Lá vai Margarida,
menina atrevida,
shorte curto e pé no chão.
E anda e rebola,
parece querer chamar atenção.
Na mão tem um cesto,
vendendo fritura pra mãe sustentar.
Lá vai Margarida, só com doze anos, parou de estudar.

Já sentiu no rosto,
o peso da mão,
do padrasto ladrão.
Lá vai Margarida,
menina atrevida,
mas não vende o corpo não.

Termina o dia,
e lá vai Margarida com dinhero no bolso,
um sorriso no rosto,
mas nos olhos a tristeza,
de não poder ser menina.

E no outro dia,
lá vai a Margarida.


karla melo