QUESTIONANDO ‘A GRANDE SÍNTESE’ 

Ora, o que é a crítica senão um modo específico de ver, de analisar, e, pós tal verificação, emitir sua opinião, seja ela apológica ou detratora consonante sua forma mental mesma de traduzir o mundo que lhe cerca pelos padrões mais ou menos corretos de sua inteligência, conhecimentos, livre arbítrio, valores, e outros tantos aspectos de suas idiossincrasias, sua personalidade. 

No caso em questão, estarei examinando e avaliando um texto doutrinário que, ainda ontem, visitando a Internet, topei com o mesmo no sugestivo título de: “Uma Análise Científica de Algumas Afirmações de A GRANDE SÍNTESE”, de preclaro autor espiritista que faço questão de não citar o nome, pois que, afinal, não viso a pessoa humana (quiçá, das melhores), e sim, a ideia materializada em seu escrito. 

Ora, se o referido escrito do autor não citado tem o direito à crítica da renomada obra, também temos, como direito, o de acatá-lo ou não, ou, até mesmo, de refutá-lo se o quisermos, mas procurando, como sempre, trabalhar em alto nível, de forma culta e civilizada, como o querem e o fazem elementos educados de nossa científica modernidade. 

Já de início, o referido escrito, num resumo, declara ter analisado a magnânima obra de Ubaldi tomando-se por base os conhecimentos atuais da Ciência; e alega ter se deparado com inverdades do autor espiritual (‘Sua Voz’) concluindo que dita obra não tem valor científico. 

Ou seja: deve-se, doravante, desconfiar da sabedoria de ‘Sua Voz’, de seus cem (100) capítulos síntese de todo o saber humano em cerca de 400 páginas, e abraçar os reduzidos conceitos do escrito em epígrafe, pois ele conclui que aquela obra de Ubaldi não tem valor científico, tomando-se por base, os conhecimentos atuais da Ciência.

 

Mas só por aí, vejo uma tremenda contradição, ou ‘pretensão’, já que o texto referido se utiliza deste termo (pretensão) para julgar ‘Sua Voz’ que, pelo visto, sabe menos que ele próprio, parecendo, e deduzindo, com isso, que suas escassas páginas possam afrontar e menoscabar a sabedoria de ‘Sua Voz’ contida na referida e mundialmente famosa obra ubaldiana.

 

Ora, como pode uma das mais importantes obras de Pietro Ubaldi não ter valor científico tomando-se, por base, os conhecimentos atuais? Com efeito, os conhecimentos atuais se renovam todo dia, a toda hora, a todo minuto, e, portanto, pode-se dizer que, a todo instante se fazem novas descobertas científicas aprimorantes de sua Visão de Mundo, ou melhor, de tudo quanto se refere ao Mundo e ao Universo de nossas cogitações astronômicas.

 

E, portanto, questiono como o mais importante e mais avançado tratado já concebido pela intelectualidade planetária (vias intuição) e sumarizado em “A Grande Síntese” (PU – 1937 - Fundapu) pode não ter valor científico se os nossos conhecimentos (de um mundinho inferior, atrasado e cético ao extremo) se renovam a cada instante anulando o que ontem se pensava pelo que hoje se pensa, e, ainda assim, não se aquieta, pois muito mais se tem por fazer, por renovar-se, trocando-os por saberes mais condizentes com a realidade que, por sinal, é a realidade do espírito que não só permeia, mas, enfim, exterioriza a realidade grosseira da materialidade física propriamente falando?

 

Mas sigamos, pois, logo adiante, o texto em questão faz um ligeiro histórico de “A Grande Síntese” e do Espiritismo citando, por sua vez, José Herculano Pires, autor de uma crítica que, aliás, já estive respondendo com o texto: ‘Caso Pietro Ubaldi (Refutação)’, divulgado em meu ‘blog’ e em outros sites da Internet.

 

Prosseguindo, constato em sua parte I (introdução), que o referido alega que, nos presentes dias ainda existe, conquanto em número bem reduzido, o interesse de alguns grupos espíritas pelo conteúdo das obras ubaldianas. E concordo ser bastante óbvio que tal número de interessados seja, de fato, bem reduzido, pois o Espiritismo de Kardec produzira obra - conquanto culta - para os mais simples, se utilizando de uma linguagem mais popular e menos técnica, ou, menos empolada, do ponto de vista filosófico-científico, que, em nosso País, por exemplo, de cultura mediana (pré-lógica e concreta evoluindo para a inteligência formal, segundo Piaget), muitos ainda encontram alguma dificuldade de se estudá-lo, de se compreendê-lo, sobretudo por incorporar unidade doutrinária de tríplice aspecto, abarcando o experimental de conseqüências filosóficas que, por adotar características éticas, deságua em planos axiológicos, que são os mesmos objetivados pelas religiões ditas cristãs.

 

Já, Pietro Ubaldi, tem um número ainda menor de interessados por ter produzido obra de caráter cultural eminentemente científico, numa linguagem ultramoderna, porém, nela agrupando conhecimentos novos, quais sejam: da estrutura do átomo, de sua peregrinação para o quimismo dos organismos vivos, indo atingir, no homem, os métodos de sua ascensão espiritual, explicando e ampliando com novas e instigantes teses, as origens do universo, sua finalidade, donde viemos e para onde estamos caminhando, numa síntese de toda a fenomenologia cósmica que se estrutura em organismo único, ou, mais exatamente, que tudo se rege por um Conceito Central Único, conquanto a multiplicidade de seus efeitos, os quais, nós, os homens, já estamos vislumbrando, estudando, equacionando.

 

E digo mais: se a primeira obra de Ubaldi: ”A Grande Síntese” (1937 – Fundapu), me parecera mais difícil de ser estudada, em face das correrias do nosso tempo, as demais, ao ampliá-la, me pareceram mais suaves. Exceção feita para duas delas: “Deus e Universo” (PU – 1951 – Fundapu): obra filosófica de razoáveis técnicas científicas e matemáticas; e “Queda e Salvação” (PU - 1960 – Fundapu), sendo esta também filosófica, todavia de mais relevantes proposições geométricas e matemáticas sugeridas a partir de uma figura composta por dois triângulos invertidos e sobrepostos, um retratando a Involução, e, o outro, a Evolução, revelando, mais uma vez, a sabedoria e a formidável capacidade do Espírito (‘Sua Voz’) que estivera conduzindo a obra de Ubaldi na face terrena, sem dúvida, das mais grandiosas.

 

Neste aspecto, sobretudo, Ubaldi vai além de Kardec, pois que o maior dos fenômenos universais não é o tão-só Evolutivo, mas sim: Involutivo-Evolutivo, sendo o primeiro, o Involutivo, a causa, a razão de ser do segundo, o Evolutivo. E teria de ser assim, no sentido de uma ampliação, pois se Ubaldi viesse repetir Kardec, sua missão redundaria nada produtiva, e nada no Universo se repete, ou, se o fizer, será sempre no sentido de representar-se por novos tons, novos timbres e novas cores, e, neste caso, pois, Ubaldi repete, mas vai além do mestre lyonês; e neste caso, sobretudo, é que os espiritistas ainda vão demorar-se um tanto em Kardec, pois que só após compreendê-lo bem e vivenciá-lo em si, é que ensejarão novos vôos culturais e ascensionais.

 

Por outro lado, Involução e Evolução, explicitando o Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo, ou, simplesmente - e, mais compreensivelmente - como Queda da Criatura e sua posterior Redenção, estão hoje consolidadas nas obras xavierianas (Vide, na Internet: “Queda Espiritual na Obra de Xavier”), assim como recebera confirmações paulatinas de outros médiuns no Mundo todo.

 

Penso estar aí, pois, as razões da obra filosófica, mas, sobretudo científica de Pietro Ubaldi, ainda ser tão incompreendida e tão pouco estudada pelos adeptos espiritistas. Ou seja: tais adeptos estão assimilando Kardec, aprendendo a compreendê-lo e a praticá-lo em sua vivência cotidiana, que implica práticas da caridade e da mediunidade com Jesus.

 

Hoje, pois, parece-me ser o tempo de Kardec, o resto vem depois; o que não expressa e tampouco significa que alguns de seus elementos não possam, em termos culturais, avançar, pois o fazemos nas luzes mui abrangentes de Pietro Ubaldi que, por tudo, é também um enviado do Cristo, um de seus mais importantes apóstolos do passado, do presente e do futuro. (Vide abaixo, para aprofundamento das questões encimadas: relação de meus diversos e.Books, gratuitamente, na Internet).

 

Mas retornemos aos comentários de minha crítica.

 

Em sua parte II (análise científica), noto que o texto em discussão se esmerara em mencionar alguns pontos para ele contraditórios e constrangedores d”A Síntese”, que eu não vi, e não vejo, como coisa digna de nota pelo conjunto monumental da obra; mas vejo sim, como digna de nota, a menção do texto de uma mensagem ditada pelo Espírito de Erasto e constante de “O Livro dos Médiuns” (Allan Kardec – 1860) que prescreve:

 

“É melhor repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea”. (Opus Cit.)

 

Mensagem, aliás, que deveria dirigir-se, de modo igual, ao codificador Allan Kardec mesmo que, pelo visto, não notara os erros lastimáveis contidos em “A Gênese” (AK - 1868 – Ide), capítulo mediúnico de ‘Uranografia Geral’, que apresenta inúmeras falsidades como, por exemplo: Marte desprovido de Luas, e que, hoje, nossas crianças sabem que tem duas: Fobos e Deimos; a afirmativa de que Saturno tem apenas um anel sólido, quando hoje se sabe que são muitos, e não sólidos; que a Lua tem duas naturezas distintas e que se assemelha a um ‘João-teimoso’(?), quando a Nasa já mostrara que não é assim, e etc., etc., para ficarmos apenas com tais.  

 

E, em prosseguindo referida parte II (1-matéria e energia), o texto de minha crítica tenta “desconstruir”, como se possível fosse, a “Grande Equação da Substância” de ‘Sua Voz’, parecendo-me, com isso, ser incapaz de compreender a verdade contida nas sutilezas das grandes sínteses universais. Mas repassemos alguns de seus mais sutis e profundos conceitos (da “Equação”) que, em resumo, se pode compreender que o campo físico da Matéria, que deriva da Energia (como substância universal), atinge um máximo de sua condensação, até que, invertendo sua direção, tende a desagregar-se e expandir-se na forma de radioatividade, ou seja: daquela mesma Energia.

 

Portanto, tudo se move e se transforma o tempo todo, e a Matéria, pois, retorna à Energia, e assim sucessivamente, no decurso do continuum estabelecido pelo tempo-evolução; sendo que o mesmo se dá, pois, nos demais planos - e inclusive - no das humanidades onde o Espírito mergulha na Matéria e, por algum tempo lhe submete, mas, tão só, para lhe transcender, pois que dela renasce em sua forma mais sutilizada e viril, para então, novamente retroceder, mas tão só para evoluir, sempre, na íngreme escalada evolucional. Portanto, a um plano quântico do nosso entendimento, temos as passagens (--- >):

 

  [( energia --- > matéria --- > energia )]

 

Entretanto, não se verifica degradação completa da componente Energia quando destacada do trem eletrônico onde se maturara evolutivamente, pois que a Ciência desconhece o grande fenômeno Involução-Evolução e, portanto, ignora seus primórdios e sua respectiva continuidade, seu encadeamento preciso e lógico, onde as tantas forças não se perdem, mas se perpetuam noutras formas cinéticas do seu desconhecimento (calor, luz, eletricidade, e etc.), pois que são perenes em suas eventualidades quânticas, energéticas e, mais adiante, espirituais.

 

Assim, pois, um conceito bem mais amplo dilata e desenvolve as idéias nos campos da Matéria e da Energia por algo ainda mais refinado, mais puro e essencializado: a substância alfa, ou do que se conhece vulgarmente como: Espírito; um Ente que, num fenômeno cíclico complexo:

 

  [(espírito --> energia --> matéria --> energia --> espírito)]

 

Perfaz, numa onda “descendente” e “ascendente”, o seu ciclo completo, explicitando a Involução, onde alfa, o Espírito, substancialmente, se condiciona à Energia, e, mais adiante, à Matéria, quando, num fenômeno inverso, e, portanto, de Evolução, retorna à sua dinamicidade anterior conquistando, bem mais adiante, sua anterior condição espiritual ou consciencial, porém renovada e maturada por evolução.

 

Assim, pois, a Energia não se degrada (por completo) quando arremessada do trem urânico, ou de outras formas de sua intrínseca expansão; mas prossegue além, em campos ainda não observados pela Ciência, pois ganhara em potência, se maturara nas formas de peso atômico máximo e, portanto, segue avante como estrutura e essência fundamental das formas vegetais, e, posteriormente, dos animais, confirmando a substância espiritual que ainda se move, e, sempre, mas agora, ascensionalmente, na busca da consciência desperta, finalidade última de sua descida involutiva (inv) para a conseqüente escalada evolucional (ev), tal como uma grande síntese da fenomenologia cósmica que se compreende pela matematicidade da “Grande Equação da Substância” que assim se resume:

 

                alfa (a)

             //            \\

          (inv)          (ev)     

          //                  \\          

     beta (b)          beta (b)   ; sendo: (a=b=g) = substância

          \\                  //

          (inv)         (ev)

             \\            //

              gama (g)

 

Onde alfa (que é a substância ou espírito), involutivamente (inv), vai para beta (ou energia), que, por sua vez, vai para gama (matéria); mas o fenômeno não para, pois gama, evolutivamente (ev) vai para beta que, por sua vez, se ascensiona até alfa.

 

Portanto, a Energia, decorrente do Espírito, não morre na Matéria, mas prossegue além se maturando nos campos da vida, das formas vegetais e animais num encadeamento que escapa das aparelhagens científicas, mas não da intuitividade dos grandes gênios inspirados pela Verdade, pela moderna Revelação Monista, digamos assim, da intuitividade ubaldiana e mediunidade xavieriana.

 

Mas, referido texto de minha crítica, alude ainda que:

 

“É fácil perceber que as afirmações acima não têm respaldo no Espiritismo, porque espírito e matéria são criações divinas e, portanto, não podem se transformar um no outro, nem ambas em Deus”.

 

Não entendi muito bem, pois o Espiritismo de Kardec, e, com o próprio Kardec em “O Livro dos Espíritos” (1857 – Ide), no Capítulo Segundo, Livro Primeiro, afirma que:

 

“A origem e a conexão dessas duas coisas (espírito e matéria) nos são desconhecidas”. (Opus Cit.).

 

Ou seja: não se sabe da origem e tampouco - da conexão - que possa haver entre as duas coisas; e, portanto, partindo-se da possibilidade de que haja conexão, então, pois, assim, confirma-se o sugerido por ‘Sua Voz’ com a “Grande Equação da Substância”; o que significa, mais ainda, que Pietro Ubaldi, pode estar, sim, completando as premissas de Kardec. Por outro lado, permanece ainda a instrução dos Espíritos superiores que, em tal livro, e, tal como que prevendo a revelação ubaldiana, afirmaram:

 

“É assim que tudo serve, tudo se coordena na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo que, ele mesmo, começou por ser átomo. Admirável lei de harmonia da qual vosso espírito limitado não pode ainda entender o conjunto”. (Opus Cit.).

 

Ou, noutros termos, eles confirmam que há sim uma passagem (evolutiva --- >) de um campo para outro: do átomo (matéria) ao arcanjo (espírito) passando pelas mais diversas formas vegetais e animais, preconizando o que já me referi linhas atrás, e que, ainda mais, se pode, com alguma matematicidade, deduzir:


“Tudo se encadeia (# # # . n) na natureza, desde o átomo primitivo ao arcanjo que também começou por ser átomo”,

 

Que insinua a idéia de um Continuum Evolutivo Anímico:

 

   [(Átomo) --- > (# # # . n) --- > (Arcanjo)]

 

E, portanto, potencialmente, o átomo é um anjo. Ou então se diria que: um átomo elevado a uma altíssima e indeterminada potência (“ind?”) se equivale a um arcanjo, na idéia do que possa ser uma Equação Átomo-Potencial:

 

             “ind?”

   [(Átomo)    =   (Arcanjo)]

 

E, mais ainda, se aplicarem-se Infinitos Impulsos Evolutivos (oo-s-IE) ao referido átomo, também se haveria de obter um arcanjo, conforme dados da Equação Átomo-Evolucional:

 

[(Átomo) x (oo-s-IE) = (Arcanjo)]

 

Mas tal processo evolutivo, sem margem para dúvidas, só se verificará na lenta fenomenologia cíclica palingenésica. Mas o fato é que, com a “A Grande Síntese”, já se pode entrever algo mais do “conjunto” que, dos Céus (espírito) à Terra (matéria), passando pelas mais distintas formas dinâmicas (energia), em um fenômeno cíclico de contração e de expansão, referido componente (espírito) retorna aos Céus de sua origem por evolução, onde tudo se resume no Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo de Pietro Ubaldi e ‘Sua Voz’, estando tudo confirmado por outros Espíritos por meio de outros distintos médiuns dos mais diferentes lugares do Brasil e do Mundo.

 

De tal forma que, o referido texto de minha singela e despretensiosa crítica, ao afirmar que:

 

“Dessa forma, a proposta da ‘Voz’ de uma ‘Equação da Substância’: não tem base científica na atualidade“.

 

É óbvio que, sobre tal questão, eu concordo plenamente, que “não tem base científica na atualidade”, pois que grande parte dos nossos cientistas são apedeutas do Espírito, são céticos, ateus, que afirmam, dentre outras tolices, que a inteligente mecânica celeste dispensa a ideia de Deus, ou, então, que o Universo é tão inteligente que o mesmo, por si só - e de uma partícula singular - se constrói, se expande e se rege ao infinito de tudo, de suas tantas leis, e que, portanto, não precisam de um Deus Legislador e Criador, que É a Inteligência Suprema, alegando, ainda, outras coisas tão ingênuas como estas mesmas encimadas.

 

Neste ponto, portanto, sou aderente e concordo plenamente com o texto em epigrafe que diz: que tudo isso, do Pietro Ubaldi, de ‘Sua Voz’, e, indo mais longe ainda, do Espiritismo, do Kardec, do Monismo, do Chico, do Emmanuel, do André Luiz, e etc.:

 

“Nada disso tem base científica na atualidade”.

 

E, não tem, mesmo! Exceto, é claro, se considerar-se como científico os trabalhos renomados da Metapsíquica, de Richet, de Crookes e tantos outros mais que, mesmo assim, são desabonados e tidos como pouco ortodoxos pelos incrédulos cientistas atuais.

 

Mas prossigamos ainda com a parte II (2-urânio, radioatividade e densidade), do ilustre texto que, citando novamente os “equívocos” de ‘Sua Voz’, conclui ter faltado à ‘Voz’:

 

“... o conhecimento de que não é somente os elementos mais pesados que são radioativos”.

 

No que enfatizo ao preclaro texto que, muito antes do vosso capítulo citado (dezesseis e dezoito), e, como que prevendo a maledicência humana, ‘Sua Voz’, no capítulo seis, já havia dito:

 

“Lede mais antes de julgar”. (Vide: “A Grande Síntese” -  Pietro Ubaldi – 1937 - Fundapu)

 

Pois que, mais adiante, no mesmo capítulo dezoito, ‘Sua Voz’ informa sim que:

 

“A radioatividade, fenômeno perceptível para vós materialmente apenas nos corpos que a apresentam destacadamente, é, nada obstante, propriedade universal da matéria. Isto significa que a matéria, toda e sempre, é suscetível de decomposição, em maior ou menor grau, transformável em formas dinâmicas e que a pulsação de sua evolução, a estequiogênese, jamais pára”. (Opus Cit.).

 

Portanto, a ‘Voz’ sábia de Pietro Ubaldi tem sim: “o conhecimento de que não é somente os elementos mais pesados que são radioativos”.

 

Mas passemos, ainda dentro da parte II, ao próximo item: (3-órbitas dos planetas), do texto espiritista em destaque. Nele, abordando o capítulo trinta e dois da “Síntese”, o texto em questão dele extraíra um pequeno trecho de ‘Sua Voz’ e, com poucas explicações que não explicam, veio a concluir de modo decisivo que:

 

“A afirmativa acima é um exemplo de absurdo científico”.

 

Ou seja, eu não sou cientista oficial, na acepção da palavra mesma, mas a Ciência mundana não provou e não tem como provar, ou desmentir, cientificamente, pelo menos por enquanto, a afirmativa de ‘Sua Voz’, o que me leva, no presente instante, a acatar sim a assertiva da ‘Sábia Voz’ que, desde suas primeiras mensagens com Pietro Ubaldi, provara sua destacada superioridade sendo considerada, para elementos de vasta erudição, como a ‘Voz’ de uma Entidade muito próxima do Cristo que, na definição de tal conúbio: Ubaldi/Sua Voz:

 

“Pietro Ubaldi interpreta o pensamento de altas esferas espirituais”. (Emmanuel).

 

Logo, estarei ficando, indubitavelmente, com Pietro Ubaldi, com ‘Sua Voz’ e com Emmanuel que, de suas definições de: ”A Grande Síntese” a considerara como “O Evangelho da Ciência”.

 

Dando prosseguimento da parte II (4-combustível das estrelas e desagregação do sol), concluo como já dito supra que todos os nossos conhecimentos se resumem nos saberes de um grupo de cientistas, astrônomos, matemáticos, físicos, químicos que, em sua maioria se traduzem pelo ceticismo, pela arrogância que, mesmo não sabendo tudo, ainda assim, face ao seu Soberbo Egão (ego elevado a altíssima potência), crêem tudo saber de tudo quando, na verdade, muito pouco sabem, pois iniciam seus conhecimentos da Matéria, estando, ainda, pois, lhe buscando e lhe rebuscando os componentes, sendo ainda, pelo visto, sua deusa única de reverência e adoração.

 

Ao invés de afirmativas categóricas, eles deveriam fazer uso mais freqüente, em suas assertivas de pretenso saber e arrogância, de palavras mais modestas tais como:

 

-Nós estimamos que; ou então:

-Atualmente pensamos assim; ou ainda:

-Isto é provável, mas ainda não constatado; ou quem sabe:

-Temos isto como hipótese, ou então:

-Como conjectura a ser provada mais adiante; ou ainda:

-Trata-se de uma probabilidade, de uma Tese, e etc., etc.

 

Ora, pretender que nossos cientistas tudo saibam das Estrelas, do nosso Sol quando ainda se está tentando compreender a Matéria terrena que pisamos pretensiosamente, e que se tornara sólida e avançara para os campos da vida e da consciência, onde tudo isso se revoluciona por leis incontestes de nossa mecânica celeste, ora, é óbvio que nossos cientistas ainda têm muito de conjectura e não de certezas que, em suas afirmativas, mais cedo ou mais tarde, como sempre se dá, eles acabam se destronando de sua “sabedoria”, seu pretenso saber.

 

Pois, como dito, eles nem sabem ainda do Espírito, conquanto possam com ele nascer, crescer, estudar, trabalhar, refletir, como também amar, sentir e, quando a coisa aperta, choramingar, mas, de fato, do Espírito mesmo, nada sabem, e, portanto, lhe ignoram, e, além do mais, fazem questão de lhe negar veementemente comprovando-se o que realmente são: apedeutas de Si, de Sua espiritualidade e da espiritualidade de tudo o mais.

 

Noutros termos, nossos cientistas duvidam de tudo e até de Si mesmos como potências imortais, palingenésicas, cuja existencialidade se deve a um Soberano Ato de Amor, e em sua arrogância sabem tudo, e até mesmo do Sol, pois que lá estiveram com suas poderosas naves, seus instrumentais de pesquisa que não se dissolveram pelas altíssimas temperaturas, e, por isso, eles já conhecem tudo da temática sem retificações outras, amanhã ou depois, pois não carecem de quaisquer outras opiniões, e, principalmente, de ordem metafísica; ah, isto não, de jeito nenhum!!!

 

Para mim, e, sobretudo no caso do ceticismo dos nossos mais renomados estudiosos, penso valer a sentença de que:

 

“O homo-sapiens que desconhece sua imortalidade, a palingenesia e a existência de um Criador, trata-se na verdade de um homo-burrus e não de um homo-sapiens”.

 

E, por isto mesmo, já fora dito que o fenômeno esquiva-se da arrogância, da falta de fé, da humildade e simplicidade cristãs.

 

Já para o item (5-éter), do texto em estudo, onde o mesmo declara que: “o conceito de Éter (proposto por ‘Sua Voz’), não pode ser algo formado por átomos sem os elétrons”, vejo referira temática como uma simples questão de nomenclatura, de visões diferentes de um mesmo tema enfocado. E, como diria “OLE” (AK – 1857 - Ide):

 

 “As palavras pouco nos importam. Cabe a vós formular linguagem adequada a vos entenderdes. As controvérsias surgem, quase sempre, por não vos entenderdes sobre as palavras, visto que a vossa linguagem é incompleta para exprimir as coisas que não ferem os vossos sentidos”. (Opus Cit.).

 

No tocante ao próximo (6-hereditariedade e dna), o estudo espiritista em questão, extraindo parte de um dos mais brilhantes e elucidativos capítulos d”A Síntese”, conclui que ‘Sua Voz’ não tinha conhecimento da existência da molécula do DNA. Ora, sabemos desde Kardec que os Espíritos não revelam tudo e não podem atropelar o andamento daquilo que deve ser feito e executado pelo homem, no caso, dos nossos pesquisadores. Logo, a afirmativa do texto, desculpe-me, peca pela ingenuidade.

 

Mas, paradoxalmente, para mostrar a genialidade superior de ‘Sua Voz’, ela alega no capítulo oito: ‘A Lei’ - quando nossos cientistas ainda não sabiam - que:

 

“A energia atômica que procurais, existe, e a encontrareis”. (Vide: “A Grande Síntese” – PU – 1937 - Fundapu)

 

Ou seja: num escrito que fora feito em 1932 (primeiras páginas de ‘A Grande Síntese’). Ora, só em 1938, Hahn e Strassmann, na Alemanha foram capazes de fissionar (quebrar) urânio (235U); mais tarde, outros cientistas constataram que se um núcleo pesado sofre fissão, obtêm-se átomos de massa mediana e enorme quantidade de energia. Tais informações foram mais tarde divulgadas nos Estados Unidos durante uma reunião de físicos que culminara em 1945, tragicamente, com a destruição de Hiroshima e Nagasaki no Japão pela detonação de bombas atômicas.

 

Para encerrar, temos sua parte III (conclusões), onde e quando, o texto criticado alega que ‘Sua Voz’ não conhecia o Espiritismo, pois em nenhum momento Ela lhe faz menção, apesar de, supostamente, tal ‘Voz’ pertencer à falange dos Espíritos superiores.

 

Digo, entretanto que, se Ela (a ‘Voz’) assim o fizesse, ela estaria, com isso, fugindo ao objetivo de sua obra que, de forma clara e escancarada carrega em sua capa mesma a objetividade de: “Síntese e Solução dos Problemas da Ciência e do Espírito”. Ou seja, ela se dirige às questões específicas do conhecimento científico lhe introduzindo o Espírito. Noutros termos: ela não veio falar aos espíritas, ou, ao Espiritismo de modo claro e específico; conquanto nos sirva, e ao Espiritismo, em seus altíssimos preceitos doutrinários, e científicos, por ser Obra Inspirada pelo Cristo que, em Sua Universalidade, contribui com os saberes espiritistas completando o Modelo Evolutivo de Kardec pelo Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo que, como já visto e citado, constituíra Consenso Universal por médiuns estranhos uns aos outros no Mundo todo, e, inclusive, com os sábios Espíritos de Emmanuel, de André Luiz, de Augusto dos Anjos, da renomada obra xavieriana.

 

O que havia sido ministrado, aliás, pelos profetas bíblicos e pelo próprio Mestre Jesus quando estivera corporificado dentre nós, os humanos. (Vide: e.Books abaixo citados)

 

Finalizando, é óbvio que “A Grande Síntese” pode conter algum pormenor ou alguma expressão menos exata, o que fora até mesmo reconhecido por Ubaldi em seu livro: “Comentários” (PU – Fundapu); o que não desautoriza e não invalida jamais o seu primeiro e monumental tratado que: “encaminha a Ciência para a sua espiritualização, a fim de facultar ao homem uma concepção de Deus, escoimada de antropomorfismos e o capacita para lhe escutar a voz que perenemente ecoa nos ensinamentos Daquele que será por todo o sempre – Caminho, Verdade e Vida”. (Guillon Ribeiro: engenheiro, jornalista, poliglota, vernaculista e espiritista).

 

Por outro lado, diga-se que erros, desajustes, pequenos equívocos, toda grande obra os contêm, e, sobretudo as de ordem mediúnicas, não escapando, pois, nem as de Kardec, de Xavier, a de Ubaldi, pois se sabe que “todos os nossos estudos sobre mediunidade são ainda nascentes”. (Chico Xavier).

 

De qualquer modo, penso que ainda é muito cedo para se desacreditar “A Grande Síntese” perante a infantilidade da Ciência do nosso tempo com suas muitas conjeturas teóricas e, portanto, sem mais provas evidentes de suas ilações. Mais ainda: considero uma infâmia querer-se profanar a mais importante obra de filosofia científica de todos os tempos da Humanidade.

 

E muitos espiritistas (como visto em nosso meio) insistem em lhe criticar maldosamente lhe dando as costas com risinhos de desprezo à mesma que tão só lhes definem o caráter de soberba e incompreensão!

 

Sendo o que tinha para dizer, despeço-me com um abraço a todos e, inclusive, ao erudito autor espiritista de minha crítica que, se lhe ofendera, peço desculpas.

 

Bibliografia:

-Obra Completa de Allan Kardec: diversas editoras;

-Obra Completa de Pietro Ubaldi: fundapu;

-Obra Completa de Chico Xavier: diversas editoras;

-Problemas da Física Moderna: Max Born, Pierre Auger, E. Schrodinger, W. Heisenberg, Editora Perspectiva;

-Einstein e a Relatividade: Paul Strathern, J. Zahar Editor;

-O Pensamento Vivo de Einstein: Martin Claret Editor;

-O Tao da Física: Fritjof Capra, Cultrix; e:

-Diálogos Com Cientistas e Sábios: Renée Weber, Cultrix.

-Estrutura da Matéria: Vera L. D. de Novais, Atual Editora; e

-Obra Completa (13 e.Books) de Fernando R. Patrocínio: Análise Crítica da CUEE; O Espiritismo Completo; A Matemática do Espiritismo Completo; O Mecanismo Uno-Contínuo da Criação; Noções Futurológicas do Espírito; Fundamentos da Corrente Mental; Do Arcanjo ao Átomo; Mestres da Humanidade; Reflexões Axiológicas do Evangelho; Espiritismo e Suas Complexidades; Encarando Fatos e Mitos; Jesus - Médium de Deus; e: A Grande Síntese e o Mecanismo. 

Autor: Fernando Rosemberg Patrocínio

E-mail: [email protected]

Blog: http://fernandorpatrocinio.blogspot.com.br