REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: UM DESAFIO NA SOCIEDADE PARA A INCLUSÃO SOCIAL.

ALCINDA MARIA DE JESUS SOLON PETY

 

 

RESUMO:

Este trabalho tem como propósito a produção de um texto enfocando as representações sociais frente ao desafio para a inclusão social na sociedade em que vivemos. Entende-se que representação social é a maneira que temos de pensar e interpretar os fatos, as pessoas, a partir do nosso imaginário atribuindo-lhes valores e ideologias que poderão ser apresentados de forma positiva ou negativa. Compreende-se ainda que viver em sociedade é um processo natural do ser humano, mas pensar em inclusão social para todos é um grande desafio, pois as pessoas em grande maioria tem representações sociais negativas com relação a diferentes grupo: raça, etnia, cor e até mesmo tem conceitos e aceitações negativas referentes às pessoas que tem deficiências. OLIVEIRA (2004), que                       são consideradas como seres incapazes e seres inúteis na sociedade. Utilizou-se como metodologia para este estudo, leituras, debates e discussões em grupo. Diante os estudos compreende-se que as representações sociais estão presentes em nosso dia a dia, nas redes de relações entre os diferentes grupos sociais ou até mesmo de forma que o indivíduo tem de pensar e interpretar os fatos, fixando posições frente às situações, eventos dependendo do contexto social que estiver inserido.

Palavras-chave: Representação Social, inclusão. Pessoas com deficiências.

INTRODUÇÃO

 

O texto, tém como tema: Representações Sociais: Um desafio na Sociedade para a inclusão Social, considera-se que vivemos em uma sociedade constituída de diferentes grupos sociais em decorrência dessas deficiências escolheu-se como foco elucidar alguns conceitos e concepções de representações sociais, evidenciando algumas práticas excludentes e discriminatórias que ainda ocorrem em nosso meio sócio-cultural; como por exemplo a repesentação social que se tem do negro, do pobre do deficiente e entre outros casos que serão apresentados no decorrer do texto.

 Tem-se como metodologia, estudos e elaboração do texto dissertativo individual. Objetivou-se com esse estudo compreender os diferentes tipos de representações sociais que as pessoas se utilizam para emitirem conceitos, valores e ideias referentes aos diferentes  grupos sociais ou até mesmo a situações em que o indivíduo vive e convive.

O conceito de representações sociais , segundo Sêga (2000), se manifestam como uma forma de conhecimento mental desenvolvido pelo indivíduo e pelos grupos sociais, estabelecendo conceitos com relação aos diferentes eventos e situações por meio de códigos, valores, simbolos e ideologias sociais.

Compreende-se que essas repreentações sociais são muitos fortes na sociedade e principalmente quando está ligada a represntações coletiva,s que segundo Filho (2004, p.145) cita:

Mas isso não deve ser interpretado como redução das representações coletivas ás individuais: “se (os conceitos) são comuns a todo um grupo social, não significa que representem simples média entre as representa-ções correspondentes, porque então seriam mais pobres que essas últimas em conteúdo intelectual, enquanto na  realidade são plenos de um saber que ultrapassa o do indivíduo médio.

Entende-se, nesse sentido que as representações sociais não se constituem apenas nas consciências particulares do indivíduo que pensa e age de acordo co suas próprias experiências, pois segundo citado por Filho, Durkheim (1989, p.513). a partir do momento que o indivíduo pensa, o mesmo rompe o seu estado isolado das coisas e dos fatos voltados à sua realidade coletiva.

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS REFERENTES À EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DOCENTE.

Atualmente em nosso país, percebe-se que as representações sociais sobre a educação estão cada vez mais inerentes a idéias e conceitos de que a educação está cada vez mais desvalorizada, mesmo com  muito discurso de que a educação é muito importante para o crescimento do país, pouco se tem políticas públicas com ações e planejamento para melhorar a qualidade do ensino público, muito se questiona ainda qual é o papel da escola, os métodos de ensino,  a qualificação dos professores.

Os estudos de Mazzotti (2008), sobre representações sociais: Aspectos teóricos e aplicações à educação tem indicado que os professores tem atribuído o fracasso escolar dos alunos às condições sócio psicológicas do aluno e das famílias; condições financeiras com baixo salário, olhar preconceituoso esse é bom, esse é ruim e até mesmo falta de aptidão ou esforço, portanto em poucas palavras, o fracasso escolar é culpa do aluno.

Segundo Mazzotti (2008, p.20) nos remete pensar:

Tais resultados ajudam a vizualizar o “beco sem saída” em que se encontra hoje a educação das chamadas “classes desfavorecidas”. Mas sobretudo, apontam a necessidade de se ultrapassar o nível da constatação sobre o que se passa “ns cabeça” dos indivíduos, para procurar compreender como e porque essas percepções, atribuições, atitudes e expectativas são construídas e mantidas, recorrendo aos sistemas de significação social-mente enraizados e partilhados que as prientam e justificam.

No entanto, entendemos que a partir do momento em que as pessoas tenham um novo olhar e compreensão sobre a importância de uma educação que inclua a todos independente de classe. A sociedade em si sem dúvidas terá diferentes representação social sobre a educação.

Inclusive, valorizando e respeitando os professores que nos dias atuais pouco se ouve ou se ver políticas públicas voltadas para a formação de professores e se o mesmo quizer investir em sua formação, muitas vezes tém que arcar com o seu próprio salário.

 

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS.

 

As Representações (e práticas) discriminatórias sobre as pessoas com necessidades especiais no contexto educacional Brasileiro: o outro como “anormal”, “inútil”, “incapaz”, “inapto”,  “não-ser”. (OLIVERA/SANTOS, 2007, P.164).

De acordo com as autoras, compreende-se que nas escolas ainda existem discriminação das pessoas que têm deficiências  pois em maioria são vistas e conceituadas como seres incapazes de produzir e partilharem seus saberes na sociedade, tornando-se excluídas em seus espaços de vivencias e no contexto Educacional Brasileiro.

No entanto, as autoras Oliveira e Santos (2007) nos chamam à atenção para o ato do escutar o outro por meio da conversa e do respeito, constituindo-se numa prática ética e democrática, pois ao dizer a palavra as pessoas expressam suas ideias, representações, desejos, angustias, anseios e seu modo de pensar o mundo em que vive.

Segundo Oliveira, em seus estudos enfatiza que a representação social é entendida por MOSCOVICI (1967/1978:26) como uma modalidade de conhecimento particular que tem por função a elaboração de comportamento e a comunicação entre os indivíduos.

- Mistura de conceitos com ideologias, afirmações e explicações a partir da vivência e da comunicação entre as pessoas;

- Imagens e percepções compartilhadas que são concebidas e repassadas no qual os indivíduos são seres produtores e pensadores ativos na comunicação;

- Transmitidas de gerações a gerações na relação social como: família, nas escolas, igrejas, clubes e diversos grupos sociais e essas informações que são transmitidas devolvem e multiplicam as representações sociais por meio da ação e da comunicação humana.

         Ressalta-se a importancia de se falar sobre  os atores da educação especial.   As pessoas cegas, as pessoas surdas, as pessoas com Síndrome de Down ou com paralisia cerebral são referidas no âmbito social e escolar, como pessoas invalidas; segundo o olhar das pessoas frente aos deficientes se caracterizam como uma representaçao do:

O olhar sobre essas pessoas no imaginário coletivo social e educacional é o de seres “diferentes” e incapazes, por isso, não aceitos, não respeitados como cidadãos, rotulados e excluídos pela sociedade. (OLIVEIRA – TANIA, 20007, P.169)

No entanto, o que se observa no cotidiano escolar e na sociedade é que essas pessoas com deficiências, muitas das vezes tornam-se excluídas e tolhidas do exercício de seus direitos, às vezes, estão matriculadas, mas não conseguem avançar em seus estudos e a escola logo rotula que não tem capacidade para aprender sem se preocupar em mudar a rotina e adaptá-lo para atender os alunos em seus diversos aspectos e em suas diferenças e termina excluindo o aluno do próprio ambiente escolar.

        No entanto considera-se importante ainda enfatizarmos alguns conceito sobre educação inclusiva, diversidade e igualdade social que não podem serem disvinculados das representaçoes sociais presentes em nosso meio

Educação inclusiva: segundo o dicionário Aurélio, o termo inclusão, indica uma relação de pertencimento. E, no entanto existem escolas em que o aluno está no espaço, mas parece não pertencer a esse ambiente, tornando-se excluído das atividades desenvolvidas.

- diversidade – mostra como somos diferentes nos aspectos físicos, psicológicos, cultural e social (LIMA, 2006. P.20).

- igualdade – corresponde a um principio universal abstrato relativo ao ser humano – é o mesmo que justifica igualdade, moral, direitos iguais, ainda Lima enfatiza que: VIGOSTSKY (1995), parte do principio de que todos os seres humanos são educáveis.

Nesse sentido, a convivencia com as pessoas que tem deficiência nos permite refletir que que todos temos a capacidade de aprender na relação com o outro, isso significa pensar nos opostos e nas diferencias como parte de um todo.

Pensa-se na Inclusão escolar como caminhos, descaminhos, desafios e perspectivas no sentido de educação para todos.

A inclusão impõe ao ensino comum, e que mobilizam o professor a rever e a recriar suas práticas e a entender as novas possibilidades educativas trazidas pela escola para todos.

Esses desafios estão sendo constantemente anulados, contemporizados  por  políticas educacionais, diretrizes, currículos, programas compensatórios (reforço, aceleração, entre outros). Falsas saídas tem permitido às escolas comuns e especiais escaparem pela tangente e se livrarem do enfrentamento necessário com a organização pedagógica excludente e ultrapassada que sustenta (MANTOAN, 2011, p.31).

Entende-se, que a educação inclusiva torna-se um grande desafio para as escolas implementarem no seu cotidiano, pois ainda necessita de ser revista a dinâmica e toda a estrutura política educacional, desconstruindo esse sistema de uma escola que não seja para todos, pois a educação é para todos em âmbito nacional e internacional que deverá conviver e respeitar as diferenças, abraçando a todos como seres pertencentes a uma sociedade inclusivarompendo com as barreiras  e representações sociais que foram se constituindo .

 

REFERÊNCIAS.

FILLO, Fernando pinheiro, A noção de representação em Durkheim. Luanova, nº61, 2004;

LIMA, Priscila Augusta, Educação Inclusiva e igualdade social, avercamp-São Paulo, 2006

MANTOAN, Maria Teresa Eglér, O Desafio das Diferenças nas escolas, 4 ed, Vozes, Petrópolis, Rj, 2011.

MAZZOTTI, Alda Judith Alves, Representações sociais: Aspectos Teórico e Aplicações a Educação, Revista Multiplas leituras, V. 1, p.18 – 43, jan. 2008;

OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno, Saberes, imaginário e representações na Educação Especial: A problemática ética da “diferença” e da exclusão social, 2ª Ed, Petrópolis, Rj: Vozes, 2004;

SÊGA, Rafael Augustus. O conceito de representação social nas obras de Denise \Jodelet e Serge Moscovice, Anos 90, nº13, Porto Alegre, 2000.