O uso de TIC’s na educação não é mero modismo, nem um assunto para se tratar somente na sala de aula; há todo um processo por trás disto, há muitos responsáveis por este processo, que envolve toda uma sociedade e que resulta direta ou indiretamente nos resultados de um país.

O governo talvez tentando dirimir a distância entre a população quanto ao acesso a tecnologia lança projetos para desfazer tal injustiça social como o ProInfo – Programa Nacional de Tecnologia Educacional, que promove o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas redes públicas de educação básica, onde o propósito desta ação é “enfrentar estruturalmente a desigualdade de oportunidades educacionais”, contribuindo então para a “inclusão digital por meio da ampliação do acesso a computadores, da conexão à rede mundial de computadores e de outras tecnologias digitais, beneficiando a comunidade escolar e a população próxima às escolas”. Não sou contra a esta ação do governo e cabe sim ao estado estabelecer estratégias para diminuir a discrepância entre o acesso a mídias, ao conhecimento a classes menos previlegaidas que não acompanham as necessidades do mundo real.

Pois é a escola não pode ficar alheia aos avanços e modernizações que o cotidiano exige que dominemos, que conheçamos;tecnologias estão inseridas em nosso cotidiano, mas dentro da escola; infelizmente é novidade e não deveria ser assim.

Sendo a escola um reflexo de nossa sociedade vemos preconizados a uma minoria vantagens sociais, educacionais e financeiras; problemas estes que não cabe aqui descobrir culpados, mas determinar ações coerente e eficazes para fazer o que é certo e justo.

Não é apenas equipar escolas com laboratórios de informática, mas é dar acesso com qualidade de trabalho, certeza e clareza de objetivos, procedimentos que venham eficazmente contribuir para o desenvolvimento, o conhecimento intelectual, aproximando ou liquidando as diferenças, e realmente oportunizando a todos sem distinção socioeconômica.

Primeiramente os professores devem ter capacitação e qualificação adequada para que possam atuar como agentes de transformação, com práticas reais, por pessoas que estão dentro de uma realidade escolar e que não apresentem simplesmente teorias ou exemplos de outros, mas que sejam estas propostas poupáveis dentro de nossa realidade, que atendam aos interesses primeiramente do professor, para que este seja ‘capturado’, envolvido, motivado a esta nova postura; é mudança de paradigama, de pensamento e principalmente de ação. Mas é principalmente a segurança de se trabalhar, sentir apto a investigar e correlacionar o seu potencial às necessidades.

O primeiro e mais importante investimento está no professor seja ele mediador, orientador, instrutor ou qualquer nome que queiram apresentar, continua sendo a mola mestra da aprendizagem. ‘Palavras comovem, mas o exemplo arrasta’, e é pelo exemplo do professor que o aluno verá que vale a pena, que é benéfico, que existem mais possibilidades. É uma via de mão dupla, que precisa existir entre professor e aluno.

É preciso organizar, aliar e respeitar o PDE da escola de forma que não se perca o foco. Para que se perceba que aquela instituição tem metas bem práticas a serem cumpridas e sabem claramente o caminho a percorrer, aliando a prática pedagógica cotidiano o uso de TIC, e não um simples recurso didático.

“No campo das práticas pedagógicas as TIC exigem mobilização de saberes pedagógicos capazes de atender demandas socioeducativas trazidas pelas transformações profundas por que passam as sociedades contemporâneas. Assim é relevante refletir como podem ser uma fonte de apoio na construção das aprendizagens, de investigação, de informação, de comunicação, possibilitando acesso a um mundo e conhecimentos globais no sentido de espaços e tempos”.(2)

As crianças apresentam uma grande habilidade em lidar com as novas tecnologias, e isto é importante por ajudarem e ou ensinarem aos professores como lidar com determinados softwares e hardwares. Mas todo este conhecimento está voltado para o entretenimento, em sua maior parte onde são bombardeados diariamente com informações, ações e conceitos muitas vezes deturpados, racistas e libertinos. Cabe aos professores reverterem e apropriarem-se deste conhecimento como meio de aprendizagem eficaz, trabalhar valores e ampliar a visão entre o certo e o errado, apesar de toda a transformação contemporânea dos mesmos; fazê-lo interagir com a mídia de forma crítica e com a precaução necessária para não ser ‘tragado’ por ela e nem ‘dominado’. É preciso torná-lo capaz de aprender, buscar, classificar e selecionar informações, desenvolver habilidades e competências; ou seja tornar aquela interação nata com a tecnologia, algo que fundamente seu conhecimento acadêmico, não simplesmente para um trabalho mas no seu cotidiano escolar e social. O uso de TIC na escola privilegia algo importante que é a individualidade, aprender no seu tempo, oportuniza confrontar saberes, um ensina ao outro, a colaboração, o respeito a diferença, a troca. É um aprendizado rico, ver que somos todos aprendizes, e que educação é muito mais que a sala de aula, ou uma instituição acadêmica; a aprendizagem está atrelada ao ato de viver, enquanto se vive se aprende.

A sociedade também precisa mudar, a família também precisa ser orientada, atualizada e compreender que informatizar, usar tecnologias de comunicação e informação, não é simplesmente encher seus filhos dos aparelhos da última geração ou barganhar sua aprovação ou melhora de comportamento presenteando-os, infelizmente presenciamos ainda estas ações. Não é o incentivo ao consumismo que fará a mudança, mas a qualidade que estes equipamentos são usados, para facilitar, acessar informações, confrontar dados, questionar, criticar, interagir, fazer o uso doméstico, no trabalho, no cotidiano da família; instrumento de ‘revolução’ e não ‘decoração’ ou simples aquisição. Mediar e acompanhar o uso das crianças e adolescentes, saber o que estão fazendo é importante; está o dia todo em casa no computador não significa estudar o dia inteiro e nem estar longe de problemas.

É uma transformação irreversível, inevitável e essencial o uso de Tecnologia da Informação e Comunicação na educação. É função de todos no processo educativo propor, avaliar e dar a melhor significância a estes recursos, a escola faz parte das mudanças de um país. Cabe ao governo atender as demandas, sanar as deficiências e concretizar programas e planejamentos justos socialmente e economicamente. Cabe a escola não simplesmente aceitar imposições, mas relacionar e correlacionar as suas necessidades e propósitos esta nova pedagogia, preparando capacitando seus professores e fazendo-os sentir parte do processo, pois trabalha-se para uma educação onde o aluno é o protagonista, mas se o professor não está inteirado, nada acontecerá ; é a partir da prática docente que se conseguirá o pretendido. Trazer a família para a escola ainda é necessário, família + educação + escola caminham para o sucesso da criança.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    (1) SATHLER, Luciano. Educação e tecnologia: espaço de fortalecimento da atuação do docente.

Acessado em 11/11/2009.

Disponível em: http://www.lucianosathler.pro.br/site/images/conteudo/artigos/educacao/20080513_educacao_e_tecnologia.pdf



    (2) PAIVA, Ana Maria Severiano de et al. A integração da TIC na escola básica: Questão para avaliação

Acessado em 11/11/2009.

Disponível em: http://www.uss.br/revistateccen/page/ARTIGO02.pdf