Índice

Introdução. 3

A Transformação da Escola. 4

Fundamentos Sociais da Transformação Escolar 4

Fundamentos Psicológicos da Transformação Escolar 6

Situação Real de Experiencia. 6

Educação e Sociedade. 7

Educação como Fenómeno Individual 7

A Conduta Humana e a Educação. 8

Moral Científica e Tradicional 8

Conclusão. 10

Bibliografia. 11

Introdução

O presente trabalho, visa essencialmente debruçar a cerca da transformação da escola, no qual, falar-se-ia dos fundamentos sociais da transformação escolar e fundamentos psicológicos da transformação escolar. Da educação e sociedade, em que, dentro desta, abordar-se-ia da educação como fenómeno individual e a sociedade, a educação e a escola. Também da conduta humana e a educação, na qual, abordar­a da moral cientifica e tradicional.

O trabalho em causa, terá como estrutura, a Introdução, desenvolvimento textual ou abordagem do trabalho, a conclusão e assim como a referencia bibliográfica, como forma de demonstrar que o mesmo é de fonte credível.

Eis os seguintes objectivos do trabalho:

  • Compreender o processo de transformação escolar;
  • Estabelecer ou perceber a relação educação e sociedade e;
  • Compreender a conduta humana e a educação

O trabalho em causa, é fruto de uma pesquisa bibliográfica, fontes internéticas e a comunidade académica em geral.

A Transformação da Escola

A transformação da escola pode ser designação “escola nova ou progressiva”. Progressiva quando se destina a ser escola de uma civilização em mudança permanente. Com o efeito, o que chamamos de escola nova, não é mais do que uma escola transformada, como se transformam todas as instituições humanas, à medida que lhes podemos aplicar conhecimentos mais precisos dos fins e meios a que se destinam. (TEIXEIRA, Anisio apud KILPATRICK; 2000). 

Transformar-se a sociedade nos seus aspectos económicos e sociais, graças ao desenvolvimento da ciência, e com ela se transforma a escola, instituição fundamental que lhe serve, ao mesmo tempo, de base para sua estabilidade, como de ponto de apoio para a sua estabilidade e assim como para a sua projecção.

Fundamentos Sociais da Transformação Escolar

Socialmente, a questão que se coloca é: porque progredimos? Que foi que se deu no mundo para que pudéssemos, em tão pouco tempo, mudar tanto?

De facto, o que se deu, foi a aplicação da ciência à civilização humana. Materialmente, o nosso progresso é filho das invenções. O homem conseguiu instrumentos para lutar contra a distância, contra o tempo e contra natureza. Tudo o que ele faz é um simples ensaio, pois amanha será diferente, ele ganhou o hábito de mudar, de transformar-se, de progredir. (TEIXEIRA, Anisio apud KILPATRICK; 2000).

Nessa nova ordem de mudança constante é de permanente revisão, duas coisas ressaltam, que alteram profundamente o conceito da velha escola tradicional:

  • Precisamos preparar o homem para indagar e resolver, por si os seus problemas;
  • Temos que construir a nossa escola, não como preparação para um futuro conhecido, mas para um futuro rigorosamente imprevisível.

A grande integração da grande integração, muitos problemas têm de ser resolvidos e mais uma vez se há-de exigir do homem mais liberdade, mais inteligência, mais compreensão, se é que não queremos ficar em uma simples interdependência mecânica e degradante. Todos esses problemas, são problemas para educação resolver. (TEIXEIRA, Anisio apud KILPATRICK; 2000).

A finalidade da escola é: quando reflectirmos que ela deve hoje preparar cada homem para ser um individuo que pensa e que se dirija por si, em uma ordem social, intelectual e industrial eminentemente complexa e mutável.

A escola progressiva não pretende, por sua vez, apoiar-se senão nesses factos e nessa nova mentalidade. Como a escola tradicional, ela é a réplica da sociedade renovada em que vivemos.

  • A escola pressupôs, e com razão, que a educação se faz no lar e na vida da comunidade, cabendo lhe tão-somente, suplementa-la, dando oportunidade para a aquisição dos instrumentos fundamentais da cultura: ler, escrever e cantar, e mais informações e factos de natureza livresca, que o aluno assimilaria e mais tarde poria em prática.
  • A escola pressupôs uma ordem estática para o mundo, cabendo-lhe preparar a criança para cumprir, quando adulto, o seu papel, que substancialmente, seria o mesmo de seus pais.
  • A escola pressupôs que, no interesse da tranquilidade deveria manter, pelo dogmatismo intransigente de seu ensino, as aprovadas atitudes sociais, ou morais ou religiosas.
  • A escola pressupôs que não tinha mais que ensinar as crianças certas técnicas e certos factos e certos modos de prosseguir, que as preparassem para o período adulto, futuro que se supunha perfeitamente o conhecido.

Assim a escola, nada mais era do que uma casa, onde as crianças aprendiam o que lhe era ensinado. Todas essas noções (pedagógicas) relativas a escola tradicional, se prendem a esses pressupostos:

  • Estudo – é o modo de aprender uma lição.
  • Aprender – significa aprender e fixar na memória ou no hábito, um facto ou uma habilidade.
  • Ensinar – simplesmente uma doutrinação daqueles factos ou conceitos.

As novas responsabilidades da escola são: Educar invés de instruir, formar homens livres invés de homens dóceis, preparar para um futuro incerto e desconhecido invés de transmitir um passado fixo e claro, ensinar a viver e mais inteligência, com mais tolerância, mais finamente, mais nobremente e com maior felicidade invés de simplesmente ensinar dois ou três instrumentos de cultura e de alguns manuaizinhos.

Fundamentos Psicológicos da Transformação Escolar

Apreender significou durante muito tempo simples memorização de fórmulas obtidas pelos adultos. A nova psicologia, veio para provar não ser isso ainda suficiente. Em psicologia, aprender é alguma coisa mais: fixar, compreender e exprimir verbalmente um conhecimento, não é tê-lo aprendido. Aprender significa ganhar um modo de agir. (TEIXEIRA, Anisio apud KILPATRICK; 2000).

O mais importante, no momento é notar o aprender, como o acto que depende profundamente de uma situação real de experiencia, onde possam praticar, tal qual na vida, as versões que devemos aprender e, não menos profundamente do propósito em que estiver a pessoa de aprender essa daquela coisa.

Situação Real de Experiencia

Não se aprendem somente ideias ou factos, aprendem-se ainda atitudes, ideias, apreciações. Para aprender uma ideia, ou informação, pode-se preparar, mesmo na escola tradicional, um ambiente eficaz.

A nova psicologia de aprendizagem, obriga a transformar a escola em um certo onde se vive e não em um centro onde se prepara para viver.

A questão que se coloca, nos dois fundamentos (sociais e psicológicos) da transformação da escola é:

  • De que escolas precisamos nós?

Conforme TEIXEIRA apud KLIPATRICK (2000; 48), a escola que pode satisfazer as exigências sociais e pedagógicas que apontou-se atrás, deve ser:

  • Uma escola de vida e de experiencia para que sejam possíveis as verdadeiras condições do acto de aprender.
  • Uma escola onde os alunos são activos e onde os projectos formem a unidade típica do processo da aprendizagem.
  • Uma escola onde os professores simpatizem com as crianças, sabendo que só através da actividade progressiva dos alunos podem eles se educar, isto é, crescer, e que saibam ainda que crescer é ganhar cada vez melhores e mais adequados meios de realizar a própria personalidade dentro do meio social onde se vive.

O fenómeno educativo, frase de DEWEY, é a reconstrução da experiencia, à luz da experiencia actual. Diante dessa concepção, confirmada pela presente psicologia, o processo educativo se opera em uma situação real da vida, onde o que é aprendido funciona com o seu carácter próprio, e produz as suas naturais consequências. (TEIXEIRA, Anisio apud KILPATRICK; 2000).

Educação e Sociedade

A educação e sociedade, são vista como dois processos fundamentais da vida humana, mobilidade e continuidade, uniformidades naturais, organismos e vida. Também, educação e sociedade são dois processos da vida, que mutuamente se influenciam. Não existe mocidade, mas sim, existe um processo da sociedade. Também, não existe educação, mas sim processo de educação.

Educação é, com efeito, o nome que recebe a serie de fenómenos decorrentes do aparecimento da inteligência no universo. E inteligência é a qualidade que assume certas acções e reacções de se verem a si mesmas, acompanhando a própria história ou processo, percebendo os seus termos e relações. (TEIXEIRA, Anisio apud KILPATRICK; 2000).

Educação como Fenómeno Individual

O fenómeno da educação data, assim do aparecimento da inteligência consciente sobre a terra, constituindo um longo processo, pelo qual a natureza se transforma conscientemente, para melhor atingi-los de modo diverso. O portador dessa inteligência consciente é o homem e os seus meios de acção, a experiencia, em seu nível mental.

A educação é o processo de continua reorganização e reconstrução da experiencia, é um processo individual e pessoal, antes de ser social. Pelo menos em sua fase de plena consciência, o carácter individual e pessoal se acentua particularmente. (TEIXEIRA, Anisio apud KILPATRICK; 2000).

Tudo no indivíduo é, com efeito social, isto é, a sua acção, o seu pensamento ou a sua consciência. E se assim não fosse, impossível se tornaria a direcção do processo educativo.

A Sociedade, a Educação e a Escola

Sabe-se que a educação é como um fenómeno normal da vida do homem sobre a terra e em sociedade. A educação, aparece como consequência do aparecimento da inteligência, que, por intermédio da experiencia, reorganiza e refaz a vida, em todos os seus aspectos.

A escola era nos tempos, a instituição que velava para que não se perdessem os esforços de conhecimento e de cultura, que não podiam facilmente ser transmitidos na vida directa e imediata dos homens. As mudanças são tão aceleradas que, se a distancia e a diferença de ritmo entre a escola e a sociedade permanecessem as mesmas de outros tempos. Toda a vida do homem se faz em educação e por educação. A civilização material é educação, e educação é, outro sim, toda a vida social. Vida é com efeito, comunicação entre os homens, e comunicar é educar-se. (TEIXEIRA, Anisio apud KILPATRICK; 2000).

A Conduta Humana e a Educação

As regras da conduta humana, fluem de princípios eternos e estranhos à experiencia positiva dos homens. Princípios extra-humanos, ou puramente ideiam, necessidades de fundamentos experimentais para os princípios ou hipóteses directores da moral.

Moral Científica e Tradicional

Desde antiguidade até a actualidade, a conduta humana, não se pode guiar por conceitos positivos e experimentais similares aos que caracterizam as demais ciências, porque, como em relação às ciências naturais, quando eram tratadas pelo método da magia, o problema tem sido fundado em pressupostos falsos.

Na prática, a moral, vem entretanto, resumir-se em um conjunto de costumes e praxes mais ou menos puros e mais ou menos cómodos, a que se dá o nome respeitável de moralidade convencional. O seu dogma fundamental, é o da conformidade com o rebanho, isto é, nem ser muito bom, nem ser muito mau, mas sim, ser neutro, evitar os extremos e a excentricidade. O crime maior é o de quebrar as normas desse quadro incolor de convenções a que se apelida de boa educação. (TEIXEIRA, Anisio apud KILPATRICK; 2000).

Há pelo menos, três grupos que fogem à Classificação niveladora:

  • Homens de acção: a moralidade convencional é uma capa em que urge revestir os actos, para a necessária aprovação social.
  • Os que não se conformam com a moralidade convencional: atiram-se romanticamente nos braços do que eles chamam a natureza. Na sua glorificação da “natureza”, o que realmente glorificam, são os impulsos, os apetites e os desejos, isto é, tudo que é mais vulgar e menos pessoal na natureza humana
  • Os que tomam a serio a moral como qualquer coisa estranha às actualidades da vida e à natureza do organismo humano: se preocupam com o progresso espiritual de suas almas, com a perfeição interior, com a análise inquieta dos seus motivos de acção, vivem a perscrutar a natureza íntima de suas acções.

A vida quotidiana é para esses homens, uma coisa atroz, isto é, a vida de acção, de negócios, de política – a inconsciência organizada.

Existem certas premissas que fizeram da vida humana a trama obscura e contraditória, onde não há lugar para a felicidade, entendida como resultado de um desenvolvimento normal e progressivo da individualidade. São as seguintes:

  • Considerar a actividade humana em si, não como o bem, mas com simples meio de atingir o bem, que era estranho ou superior a essa actividade.
  • Considerar que as regras da conduta humana fluem de princípios morais preconcebidos e estranhos à experiencia racional ou positiva. Esses princípios, se prendem a uma ordem espiritual sagrada, que se não pode modificar sem graves prejuízos para os homens.

Conclusão

Depois de uma dada realização do trabalho presente, na transformação da escola, conclui-se que, para a escola progressiva, as matérias são a própria vida, distribuída por centros de interesse ou projectos, em que, estudo é o esforço para resolver um problema ou executar um projecto e ensinar é guiar o aluno na sua actividade e dar-lhe os recursos que a experiencia humana já obteve para lhe facilitar e economizar esforços. A finalidade da educação se confunde com a finalidade da vida.

Para a educação e sociedade, conclui-se que a educação e sociedade, são dois processos fundamentais da vida humana, mobilidade e continuidade, uniformidades naturais, organismos e vida. Também, educação e sociedade são dois processos da vida, que mutuamente se influenciam. Pois, tudo no indivíduo, é com efeito social, isto é, a sua acção, o seu pensamento ou a sua consciência. E se assim não fosse, impossível se tornaria a direcção do processo educativo.

Para a conduta humana e a educação conclui-se que o seu princípio fundamental, é o da conformidade com o rebanho, isto é, nem ser muito bom, nem ser muito mau, mas sim, ser neutro, evitar os extremos e a excentricidade. O crime maior é o de quebrar as normas desse quadro incolor de convenções a que se apelida de boa educação.

Bibliografia

TEIXEIRA, Anisio. Pequena Introdução a filosofia da educação: na escola progressiva ou a transformação da escola. 6ª Edição, Rio de Janeiro, DP&A editora, 2000.