Conta a fábula que um macaco tirava a paz de um sítio. Para se ver livre do incômodo, o dono das terras colocou um boneco de piche na plantação.

O macaco, curioso, tocou com a mão a armação e ficou preso. Impaciente, gritou: “- Me larga!”, e deu um soco, ficando presa a outra mão. Mais alterado ainda, chutou o boneco com um pé, que grudou no boneco. Fora de si, deu outro chute e uma barrigada, e lá estava o macaco raivoso, completamente atado àquela criatura pegajosa.

Embora isso seja uma simples história, espelha certas reações humanas.

Quantas pessoas perdem posições, se afastam dos amigos, desmontam lares e vão “de mal a pior” por não conterem seu ímpeto interior.

Elas – literalmente – perdem o domínio da situação.

Talvez você considere que o caso não se aplique em sua vida pessoal, já seu “estopim” não é tão curto, mas é bom saber que nem sempre os sentimentos de RAIVA, DESAGRADO e RECUSA se mostram em gestos contundentes.

Para fazer um pequeno ensaio, basta olhar-se no seu espelho pessoal - físico ou mental - para constatar como suas feições podem estar contraídas, numa explícita demonstração de inacessibilidade e, quem sabe, rancor absoluto.

Os “socos” que damos todos os dias no boneco de piche em nada ajudam. Raiva desmedida e expressões constantes de desagrado só nos “grudam” mais nos problemas, trazem ansiedade e tristeza, e ainda afugentam as pessoas mais próximas.

Uma atitude destemperada gera mais reação negativa, e assim “...um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas”, com já dizia o salmista Davi (Salmos 42:7).

Não é possível evitar problemas num mundo tão desleal. Mas podemos vencê-los - um a um - na fé e confiança em Deus.

O apóstolo Paulo nos diz que podemos nos irar, mas que essa ira não se transforme em ódio ou violência:

“Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.” (Efésios 4:26)

Assim, o meio caminho entre o PENSAR e AGIR está no FALAR. E sobre isto ensina Salomão:

“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” (Provérbios 15:1)





Texto de autoria de Pastor Elcio Lourenço. Pastor desde 1968.

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