REFLEXÕES SOBRE ARQUEOLOGIA, HISTÓRIA E PATRIMÔNIO

Rafael Francisco Bensi

Não muito tempo atrás, a Arqueologia como ciência que estuda o passado, talvez se contentasse com o papel de disciplina auxiliar que lhe fora concedido em sua íntima relação com a História, principalmente em se tratando de História Clássica e Antiga. Todavia, já não é mais possível limitar o campo de atuação da Arqueologia a análises superficiais ou antiquarias de objetos, pois ela possui um papel fundamental no estudo e preservação do patrimônio histórico e cultural. Em tempo, a chamada Nova Arqueologia, nos trouxe novas formas de interpretação da ciência histórica, não atuando apenas como auxiliar, mas como atora no processo de reconstituição de processos históricos.

Com efeito, os avanços observados desde então, nos fornecem uma nova maneira de enxergar a Arqueologia, principalmente, no que tange as especificidades metodológicas. De modo geral, é possível dizer que a Arqueologia tem como objetivo a reconstrução das culturas, através do estudo sistemático dos contextos sócio-ambientais, bem como, a análise minuciosa da cultura material.

 A partir disso, podemos considerar a Arqueologia um campo científico autônomo e que potencializa o estudo de sistemas sócio-históricos e culturais que se ocupam de um tipo de documentação específica diferente daqueles com os quais os historiadores normalmente estão habituados a trabalhar. Com todos esses subsídios, a colaboração que a arqueologia traz para as questões relacionadas ao Patrimônio Cultural são caras e pertinentes. Nesse sentido, a Arqueologia fornece um universo de informações complexas e diversas que somadas à pesquisa histórica, deixam de ser apenas documentação adicional. O artefato, os restos humanos, de animais e vegetais ou a tão valorizada cultura material, não são mais campos únicos de estudo, afinal, junto deles faz-se necessário o entendimento de todos os elementos do ambiente natural para reconstituir um período histórico...