• Referência:
  • DAYRELL, Juarez, EDNILSON, Rodrigo. Edukators: novas visibilidades da juventude contemporânea. In: A Juventude vai ao Cinema, Ed. Autêntica, 2009.

Os autores abordam no texto como o filme não será apenas para os que estão na educação formal, trata – se de uma reflexão sobre a dimensão educativa na vida cotidiana. Há uma ponte em que o filme completa a visão dos autores para as questões da juventude, onde cada jovem de certa forma tenta como “Os educadores”, sair de invisibilidade e deixar “registrado” na sociedade sua mensagem.

A história do filme gira ao redor de três ativistas anticapitalistas que vivem no centro da cidade de Berlim — Jule, seu namorado Peter e Jan o melhor amigo de Peter, juntamente com um abastado homem de negócios chamado Hardenberg.

Os dois jovens que acreditam que podem mudar o mundo. Eles se auto-denominam "Os Educadores", rebeldes contemporâneos que expressam sua indignação de forma pacífica: eles invadem mansões, trocam móveis e objetos de lugar e espalham mensagens de protesto. Jule que está passando por problemas financeiros e, por causa deles, está saindo de seu apartamento alugado. Tempos atrás Jule se envolveu em um acidente de carro, que destruiu o automóvel de um rico empresário. Condenada pela justiça, ela precisa pagar um novo carro no valor de 100 mil euros, o que praticamente faz com que trabalhe apenas para pagar a dívida que possui. Como Peter viaja para Barcelona, Jan vai ajudá-la na mudança. Eles se conhecem melhor e Jan termina por contar a ela a verdade sobre os Educadores. Empolgada com a notícia, Jule insiste que ela e Jan invadam a casa de Hardenberg, o empresário que a processou. Após uma certa resistência, Jan concorda. Na casa eles agem como os Educadores, mudando os móveis de lugar, mas cometem um grave erro: Jule esquece no local seu celular. No dia seguinte, com Peter já tendo retornado da viagem, mas sem saber do ocorrido, Jan e Jule decidem invadir novamente a casa de Hardenberg, para recuperar o celular. Porém o que eles não esperavam era que o empresário os surpreendesse dentro da casa, o que os força a sequestrá-lo. Com a ajuda de Peter eles vão para uma casa de campo, e nesse lugar há grandes diálogos entre o magnata e os três jovens, como um embate entre anarquismo e capitalismo, tais como a motivação dos capitalistas, de viver em função da carreira e do lucro.

Os autores apontam como os jovens "educadores" encaram a mídia, como um meio de alienar mais ainda a todos, com programações românticas que buscam tirar as pessoas da realidade para se sentirem "bem" e não terem nenhuma vontade de mudar a realidade, criando assim um sentimento conformista geral. Pensa – se tanto no filme como no texto,como muitas vezes como no âmbito da sociedade em geral (seja nas políticas públicas ou em outras esferas),como o jovem muitas vezes não é escutado e como eles querem ser valorizados para dar sua opinião.

O texto explicita como a ação destes jovens no filme é localizada, tendo como alvo direto “o sistema” social, que é o que eles querem atingir. Neste sentido, pensa – se que quando eles invadem estes lares (as mansões), destas classes dominantes pode – se pensar que a intenção é a de alteração da ordem, no sentido de “abalar” as suas estruturas, já preestabelecidas e acomodadas. “Os educadores” reforçam a necessidade de substituir este sistema.

Uma característica explorada no texto fazendo uma ponte ao filme é de que a juventude lida com as aprendizagens no passado não são garantias contra as incertezas do futuro.

O filme fala das revoluções sociais de uma forma absolutamente original, colocando todos os lados em questão em uma mesma mesa, retratado no texto de maneira geral: a injustiça, companheirismo, triângulo amoroso, questionamentos filosóficos e sequestro, como aparecem no filme e fazendo – se uma reflexão sobre.