Raízes do Atraso Industrial do Nordeste

Odaci Lima

Tentando proteger a produção açucareira de Pernambuco ante a fortíssima concorrência de São Paulo e Rio, o IAA passou a fixar cotas de produção por estados, a partir de 1934, sendo assegurada a Pernambuco uma cota de 3,7 milhões de toneladas, 45,8% do total. No entanto, os Estados do Centro-Sul continuaram aumentando sua participação na produção nacional do produto. Diante disso, o IAA criou uma taxa que passou ser cobrada sobre o adicional de produção do Centro-Sul, fazendo uso dessa taxa para subsidiar a exportação dos Estados do Nordeste. Mas os Estados do Sul continuaram neutralizando o protecionismo do IAA, mediante métodos produtivos no cultivo e administração da seara.
Assim, quando a conjuntura internacional cobrou a necessidade de se industrializar o Brasil, encontrou aqueles Estados com maior capacidade de investimento, e esta Região passou a perder posição relativa no valor da transformação industrial. Entre 1919 e 1939, a participação do Nordeste caiu de 16,1 para 10,4%, enquanto a de São Paulo cresceu de 31,5 para 45,4%. E cresceu a penetração de produtos industriais de São Paulo no mercado nordestino.