RESENHA CRÍTICA DO CONTO “CIVILIZAÇÃO”

 

           MARIZA MENDES DE OLIVEIRA WULPI

 

 

Civilização é um conto que narra a vida do personagem Jacinto, onde Eça de Queiróz faz uma oposição entre a vida no campo e a da cidade, pois ele acredita que a felicidade está em viver uma vida bem simples, perto da natureza e longe da civilização. Ele também faz uma crítica à Revolução Industrial, que substituiu a ferramenta pela máquina, na qual contribuiu muito para consolidar o Capitalismo como modo de produção dominante culminando em avanços tecnológicos, sociais e econômicos, o que fez do homem um eterno escravo de uma sociedade consumista.

Jacinto era um homem rico que vivia deslumbrado por esses avanços e, tudo ao seu redor era abarrotado de luxo. No entanto, ele não era uma pessoa feliz e procurava preencher seu tédio incorporando as invenções científicas no seu dia-a-dia. Percebi com isso, que Jacinto era fortemente influenciado pela corrente positivista, valorizando a Ciência e o Progresso.

Quando decide passar um tempo longe da modernidade, mas ainda relutando em se desfazer dos seus pertences sofisticados, ele perde sua bagagem e vê-se obrigado a viver de forma rústica e natural, onde aprende a valorizar a simplicidade só encontrada no campo, dando um novo sentido em sua vida.

Notei que o autor procura apresentar no texto a realidade, tal como ela é, fugindo do sentimentalismo. A narrativa move-se lentamente, em uma espécie de “inda e vinda” e, muito detalhista.

É importante ressaltar, que esse conto retrata muito bem como o modelo mecanicista trouxe avanços científicos e tecnológicos jamais vistos na história das civilizações, mas hoje, algumas pessoas possuem bens materiais, todavia, não têm qualidade de vida. Vivem correndo contra o relógio, justificando a pressa com a convicção de que tempo é dinheiro.