailycolocou em pratica os ensinamentos de Simeão, e se de fato surgiu efeito positivo em seu ambiente de trabalho e familiar. Em síntese, a obra nos proporcionou um melhor entendimento a respeito do ato de liderar e os princípios que a envolve.       

            A obra pode ser apreciada por profissionais de diferentes áreas, por se tratar de um assunto que está presente em todo ambiente de trabalho, a liderança. Porém, o seu objetivo principal é para fins didáticos, acadêmicos e, sobretudo para profissionais que atuam em gestão empresarial. O autor procura transmitir de forma clara e concisa, os conceitos fundamentais que envolvem uma boa liderança