INSTITUTO CUIABANO DE EDUCAÇÃO ICE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

Mônica Maria Furlan

CUIABÁ/MT

2007

INSTITUTO CUIABANO DE EDUCAÇÃO ICE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA RELAÇÃO

Monografia apresentada ao curso Normal Superior do Instituto Cuiabano de Educação – Faculdades Integradas Mato-Grossenses de Ciências Sociais e Humanas, como um dos requisitos para obtenção do título de especialista em Psicopedagogia.

Monica Maria Furlan

 Orientadora: Profª  Ieda Maria Brighenti

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Nota / Conceito

CUIABÁ/MT

2007

À família, que me deu força e confiança para ir em busca de novos conhecimentos.

AGRADECIMENTOS

À Deus, por permitir que eu tenhamos saúde e força de vontade para conclusão do curso.

À Profª. Ieda Maria Brighenti, orientadora.

Aos colegas de curso, pelo apoio e críticas construtivas.

RESUMO

Basicamente a educação escolar é feita dentro da sala de aula, onde se reúnem um professor e uma turma de alunos. Professor e alunos, com características próprias e históricas diferentes, formam um grupo social, onde o propósito é ensinar educação escolar.

Esta pesquisa teórica tem a pretensão de mostrar que a escola é um lugar para o desenvolvimento da aprendizagem, e, a família tem como função proporcionar a autêntica educação familiar aos filhos, além de procurar manter uma relação efetiva com a instituição escolar, visando uma educação de qualidade.

Pretende-se também mostrar que a relação entre família e escola é de grande importância para a educação e o desenvolvimento humano. Procurou-se enfatizar os benefícios de uma boa relação e malefícios da falta de integração entre família e escola. Em especial, é focado diversas propostas para que se promova o envolvimento da família com a escola, procurando evidenciar a grande importância dessa união.

Palavras-chave: Educação – Família – Escola – Aprendizagem.


SUMÁRIO

 

 

INTRODUÇÃO... 7

CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE.. 9

FAMÍLIA E ESCOLA.. 19

PROPOSTAS QUE PODEM ATRAIR A FAMÍLIA PARA A ESCOLA.. 27

3.1 Tomada de decisão. 29

3.2 Apoio aos estudos. 30

3.3 A escola como centro de cultura e lazer 30

3.4 Festival de culinária. 30

3.5 Exposição de arte: Encontro em família. 30

3.6 Desafio: Afinidade em família. 31

3.7 Aprendendo com os filhos. 31

3.8 A escola como centro de discussão sobre os problemas da comunidade. 32

3.9 Ensinando com os professores. 32

3.10 Comunicação integrada. 32

3.11 Gincana educativa. 33

3.12 Amigos da escola. 33

3.13 Bazares de pechincha. 33

3.14 Projeto de artesanato. 34

3.15 Família vai à escola. 34

3.16 Projeto horta escolar 34

3.17 Preservação do patrimônio escolar 34

3.18 Projeto: Coral 35

CONCLUSÃO... 36

BIBLIOGRAFIA.. 37

 

INTRODUÇÃO

A necessidade de uma maior clareza sobre a responsabilidade e alcance da escola na formação da criança tem favorecido muitas discussões por parte dos educadores. Isso porque existe, uma grande transferência de papeis e funções que são próprios da família para a escola. Na modernidade, a família apresenta uma enorme falta de tempo para conviver, interagir, dialogar, enfim, fazer-se presente junto aos seus filhos. E, isso precisa mudar, a fim de que família e escola possam cumprir integralmente a sua função social.

Por ser uma questão complexa e na tentativa de minimizar esses problemas e cumprir o seu papel social, a escola procura manter uma parceria com as famílias. Isso decorre da compreensão de que o processo formativo integral pressupõe a participação efetiva tanto da escola quanto da família.

Quando se fala em educação, cabe uma reflexão à respeito dos deveres da família, escola, comunidade, enfim, sociedade em geral.

A intervenção conjunta é a que melhor atende aos interesses de todos, posto que cada um, dentro da sua especificidade, procure desempenhar sua função de educador.

A escola deve desempenhar não o papel de educar o aluno, dar a educação que seus pais deveriam dar. Seu papel é criar um bom relacionamento com os pais dos alunos e conscientizá-los da importância da união entre a escola, o pai e a mãe para a educação de seus filhos.

A importância deste tipo de união é percebida no momento em que estes três elementos cobram do aluno/filho o mesmo padrão de conduta, ou seja, eles devem ser bem tratados na escola, mas também receber punições e gratificações conforme seu comportamento, isto tudo com o respaldo dos pais, e as crianças sabem que seus pais aprovam esta posição e, ainda, tem a mesma posição dentro do ambiente familiar.

Os pais precisam ter conhecimento da importância que se tem que dar a educação de seus filhos. Existe certas coisas que podem ser substituídas, outras

não podem ser por hipótese nenhuma: a educação familiar, que deve ser dada pelos pais, e, somente eles podem dar, bem como a educação escolar, que pode ser oferecida e proporcionada somente pela escola.

Desse modo, a presente pesquisa tem o propósito de proporcionar uma discussão acerca da participação da família na escola com vistas na melhoria do desenvolvimento da aprendizagem.

Para tanto, essa pesquisa bibliográfica está estruturada em três capítulos.

No primeiro capítulo, procurou-se fazer uma breve discussão acerca da educação na atualidade, buscando retrata-la e comparar com antigamente. Bem como constatar os valores que se tem dado à educação atual e a visão de alguns estudiosos sobre a perspectiva em se ter uma educação voltada para a formação da cidadania. Também foi realizada uma breve discussão sobre o avanço das tecnologias, bem como, sua contribuição para o processo educacional.

No segundo capítulo, destacou-se o papel da família no processo educacional, que é de fundamental importância, e, buscou-se conscientizar tanto educadores quanto pais, que quanto maior for a proximidade entre escola e comunidade, maior e melhor será o desenvolvimento das potencialidades das crianças.

Já no terceiro capítulo, houve uma breve contextualização a respeito da afetividade e do compromisso das famílias com a escola e vice-versa. Também foi apresentado, ainda neste capítulo algumas propostas as quais visam atrair e integrar os pais À escola, a fim de que, se possa ter sucesso no desenvolvimento da aprendizagem.

Nesse contexto, espera-se ao final dessa pesquisa mostrar que, tanto a escola quanto a comunidade devem estar preparadas e atentas para a valorização que cada um tem no processo educativo, e, que ambos busquem respeitar e propiciar atividades que favoreçam a socialização e a inclusão da família na escola.


CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE

A educação na atualidade tem demonstrado a necessidade de práticas educacionais que obriga os educadores a renovarem, permanentemente, a sua compreensão acerca dos projetos educacionais que executam e defendem.

A história da educação no Brasil tem sido uma história de perdas, de exclusão e de manutenção dos privilégios de minorias. A herança que crianças e os jovens, hoje a maioria da população, recebem dessa história caracteriza-se pela carência, pelo descrédito e ausência de perspectiva, pela perplexidade; a crise da educação atinge níveis intoleráveis. A política de desobrigação do Estado com a educação pública, gratuita e de qualidade cada vez mais vem excluindo crianças, jovens e adultos da escola, aprofundando as desigualdades sociais. (CONED, 1998, p.........)

Nesse contexto pode-se dizer que, educador fica o papel de formar cidadãos para o desenvolvimento de sua cidadania, mas, no entanto a educação ainda é vista como privilégio de poucos. A escola, historicamente, vem defendendo que seu papel é o de formar indivíduos para a sociedade. Mas, essa mesma sociedade não se mostra estruturada para comportar os cidadãos com saberes e entendimentos da vida o qual a escola ensina.

Portanto, a mudança no processo educacional é algo que não depende somente do educador, mas, também, das transformações possíveis, operadas no sistema de ensino.

Bolbio (1992) fala a respeito do surgimento e a evolução dos direitos humanos, os quais, interligados à paz e a democracia, formam um trio indissolúvel e relativo. Esse autor afirma que este trio tem a responsabilidade de perceber que o individuo tem uma dignidade intima à sua condição humana e que sendo assim, ele tem o direito de adquirir direitos e, por conseguinte, a existência dos direitos limita-se a ação de que todo e qualquer individuo tenha uma educação gratuita e de qualidade. Assim, a vigência de um direito tem como propósito a existência de

normas que garantam a realização do seu cumprimento, isto é, cada direito precisa, para sua garantia, um dever. Isso implica dizer que, se a educação é algo que deve estar condizente com a realidade de cada um, também cabe a quem a recebe, busca cumprir seu dever que é de se formar e educar-se para o exercício de sua cidadania.

Sendo assim, possibilitar a justiça e dar garantias de liberdade e criação devem ser objetivos da educação, sempre visando melhorias e revendo deveres e direitos de todo e qualquer processo educacional.

A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolve na criança, certo número de estados físicos, intelectuais, morais, reclamando pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine. (DURKHEIM, 1978: 41).

Segundo a definição de Durkheim pode-se concluir duas idéias de grande importância para a educação: a primeira é que ela é múltipla e ao mesmo tempo uma, e, a segunda é que ela se constitua na socialização metodótica das novas gerações.

Considera-se a educação como múltipla e uno porque ela simplesmente não é a mesma em todos os lugares e em todas as partes.

No interior das sociedades, por exemplo, a educação varia entre os habitantes. Atualmente, pode-se citar a educação do filho do operário que não é a mesma do filho do patrão; a educação no campo é completamente diferente daquela que é pregada na cidade. Mas, ela não é diferente somente neste aspecto, cabe dizer também que a educação varia e acordo com a religião, com a profissão para a qual o indivíduo está se preparando dentre outros.

No entanto, mesmo com essas distinções, nota-se que em uma mesma sociedade, independente de como a educação ocorre, e da categoria social a qual a criança pertence, cabe-lhes receber a educação como uma herança comum a seu povo e à humanidade.

O ser humano espontaneamente não se submeteria à autoridade, não respeitaria a disciplina, não se sacrificaria por objetivos comuns. É a educação, como socialização, que o leva a tais condutas sociais. (PILETTI, 1995: 113).

Sendo assim, compreende-se ao nascer o ser humano é um indivíduo associável, e, ao passar de geração a geração, a educação que lhe é dada transforma aquele ser associável em um indivíduo sociável, com possibilidades mutuas para participar de toda e qualquer sociedade, exercendo total cidadania.

Nesse contexto, a educação é um meio de passar estímulos às crianças para que se tornem no futuro, cidadãos críticos e respeitáveis.

A própria escola poderá modificar-se, superar seus graves problemas, se se dispuser a possibilitar maior participação dos alunos. Os problemas dos altos índices de reprovação e de evasão escolar, por exemplo, poderiam ser encaminhados de forma mais satisfatória se alunos e ex-alunos pudessem discuti-los livremente e propor soluções. (CURY, 2002: 63)

Desse modo, se houver estímulos para a participação dos alunos nas aulas, a escola estará dando sua contribuição para a formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades sociais.

Quando educado para a participação, o indivíduo torna-se capaz de fazer análises críticas tanto do seu próprio comportamento quanto dos demais indivíduos, tornando-se parte da sociedade e não se sentindo excluído por ela.

Assim, se a escola trabalhar em busca de diminuir os índices de exclusão social, ela estará contribuindo para a redução do número de marginalizados e construindo uma sociedade mais justa e de desigualdades para todos.

“A educação coloca-se contra a barbárie e que esta é resultado da heteronomia de sujeitos que acatam ordens de outrem e as colocam em prática sem refletir.” (ADORNO, 1971: 35)

Nessa concepção, a educação escolar deve ir além da mera transmissão de conteúdos, deve também privilegiar práticas que possibilitem a construção da autonomia do educando.

Segundo Arendt (2003), a educação está em busca do aluno ideal, que deve situar-se dentro de determinados parâmetros.

Pode-se então acreditar que o direito a educação é um paradoxo, pois, para desfrutá-lo, o indivíduo é obrigado a apresentar-se de acordo com os padrões pré-estabelecidos, a existência desses direitos, passando a viver em função da sociedade a qual pertence.

Educação é um tema muito discutido por governantes e educadores, pois o alto índice de insucesso escolar tem contribuído para que a sociedade brasileira, de modo geral, venha desacreditando na escola e passam a ver com naturalidade a repetência, a retenção e a desistência dos alunos, principalmente daqueles provenientes de camadas populares.

Lamentavelmente, ate mesmo entre os educadores, é grande o número dos que concordam que a educação escolar seja totalmente seletiva e não acessível a todos os cidadãos, vendo isto como algo simplesmente natural. Desse modo, a educação simplesmente é vista pelo educador como mais um serviço prestado, onde ele é remunerado, tirando sua parcela de responsabilidade na formação de cidadãos.

Numa visão democrática e progressista, a educação escolar é entendida como parte integrante da sociedade, refletindo as contradições da estrutura social e evidenciando compromisso na divulgação de uma nova concepção de mundo, trabalhando em favor das camadas menos favorecidas da população. (VEIGA, 1995: 68)

Nessa perspectiva, o real objetivo da educação é a construção da cidadania, mediante a preparação do educando para a vida sócio-política e cultura. Embora na atualidade o discurso de muitos educadores é unânime em relação à necessidade de transformar a escola, ainda são grandes os obstáculos que atrapalham a mudança de uma escola conservadora para uma que atenda às necessidades de preparação do indivíduo para a vida.

Há algum tempo atrás educação era sinônimo de autoritarismo, onde o educador era visto como aquele que tudo sabe e o aluno como um mero receptor de informações. Mas, hoje educar vai muito além, envolve parcerias em busca de melhorias na qualidade do ensino visando uma educação totalmente voltada para a cidadania.

Posto a necessidade de se formar cidadãos críticos e conscientes, os educadores se defrontam com inúmeros documentos criados por autoridades que consideram a educação para a cidadania como uma finalidade do sistema educacional, mas que não apresentam claramente um caminho para que o educador possa seguir e desenvolver suas práticas pedagógicas. Ou seja, ao professor é pedido que eduque para a cidadania sem que lhe seja fornecido nenhum método de ação, e, sendo assim, essa educação para a cidadania torna-se uma meta muito difícil de se atingir.

Confrontados com taxas elevadas de insucesso e abandono escoalr por parte dos alunos, e frente ao grande aumento de indisciplina que o educador enfrenta nas salas de aula, muitos vêem a educação para a cidadania como mais um problema que a ele cabe enfrentar e resolver, enfim, isso passa a ser visto como algo que lhes vai trazer um acréscimo de trabalho.

A cidadania não é uma identidade entre outras, tal como no liberalismo, ou a identidade dominante que se sobrepõe a todas as outras, como no republicanismo cívico, é um principio articulado, que afeta as diferentes posições de sujeito do agente social, ao mesmo tempo em que permite uma pluralidade de compromissos e o respeito pela liberdade individual. (MOUFFE, 1996: 63)

Isso implica dizer que a cidadania não pode ser criada à custo do sacrifício da liberdade que cada indivíduo tem. Ela deve ser baseada em princípios de liberdade e de igualdade para todos.

O conceito de cidadania no incremento da educação para a cidadania ao nível da escola, implica a utilização de modelos e práticas de ensino, baseado no pressuposto de que a escola tem um papel fundamental de incluir valores e atitudes no cotidiano do indivíduo que nela está inserido. Nesse caso, é importante destacar que a educação para a cidadania é muito mais que um incremento na educação, mas sim, um processo de desenvolvimento de competências a qual a escola está inserida.

A educação para a cidadania é um campo teórico e prático onde se traduzem, em acordos e desacordos, as nossas concepções da vida social e política, a definição dos direitos, liberdades e obrigações que julgamos legitimas para a nós e para os outros, as nossas formas de pensamento em relação aos conflitos e À sua resolução, as nossas concepções sobre a educação, o papel das famílias, a escola e as outras instituições susceptíveis de intervir na instrução, na educação e na socialização, o lugar que tem os conhecimentos ou a experiência na construção coletiva das competências. (AUDIGIER, 1999: 46)

Segundo este autor, se junta a todos estes elementos a necessidade de uma perspectiva que permita adiantar aspectos que promovam a evolução da sociedade, porque o papel da escola é formar jovens e adultos que saibam compreender e responder a questões atuais ou não, buscando respeitar um conjunto de valores e princípios em torno de uma cidadania democrática e dos direitos humanos.

Assim, pode-se dizer que o exercício da cidadania promove oportunidades para que o indivíduo pratique e desenvolva sua autonomia, responsabilidade e criatividade, levando-o a se sentir incluído no processo social ao qual ele pertence.

Quando se fala em uma educação voltada para a cidadania procura-se mostrar que esta implica uma grande complexidade e valorização de um processo interdisciplinar. Sua prática não deve meramente corresponder a um processo de moldagem das crianças como sujeitos corretos e disciplinados ou, mais tarde, como adultos adaptados, moldados a seguir a risca tudo que lhe é posto como politicamente correto. Mais importante que isso é que se forme e consciente da realidade a qual ele está inserido.

Este desafio torna indispensável que se escute e se tome consciência do sentido e do conteúdo dos saberes prévios dos jovens e dos seus pontos de vista acerca dos problemas que os afetam, ou que têm relevantes à luz das suas crenças. Para que essa finalidade seja alcançada, a educação para a cidadania deve ser transformada no estudo da política real, uma vez que se tratando de um “assunto interessante, deve ser ensinado de uma maneira interessante”. (CRICK, 1999: 33)

Nesse sentido, é importante que o educador tenha ciência da realidade de seus alunos, para que junto com eles possa desenvolver um trabalho voltado para a resolução de problemas pelo qual eles possam estar passando.

Assim, pode-se dizer que a formação do professor é de grande importância para que se possa atingir as mudanças necessárias num processo de incremento de uma educação que não se resuma na aplicação de teorias educativas segundo critérios pré-definidos e em contextos frequentemente artificiais, mas em encontrar formulas e processos que favoreçam uma verdadeira implicação dos sujeitos no seu próprio processo formativo.

Nesse processo educativo, aos educadores reserva-se um papel de grande importância, pois ele é um elemento fundamental no processo de socialização dos educandos, se destacando pela tentativa de moldar e formar nestes um cidadão, promovendo assim, a educação para a cidadania. Contudo, é importante salientar que não deverá ocorrer o esquecimento ou o abandono puro e simples dos saberes disciplinares. Mas, repensar e reconfigurar o papel do educador frente às inúmeras mudanças que vem ocorrendo em todo o processo educacional.

Levando-se em conta que “o homem, ao vir ao mundo, a educação deve prepara-lo para viver. Na escola se deve aprender a manejar as forcas com as quais na vida se há de lutar”, há que se dosar coerentemente não só as atividades docentes e extra-colares, de modo que o aluno disponha de tempo real para se adentrar com profundidade nas esferas em que for desenvolvendo interesses. (Escola Ciclada de Mato Grosso, 2000: 73)

Nesse contexto, o conjunto de atividades que a escola oferece ao aluno deve ter caráter múltiplo e heterogêneo, que oferta atividades voltadas à sua realidade, fornecendo-lhes oportunidade de opções individualizadas para que estude seus problemas e juntos aprendam a resolve-los se socializando com todos que o cerca.

Frente a isso é possível considerar que a educação tem a função de garantir condições necessárias para que o educando construa suas próprias idéias de aprendizagem. Nesse sentido percebe-se que a educação visa fornecer dados para que alunos e professores possam refletir sobre quem e como são, sobre as posturas que assumem perante os outros e a realidade, buscando coesão em si mesmos.

Também implica dizer que os agentes que fazem parte do processo educacional, principalmente o docente e a escola devem estar sempre se redefinindo em busca de melhorias para a educação. É importante lembrar que antigamente a escola era vista simplesmente como um lugar onde as pessoas iam em busca de informações, ou seja, a busca do conhecimento. Hoje o acesso ao conhecimento está mais fácil e disponível para todos, pelo menos em tese. Sendo assim, se a escola simplesmente se manter como mera transmissora do conhecimento terá seu papel social enfraquecido.

Numa perspectiva de trabalho em que se considere a criança como protagonista de construção de sua aprendizagem, o papel do professor ganha nosvas dimensões. Uma faceta desse papel é a de organizador da aprendizagem; o professor também é consultor nesse processo mediador, ao promover a confrontação das propostas dos alunos; controlador ao estabelecer as condições para a realização das atividades, sem esquecer de dar o tempo necessário aos alunos; incentivador de aprendizagem. (PCN, 2000: 4-40)

Segundo os PCNs, a escola precisa estar sempre atenta para não se deixar ultrapassar pelas transformações que estão ocorrendo à sua volta, tornando-se antiquada e com uma formação sem um significado expressivo para os seus alunos.

É possível afirmar que, no momento em que a concepção ampliada de educação passar a ser vista como propostas educativas escolares mais abertas, mais próximas do legado do movimento de renovação pedagógica do qual a educação faz parte, exatamente neste momento, a própria educação será estruturada e incorporada uma visão totalizante de formação de indivíduos como ser pleno, social e pronto para o exercício de sua cidadania.

Vista como um fator social, a educação não está separada da realidade material e subjetiva que a gera e lhe confere especificidade. Nesse sentido, o desenvolvimento de relações sociais de novo tipo, promovidas e proporcionadas, sobretudo por transformações que se operam na base material de vida e consequentemente nas novas configurações de poder, resultam na necessidade de desenvolvimento de processos educativos novos.

É dessa forma que as tecnologias da informação e da comunicação, em especial o computador, adquire importância fundamental e merece destaque em qualquer reflexão que venha a ser feita a respeito da importância e as demandas para uma educação voltada para a atualidade.

Com a hegemonia da informática, impõe-se uma certa lógica e, por conseguinte, um conjunto de prescrições que versam sobre os enunciados aceitos como de saber. Pode-se, então esperar uma explosiva exteriorização do saber em relação ao sujeito que sabe, em qualquer ponto que este se encontre no processo de conhecimento. (LYOTARD, 2000: 04)

Segundo o autor, pode-se dizer que a sociedade está mergulhada na era digital, com sites que disponibilizaram continuamente, informações de acesso imediato, em um ambiente de usos compartilhados e interativos.

À medida que as tecnologias vão se tornando mais e mais rápidas, além de ler mensagens e escrever coisas, há uma comunicação que mesmo distante pode ocorrer o processo de aprendizagem.

As tecnologias podem ajudar, mas, educar é aprender a administrar um conjunto de informações e torná-las algo significativo para si mesmo, isto é o conhecimento.

Educar é um processo complexo, não é somente transmitir idéias, é também ensinar a lidar com as emoções, sensações que invadem o ser humano. Ao educador cabe passar confiança ao educando, ajudando-os a evoluir no processo de ensino-aprendizagem.

Através do uso das tecnologias, em especial a internet, o saber fica um tanto artificial pois, a relação do sujeito com o saber muda, torna-se uma relação entre usuários e fornecedores do conhecimento, fazendo com que o saber perca o seu valor de uso e se torne apenas uma forca de produção.

No entanto, as novas tecnologias e conceitos como saber flexível e aprendizagem cooperativa começam a se fazer cada vez mais presentes nos ambientes educacionais.

Desse modo, torna-se necessário a criação de um novo estilo de pedagogia que incorpore as novas tecnologias na educação e favoreça ao mesmo tempo os aprendizados individualizados e também o aprendizado coletivo.

Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de pesquisa, a imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e a análise de textos e de imagens, a representação de redes, de procedimentos e estratégias de comunicação. (PERRENOUD, 2000: 60)

Na visão do autor, pode-se entender que o desenvolvimento para formar cidadãos competentes, vai além da aquisição de conhecimentos que, isolados, não são suficientes. É necessário relacionar os conhecimentos, com os problemas encontrados, isto é, a competência tem que estar ligada a uma prática social e assimilada ao desenvolvimento tecnológico.

Pode-se assim dizer, que a comunicação virtual é importante, pois ela cria uma interação mais livre no tempo e no espaço e permite maior liberdade de comunicação. Mas, apesar disso, a comunicação presencial ainda é fundamental e vai ser sempre, pois é através dela que se torna possível estabelecer um vínculo de confiança entre educando e educador.

Segundo a concepção de educação atual, o conhecimento é uma construção humana de significados, que se dá baseado no contexto em que as pessoas aprendem a partir de estímulo, causado pelo desejo ou necessidade. Sendo assim, frente ao uso das novas tecnologias, o redimensionamento do papel do professor, avança no sentido de transcendência do papel de mero transmissor de conteúdos, rumo à sua transformação em facilitador e estimulador do processo de aprendizagem.

As habilidades requeridas pelo grande impacto das tecnologias, impõem a exigência de maior competência por parte dos educadores para atender e interagir informações, o que implica o domínio cultural sobre os diferentes conhecimentos e das relações existentes entre eles.

Assim, mais do que nunca, o educador não pode ser considerado somente aquele que dá aula. Sua ação não se limita nas paredes da sala de aula e, nela, não se apresenta somente como representante de um ofício escolhido, mas como uma pessoa dotada de saberes, experiências, dúvidas, como qualquer outro ser, e, que está ali para ensinar e também aprender.

FAMÍLIA E ESCOLA

Quando se fala em educação, pensa-se logo na escola, mas, no processo educacional ocorre que, as razões que levam o aluno a progredir tanto na escola quanto na sociedade podem estar centradas na própria família.

As famílias estabelecem fundos de conhecimento diversos, de acordo com sua própria história. São conhecimentos construídos na esfera das relações sociais, ensinados/aprendidos na atividade produtiva mediante os intercâmbios que produzem contextos onde a necessidade de aplicação e aquisição dos conhecimentos facilita estruturas de aprendizagem com ajuda. (BOURDIEU, 1998: 26)

Isso implica dizer que a família tem a responsabilidade de transmitir conhecimentos a partir da história devida o qual a criança faz parte aproveitando os laços de afetividade que dão facilidade pra que se construa uma aprendizagem significativa.

A participação da família na vida escolar da criança é de grande importância para o desenvolvimento da aprendizagem.

As escolas hoje fornecem refeições e serviço de creche, além de terem uma participação direta no ensino de habilidades até então reservadas tradicionalmente à família e a igreja – de aulas de direção a educação sexual, de natação e higiene pessoal. (SCHARGEL, 2002: 8)

Dessa forma, os profissionais da educação realizam as tarefas que deveria ser conferida à família, os educadores agem como pais substitutos, além de exercer o papel de médico, psicólogo, dentre outros.

A maioria das famílias é vista como uma instituição carregada de problemas, tanto financeiros quanto afetivo, mas, se esta procurasse mais a escola e se interessasse mais pelo saber da criança, talvez seria possível ter uma aprendizagem de maior qualidade.

Para muitos pais ou responsáveis, a escola nada mais é do que uma instituição social, que traz possibilidades de um futuro melhor aos seus filhos, por haver esta compreensão, e, uma certa confiança nos educadores, os pais acabam esquecendo de suas obrigações, e, mesmo tendo a consciência da importância que os estudos tem na vida, conforme a situação que a família enfrenta, os próprios pais tiram os filhos das escolas.

A família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do engajo familiar ou da forma como vem se estruturando. (KALOUSTIAN, 1988: 68)

Segundo o autor, é a família que propicia os suportes afetivos e sobretudo materiais, necessários ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes. Ela representa um papel decisivo na educação informal e formal, é em seu espaço que são absolvidos os valores morais e humanitários. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais e os laços de solidariedade.

Em suma, pode-se dizer que as crianças que têm o envolvimento da família em sua vida escolar têm grandes desenvolvimentos em seu potencial de aprender. Já aquelas que a família não acompanha estão constantemente sem motivação e na maioria das vezes possuem um baixo rendimento escolar ou um comportamento fora dos padrões da turma, indicando que provavelmente exista uma associação direta entre o envolvimento da família e seu arranjo enquanto organização social e o desempenho da criança ou adolescente na escola.

Para que as crianças tenham sucesso na sala de aula e na vida, não basta garantir-lhes uma vaga na escola, é necessário muito mais que isso.

É necessário que a família seja convocada a trabalhar e lutar pela criação de condições que venham contribuir para que cada uma criança, que, passa pela escola, tenha sucesso tanto na sala de aula quanto na vida.

As pesquisas verificam regularmente que o envolvimento da família tem um efeito positivo direto no aproveitamento das crianças, e é o indicador mais preciso do sucesso de um aluno na escola. Esse envolvimento aumenta de forma significativa as oportunidades para todos os estudantes, e é fundamental para aqueles estudantes que se encontram em situações de risco. (SHARGEL, 2002: 45-64)

Para o autor, a família é com base para que o aluno se desenvolva no processo educacional. Mas, no entanto quando estas estão em situação de perigo, geralmente os pais resistem em expor os problemas a escola, talvez por sentir-se envergonhados ou humilhados por estar necessitando da ajuda dos outros.

Assim, cabe ao educador manter-se sempre em contato com a família dos seus alunos, trazendo-as para participar das atividades realizadas na escola, em busca de despertar o interesse delas pela vida escolar das crianças. Agindo assim, o educador estará sempre se interando com os problemas cotidianos de cada criança, e, a partir disso poderá planejar suas aulas de forma significativa, com conteúdos do dia-a-dia, procurando sempre diversificar a sua maneira de ensinar.

Nesse contexto, ainda cabe a escola estar sempre atenta aos seus alunos e, promover atividades que englobam a família na escola, principalmente daqueles que demonstram dificuldades na vida escolar e social.

Geralmente o inicio das pessoas na cultura, nos valores começam pela família. Por isso, para que ocorra o desenvolvimento da personalidade das crianças é necessário que seu ambiente familiar traduza valores crescente de progressão educativa.

Desse modo, as instituições, em especial a escolas deve apoiar e também respeitar os esforços de alguns pais ou responsáveis que se preocupam com a educação de seus filhos. Cabe aos educadores também colocar-se em posição efetiva de gerar iniciativas dirigidas a elevação e aprimoramento social e educacional de seus educandos e respectivas famílias.

Nessa visão, a escola por ter maior proximidade com as famílias torna-se em instituição social importante na busca de macanismos que auxiliem em um trabalho avançado favorável que mobilize todos os integrantes, tanto da escola quanto da família em busca de proporcionar um melhor aproveitamento na aprendizagem.

Repensar sobre o papel e sobre a função da educação escolar, seu foco, sua finalidade, seus valores, é uma necessidade essencial; isso significa considerar características, ânsias, necessidades e motivações dos alunos, da comunidade local e da sociedade em que ela se insere. A escola tem necessidade de encontrar formas variadas de mobilizações e de organização dos alunos, dos pais e da comunidade, integrando os diversos espaços educacionais que existem na sociedade. (PCNs: 10)

Nesse sentido, o que cabe a escola fazer, é melhorar a posição da família na participação do calendário escolar, promovendo-a nas realizações dos projetos pedagógicos, levando em conta os grandes e sérios problemas sociais tanto da escola como da família.

Unir escola e família de forma mais próxima, significa desenvolver e construir comunidades nas quais é possível satisfazer as necessidades básicas em busca de uma melhor qualidade de vida para as gerações futuras. No entanto, para isso é necessário que haja princípios de convivência comunitária bem como exercitar esses princípios por meio de relações mais frutíferas e com compromisso com o desenvolvimento educacional e social.

Para que tal união ocorra, é necessário que família e escola se unam em busca de um mesmo ideal, com uma proximidade real. Uma aproximação que ultrapasse o costume de entregar a criança na porta da escola ou em que a escola simplesmente tem contato com os familiares de seus alunos somente em dias de festividade ou de entregas de notas e relatórios. Ao oposto a isso, é necessário uma relação que assegure à criança estudante a certeza de que sua família e a escola em que estudam partilham dos mesmos valores, ainda que, em certos momentos, utilizarem formas diferentes para alcançar o mesmo objetivo, com vistas à felicidade.

Isso posto, a escola e família devem se juntar e procurar compreender qual a melhor forma para que a criança se desenvolva, o que ele precisa para conseguir unir as informações recebidas em seu cotidiano por diversos meios e que caminhos ela necessita seguir para que seu aprendizado seja satisfatório e como fazer isso para que esta possa ser feliz.

Necessitam se unir ainda para que juntos descubram como e quando terá que dizer sim ou não, em busca de orientar as crianças e jovens quando necessário, quanto as suas opções de vida e o que elas ocasionam, para lhe mostrar seu papel social, seu poder de transformar a si mesmo e aquilo que estiver ao seu alcance, mas, para que tal união ocorra, tanto a família quanto a escola precisam ter vontade de se encontrar e juntar-se.

Agindo assim, a família perceberá que a capacidade da escola e de seus educadores vai muito além de meros conteúdos e do simplesmente passar de ano. A escola nada mais é do que uma aliada na vida das pessoas.

“As ações educativas na escola e na família apresentam funções distintas  quanto aos objetivos, conteúdos e métodos, bem como as expectativas e interações peculiares a cada contexto.” (SZYMANSKI, 2001: 62)

Segundo o autor, a escola e a família devem caminhar lado a lado, pois quando ambos mantêm boas relações, as condições para que ocorra um bom desenvolvimento e uma boa aprendizagem podem ser bem maiores. Assim, educadores e pais devem ser instigados a discutirem e buscarem métodos conjuntos, que favoreça o desenvolver de tais habilidades.

Nesse sentido, cabe à escola admitir a importância do trabalho em conjunto com os pais, na história e no projeto escolar dos alunos e ajudar as famílias a cumprirem o seu papel na educação, no desenvolvimento e no sucesso profissional dos filhos, e, também na transformação da sociedade.

Quando se fala em educação, é possível destacar como papel fundamental dos pais e responsáveis que é favorecer o desenvolvimento de valores morais e éticos, permitindo assim, que a educação aconteça e se faça presente no âmbito familiar, escolar ou em qualquer local de interação social.

Desse modo, a educação é algo que deve começar em casa e a escola dará seqüência. Se a criança chega a escola sem nenhum conhecimento e sem saber separar o bem do mal, a escola terá então, que iniciar seu trabalho de educação por aquele que já deveria ter começado pela família. Caso isso ocorra, o tempo planejado pela escola para que o trabalho escolar seja realizado acaba por ficar comprometido.

Assim, é de grande urgência que a família e os educadores se juntem numa parceria onde os papeis de cada um sejam bem definidos, evitando que o aluno chegue à escola com a necessidade de obter uma educação a qual deveria ter recebido em casa, e, que a escola repasse às famílias o que cabe a ela ensinar.

O fato de as atividades de ensino e aprendizagem, nas diversas matérias, constituírem a função especifica da escola, não implica que a comunidade deva estar ausente delas. Pelo contrario: quanto maior a presença da comunidade, tanto maior tenderá a ser a eficácia dessas atividades. (PILETTI, 1995: 100)

Segundo o autor, o conhecimento e a participação dos familiares do aluno é de suma importância para a eficiência de todo e qualquer trabalho escolar. Embora tal conhecimento seja importante para o professor, a escola, pode fazer visitas e colocar as informações à disponibilidade dos professores. No entanto, na pode substituir o contato direto do professor com a família do aluno e com seu ambiente familiar. Sempre que possível, cabe ao professor empenhar-se para conseguir visitar as famílias dos seus alunos, no mínimo duas vezes ao ano.

A partir das visitas às famílias do aluno, os educadores podem constatar as principais necessidades das crianças, e, a partir disso pode-se buscar desenvolver um processo de aprendizagem baseado nos interesses das crianças, valorizando o que já sabem, fazendo com que assimilem conhecimentos a partir de suas vivências e coisas concretas.

Assim, é fundamental que o educador conheça os alunos e suas famílias, procurando saber quais são suas dificuldades, seus medos e planos. Enfim, ao educar cabe descobrir particularidades que marcam a trajetória de cada família e por conseqüente, do aluno o qual ele atende. Tais informações são preciosas para que o professor possa avaliar o êxito de suas ações enquanto educador, identificando demandas e construindo propostas educacionais compatíveis com a realidade vivenciada. Mas, para que isso possa acontecer é necessário que os envolvidos sejam capazes de construir coletivamente uma relação de dialogo mútuo, onde cada parte envolvida tenha o seu momento de fala e de opiniões e onde realmente exista uma efetiva troca de saberes. O educador também precisa conhecer as razoes pelas quais as famílias não têm correspondido ao que os educadores esperam enquanto sua participação na escola. Para tal o educador precisa se despir da sua postura de juiz, que condena sem ao menos conhecer as razoes e buscar incorporar o espírito investigador que busca as causas para o desconhecido.

Não há duvidas de que psicólogos, educadores e demais profissionais que atuam na escola reconhecem a importância das relações que se estabelecem entre a família e a escola e os benefícios potenciais de uma boa integração entre os dois contextos para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo do aluno. Para que isto ocorra, é preciso adaptar diferentes estratégias e formas de implementar a relação família-escola, considerando o contexto cultural, isto é, as crenças, os valores e as peculiaridades dos ambientes sociais. (MARQUES, 2001: 68).

Desse modo, para superar as descontinuidades entre os ambientes familiar e escolar, é necessário que se conheça os tipos de envolvimento entre pais e escola e estabelecer estratégias que permitam a concretização de objetivos comuns.

Acredita-se então, que para criar uma relação efetiva entre pais e escola, é necessário que os educadores aceitem a responsabilidade de se comunicarem de forma clara, simples e compreensível com os pais. Além disso, também é imprescindível que todos percebam que o sucesso da parceria entre família e escola está interligado à compreensão das diferentes questões que o envolvem, na ação educativa, procurando respeitar o aluno e sua história escolar. Ainda cabe a escola considerar que pais e educadores têm uma relativa igualdade de “poder” sobre a criança, compreendendo que ambos devem ser honestos uns com os outros e aprendam a se adaptar uns com os outros e a concentrar o seu investimento sobre a criança, de modo a fazê-la feliz e realizada.

A ação da família é, no entanto, uma ação complementar à da escola e a ela subordinada, porque se desconfia da competência da família para o bem educar, na verdade, no mais das vezes, afirma-se que a família não consegue mais educar os seus filhos. A esse respeito, o grande problema visto pelos educadores, é que os pais não se mostram interessados em participar da escola, pois dela também se sentem afastados.

A escola deve, não só reconhecer que o aluno realiza conexões dos conhecimentos adquiridos na família, e faz deles sua referencia no intuito de compreender e estabelecer suas relações com os conteúdos curriculares, mas também implementar ações subsidiadas em tais conexões. Não é somente a criança que é afetada pela visão estanque dos conhecimentos e experiências adquiridas fora da escola, mas também pais e professores, que sentem esta ruptura e isolamento, tendo como conseqüência o prejuízo das relações interpessoais e da própria aprendizagem do aluno. (LOPEL, 2002: 39)

Para este autor, a escola deve procurar integrar os conhecimentos que a criança traz de casa, nos conteúdos escolares, podendo assim, facilitar o desenvolvimento da aprendizagem já que, o aluno estará estudando a partir de situações concretas por ele vivenciado.

Isso posto, cabe tanto a escola quanto a família analisar acerca de suas aproximações, diante da necessidade de um trabalho em parceria em prol da educação dos filhos e alunos.

A família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro da vida social. Sendo assim, uma educação bem sucedida da criança na família é que servirá de apoio a sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando se tornar adulto. No desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas, a família sempre será a influencia de maior poder.

Formar, educar o cidadão para a vida não é um trabalho simples. Quanto maior for a parceria e a solidariedade entre escola e comunidade na identificação de valores éticos, na definição de objetivos e na consolidação de um projeto pedagógico, maior será a possibilidade de oferecer aos alunos um ambiente onde desenvolvam suas potencialidades.

Ainda pode-se dizer, que a escola encontra muita dificuldade no envolvimento com a comunidade, porque a família transferiu para ela toda a responsabilidade de educar.

Hoje há uma confusão de papéis, cobranças para ambos os lados. Parece haver, por um lado, uma incapacidade de compreensão por parte dos pais a respeito daquilo que é transmitido pela escola. Por outro lado, há uma falta de habilidade dos professores em promover essa comunicação.

Mas, a escola deve e têm tentado utilizar todas as oportunidades de contato com os pais para transmitir informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as questões pedagógicas. Só assim os pais se sentirão comprometidas com a melhoria da qualidade escolar.

Quando a comunidade entender que a escola não é do diretor, nem do professor e, sim de todos, ela então irá se interessar pela escola e pela educação a qual está sendo oferecida aos seus filhos.

Assim, educadores, pais e alunos passarão a um lutar por um único ideal, que é uma educação de qualidade, que vise a formação do cidadão crítico, consciente de sua realidade, e, acima de tudo, feliz.

PROPOSTAS QUE PODEM ATRAIR A FAMÍLIA PARA A ESCOLA

Por muito tempo, a família nos serviu como objeto de estudo, mas, no entanto, é no ambiente familiar que a criança vivencia a primeira forma de amor, com a qual se tem contato na vida, é nela que o indivíduo se humaniza.

Essa instituição chamada família, tem recebido pouco investimento das pessoas, inclusive por parte dos educadores. A humanidade como um todo está perdendo o sentido propriamente humana da afetividade e do compromisso com o conjunto para a individualidade, o consumismo e a solidão.

Nesse sentido, cabe ressaltar que na atualidade a família é vista como aliada no processo de ensino-aprendizagem, onde pai deixa de ser simplesmente aquele que dá ordens e a criança obedece não por respeito, mas por medo.

São várias as oportunidades para que a escola possa abrir suas portas aos pais e a comunidade, sem que esta fique simplesmente presa somente às reuniões bimestrais ou semestrais.

O primeiro passo para a interação positiva entre a escola e a comunidade é, sem dúvida, o conhecimento da própria comunidade por parte da escola. Quando os educadores (professores e administradores) são originários do meio em que se localiza a escola, sua vida comunitária certamente fornecerá inúmeros dados para esse conhecimento. (PILETTI, 1995: 95)

De acordo com o autor a interação entre escola e comunidade é algo positivo para a aprendizagem. Mas, no entanto, o conhecimento que o aluno traz da comunidade só terá validade se for utilizado como suporte de aquisição e assimilação de conhecimento, contribuindo assim para o crescimento global tanto do aluno quanto da comunidade o qual ele está inserido.

Para que esse crescimento ocorra, é preciso que o educador deixe de se sentir superior, e, ao invés de agir como mero transmissor de conhecimentos e controladores de comportamentos passe a trabalhar unido, lado a lado com os

alunos e também com os pais em busca de proporcionar uma aprendizagem prazerosa e com significados. Também, é de grande importância que a escola esteja sempre em contato com a comunidade, para que todos possam se sentir a vontade para participar das atividades escolares desenvolvidas pelos educadores e também se sentir envolvidos com a educação dos próprios filhos.

Sendo assim, cabe a escola se unir aos pais e buscar sempre trazê-los à escola, não somente em dias de entrega de notas, relatórios ou para falar mal dos seus filhos. Mas, em busca de valorizar a comunidade, construindo com ela projetos pedagógicos, prestar contas dos trabalhos realizados na escola, abrindo-lhes as portas para que participem das ações educativas que favorecem o envolvimento coletivo.

Pode-se dizer então, que a relação escola-comunidade facilita muito o processo de ensino-aprendizagem. Pode ocorrer que o professor ou qualquer outro trabalhador em educação, sinta-se inibido no inicio desse processo de conhecimento e parceria, mas, como os resultados que surgem são positivos, este sentimento logo desaparece.

Também é importante ressaltar que, da mesma forma que a escola necessita estar presente na comunidade para que seu trabalho tenha resultado positivo, a família também deve caminhar lado a lado da escola. A presença dos pais na escola, além de ser manifestada no modo tradicional, como em reuniões de pais e mestres, conselhos da escola, dentre outros, pode ser realizada de modo mais informal, onde a comunidade participe de forma espontânea.

O indivíduo é ativo me seu próprio processo de desenvolvimento nem está sujeito apenas a mecanismos de maturação, nem submetido passivamente a imposições do ambiente. A importância da atuação de outros membros do grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo e na promoção dos processos internalizados. A intervenção deliberada dos membros mais maduros da cultura no aprendizado das crianças é essencial ao seu processo de desenvolvimento. (OLIVEIRA, 1997: 104-105)

Para o autor, é importante que o educador realize essa interferência de forma que seja bem sucedido na sua função de socializar conteúdos e valores da norma culta, preservando a identidade e a criatividade do seu aluno.

Nesse contexto, cabe a escola desenvolver funções que instaure e amplie o espaço potencial e apresente materiais culturais relevantes, com o qual o aluno possa se apropriar de forma criativa e singular, preservando sua identidade pessoal e grupal.

Desse modo o aluno terá maiores possibilidades de aprender sem descartar àquela bagagem trazida de casa, com os quais aprendeu por intermédio de sua família, e, esta por sua vez deve procurar estar sempre aliada a escola em busca de melhorias para os próprios filhos.

No entanto, isso só será possível a partir do momento que a comunidade entender que a escola não é do diretor, nem do professor, mas, de todos. A aproximação escola-comunidade estreita os vínculos e transforma a escola em um ambiente formador de cidadãos, aperfeiçoando o processo democrático. Essa aproximação, que não é limitada somente aos pais, auxilia na resolução de pequenos problemas do cotidiano. Além disso, permite trabalhar com os alunos questões de solidariedade, respeito e ética de uma forma mais abrangente, saindo dos limites da escola, o que favorece a construção da cidadania e o aperfeiçoamento da democracia.

Sendo assim, com o objetivo de, somar esforços, multiplicar resultados e dividir responsabilidades. Diminuir problemas como evasão e repetência, a escola busca trazer a família para junto de si, e, com ela desenvolver atividades de interação visando um melhor desenvolvimento da aprendizagem, as quais pode-se ser vistas a seguir e utilizadas como suporte para aproximar os pais da escola.

3.1 Tomada de decisão

 

Assim que o novo semestre se inicia, a escola pede aos pais para estabelecer metas com os filhos. O professor informa por exemplo, que no semestre devem ser feitos 20 (vinte) exercícios de sua disciplina, e o pai se compromete com o filho, em um minicontrato, que este fará no mínimo 16 (dezesseis) dos exercícios dados. Este é apenas um exemplo, mas, serve de base para que se possa criar novas propostas ligadas às disciplinas. Assim, se o pai fizer um contrato com o filho e, o educador definir um número de realização que deve ser feito na disciplina, fará com que ele acompanhe o filho muito mais, pois ele também terá que cumprir seu acordo feito com o educador. O educador pode tomar este minicontrato um documento simples, que pode ser uma página da agenda, mas, que deve ser assinada pelo pai, pelo filho e pelo professor.

3.2 Apoio aos estudos

A escola cria uma biblioteca destinada aos pais, com livros que possam auxiliá-los a dar estudo aos filhos. O conteúdo que o professor passa para o aluno em sala pode ser reforçado pelos pais na biblioteca o qual ele pode ter acesso nos horários contrários ao seu trabalho.

3.3 A escola como centro de cultura e lazer

A escola, principalmente nos fins de semana, pode abrir suas portas para promoções artísticas – teatro, música, dança, etc, e de lazer – campeonatos esportivos, jogos comunitários, etc. As vantagens dessa conduta da escola, de abrir suas portas à comunidade, são múltiplas: beneficiam tanto a educação das crianças quanto o desenvolvimento comunitário.

3.4 Festival de culinária

As famílias participam juntas, cozinhando e celebrando sua participação e convivência através do preparo da refeição coletiva. Todas as famílias poderão abrir os seus livros de receita e escolher uma que seja muito saborosa, para prepará-la na escola para que todos possam degustá-la.

3.5 Exposição de arte: Encontro em família

Um bom início para esta atividade é reunir as famílias no pátio da escola, e, buscar lembrar quais os momentos agradáveis que cada um partilhou com sua família, ou em que situação isso foi marcante. Dessas recordações poderão surgir idéias que inspirem a criação de uma obra de arte que represente aquilo que o grupo eleger como mais interessante ou significativo. Essa atividade é lúdica e prazerosa e, a equipe poderá dar asas à imaginação! Essa criação será especial feita a várias mãos, uma atividade coletiva, pois deverá ser feita pelos alunos junto com alguns de seus familiares, de preferência seus pais, pois é uma oportunidade única para fazer fluir essa sinergia que existe entre ambos.

3.6 Desafio: Afinidade em família

Cada equipe elegerá uma dupla composta por aluno(a) e pai(mãe) para responderem a questões baseadas na convivência diária dos mesmos. As questões serão elaboradas pelos educadores. A dupla que acertar a maior quantidade das perguntas feitas, vence o jogo.

3.7 Aprendendo com os filhos

Um professor de artes pode estimular os pais a fazerem presentes para os filhos, no dia das crianças, por exemplo, ou com os filhos, fazerem presentes para os professores, usando materiais que eles podem trazer. Desta forma, o aprendizado é de pai e dos filhos, estimulando-os a estarem presentes em determinados espaços da escola, e a falarem dela, de forma mais familiar.

Aulas de informática podem ser outra chance agradável de fazê-los aprender com os filhos, criando espaço para trocas de conhecimento. As aulas dos pais podem ser dadas à noite pela própria escola ou por uma ação da associação de pais e mestres. Quanto mais o conteúdo estiver próximo do que os filhos aprender, maior a chance de haver interessantes trocas de idéias entre filhos, pais e professores, além dos pais estarem mostrando aos filhos que deve ser valorizado a aprendizagem.

3.8 A escola como centro de discussão sobre os problemas da comunidade

Muitas vezes a comunidade enfrenta sérios problemas e seus membros estão dispostos a participar de encontros e reuniões para analisar os problemas e buscar soluções. Entretanto, pode existir falta de local para tais reuniões e de lideranças que assumam a frente dessas discussões e da busca de soluções. É aí que entra a escola, que pode assumir a lideranças dessas discussões e encaminhar as soluções propostas: um mutirão, uma comissão para reivindicar junto às autoridades, um grupo de estudos para avaliar melhor a situação, etc.

É claro que não cabe à escola monopolizar a liderança e o controle das atividades comunitárias. À escola cabe, antes de tudo, funcionar como estimuladora do surgimento de lideranças comunitárias.

3.9 Ensinando com os professores

Antes de a criança entrar na escola, os pais a ensinaram sobre várias habilidades e assuntos. Na hora que entram na escola, os pais podem continuar ensinando. São professores na medida em que procuram um lugar para a criança estudar, verificam se todos os exercícios foram respondidos, conversam com a criança sobre o que ela aprendeu no dia de aula e verificando os livros e cadernos que foram levados tem anotações. Podem ensinar também sendo convidados pela escola a fazer pequenas palestras sobre especialidades e profissões, ou sendo voluntários em organização de passeios ou atividades na escola. As crianças tem prazer em verem seus pais na escola, trabalhando junto com os professores e sendo elogiados.

3.10 Comunicação integrada

Pais podem aprender a fazer blogs e ali resumirem as impressões sobre as matérias que os filhos aprendem, promovendo ativa troca com outros pais, com a participação de professores. Se os pais não dispuserem de computadores, podem ser usados os telecentros e ali existirem pais voluntários a ajudar os outros a se organizarem para aprender e participar. Da mesma forma, um programa de cidadania iniciado pelos professores, definindo comportamentos e atividades esperadas das crianças em relação aos materiais, ajuda na organização da casa e outras tarefas da família, economia no uso da água ou sendo os pais convidados a dar pontos aos alunos, quando identificarem estas atitudes ou comportamentos.

3.11 Gincana educativa

Pode ser realizada em finais de semana, com os times de competição formadas por pais e filhos. As provas privilegiam a cooperação para alcançar a vitória. Com este trabalho visa-se aproximar pais e filhos e transmitir estímulo e sentimento de amizade e cooperação para dentro de seus lares.

3.12 Amigos da escola

Com o projeto amigos da escola, os pais podem verificar o resultado da aprendizagem de seu filho de perto. Eles podem participar do projeto ajudando no dia-a-dia da escola.

O amigo da escola auxilia desde a sala de aula, onde ele ajuda o professor na realização das atividades escolares, até, cozinhar, cuidar do jardim, dentre outras atividades.

3.13 Bazares de pechincha

Na realização de bazares de pechincha os pais vão a luta que, além de doarem algo para o bazar, sair para as ruas em busca de arrecadar recursos, também se disponibilizam para coordenar voluntariamente a venda. Com o dinheiro do bazar pode-se investir em melhoras na infra-estrutura da escola.

3.14 Projeto de artesanato

Em parceria com os pais, a escola realiza atividades com voluntários, que ensinam uns aos outros a confeccionarem bijuterias, bordados, crochê, pinturas e, outras atividades que, além de servir como terapia também pode ser utilizado pelos pais como fonte de renda.

3.15 Família vai à escola

Neste dia destinado em especial às famílias, os pais trocam de lugar com os filhos na sala de aula, o que favorece a discussão de uma proposta pedagógica que vise uma educação de qualidade.

3.16 Projeto horta escolar

Pais e comunidade se responsabilizam pelas hortas nos finais de semana e nas férias.

Na realização desse projeto, as famílias orientam as crianças para que possam cuidar da horta no período em que não é possível as famílias fazerem. Além de, contribui para que a criança veja a importância em se comer verdura e legumes e preservar o que tem na escola.

3.17 Preservação do patrimônio escolar

Juntamente com os pais, a escola realiza palestras com toda a comunidade e alunos, explicando a importância em se preservar o patrimônio escolar. Após a compreensão dessa importância, pais e educadores terão maior êxito ao ensinar às crianças o certo e errado, e, todos juntos, família e escola terão uma escola mais limpa e organizada.

3.18 Projeto: Coral

O coral pode ser montado com pais e filhos e ambos farão parte de um grupo com um só objetivo, cantar. Juntos, pais e filhos representam a escola em eventos, o qual pode acontecer até mesmo fora da cidade e ou estado.

Além desses projetos citados, podem existir muitos outros, cada escola se depara com uma realidade. Sendo assim, finca a cargo de cada um proporcionar propostas que sirvam de estímulos e auxilio à comunidade a qual a escola está inserida.

Pode-se também dizer que, quando a escola trabalha em parceria com a comunidade passa também a estimular a participação de instituições não-governamentais na gestão da escola, buscando o investimento de empresas em ações complementares ao projeto pedagógico da escola.

Também é possível dizer que, quando as crianças sabem que seus pais participam das atividades da escola e da sua vida escolar, tendem a sentir mais estimuladas e participativas e, a assumirem mais responsabilidades, com um impacto sobre os resultados da aprendizagem. No entanto, as escolas tem que abrir suas portas e estimular esta participação.

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO

A realização desta pesquisa possibilitou a reflexão sobre a participação da família na escola, bem como a valorização da educação em busca da cidadania.

A educação é um direito inalienável que toda criança tem, mas, no entanto, para que tal direito seja respeitado é necessário que a escola e comunidade trabalhem em conjunto, em busca de um único objetivo, que é a formação plena do indivíduo.

Contudo, é possível observar que freqüentemente ocorre uma preocupação excessiva por parte dos educadores em relação a não participação das famílias na escola.

Essa realidade contribui para a não valorização da educação e cabe a escola buscar meios para que a comunidade se faca presente e participe das atividades escolares de seus filhos para que tal desvalorização não ocorra.

Daí a necessidade, de que escola e comunidade se conscientizem da importância de se unirem para juntos oferecer ao aluno, atividades que favoreçam o desenvolvimento de sua criatividade e socialização.

Sendo assim, é importante que todo educador saiba que o apoio da família é fundamental no desempenho escolar. Pois, pai que acompanha a lição de casa, mãe que não falta às reuniões, são pais cooperativos e atentos ao desempenho escolar de seus filhos. E, as escolas que contam com essa parceria, os alunos aprendem melhor.

Desse modo, pode-se concluir que, a participação da família na escola representa um enorme ganho para a gestão democrática da educação, para o exercício da cidadania e, conseqüentemente, para o aprimoramento da qualidade de ensino.

 

 

 

 

 

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