Recordação do silêncio.

 

O tempo passou.

Grandiloquência.

As estações acabaram.

Ao grandevo.

Nada mudou.

Estou no mesmo lugar.

Escutando o silêncio.

Heuristicamente.

Tentando entender.

A ausência.

Foi como nada tivesse.

Acontecido.

Mas tudo está diferente.

Até  mesmo a distância.

Recordo-me.

Quando tudo aconteceu.

Naquele momento.

Sempre sonhei.

Com a continuidade.  

Não era para o tempo.

Passar.

Não queria.

Que nada acabasse.

Heteronimicamente.

Mas chegou o dia.

Sem esperar.

Uma nova história.

Metafórica.

Teve início.

Mas nada vai conseguir mudar.

O novo caminho.

Das ilusões.

Fantasias perdidas.

Quando penso.

Resta-me a imaginação.

Tudo teve que ser dessa forma.

Caprichos de uma razão.

Esquecida.

Ao introito imaginativo.  

Mesmo com tantos motivos.

Tudo deveria ser diferente.

Mundo multifacetado.

Nesse momento.

Eu volto para casa.

Por trilhos.

Às vezes tortos demais.

Encruzilhadas.

E pedras logo no início.

A casa.

Está solitária.

Ao meio do campo.

Os pássaros cantam.

As nascentes são outras.

O que devo dizer.

A essa paisagem.

Indelevelmente laudável.

São tantos sinais.

Vejo ao entardecer.

A luz projetada na lua.

Hidrogênio ao ar.

O brilho das estrelas.

A intensidade da noite.

Nesse lugar.

Incomplexo.

Que o tempo passou.

Nada restou.

Nem mesmo.

Os pequenos sinais.

De um imenso desejo.

Inexorável.

 

Edjar Dias de Vasconcelos.