Por Letícia Veloso

O juiz Edson Pereira Lins da Vara Única da Comarca do município Filadélfia(TO) emitiu nota oficial favorável à expulsão das famílias quilombolas da comunidade de Grotão.A medida atende o pedido de Marcelo e Daniela Carvalho da Silva que alegam titularidade do território.Há mais de dois anos, o casal entrou na Justiça a fim de reivindicar a área ocupada pelas famílias.Daniela Carvalho da Silva, em entrevista ao site Repórter Social(04/11/2008), afirma ter em mãos um documento no qual o Incra(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) determina que a área não pertence aos quilombolas.

Sobre o episódio, o departamento de Comunicação da entidade deixa claro que os quilombolas serão defendidos pelo Incra que providenciará a contratação de um antropólogo para realizar estudos a respeito do assunto. A instituição admite ter dificuldade em reunir documentação necessária para atestar os remanescentes de Quilombos e, definir quais terras são de direito dessa população no Brasil.

Desde o início de outubro, as famíliasexpulsas da Comunidade de Grotão vivem numa quadra esportiva em Filadélfia.Em entrevista ao Repórter Social(04/11/2008), a líder do grupo Maria Aparecida Gomes afirma que na ocasião de expulsão das famílias houve atos de abuso de poder, por parte dos oficiais de justiça e, inclusive agressões verbais de caráter "racista".

Cerca de dois lotes com 50 hectares foram mantidos.Nesses locais vivem Raimundo José de Brito, 69, e Cirilo Araújo de Brito, de 78 anos, os mais velhos da comunidade quilombola.O restante da população expulsa é composta porseus descendentes.