UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA

CURSO DE LETRAS

DISCIPLINA: GESTÃO DOS PROCESSOS E MODALIDADES EDUCATIVAS

PROFESSOR (A): FABRÍCIO SOUSA

ALUNA: REBECA NÍVEA ARAÚJO

6º PERÍODO

Reprovação ou Aprovação Automática

 

Rebeca Nívea Araújo*

RESUMO

 

Reprovação ou aprovação automática, esse artigo se destina a indagação a respeito da resolução do Conselho Nacional de educação (CNE) que recomenda às escolas da rede pública e privada que não mais reprovem alunos matriculados nas três primeiras séries do ensino fundamental. Que foi homologada pelo ministro Fernando Haddad no último ano do governo Lula, e entrará em vigor em 2011.

PALAVRAS-CHAVE: reprovação ou aprovação automática, alunos da rede púbica e aprovação da lei.

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[1] Acadêmica do Curso de Letras Plenas - Habilitação em Língua Portuguesa / 6° Período, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.

INTRODUÇÃO

Os alunos que têm mais dificuldade em “passar de ano” e, consequentemente, acabam ficando na lista dos repetentes, são os que não têm uma estrutura familiar propícia para o estudo (têm que ajudar os pais trabalhando, por exemplo) e/ou aqueles que não conseguem achar um sentido em estar na escola (este processo acelera-se na medida em que a nossa sociedade valoriza e dá destaque aos que conseguem sucesso na vida com seus talentos natos – atletas, cantores, modelos etc.). Que aluno se entusiasma em estudar, fazer uma faculdade, tornar-se professor e receber menos do que a sua mãe ganha como diarista?
                   Na verdade, a reprovação acontece paralelamente ao processo que foi mencionado acima. Quando o aluno decide (levando em conta o abandono voluntário) sair da escola é porque já está com a cabeça fora dela. Passar de ano ou não é apenas um detalhe. 

Gaudêncio Frigotto diz que “não adianta as crianças terem o direito de passar, se não têm o direito de aprender”. Demonstra verdadeiramente as reais intenções do poder público como um todo quando se fala em educação. O que importa para eles é ter o aluno na escola (melhorando os números e índices, somente eles), não importa como, no menor número de anos possível. Ao mesmo tempo em que podem vangloriar-se de ter todas as crianças na escola, evitando o seu aliciamento pelos bandidos e sua exposição às drogas.

Os professores mais medíocres são aqueles que aprovam todos os alunos, são aqueles que são incapazes de cobrar o que não tem a capacidade de ensinar. São estes professores que irão adorar esta ideia. Para os que realmente se interessam pelo aprendizado dos alunos e primam pela qualidade da educação, a aprovação automática é desestimuladora.

COM A APROVAÇÃO AUTOMATICA A ESCOLA DEIXA DE AVALIAR O ALUNO?

Alguns especialistas e uma professora foram consultados, mas nenhum deles foi tão duro quanto deveria ser. Estamos falando em retirar a autoridade do professor de decidir quem está ou não apto a avançar para outra etapa escolar.

Em primeiro lugar, não somos a favor da reprovação. No entanto, aprovar um aluno sem que ele esteja em reais condições de acompanhar a série posterior é mais danoso do que impedi-lo. Vamos falar em realidade? O que ocorre é que, quando se promove a aprovação automática do 1º ao 5º ano, recebe-se alunos analfabetos no 6º ano, apenas transferindo a responsabilidade de ensinar a ler, a escrever, a somar e diminuir ao professor do segundo segmento, que não foi preparado para isso. Quando tal programa é estabelecido em todo o Ensino Fundamental, como fez por um tempo a cidade do Rio de Janeiro, os alunos chegam ao Ensino Médio semi-analfabetos, mais uma vez jogando a responsabilidade para professores que deveriam receber um aluno capaz de interpretar e construir textos, utilizar o pensamento racional e crítico e relacionar o seu aprendizado com o mundo em que vive.

Pergunte a qualquer professor de faculdade se a cada ano que passa não fica mais complicado dar aula para universitários completamente mal preparados. A aprovação automática só deixará esta situação mais desastrosa.

Em segundo lugar, mais uma mentira contada pelos defensores desta prática é a de que a reprovação provoca a evasão escolar. Falácia! Quero que me mostre uma pesquisa séria fazendo esta relação. Não existe! Sabe o que acontece? Chega-se a conclusão fantástica de que os alunos que saem da escola, em sua maioria, são repetentes. Pois bem, isso quer dizer obrigatoriamente que eles abandonaram por causa da reprovação? Se fizermos um pouquinho de esforço em tentar outra interpretação veremos que a reprovação e parte do processo de evasão, e não a sua causa.

O MEC VAI RECOMENDAR O FIM DA REPROVAÇÃO

Para reduzir evasão, plano é que escolas aprovem todos os alunos dos três primeiros anos do ensino fundamental.

Com os dados do censo escolar de 2008 em mãos, quando 74 mil crianças de 6 anos foram reprovadas, e depois de realizar três audiências públicas - em Salvador, São Paulo e no Distrito Federal - O Conselho Nacional de Educação (CNE) se prepara para recomendar "fortemente" que todas as escolas públicas e privadas não reprovem mais alunos matriculados nos três primeiros anos do ensino fundamental.

A resolução, que terá que ser homologada pelo ministro Fernando Haddad neste último ano do governo Lula, entrará em vigor em 2011, segundo Edna Martins Borges, coordenadora-geral do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC).

 O Brasil tem uma cultura forte de reprovação. Como estamos atualizando as diretrizes para a educação, vamos recomendar fortemente o princípio da continuidade. Sabemos que não tem a força de uma lei, mas as recomendações do CNE direcionam o sistema educacional - explica Edna, dizendo ainda que o Conselho espera que o Brasil deixe, daqui a alguns anos, de reprovar em todas as séries do ensino fundamental. - O ideal é que a criança conclua mesmo em nove anos, pois ser reprovada faz com que interrompa o sucesso escolar que poderia ter. No Nordeste, onde temos altas taxas de evasão, a reprovação é uma das responsáveis pelo aluno abandonar o colégio.

Para professor da UFRJ, mudança é 'temerária'
Segundo Edna, cada escola terá autonomia para elaborar seu projeto pedagógico, o que pode incluir flexibilização das turmas, trabalhos especiais para alunos em dificuldades e aulas extras.

No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), existem mais de 152 mil escolas, com 31 milhões matriculados no ensino fundamental. Pouco mais de dois milhões têm mais de cinco horas de aula por dia.

 Largadas à própria sorte, sem respaldo das secretarias de educação e do MEC, as escolas dificilmente terão sucesso. A história já mostrou que desacompanhada de professores bem formados, sem boa gestão, sem recursos corretos para ajudar no aprendizado e com grande número de alunos em sala, a progressão não dá bom resultado - diz Claudia Fernandes, coordenadora da Pós-Graduação em Educação da UniRio.

METODOS PARA EVITAR A EVASÃO ESCOLAR

Devemos analisar algumas metodologias, que ajudam a fortalecer a educação da criança, que são:

v  A participação dos pais na vida do filho-aluno é fundamental, para que se possa ter um bom rendimento escolar;

v  Mostrar para o aluno a importância do estudo na vida dele;

v  O professor precisa dar aulas estimulantes, e incentivar o aluno a ter hábitos de leituras;

v  O bom relacionamento entre professores e pais de alunos também ajuda muito na educação do filho.

          Esses são alguns fatores que ajudam o aluno a “passar de ano” pelo seu próprio mérito e não porque houve a aprovação automática, assim feito não há como haver evasão escolar.

Em vista do elevado número de alunos que evadem anualmente das escolas municipais e estaduais, entende-se que seja pelo fato destes não alcançarem o desempenho desejado, e serem reprovados sujeitos a repetência, ou seja o Ministério da Educação responsabiliza o método de reprovação o elevado índice de evasão escolar.

         Partindo desse fato, sugeriu-se a Aprovação Automática, resolução que será homologada pelo ministro Fernando Haddad neste último ano do governo Lula, entrará em vigor em 2011, Para muitos uma tentativa equivocada do MEC, para diminuir os números negativos na educação, considerando que tal iniciativa por já estar sendo adotada em diversas escolas públicas em quase todos os estados do país, não resolve de todo o problema antes tende a agravar a situação.

Em decorrência do conflito de opiniões, realizou-se um seminário sobre Problemas e Políticas da Educação, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), realizado em função do estado do Rio de Janeiro ser contra a medida imposta pelo MEC, da Aprovação Automática, Segundo o órgão, O ministro da Educação Fernando Haddad, disse que a indústria da repetência e a indústria da aprovação automática são indesejáveis. Segundo ele, o ideal é garantir progressão com aprendizado e cada município deve organizar o sistema educacional, conversando com a comunidade, com o magistério, com os diretores, e respeitando a tradição local.

             Para o ministro, o país tem sofrido com a repetência exagerada, e muitas vezes injustificável, de um lado e a progressão sem aprendizado, de outro lado. São coisas que não contribuem para a qualidade da educação. O ministro disse acreditar que não se trata de progressão automática, mas de organização dos nove anos do ensino fundamental em três ciclos. Segundo Haddad, não cabe a intromissão do Ministério da Educação, cujo papel é o de emitir diretrizes gerais. Em resposta os professores das redes municipal e estadual de ensino promoveram manifestações contra a aprovação automática, sob o argumento de que esse mecanismo vai tirar a autonomia deles, além de aumentar a evasão escolar.

            Notamos que esse assunto é bem controverso, devemos considerar também se essa nova estratégia para a educação não seria na realidade um meio de ludibriar a UNESCO, principal provedora de recursos sociais e educacionais do Brasil, a fim de “limpar a barra”, da nua e crua realidade na educação brasileira? É em base a essa indagação que segue nossa análise sobre o assunto.

METODOLOGIA

 

Neste artigo foi realizado um diagnóstico de medição para saber da capacidade de um aluno se estar apto ou não para avançar na vida escolar, fizemos uma avaliação com um determinado aluno que supostamente será aprovado graças à nova norma da Secretaria de Educação. Foi avaliado um aluno com 14 anos de idade, que cursa o 7° ano do ensino fundamental. Segue a seguir gráficos das entrevistas feitas a professores, alunos e pais desses alunos a respeito da aprovação automática:

GRÁFICOS                    
Gráficos de desempenho de alunos do 7° ano

 

40% não estão aptos para aprovação.

                 25% Precisam de reforço para ser aprovados.

35% estão aptos para aprovação.

Gráfico dos Professores da escola analisada

 

90% São contra a aprovação automática

   10% São a favor da aprovação automática

 

Gráfico dos Pais de alunos do fundamental II

 

 

 

                             70% São a favor da aprovação automática

                          20% São contra a aprovação automática

10% Não quiseram opinar

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de realizar três audiências públicas para discutir medidas para reduzir a evasão escolar, o Conselho Nacional de Educação (CNE) decidiu baixar uma resolução recomendando às escolas da rede pública e privada que não mais reprovem alunos matriculados nas três primeiras séries do ensino fundamental. Para entrar em vigor, a resolução ainda precisa ser homologada pelo ministro Fernando Haddad.

Segundo o último Censo Escolar, em 2008 foram reprovadas 74 mil crianças de 6 anos, que estavam aprendendo a ler e escrever. Ao justificar o modelo da aprovação automática, os membros do CNE afirmam que o ideal seria que as crianças passassem a ser avaliadas só depois dos 9 anos. Antes dessa idade, a reprovação dificultaria a alfabetização e seria um fator de desestímulo. No Nordeste, que tem as mais altas taxas de evasão escolar do País, a reprovação nas primeiras séries do ensino fundamental é apontada como uma das causas do problema.

Pela decisão do CNE, cada escola terá autonomia para elaborar seu projeto pedagógico, o que lhes permitiria oferecer aulas extras e trabalhos especiais para alunos com dificuldades de alfabetização. Mas, para os críticos dessa decisão, não se pode dar tanta liberdade para as escolas? principalmente as públicas. Eles põem em dúvida a capacidade dos professores de dar tratamento diferenciado aos estudantes mais fracos. Alegam que o modelo da progressão automática tem por objetivo reduzir os gastos dos Estados e municípios com ensino. E afirmam que, por não estar acompanhada de uma política de reorganização pedagógica, com apoio financeiro, a iniciativa do CNE trará mais problemas do que soluções. “Boa parte das escolas brasileiras só tem professor e giz”. Largadas à própria sorte, sem respaldo das Secretarias da Educação e do MEC, essas escolas dificilmente terão sucesso.

 “A história já mostrou que, desacompanhada de professores bem formados, sem boa gestão e sem recursos corretos para ajudar no aprendizado, a progressão não dá bons resultados”.

Essa também é a opinião de quem terá de pôr em prática a resolução do CNE na sala de aula. "O MEC propor que professores criem alternativas, quando eles estão sobrecarregados, sem material didático, em escolas sem horário integral e lidando com pais que não podem acompanhar os estudos dos filhos, é a prova de que ele não conhece o que enfrentamos".

O modelo da progressão contínua começou a ser adotado há duas décadas em vários Estados. Os resultados foram tão insatisfatórios que, há alguns anos, na cidade de Várzea Paulista, próxima da capital, pais de alunos e o Ministério Público chegaram a entrar com recurso para suspender a experiência. A Secretaria Municipal da Educação conseguiu cassar a liminar e retomou a experiência. Boa parte dos alunos beneficiados com a aprovação automática se converteu em analfabetos funcionais.

A iniciativa do CNE é mais uma amostra dos modismos e improvisações que têm desorganizado o já combalido sistema de ensino básico. Para os pedagogos contrários à aprovação automática, se é perverso reprovar uma criança, mais perverso ainda é deixá-la frequentar a sala de aula e permitir que ela continue analfabeta.

   

REFERÊNCIAS:

 

Bibliográfica

BONAMINO, FRANCO, FERNANDES (2002). Repetência Escolar e Apoio Social Familiar: um estudo a partir dos dados do SAEB 2001. Relatório Técnico: LAED/Departamento de Educação da PUC-Rio.

Internet

  • http://www.mec.gov.br/

portal.mec.gov.br/index.php?option=com...view...

ceticismo.net/.../mec-resolve-o-problema-educacional-sugerindo-aprovacao-automatica/

  • www.estadao.com.br/estadaodehoje/.../not_imp558494,0.php
  • www.webartigos.com/...Aprovacao-Automatica/pagina1.html

gepetts.blogspot.com/.../mec-vai-recomendar-o-fim-da-reprovacao.html

cienteca.wordpress.com/.../mec-vai-recomendar-o-fim-da-reprovacao-no-ensino-fundamental/ -

  • www.jornaldacidade.net/2008/noticia.php?id=65773&hoje=2010-05...
  • www.dihitt.com.br/n/educacao/.../aprovacao-automatica-1 - Em cache