A palavra “evolução” sempre se caracterizou por ser controversa. Num mundo que se gaba de estar em constante evolução este quesito passou a ser muitas vezes questionado em diversas áreas, e ao que parece essa discussão chegou ao mercado de trabalho.

            A aplicação da expressão “evolução” no mercado de trabalho começou a ganhar relevância poucos anos atrás a partir do momento que as empresas passaram a se preocupar com a qualidade de vida de seus funcionários durante e depois do expediente. Hoje, chamados de colaboradores, os trabalhadores passaram do status de “peça da engrenagem” para “a peça mais importante da engrenagem” e com isso ganharam um ambiente de trabalho mais humano e alguém para se preocupar com seu bem estar além dos próprios.

            Contudo a questão “bem estar” ao ganhar relevância atraiu olhos e ouvidos mais críticos a discussão. Num mundo competitivo onde a palavra sucesso está sempre atrelada a muito trabalho uma pergunta começou a incomodar: “Como um indivíduo pode alcançar o pleno bem estar com sua vida atrelada a anos de trabalho incessante?”

            Uma breve análise do mercado de trabalho mostra uma realidade que deveria ser assustadora porém passa despercebida pois já faz parte dos costumes comuns da sociedade: As pessoas trabalham o dia todo por toda a vida.

            Dentro deste cenário a pergunta a ser feita é: Que tipo de evolução estamos tendo, estamos evoluindo em ciência e tecnologia apenas para nos tornarmos cada dia mais escravos da produção de ciência e tecnologia?

            De olho neste cenário algumas empresas pioneiras como o Google já instituíram uma jornada flexível considerando este o próximo avanço na evolução do mercado de trabalho. Parece estar funcionando pois em recente pesquisa publicada pelo Business Insider as 20 empresas com funcionários mais felizes dentre as 500 maiores da Fortune possuem, sem exceção, uma taxa de flexibilidade de jornada igual ou superior a 80%.

            Seria essa a nova coqueluche das práticas trabalhistas? A adesão já é grande e nesta semana ganhou um militante de peso. Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, defendeu uma redução de jornada de trabalho para 3 dias úteis por semana permitindo assim que as pessoas possam passar mais tempo aproveitando de fato o que a sociedade moderna pode oferecer?

            O Brasil está muito atrás quando se trata da questão mas se essa de fato é uma tendência crescente podemos dizer então que o mercado de trabalho parece estar evoluindo de fato.

Raphael Lima

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