Depois da cassação sofrida há pouco mais de dois anos e revertida no passado agosto, véspera de Campo Grande apagar novamente as velinhas, o prefeito Alcides Bernal (PP) continua o mesmo no modo de gerenciar o bem comum graças ao qual ficou em seu lugar o vice, de igual partido e caráter que em nada fez a capital progredir. Sua gestão tem direito a destaque peculiar na história pelos retrocessos nos padrões indispensáveis ao sustento pela cidade de sua influência econômica, política e social. O mais recente ilustre feito do chefe do Executivo municipal são as mudanças repentinas no comando de escolas e CEINFs (Centros de Educação Infantil). No presente momento contemplamos os conjuntos humanos decisivos ao futuro da sociedade – as novatas levas de cidadãos fadados a compô-lo e as pessoas dotadas de vastos conhecimentos acerca das relações humanas e naturais para ensinar os jovens a tal – sendo objeto na disputa por influência entre segmentos políticos que mutuamente se acusam de trabalho interesseiro, batalha cujo saldo tem grande chance de moldar o amanhã das inocentes categorias.

O dia 17 do mês antecedente a este foi a data de partida para a grande intriga envolvendo massivo "bota fora" de diretores escolares com sua automática substituição {1}{2}. O acontecimento despertou a consciência cidadã de alunos, seus pais e responsáveis e os funcionários das instalações educacionais, unidos se expressando em alguns prédios contra o manejo administrativo arbitrário em retribuição ao desejo e empenho das antigas gestoras em consolidar a eficiência e harmonia do ambiente mesmo com suporte nem sempre adequado do Poder Público.

Os colégios Professor José de Souza, no bairro Oliveira II {3}{4} e Irene Szukala, do Aero Rancho (notável pelo protesto dos educandos em forma de "greve", recusa em adentrar a estrutura para as aulas rotineiras) {5}, exprimem evidências de boa integração dos aprendizes com os princípios inerentes aos espaços, não lograda por acaso por não dar sinais de vida em muitos outros educandários com metodologia de funcionamento fracamente ousada. Os sob medida duros regramentos cobrindo vestimentas e o porte de objetos (incluindo o veto aos celulares) na última sede educativa e medidas com calibre perto disso credíveis de terem anulado a evasão escolar na primeira encontraram entre professores, estudantes e familiares forte apoio frente à ameaça possível de chegar a sua eficiência com os atuais líderes.

Todos a quem importa a intimidade entre o funcionamento dos sistemas educacionais e as bases do trabalho de seus supremos comandantes abordam Bernal e sua equipe focada na área pedindo que lhe mostrem os imagináveis meios lícitos que deram na brusca manobra. E os réus afirmam, tão somente, para os cidadãos e a mídia a existência de embasamento técnico, caricata "prova" sem tônus para confrontar queixas e fatos práticos com ligações tênues ao profissionalismo {6}{7}.

Como primeira e básica expressão de os procedimentos não estarem coligados a parâmetros imparciais, o que houve foi uma troca de servidores comissionados por outros sem concurso público, os que atuavam mediante garantia empregatícia dada por Gilmar Olarte – o ex-vice, ocupante interino da Prefeitura após se envolver na cassação comprada do titular, devido à qual perdera o cargo de gestor adjunto – por gente também escolhida a dedo por Bernal e Companhia, esboço de revide sem geral vantagem. Paralelamente a ilegalidades que Olarte também cometia e graças às quais a cassação do prefeito oficial não retornou a cidade para trilhas ordeiras, havia pessoal bem instruído no contingente felicitado com empregos por associação com este mandatário. A comprovação de atividade consentida no golpe, caso soubessem de seu curso (de cuja ocorrência a sociedade só soube no ano passado, quando políticos e empresários escorregaram na Lama Asfáltica e tomaram cafezinho amargo sob as forças da polícia e da justiça) representaria o mínimo para legitimar as demissões, feitas sem consulta popular (aos estudantes e trabalhadores das escolas) e com a substituição dos diretores por gente cujo know-how não abrangia todos os completos saberes inerentes à gerência de um colégio, tanto as questões pedagógicas (a que o conjunto de conhecimentos está reduzido) quanto administrativas.

Similar à existência de dois lados universal a todas as moedas, no apresentado enredo o apoio a este crítico governo existe tanto como os posicionamentos contrários a suas incapacidades. Os vereadores campo-grandenses que depuseram o chefe sob o anseio de receber recompensas em espécie de quem se via estorvado pelo líder do Executivo tiveram seu tempo de fama frente o povo e a imprensa quando descoberta a traição da vontade coletiva. Chegara a vez, aproveitada, dos edis que se solidarizam com o mandante, grupo composto por informadores de supostos métodos legais por trás das exonerações {8} e um membro autor de questionamentos (com algum direito à atenção) sobre os interesses expressos pela vice-governadora tucana Rose Modesto quando a Bernal pedia cautela com a medida {9}. Um legislador de Corumbá entrou na roda (10) e sua colaboração foi vangloriar virtualmente o prefeito da capital pelo reordenamento, focando logo na justificativa de que os governantes escolares destituídos pertenciam ao lado do "impostor" (Olarte). Em ocuparem ambos o mesmo partido estaria a origem de onde colocam no conflito os direitos dos comuns, recomendando isso reformas nas metas da organização política (com a troca de seus promotores) pelos diretórios regionais ou o nacional, caso as pretensões deste se alinhem mais ao correto, e, antes de tudo, a firme postura dos eleitores cautelosamente seletiva antes do voto e fiscalizadora após, padronizada para qualquer legenda.

Outras ingerências colocam a gestão Bernal em risco pela segunda vez, com outro vereador encontrando no presente caráter frágil da presença do prefeito (uma liminar que o mantém) o suporte a sua cobrança, nesta quinta-feira, de que ele seja afastado de novo {11}. Havendo nesta hora alguém casto sobre todas as coisas para tirar Campo Grande do impasse, que se manifeste! Abundantes esperanças virão com a maratona para a escolha de quem continuará ou ingressará no comando de nossos municípios, em que vão aparecer pretendentes assim. A caminho poderemos ver forças às quais a adesão será obrigatória, com consequente abandono dos números eleitorais cuja pressão nas teclas das urnas será um ato exageradamente simples para sucumbir com o que resta da capital, enquanto eliminar o Japão exigiria em tempo sincronizado bombas atômicas, vazamento nuclear, terremoto e tsunâmi.