Reformulação do Ensino Médio: Progresso ou Retrocesso?

O novo ensino médio, proposto pelo Governo Federal via Medida Provisória no ano de 2016 ainda está em pauta, pois para que haja a aprovação, é necessário que se tenha a permissão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A reformulação deste recorre à transição do modelo de ensino médio atual para um inovador, onde o foco está voltado à formação específica dos indivíduos.

A reformulação do ensino médio tem sido um dos jogos políticos para se sobressair da crise econômica existente. A ideia baseada em alguns países desenvolvidos, visa proporcionar à classe estudantil maior proveito no que diz respeito à aprendizagem pessoal, de acordo com as suas respectivas escolhas, é o que propõe alguns profissionais da área educacional quando dizem ser um ponto positivo da reformulação “a escolha do eixo de formação”. Entretanto, esse processo deve ser bem elaborado e debatido, uma vez que o ensino médio possui como uma das finalidades “o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico” de acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). Dessa forma, não se deve delimitar algumas disciplinas que fazem parte da grade curricular, como Filosofia e Sociologia, pois estas são fundamentais no processo de fomento à cidadania.

Evidentemente a melhoria do ensino não será tão eficaz, visto que a mudança exige melhorias nas estruturas das instituições e no currículo pedagógico, o que não se encaixa nas condições financeiras da União. Seria errôneo por parte do governo implantar um sistema que excede o seu orçamento. Os cidadãos infelizmente estão a mercê de decisões políticas de interesse.

Necessidade de reformulação há, no entanto precisa ser executada com cautela e precisão, para não submeter à população um ensino de péssima qualidade. Portanto, selecionar ideias e levá-las ao público, principalmente às classes docente e discente, para que possam ser aprovadas, seria uma das maneiras de propor um ensino de qualidade, uma vez que quem bem sabe sobre as falhas do atual ensino é a população.