CESAP - CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISA AVANÇADOS EM PÓS-GRADUAÇÃO

 E PESQUISA 

PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO RELIGIOSO 

RAQUEL BEATRIZ BENTO DE FREITAS PEREIRA  

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 

VITÓRIA

2012

RAQUEL BEATRIZ BENTO DE FREITAS PEREIRA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Estágio supervisionado apresentado ao Curso de Pós-Graduação do CESAP, como requisito parcial para a obtenção do grau em Ensino Religioso. 

Professor (a) Orientador (a): Profª Mestre Grace Teles Tononi. 

 VITÓRIA

2012

O Ensino Religioso destina-se a alunos no pluralismo cultural e religioso. Seu ambiente é a escola aberta a todos. Tem por objetivo a educação da religiosidade e do saber religioso como patrimônio cultural da humanidade. Estando a serviço da humanização da vida, com os critérios das Sagradas Escrituras reinterpretadas com o auxílio das Ciências da Religião. Os professores de Ensino Religioso devem ser pessoas comprometidas com a vivência religiosa e com a totalidade da vida.

(SILVA, 1980)

1 INTRODUÇÃO 

O estágio é uma das etapas que precisamos cumprir durante o curso de Pós-Graduação, sendo exigida pela grade curricular da CESAP. Assim, neste relatório constam as análises de documentações, descrição de entrevistas e observação do espaço físico, do cotidiano escolar e das aulas ministradas na EMEF Francisco de Assis Pereira, situada na Avenida Resplendor, nº 32, no Bairro Canaã, Viana/ES. 

Destaca-se que nesse espaço foi possível aprofundar os conhecimentos sobre a organização da escola e o trabalho pedagógico, visando alcançar um ensino de qualidade, sendo realizado por meio da observação, participação no cotidiano escolar e observação das aulas de ensino religiosas ali realizadas.

Sabe-se que a educação possui função ampla que envolve a técnica e a política, sendo nessa articulação do que é especificamente pedagógica com a totalidade do social que se realiza na dimensão política da educação.

E, nesse contexto a educação oferecida aos alunos adentrantes nos estabelecimentos de ensino, precisam se tornar momentos de oportunidades múltiplas, cujo desenvolvimento ocorra de acordo com suas capacidades, sendo respeitada a diversidade de saberes e religiões ali existentes.

Seguem-se abaixo as atividades de forma descritiva, sendo apresentadas as experiências relevantes desempenhadas durante o período de estágio sequenciado pela seguinte estrutura:

 

  • ANÁLISE DO ESTÁGIO (PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES, METODOLOGIA UTILIZADA, OBSERVAÇÕES OBTIDAS, FACILIDADES E DIFICULDADES ENCONTRADAS, APRENDIZAGENS DECORRENTES DO ESTÁGIO E PARTICIPAÇÕES EM REUNIÕES).
  • AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO.
  • CONSIDERAÇÕES FINAIS.

 

 

 

2 ANÁLISE DO ESTÁGIO

 

O Estágio supervisionado favorece adquirir conhecimentos sobre a realidade vivenciada no cotidiano escolar, onde envolve professores, alunos, funcionários e demais pessoas que compõem o contexto ao qual a escola se encontra inserida. Sendo local de múltiplos saberes, favorece ainda ampliar o olhar sobre o aluno como ser subjetivo, capaz de aprender de forma eficiente e valorativa.

E, com relação à disciplina, oportuniza verificar na prática como são transmitidos os conteúdos no dia-a-dia dos alunos, favorecendo assim seu desenvolvimento.

2.1 O PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO SUPERVISOR E PELO ALUNO

 

O supervisor escolar planeja suas atividades por meio do plano de trabalho que é realizado no inicio do ano letivo e no decorrer dos dias vai adaptando sua atuação por meio de direcionamentos no âmbito de trabalho, sendo que diante dos desafios busca sugestões com todos os funcionários para que possa exercer sua função de forma coletiva e democrática, visando o bom desempenho de todos na instituição de ensino, voltado para uma educação de qualidade. E, para acompanhar o estagiário ao adquirir conhecimentos sobre as áreas que serão efetuadas o estágio observa se o mesmo está cumprindo suas devidas funções.

Com relação a estagiária, no período de estágio, muitas foram as observações obtidas na EMEF Francisco de Assis Pereira, sendo que serviram de reflexão sobre a pratica pedagógica na área da educação em busca de adquirir conhecimentos múltiplos sobre a realidade educacional, obtendo assim posicionamentos críticos frente á realidade vivenciada pelos educandos nesta etapa de ensino.

Destaca-se assim que a EMEF Francisco de Assis Pereira possui um espaço físico amplo para a realização de atividades extraclasse e em sala de aula, porém possui poucos materiais pedagógicos de ensino religioso. Possui ainda laboratório de informática que favorece ao aluno acessar a conhecimentos múltiplos e de forma contextualizada. Em seu espaço possui também banheiro, cozinha, coordenação que atua como sala de pedagogo, secretaria que serve de atendimento á comunidade, sala da diretora entre outros espaços.

O pátio da instituição é grande e agradável, torna-se propicio a efetuação de atividades voltadas para o desenvolvimento dos alunos em busca de uma aprendizagem significativa desenvolvida pelos professores. Atualmente, a instituição está passando por um período de reforma efetuada pela firma que venceu na licitação oferecida pela SEMED, visando assim atender melhor a demanda da comunidade.

Neste período do desenvolvimento do estágio, pode-se observar que as salas de aula são compostas por 25 a 28 alunos com idade de 12 a 15 anos. E, com relação a disciplina de ensino religioso possui como parâmetro os conteúdos advindos da SEMED, o qual foi produzido no ano de 2011 em encontros realizados com os técnicos da secretaria e os professores.

No período matutino na escola estagiada atende as séries iniciais e no horário vespertino, atende as séries finais do Ensino Fundamental, sendo onde segundo a pedagoga não aceita a proposta advinda da SEMED e exigiu da professora trabalhar somente com “valores”, defendendo que os alunos desta comunidade precisam desse conteúdo e os demais estão fora da realidade.

E, nesse contexto segundo a pedagoga o aluno vai desenvolvendo seus valores, suas ideias, construindo uma visão de mundo e de si mesmo. Nesta perspectiva, a sala de aula prioriza ações lógicas, que visa tornar a criança um agente participativo e intelectual. A documentação, fica arquivada na secretaria, favorecendo acesso aos escritos quando necessário.

Com relação às entrevistas realizadas pode-se perceber que a professora atua de forma contextualizada favorecendo aos educandos avançarem nos estudos, cujos recursos se diversificam. E, concebe o ensino como uma disciplina igual as demais, podendo ser melhorada nos aspectos estruturais ao ser adaptado a realidade dos educandos. Do ponto de vista dos pais, não fazem objeção.

A professora destacou ainda que os conteúdos transmitidos nas outras escolas que trabalhou advinham da proposta curricular advindo da SEMED (Secretaria Municipal de Educação), porém este ano foi orientada pela pedagoga a utilizar o tema valores somente. Mas, segundo a professora o ensino religioso abre oportunidades para que possa se expandir e, nesse contexto ela aproveita para oportunizar como exemplo, a diversidade religiosa existente no bairro.

Durante a entrevista com a pedagoga pôde-se observar que a educação é concebida como processo em construção, onde alunos e professores se tornam companheiros do conhecimento. Havendo assim a necessidade de uma relação agradável entre alunos e professores, pois, ampliam as oportunidades de aprendizagem, tornando a sala de aula um local agradável.

A disciplina de ensino religioso é visualizada como um recurso que pode atuar na transmissão de conteúdos necessários a comunidade escolar, sendo que antes do professor atuar deve conhecer a realidade. E, ainda destacou que a proposta curricular existe, porém não precisa ser seguida em sua integra, sendo utilizados meios diversificados que favoreçam melhor aplicação dos conteúdos.

Com relação aos conteúdos contidos na proposta se direcionam para o conhecimento das diversas religiões existentes no mundo, buscando efetuar a conquista do respeito pelo próximo. Assim, surge a urgência de mudanças na proposta, como exemplo, o acréscimo de assuntos cotidianos e valores.

Com relação a diretora se posiciona de forma crítica em relação à disciplina de ensino religioso, concebendo-a como um dos meios que pode ajudar os alunos na conquista da ética, moral e respeito, destacando ainda que a escola necessita oferecer oportunidades múltiplas para que todos se desenvolvam igualmente.

Visando assim a melhoria no processo educativo busca estabelecer uma relação agradável, cuja participação ocorre de forma democrática no processo educativo em busca da oferecer um ensino de qualidade a população ali adentrante. E, com relação a disciplina de ensino religioso, destacou que pode ser melhorada quando se direcionar para a formação do sujeito atuante em sociedade de forma valorativa, onde pais e alunos se tornam parceiros do processo educativo.

Os conteúdos transmitidos deveriam advir da proposta curricular, porém a professora já explicitou. Assim, as mudanças que devem ocorrer na disciplina, precisa ser a adaptação dos conteúdos a realidade dos educandos de forma valorativa.

2.2 A METODOLOGIA USADA PELO SUPERVISOR E PELO ALUNO

A metodologia usada pelo supervisor no âmbito da escola se volta para a observação e análise de atuação dos integrantes que compõem o âmbito educacional, ou seja, alunos, funcionários, oficineiros de projetos e prestadores de serviços de firma terceirizada ou não.

Dessa forma, o supervisor exerce a função administrativa, financeira e pedagógica na instituição de ensino. E, para acompanhamento dos estagiários é realizado a observação da execução das funções estabelecidas.

A metodologia utilizada pelo aluno se volta para a observação, coleta de dados, análise de documentações relacionadas ao local do estágio, onde por meio de descrições e produção do relatório pode-se aprofundar os conhecimentos sobre a realidade da EMEF Francisco de Assis Pereira, tal qual como ocorrem as aulas de ensino religioso.

Por meio da pesquisa buscou-se adquirir conhecimentos sobre o ensino oferecido na instituição e sua relevância na vida dos educandos, visando à necessidade do educador oferecer um ensino de qualidade à clientela, buscando sempre ampliar os horizontes de conhecimentos de todos.

2.3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO EM QUE O ESTÁGIO FOI REALIZADO

No início das atividades a Escola intitulada de “ESCOLA DE 1º GRAU BAIRRO CANAÔ funcionava com uma turma Multisseriada, numa casa de estuque, depois passou a funcionar no templo da Assembléia de Deus. Em 1972, no governo de Clóvis Cruz, foi construída uma sala de aula e dois banheiros. Entre 1974 a 1976, foi ampliada com mais duas salas, dois banheiros e uma cozinha. No ano de 1982, foi construído um barracão de madeira para salas de aula.

Com o crescimento da demanda de vagas este espaço passou a ser insuficiente, sendo demolido para dar lugar a construção da CRECHE “CASULO”, e foi construída uma escola nova com dez salas de aula no ano de 1985, no governo de Demósthenes de Carvalho Soares, atendendo de 1ª a 5ª série, na Avenida Resplendor, S/nº, no citado bairro.

 

A pedido da comunidade foi implantado em 1986 do pré até a 4ª série e, gradativamente até a 8ª série no turno diurno. Em 1985, implantou-se também o Supletivo, Fase II do 1º Grau e Educação de Jovens de Adultos, no turno noturno.

A ESCOLA DE 1º GRAU BAIRRO CANAÃ, fundada em 1972 passou a se chamar ESCOLA DE 1º GRAU “FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA” a partir de 1985, localizada à Avenida Resplendor, s/nº, bairro Canaã, Viana – ES.

 

Decreto: 1.000/85

Ato de Criação: Lei 737/1982

Ato de Aprovação: Resolução 41/75. A escola atendia na época cerca de 560 alunos aproximadamente.

 

Em 1994, na primeira administração de Leonor Lube, foram construído mais quatro salas anexas e dois banheiros. Atendendo a reivindicação da comunidade foi implantado o Ensino Médio em 1995.

 

A partir daí a escola passou a atender no turno noturno, alunos da rede estadual de ensino. É importante ressaltar ainda que o patrimônio da escola é da rede municipal, sendo utilizado também pela rede estadual, onde recebe o nome de ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO “ANÍLIA KNAAK BUSS”.

 

Em 2000 foi novamente ampliada, sendo construída uma sala de aula, a interligação das salas anexas e o piso do pátio externo. Teve início também a construção da quadra poliesportiva da escola, um convênio da Secretaria de Educação do Estado do Espírito Santo (SEDU) e a Prefeitura Municipal de Viana na administração de João Batista Novaes.

 

E, no ano de 2007, no mandato de Solange Lube, a Câmara dos Vereadores aprovou uma lei municipal que alterou o nome da escola para “EMEF Francisco de Assis Pereira”.

 

Atualmente a escola possui um espaço físico favorável ao desenvolvimento de atividades educativas e o espaço oferecido para a educação física é a quadra de esportes que fica na parte externa da escola, que é considerado um espaço alternativo. O espaço físico da escola é adequado à quantidade de alunos, pois a mesma passou por reforma no ano de 2007 e encontra-se bem estruturada atualmente.

 

Os recursos didáticos são oferecidos aos alunos com frequência, sob a orientação do professor ou coordenador da escola, e são adequados à clientela e usados com objetivos propostos pelo professor regente.

 

A merenda é realizada por intermédio de um cardápio, enviado pela prefeitura, mas o mesmo muitas vezes não é respeitado por falta de todos os ingredientes para utilizar no dia. Neste caso as merendeiras preparam a merenda que a escola tem para oferecer. A escola possui um conselho de escola, o qual decide o que se compra com o dinheiro que recebem mais adequado possível, para atender a escola à necessidades de forma geral.

 

O horário da entrada dos alunos no matutino é de 07:00 às 11:30h, com recreio de 9:00 às 09:30h. No vespertino a horário é de 13:00 às 17:00h e o recreio de 15:30 às 15:50 h. No total são dez (10) salas de aula para atender os alunos do matutino e vespertino. A secretaria funciona de 07:00 às 18:00h, com três servidores efetivos em cada turno.

 

O setor de limpeza é terciário, cujos funcionários são da empresa Forte BREDA e a escola conta com cinco (05) funcionários, distribuídas nos dois turnos, com carga horária de 09:15h. A vigilância também é terceirizada com a contribuição da empresa VISEL.

 

  • Estrutura do ensino

 

A EMEF “Francisco de Assis Pereira”, pertencente à rede municipal de ensino, possui uma estrutura que atende da Educação Infantil ao Ensino Fundamental. Ressaltando que no turno noturno a escola atende ao Supletivo do 1º grau, Ensino Médio e EJA.

 

O número de alunos por série é:

1ª a 4ª série - 452

5ª a 8ª série - 350.

EJA – 25 alunos.

 

A situação econômica e social da clientela é muito crítica, pois, com renda per capita insuficiente para comprar o mínimo de material exigido, os alunos recebem livros didáticos advindos do MEC - Ministério da Educação e Cultura e alguns foram contemplados com o auxílio do Programa Bolsa Escola.

 

O atendimento aos alunos é realizado por intermédio dos seguintes materiais: quadro, giz, mimeógrafo, vídeo cassete, televisão, retroprojetor, CD de histórias e músicas infantis, com a inclusão de pesquisas feitas na biblioteca da escola e sala de informática.

 

A escola atende alunos dos bairros Canaã e Primavera e alguns que chegam transferidos, com isso há uma circulação muito grande de alunos de outros bairros, municípios e até mesmo outros municípios e Estados.

 

  • Estrutura Física

 

A EMEF “Francisco de Assis Pereira” localiza-se numa área de planalto, distante aproximadamente trezentos metros da BR 262, sendo que a distância da escola para a sede do município é de 6 km e para Vitória é de nove km.

No ano de 2002 a escola passou por uma intensa reforma, ganhando um visual novo com a padronização das cores das escolas do município: verde, amarelo, pêssego e creme.

  • Recursos Humanos

O quadro de funcionários da escola é assim distribuído:

  • Diretora,
  • Duas pedagogas,
  • Quatro coordenadores,
  • Um oficial administrativo,
  • Quatro auxiliares de administração,
  • Trinta e nove professores,
  • Oito serventes,
  • Dois seguranças,
  • Duas bibliotecárias.
  • Dois monitores da sala de informática.

2.4 CARACTERIZAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS E UTILIZADORES DA INSTITUIÇÃO EM ÂMBITO GERAL

Os funcionários da escola possuem de ensino médio a pós-graduação em área especifica de atuação, sendo que buscam realizar cursos de formação continuada, visando melhorar o atendimento aos alunos que compõem o âmbito educacional.

Com relação ao professor atuante nas aulas de ensino religioso, possui pós-graduação e curso superior. No que se relacionam aos demais funcionários da instituição possuem formação até ao ensino médio, sendo que buscam executar suas funções de forma coletiva. Com relação aos conflitos que surgem no cotidiano escolar são resolvidos em reunião com a direção, coordenação e um representante do Conselho de Escola, sendo registrado em atas os fatos e solucionamentos.

Com relação aos alunos, as turmas são compostas por 25 a 30 alunos, que estudam no turno vespertino e possuem idade entre 12 a 15 anos. Esses alunos são advindos de famílias de classe baixa a media, muitos não possuem material escolar sendo necessário que a escola supra essa falta. Dessa forma, pode-se observar a diversidade de diversas culturas, costumes, religiões e etnias ali existentes, sendo necessário que o professor efetue um trabalho diversificado.

2.5 AS FACILIDADES E DIFICULDADES ENCONTRADAS

 

A escola possui um espaço amplo, sendo bem arejada e salas espaçosas, oportunizando aos docentes realizarem um trabalho qualificado. Não tive dificuldades em realizar o estágio, pois trabalho no local há cerca de quinze anos e conheço todos os funcionários e a clientela estudantil.

Dentre as facilidades encontradas estão:

  • Aceitabilidade dos profissionais e alunos.
  • Espaço amplo da instituição.
  • Profissionais comprometidos com o processo educativo.
  • Respeito mútuo entre alunos e funcionários.

2.6 AS APRENDIZAGENS DECORRENTES DO ESTÁGIO

No decorrer do estágio foi possível observar que a disciplina de ensino religioso é concebida pelos docentes e discentes de forma igualitária as demais, tendo o mesmo valor diante de todos.

A forma como os conteúdos são transmitidos, focando apenas valores, acredito possuir um aspecto reduzido, pois, no curso de Pós-Graduação temos aprendido que a disciplina de ensino religioso precisa oportunizar aos alunos adquirir conhecimentos sobre todas as religiões, respeitando assim a diversidade religiosa ali existente.

De meu ponto de vista, poderia haver maior envolvimento por parte da pedagoga nos planejamentos, visando repensar sua atuação e posicionamentos com relação ao ensino religioso, pois tal atitude desvaloriza a disciplina como área de conhecimentos e a professora deveria se posicionar criticamente frente a essa realidade como profissional atuante nessa área, porque se a escola possui uma proposta pedagógica é necessário que se adapte a realidade e acrescente novos conteúdos e não exclua os existentes. Destaca-se ainda que a educação precisa de profissionais críticos e formadores de personalidades e competências para atuação posterior na sociedade, conforme descreve Catão (1996, p. 45):

Dentre os inúmeros instrumentos de que dispõe a sociedade para alcançar tão elevado objetivo está a religião, pois somente quando se coloca a questão da transcendência, a que se denomina Deus, encontra a comunidade humana e cada uma das pessoas individualmente, respostas às perguntas fundamentais que todos se colocam diante da vida.

É preciso que a escola esteja engajada no processo educativo de qualidade, pois, conforme a maior parte da sociedade, reconhece-se a necessidade de uma educação religiosa sem, no entanto dizer como realizá-lo. Em todo caso, não se pode prescindir dos questionamentos fundamentais de toda pessoa humana e que constitui o próprio fundamento da sociedade.

O ensino religioso precisa atuar neste contexto como a disciplina à qual se confia do ponto de vista da escola leiga e pluralista a indispensável educação da religiosidade, havendo uma autentica educação inserida no sistema público em benefício do povo.

Quando a disciplina de ensino religioso é concebida como área de conhecimento, oportunizando aos alunos acesso aos saberes múltiplos, favorece adquirir conhecimentos sobre a diversidade religiosa, respeitando a todos em suas particularidades, porem como o ser humano é complexo, o professor não pode desistir de sua atuação.

Nesta comunidade, de acordo com os funcionários e alunos, as religiões predominantes são: catolicismo e protestante. Porém como toda instituição de ensino que possui a maioria dos alunos na fase da adolescência, observa-se a necessidade de atuar de forma contextualizada, pois os mesmos são críticos e buscam sempre desafiar aos professores com seus questionamentos.

Dessa forma, surge a necessidade de se efetuar atividades diversificadas que visam atender ao desenvolvimento das capacidades do alunado por meio de atividades valorativas e prazerosas que proporcionem a valorização da autonomia como sujeito com capacidade de desenvolvimento.

Assim, faz-se necessário o educador incutir em seu planejamento atividades diversificadas e favorecedoras de desempenho do alunado. E as manifestações culturais, os vínculos afetivos, exploração do ambiente e utilização de diferentes linguagens podem ser utilizadas, por exemplo, por intermédio de projetos pedagógicos enriquecendo o cotidiano escolar.

Entende-se assim, que o ser humano é concebido como ser capaz de se desenvolver, cuja formação no âmbito escolar precisa de oportunidades múltiplas que favoreçam seu desempenho no mundo atual, respeitando suas capacidades e individualidades, motivo este que todos profissionais ali atuantes precisam estar engajados neste mesmo contexto.

Aproveitando o momento para conhecer melhor o alunado e direcionar novos olhares sobre sua capacidade de aprendizagem, o professor pode adquirir ampla experiência na profissão para atuação posterior.

2.7 A PARTICIPAÇÃO/RELAÇÃO NOS CONSELHOS, REUNIÕES, COM A EQUIPE PEDAGÓGICA, PROFESSORES, ALUNOS, ATIVIDADES E OUTRAS

 

As reuniões que ocorrem na instituição contam com a participação de todos os funcionários onde são discutidos assuntos relacionados a escola e aos alunos, sendo realizada de forma coletiva com o apoio dos professores, discutindo assuntos como disciplina, plano de aula, rendimento escolar, etc.

O conselho de Classe leva em consideração análises feitas pelos professores em relação aos alunos e as necessidades encontradas ao longo do bimestre sendo discutidas algumas propostas como solução para impasses no ensino-aprendizagem.

Nas reuniões de pais os assuntos discutidos são relacionados a aprendizagem, comportamento, projetos realizados e desenvolvimento escolar dos alunos, abrindo sempre espaço para os responsáveis exporem ideias e sugestões na solução dos problemas, interagindo assim com o ambiente escolar, levando em consideração o oferecimento de um ensino de qualidade.

3 AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Avaliar o período passado dentro a escola como aprendizado foi de grande valia, pois, todas as experiências vividas nesse período proporcionaram conhecimento sobre o cotidiano da instituição, cujas dificuldades que os professores tem enfrentado com os alunos como indisciplina, dificuldades de aprendizagens, entre outros refletem em um posicionamento critico e ação coletiva.

A escola é um lugar de experiências múltiplas para o educador, que tem suas experiências teóricas e pode então no Estágio se colocar como espaço de vivenciar a prática do cotidiano da escola. O contato com os alunos, professores e demais funcionários da escola tornou-se oportuno no processo dinâmico de experiência adquirida.

Destaca-se, pois, que o professor no ato de exercer sua profissão sempre se defronta com desafios que o fazem repensar sua prática pedagógica, impondo-lhes posicionamentos críticos diante das situações que surgem no contexto educacional.

4 RECOMENDAÇÕES GERAIS

 

O Estágio Supervisionado foi de grande valia e através do mesmo foram alcançados resultados satisfatórios quando se diz respeito à experiência adquirida através dos profissionais atuantes na disciplina de ensino religioso e das situações vivenciadas com os alunos, pais e comunidade que convive em parceria com a instituição.

Hoje ouvimos falar muito da preocupação constante com o ensino, partindo em busca de melhorias, mas a realidade é que as autoridades buscam números favoráveis de se demonstrar a sociedade que se esta investindo dinheiro publico e, muitas vezes não observa a qualidade do ensino oferecido nas instituições de ensino, esquecendo-se na realidade da importância do verdadeiro valor de ensinar que se faz de forma participativa e valorativa.

O meu estágio foi de autoconhecimento, onde obtive boa socialização entre a gestora, equipe pedagógica, ação docente na área de ensino religioso e demais funcionários. Com relação a instituição possui um amplo espaço físico, com profissionais formados e trata com respeito a todos os alunos, incentivando-os para adquirir os saberes culturais visando o desenvolvimento intelectual e pessoal do mesmo.

O trabalho realizado pelos docentes objetiva a efetuação de um trabalho valorativo para que ocorra o desenvolvimento da aprendizagem, qualificando o ensino, preparando-os para enfrentar os desafios da sociedade vigente, embora haja desafios e enfrentamentos neste âmbito, busca-se valorizar a disciplina de ensino religioso.

Como recomendação para o professor de ensino religioso destaca-se que precisa possuir uma postura crítica, após analise da clientela escolar adaptar os conteúdos a realidade dos educandos, respeitar a diversidade religiosa existente no local, respeitar a capacidades dos alunos, oportunizando-lhes meios diversificados e enriquecedores de conhecimentos, tornando as aulas mais agradáveis e/ou enriquecedoras.

 

E, ainda ao professor de ensino religioso, independente de ser contratado ou efetivo, deve possuir uma prática pedagógica favorável ao processo educativo, não seguindo sugestões que se direcionam a um pré-conhecimento do saber que os alunos precisam, pois, quem convive no dia-a-dia e enfrenta os desafios da sala de aula é o professor. Destaca-se assim que, tal atuação favorece ao reconhecimento de seu profissionalismo e valorização da disciplina de ensino religioso como área de conhecimentos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BRASIL. Lei nº. 9.394 Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Senado Federal, 1996.

 

________. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília. 1997.

CATÃO, Francisco. Religião e cidadania - bases antropológicas comuns. In: Revista Diálogo, nº01, mar.1996.

MOTA, Tatiana Maria Duque. Estatuto da criança e do adolescente & Legislação Congênere. 7ª Ed. Zarpa, Vitória – 2007.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA EMEF FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA. Bairro Canaã, Viana/ES, 2011.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

O estágio é uma das etapas que precisamos cumprir durante o curso de Pós-Graduação, sendo exigida pela grade curricular da CESAP. Assim, neste relatório constam as análises de documentações, descrição de entrevistas e observação do espaço físico, do cotidiano escolar e das aulas ministradas na EMEF Francisco de Assis Pereira, situada na Avenida Resplendor, nº 32, no Bairro Canaã, Viana/ES.

 

Destaca-se que nesse espaço foi possível aprofundar os conhecimentos sobre a organização da escola e o trabalho pedagógico, visando alcançar um ensino de qualidade, sendo realizado por meio da observação, participação no cotidiano escolar e observação das aulas de ensino religiosas ali realizadas.

Sabe-se que a educação possui função ampla que envolve a técnica e a política, sendo nessa articulação do que é especificamente pedagógica com a totalidade do social que se realiza na dimensão política da educação.

E, nesse contexto a educação oferecida aos alunos adentrantes nos estabelecimentos de ensino, precisam se tornar momentos de oportunidades múltiplas, cujo desenvolvimento ocorra de acordo com suas capacidades, sendo respeitada a diversidade de saberes e religiões ali existentes.

Seguem-se abaixo as atividades de forma descritiva, sendo apresentadas as experiências relevantes desempenhadas durante o período de estágio sequenciado pela seguinte estrutura:

 

  • ANÁLISE DO ESTÁGIO (PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES, METODOLOGIA UTILIZADA, OBSERVAÇÕES OBTIDAS, FACILIDADES E DIFICULDADES ENCONTRADAS, APRENDIZAGENS DECORRENTES DO ESTÁGIO E PARTICIPAÇÕES EM REUNIÕES).
  • AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO.
  • CONSIDERAÇÕES FINAIS.

 

 

 

2 ANÁLISE DO ESTÁGIO

 

O Estágio supervisionado favorece adquirir conhecimentos sobre a realidade vivenciada no cotidiano escolar, onde envolve professores, alunos, funcionários e demais pessoas que compõem o contexto ao qual a escola se encontra inserida. Sendo local de múltiplos saberes, favorece ainda ampliar o olhar sobre o aluno como ser subjetivo, capaz de aprender de forma eficiente e valorativa.

E, com relação à disciplina, oportuniza verificar na prática como são transmitidos os conteúdos no dia-a-dia dos alunos, favorecendo assim seu desenvolvimento.

2.1 O PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO SUPERVISOR E PELO ALUNO

 

O supervisor escolar planeja suas atividades por meio do plano de trabalho que é realizado no inicio do ano letivo e no decorrer dos dias vai adaptando sua atuação por meio de direcionamentos no âmbito de trabalho, sendo que diante dos desafios busca sugestões com todos os funcionários para que possa exercer sua função de forma coletiva e democrática, visando o bom desempenho de todos na instituição de ensino, voltado para uma educação de qualidade. E, para acompanhar o estagiário ao adquirir conhecimentos sobre as áreas que serão efetuadas o estágio observa se o mesmo está cumprindo suas devidas funções.

Com relação a estagiária, no período de estágio, muitas foram as observações obtidas na EMEF Francisco de Assis Pereira, sendo que serviram de reflexão sobre a pratica pedagógica na área da educação em busca de adquirir conhecimentos múltiplos sobre a realidade educacional, obtendo assim posicionamentos críticos frente á realidade vivenciada pelos educandos nesta etapa de ensino.

Destaca-se assim que a EMEF Francisco de Assis Pereira possui um espaço físico amplo para a realização de atividades extraclasse e em sala de aula, porém possui poucos materiais pedagógicos de ensino religioso. Possui ainda laboratório de informática que favorece ao aluno acessar a conhecimentos múltiplos e de forma contextualizada. Em seu espaço possui também banheiro, cozinha, coordenação que atua como sala de pedagogo, secretaria que serve de atendimento á comunidade, sala da diretora entre outros espaços.

O pátio da instituição é grande e agradável, torna-se propicio a efetuação de atividades voltadas para o desenvolvimento dos alunos em busca de uma aprendizagem significativa desenvolvida pelos professores. Atualmente, a instituição está passando por um período de reforma efetuada pela firma que venceu na licitação oferecida pela SEMED, visando assim atender melhor a demanda da comunidade.

Neste período do desenvolvimento do estágio, pode-se observar que as salas de aula são compostas por 25 a 28 alunos com idade de 12 a 15 anos. E, com relação a disciplina de ensino religioso possui como parâmetro os conteúdos advindos da SEMED, o qual foi produzido no ano de 2011 em encontros realizados com os técnicos da secretaria e os professores.

No período matutino na escola estagiada atende as séries iniciais e no horário vespertino, atende as séries finais do Ensino Fundamental, sendo onde segundo a pedagoga não aceita a proposta advinda da SEMED e exigiu da professora trabalhar somente com “valores”, defendendo que os alunos desta comunidade precisam desse conteúdo e os demais estão fora da realidade.

E, nesse contexto segundo a pedagoga o aluno vai desenvolvendo seus valores, suas ideias, construindo uma visão de mundo e de si mesmo. Nesta perspectiva, a sala de aula prioriza ações lógicas, que visa tornar a criança um agente participativo e intelectual. A documentação, fica arquivada na secretaria, favorecendo acesso aos escritos quando necessário.

Com relação às entrevistas realizadas pode-se perceber que a professora atua de forma contextualizada favorecendo aos educandos avançarem nos estudos, cujos recursos se diversificam. E, concebe o ensino como uma disciplina igual as demais, podendo ser melhorada nos aspectos estruturais ao ser adaptado a realidade dos educandos. Do ponto de vista dos pais, não fazem objeção.

A professora destacou ainda que os conteúdos transmitidos nas outras escolas que trabalhou advinham da proposta curricular advindo da SEMED (Secretaria Municipal de Educação), porém este ano foi orientada pela pedagoga a utilizar o tema valores somente. Mas, segundo a professora o ensino religioso abre oportunidades para que possa se expandir e, nesse contexto ela aproveita para oportunizar como exemplo, a diversidade religiosa existente no bairro.

Durante a entrevista com a pedagoga pôde-se observar que a educação é concebida como processo em construção, onde alunos e professores se tornam companheiros do conhecimento. Havendo assim a necessidade de uma relação agradável entre alunos e professores, pois, ampliam as oportunidades de aprendizagem, tornando a sala de aula um local agradável.

A disciplina de ensino religioso é visualizada como um recurso que pode atuar na transmissão de conteúdos necessários a comunidade escolar, sendo que antes do professor atuar deve conhecer a realidade. E, ainda destacou que a proposta curricular existe, porém não precisa ser seguida em sua integra, sendo utilizados meios diversificados que favoreçam melhor aplicação dos conteúdos.

Com relação aos conteúdos contidos na proposta se direcionam para o conhecimento das diversas religiões existentes no mundo, buscando efetuar a conquista do respeito pelo próximo. Assim, surge a urgência de mudanças na proposta, como exemplo, o acréscimo de assuntos cotidianos e valores.

Com relação a diretora se posiciona de forma crítica em relação à disciplina de ensino religioso, concebendo-a como um dos meios que pode ajudar os alunos na conquista da ética, moral e respeito, destacando ainda que a escola necessita oferecer oportunidades múltiplas para que todos se desenvolvam igualmente.

Visando assim a melhoria no processo educativo busca estabelecer uma relação agradável, cuja participação ocorre de forma democrática no processo educativo em busca da oferecer um ensino de qualidade a população ali adentrante. E, com relação a disciplina de ensino religioso, destacou que pode ser melhorada quando se direcionar para a formação do sujeito atuante em sociedade de forma valorativa, onde pais e alunos se tornam parceiros do processo educativo.

Os conteúdos transmitidos deveriam advir da proposta curricular, porém a professora já explicitou. Assim, as mudanças que devem ocorrer na disciplina, precisa ser a adaptação dos conteúdos a realidade dos educandos de forma valorativa.

2.2 A METODOLOGIA USADA PELO SUPERVISOR E PELO ALUNO

A metodologia usada pelo supervisor no âmbito da escola se volta para a observação e análise de atuação dos integrantes que compõem o âmbito educacional, ou seja, alunos, funcionários, oficineiros de projetos e prestadores de serviços de firma terceirizada ou não.

Dessa forma, o supervisor exerce a função administrativa, financeira e pedagógica na instituição de ensino. E, para acompanhamento dos estagiários é realizado a observação da execução das funções estabelecidas.

A metodologia utilizada pelo aluno se volta para a observação, coleta de dados, análise de documentações relacionadas ao local do estágio, onde por meio de descrições e produção do relatório pode-se aprofundar os conhecimentos sobre a realidade da EMEF Francisco de Assis Pereira, tal qual como ocorrem as aulas de ensino religioso.

Por meio da pesquisa buscou-se adquirir conhecimentos sobre o ensino oferecido na instituição e sua relevância na vida dos educandos, visando à necessidade do educador oferecer um ensino de qualidade à clientela, buscando sempre ampliar os horizontes de conhecimentos de todos.

2.3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO EM QUE O ESTÁGIO FOI REALIZADO

No início das atividades a Escola intitulada de “ESCOLA DE 1º GRAU BAIRRO CANAÔ funcionava com uma turma Multisseriada, numa casa de estuque, depois passou a funcionar no templo da Assembléia de Deus. Em 1972, no governo de Clóvis Cruz, foi construída uma sala de aula e dois banheiros. Entre 1974 a 1976, foi ampliada com mais duas salas, dois banheiros e uma cozinha. No ano de 1982, foi construído um barracão de madeira para salas de aula.

Com o crescimento da demanda de vagas este espaço passou a ser insuficiente, sendo demolido para dar lugar a construção da CRECHE “CASULO”, e foi construída uma escola nova com dez salas de aula no ano de 1985, no governo de Demósthenes de Carvalho Soares, atendendo de 1ª a 5ª série, na Avenida Resplendor, S/nº, no citado bairro.

 

A pedido da comunidade foi implantado em 1986 do pré até a 4ª série e, gradativamente até a 8ª série no turno diurno. Em 1985, implantou-se também o Supletivo, Fase II do 1º Grau e Educação de Jovens de Adultos, no turno noturno.

A ESCOLA DE 1º GRAU BAIRRO CANAÃ, fundada em 1972 passou a se chamar ESCOLA DE 1º GRAU “FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA” a partir de 1985, localizada à Avenida Resplendor, s/nº, bairro Canaã, Viana – ES.

 

Decreto: 1.000/85

Ato de Criação: Lei 737/1982

Ato de Aprovação: Resolução 41/75. A escola atendia na época cerca de 560 alunos aproximadamente.

 

Em 1994, na primeira administração de Leonor Lube, foram construído mais quatro salas anexas e dois banheiros. Atendendo a reivindicação da comunidade foi implantado o Ensino Médio em 1995.

 

A partir daí a escola passou a atender no turno noturno, alunos da rede estadual de ensino. É importante ressaltar ainda que o patrimônio da escola é da rede municipal, sendo utilizado também pela rede estadual, onde recebe o nome de ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO “ANÍLIA KNAAK BUSS”.

 

Em 2000 foi novamente ampliada, sendo construída uma sala de aula, a interligação das salas anexas e o piso do pátio externo. Teve início também a construção da quadra poliesportiva da escola, um convênio da Secretaria de Educação do Estado do Espírito Santo (SEDU) e a Prefeitura Municipal de Viana na administração de João Batista Novaes.

 

E, no ano de 2007, no mandato de Solange Lube, a Câmara dos Vereadores aprovou uma lei municipal que alterou o nome da escola para “EMEF Francisco de Assis Pereira”.

 

Atualmente a escola possui um espaço físico favorável ao desenvolvimento de atividades educativas e o espaço oferecido para a educação física é a quadra de esportes que fica na parte externa da escola, que é considerado um espaço alternativo. O espaço físico da escola é adequado à quantidade de alunos, pois a mesma passou por reforma no ano de 2007 e encontra-se bem estruturada atualmente.

 

Os recursos didáticos são oferecidos aos alunos com frequência, sob a orientação do professor ou coordenador da escola, e são adequados à clientela e usados com objetivos propostos pelo professor regente.

 

A merenda é realizada por intermédio de um cardápio, enviado pela prefeitura, mas o mesmo muitas vezes não é respeitado por falta de todos os ingredientes para utilizar no dia. Neste caso as merendeiras preparam a merenda que a escola tem para oferecer. A escola possui um conselho de escola, o qual decide o que se compra com o dinheiro que recebem mais adequado possível, para atender a escola à necessidades de forma geral.

 

O horário da entrada dos alunos no matutino é de 07:00 às 11:30h, com recreio de 9:00 às 09:30h. No vespertino a horário é de 13:00 às 17:00h e o recreio de 15:30 às 15:50 h. No total são dez (10) salas de aula para atender os alunos do matutino e vespertino. A secretaria funciona de 07:00 às 18:00h, com três servidores efetivos em cada turno.

 

O setor de limpeza é terciário, cujos funcionários são da empresa Forte BREDA e a escola conta com cinco (05) funcionários, distribuídas nos dois turnos, com carga horária de 09:15h. A vigilância também é terceirizada com a contribuição da empresa VISEL.

 

  • Estrutura do ensino

 

A EMEF “Francisco de Assis Pereira”, pertencente à rede municipal de ensino, possui uma estrutura que atende da Educação Infantil ao Ensino Fundamental. Ressaltando que no turno noturno a escola atende ao Supletivo do 1º grau, Ensino Médio e EJA.

 

O número de alunos por série é:

1ª a 4ª série - 452

5ª a 8ª série - 350.

EJA – 25 alunos.

 

A situação econômica e social da clientela é muito crítica, pois, com renda per capita insuficiente para comprar o mínimo de material exigido, os alunos recebem livros didáticos advindos do MEC - Ministério da Educação e Cultura e alguns foram contemplados com o auxílio do Programa Bolsa Escola.

 

O atendimento aos alunos é realizado por intermédio dos seguintes materiais: quadro, giz, mimeógrafo, vídeo cassete, televisão, retroprojetor, CD de histórias e músicas infantis, com a inclusão de pesquisas feitas na biblioteca da escola e sala de informática.

 

A escola atende alunos dos bairros Canaã e Primavera e alguns que chegam transferidos, com isso há uma circulação muito grande de alunos de outros bairros, municípios e até mesmo outros municípios e Estados.

 

  • Estrutura Física

 

A EMEF “Francisco de Assis Pereira” localiza-se numa área de planalto, distante aproximadamente trezentos metros da BR 262, sendo que a distância da escola para a sede do município é de 6 km e para Vitória é de nove km.

No ano de 2002 a escola passou por uma intensa reforma, ganhando um visual novo com a padronização das cores das escolas do município: verde, amarelo, pêssego e creme.

  • Recursos Humanos

O quadro de funcionários da escola é assim distribuído:

  • Diretora,
  • Duas pedagogas,
  • Quatro coordenadores,
  • Um oficial administrativo,
  • Quatro auxiliares de administração,
  • Trinta e nove professores,
  • Oito serventes,
  • Dois seguranças,
  • Duas bibliotecárias.
  • Dois monitores da sala de informática.

2.4 CARACTERIZAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS E UTILIZADORES DA INSTITUIÇÃO EM ÂMBITO GERAL

Os funcionários da escola possuem de ensino médio a pós-graduação em área especifica de atuação, sendo que buscam realizar cursos de formação continuada, visando melhorar o atendimento aos alunos que compõem o âmbito educacional.

Com relação ao professor atuante nas aulas de ensino religioso, possui pós-graduação e curso superior. No que se relacionam aos demais funcionários da instituição possuem formação até ao ensino médio, sendo que buscam executar suas funções de forma coletiva. Com relação aos conflitos que surgem no cotidiano escolar são resolvidos em reunião com a direção, coordenação e um representante do Conselho de Escola, sendo registrado em atas os fatos e solucionamentos.

Com relação aos alunos, as turmas são compostas por 25 a 30 alunos, que estudam no turno vespertino e possuem idade entre 12 a 15 anos. Esses alunos são advindos de famílias de classe baixa a media, muitos não possuem material escolar sendo necessário que a escola supra essa falta. Dessa forma, pode-se observar a diversidade de diversas culturas, costumes, religiões e etnias ali existentes, sendo necessário que o professor efetue um trabalho diversificado.

2.5 AS FACILIDADES E DIFICULDADES ENCONTRADAS

 

A escola possui um espaço amplo, sendo bem arejada e salas espaçosas, oportunizando aos docentes realizarem um trabalho qualificado. Não tive dificuldades em realizar o estágio, pois trabalho no local há cerca de quinze anos e conheço todos os funcionários e a clientela estudantil.

Dentre as facilidades encontradas estão:

  • Aceitabilidade dos profissionais e alunos.
  • Espaço amplo da instituição.
  • Profissionais comprometidos com o processo educativo.
  • Respeito mútuo entre alunos e funcionários.

2.6 AS APRENDIZAGENS DECORRENTES DO ESTÁGIO

No decorrer do estágio foi possível observar que a disciplina de ensino religioso é concebida pelos docentes e discentes de forma igualitária as demais, tendo o mesmo valor diante de todos.

A forma como os conteúdos são transmitidos, focando apenas valores, acredito possuir um aspecto reduzido, pois, no curso de Pós-Graduação temos aprendido que a disciplina de ensino religioso precisa oportunizar aos alunos adquirir conhecimentos sobre todas as religiões, respeitando assim a diversidade religiosa ali existente.

De meu ponto de vista, poderia haver maior envolvimento por parte da pedagoga nos planejamentos, visando repensar sua atuação e posicionamentos com relação ao ensino religioso, pois tal atitude desvaloriza a disciplina como área de conhecimentos e a professora deveria se posicionar criticamente frente a essa realidade como profissional atuante nessa área, porque se a escola possui uma proposta pedagógica é necessário que se adapte a realidade e acrescente novos conteúdos e não exclua os existentes. Destaca-se ainda que a educação precisa de profissionais críticos e formadores de personalidades e competências para atuação posterior na sociedade, conforme descreve Catão (1996, p. 45):

Dentre os inúmeros instrumentos de que dispõe a sociedade para alcançar tão elevado objetivo está a religião, pois somente quando se coloca a questão da transcendência, a que se denomina Deus, encontra a comunidade humana e cada uma das pessoas individualmente, respostas às perguntas fundamentais que todos se colocam diante da vida.

É preciso que a escola esteja engajada no processo educativo de qualidade, pois, conforme a maior parte da sociedade, reconhece-se a necessidade de uma educação religiosa sem, no entanto dizer como realizá-lo. Em todo caso, não se pode prescindir dos questionamentos fundamentais de toda pessoa humana e que constitui o próprio fundamento da sociedade.

O ensino religioso precisa atuar neste contexto como a disciplina à qual se confia do ponto de vista da escola leiga e pluralista a indispensável educação da religiosidade, havendo uma autentica educação inserida no sistema público em benefício do povo.

Quando a disciplina de ensino religioso é concebida como área de conhecimento, oportunizando aos alunos acesso aos saberes múltiplos, favorece adquirir conhecimentos sobre a diversidade religiosa, respeitando a todos em suas particularidades, porem como o ser humano é complexo, o professor não pode desistir de sua atuação.

Nesta comunidade, de acordo com os funcionários e alunos, as religiões predominantes são: catolicismo e protestante. Porém como toda instituição de ensino que possui a maioria dos alunos na fase da adolescência, observa-se a necessidade de atuar de forma contextualizada, pois os mesmos são críticos e buscam sempre desafiar aos professores com seus questionamentos.

Dessa forma, surge a necessidade de se efetuar atividades diversificadas que visam atender ao desenvolvimento das capacidades do alunado por meio de atividades valorativas e prazerosas que proporcionem a valorização da autonomia como sujeito com capacidade de desenvolvimento.

Assim, faz-se necessário o educador incutir em seu planejamento atividades diversificadas e favorecedoras de desempenho do alunado. E as manifestações culturais, os vínculos afetivos, exploração do ambiente e utilização de diferentes linguagens podem ser utilizadas, por exemplo, por intermédio de projetos pedagógicos enriquecendo o cotidiano escolar.

Entende-se assim, que o ser humano é concebido como ser capaz de se desenvolver, cuja formação no âmbito escolar precisa de oportunidades múltiplas que favoreçam seu desempenho no mundo atual, respeitando suas capacidades e individualidades, motivo este que todos profissionais ali atuantes precisam estar engajados neste mesmo contexto.

Aproveitando o momento para conhecer melhor o alunado e direcionar novos olhares sobre sua capacidade de aprendizagem, o professor pode adquirir ampla experiência na profissão para atuação posterior.

2.7 A PARTICIPAÇÃO/RELAÇÃO NOS CONSELHOS, REUNIÕES, COM A EQUIPE PEDAGÓGICA, PROFESSORES, ALUNOS, ATIVIDADES E OUTRAS

 

As reuniões que ocorrem na instituição contam com a participação de todos os funcionários onde são discutidos assuntos relacionados a escola e aos alunos, sendo realizada de forma coletiva com o apoio dos professores, discutindo assuntos como disciplina, plano de aula, rendimento escolar, etc.

O conselho de Classe leva em consideração análises feitas pelos professores em relação aos alunos e as necessidades encontradas ao longo do bimestre sendo discutidas algumas propostas como solução para impasses no ensino-aprendizagem.

Nas reuniões de pais os assuntos discutidos são relacionados a aprendizagem, comportamento, projetos realizados e desenvolvimento escolar dos alunos, abrindo sempre espaço para os responsáveis exporem ideias e sugestões na solução dos problemas, interagindo assim com o ambiente escolar, levando em consideração o oferecimento de um ensino de qualidade.

3 AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Avaliar o período passado dentro a escola como aprendizado foi de grande valia, pois, todas as experiências vividas nesse período proporcionaram conhecimento sobre o cotidiano da instituição, cujas dificuldades que os professores tem enfrentado com os alunos como indisciplina, dificuldades de aprendizagens, entre outros refletem em um posicionamento critico e ação coletiva.

A escola é um lugar de experiências múltiplas para o educador, que tem suas experiências teóricas e pode então no Estágio se colocar como espaço de vivenciar a prática do cotidiano da escola. O contato com os alunos, professores e demais funcionários da escola tornou-se oportuno no processo dinâmico de experiência adquirida.

Destaca-se, pois, que o professor no ato de exercer sua profissão sempre se defronta com desafios que o fazem repensar sua prática pedagógica, impondo-lhes posicionamentos críticos diante das situações que surgem no contexto educacional.

4 RECOMENDAÇÕES GERAIS 

O Estágio Supervisionado foi de grande valia e através do mesmo foram alcançados resultados satisfatórios quando se diz respeito à experiência adquirida através dos profissionais atuantes na disciplina de ensino religioso e das situações vivenciadas com os alunos, pais e comunidade que convive em parceria com a instituição.

Hoje ouvimos falar muito da preocupação constante com o ensino, partindo em busca de melhorias, mas a realidade é que as autoridades buscam números favoráveis de se demonstrar a sociedade que se esta investindo dinheiro publico e, muitas vezes não observa a qualidade do ensino oferecido nas instituições de ensino, esquecendo-se na realidade da importância do verdadeiro valor de ensinar que se faz de forma participativa e valorativa.

O meu estágio foi de autoconhecimento, onde obtive boa socialização entre a gestora, equipe pedagógica, ação docente na área de ensino religioso e demais funcionários. Com relação a instituição possui um amplo espaço físico, com profissionais formados e trata com respeito a todos os alunos, incentivando-os para adquirir os saberes culturais visando o desenvolvimento intelectual e pessoal do mesmo.

O trabalho realizado pelos docentes objetiva a efetuação de um trabalho valorativo para que ocorra o desenvolvimento da aprendizagem, qualificando o ensino, preparando-os para enfrentar os desafios da sociedade vigente, embora haja desafios e enfrentamentos neste âmbito, busca-se valorizar a disciplina de ensino religioso.

Como recomendação para o professor de ensino religioso destaca-se que precisa possuir uma postura crítica, após analise da clientela escolar adaptar os conteúdos a realidade dos educandos, respeitar a diversidade religiosa existente no local, respeitar a capacidades dos alunos, oportunizando-lhes meios diversificados e enriquecedores de conhecimentos, tornando as aulas mais agradáveis e/ou enriquecedoras. 

E, ainda ao professor de ensino religioso, independente de ser contratado ou efetivo, deve possuir uma prática pedagógica favorável ao processo educativo, não seguindo sugestões que se direcionam a um pré-conhecimento do saber que os alunos precisam, pois, quem convive no dia-a-dia e enfrenta os desafios da sala de aula é o professor. Destaca-se assim que, tal atuação favorece ao reconhecimento de seu profissionalismo e valorização da disciplina de ensino religioso como área de conhecimentos.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

BRASIL. Lei nº. 9.394 Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Senado Federal, 1996. 

________. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília. 1997.

CATÃO, Francisco. Religião e cidadania - bases antropológicas comuns. In: Revista Diálogo, nº01, mar.1996.

MOTA, Tatiana Maria Duque. Estatuto da criança e do adolescente & Legislação Congênere. 7ª Ed. Zarpa, Vitória – 2007.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA EMEF FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA. Bairro Canaã, Viana/ES, 2011.