QUESTÃO DE RAÇA

QUE IMPORTA MINHA COR, NUM PAÍS QUE SE DIZ SOBERANO;
PODERIA SER VERMELHO OU MESMO DA COR AZUL ANIL.
SOU NEGRO, SOU BRANCO, SOU GENTE SOU BRASIL;
SOU AMARELO, SOU ÍNDIO, SOU APENAS HUMANO.

ESSA QUESTÃO DE COR, ETNIA OU RAÇA;
NÃO ME TIRA A CONDIÇÃO DE TRABALHADOR.
É APENAS QUESTÃO DE ALGUNS, PURA PIRRAÇA;
NO MEIO DE OUTROS MIL, TENHO O MEU VALOR.

QUE SEJA AMERÍNDIO, QUE SEJA MESTIÇO;
QUE SEJA CABOCLO DA  TERRA OU RIBEIRINHO;
OU MESMO MULATO, TENHO MEU FEITIÇO;
QUERO SER BEM ACEITO, SEGUIR O MEU CAMINHO.

COM TODA HUMILDADE  SEM ORGULHO NENHUM ;
HOJE SE QUIZESSE PODERIA SER O SENHOR;
SE UM DIA FUI ESCRAVO OU  MERO SERVIDOR;
MAS PREFIRO A DIGNIDADE DE UMA VIDA COMUM.

DONO DE MEUS DIREITOS, COM UMA CASA PARA MORAR;
TER AMPLO ESPAÇO NESTE MUNDO DE DIFERENÇAS;
TER CULTURA, TER LAZER, ESTUDAR E TRABALHAR;
NÃO VEJO MOTIVOS PARA TANTAS DIVERGÊNCIAS.

QUERO APENAS MINHA PLENA LIBERDADE;
TER DIREITOS QUE POR DIREITO SÃO MEUS;
ESSA DIVISÃO EM COTAS, PURA MALDADE;
BASTA A ESCRAVIDÃO QUE O NEGRO SOFREU.

O ÍNDIO COITADO, TAMBÉM TEM A SUA DOR;
GUERREIRO NATO COM SUAS TRADIÇÕES;
DONO DE SUAS TERRAS, HOJE PERDEDOR;
NUMA SOCIEDADE CHEIA DE CONTRADIÇÕES.

ENTRE TANTOS BRANCOS E AMARELOS;
VIVEM TAMBEM OS CABOCLOS DA TERRA;
PORQUE NÃO FALAR DOS NORDESTINOS;
QUE EM BUSCA DE ÁGUA SAEM DE SUAS SERRAS.

É UMA LUTA DESIGUAL, QUASE UMA MALDADE;
BASTA SE COMEÇAR A REVER NOSSOS CONCEITOS;
E NOS VERMOS COMOIRMÃOS DENTRO DA IGUALDADE;
DEIXANDO DE LADO TODOS NOSSOS PRECONCEITOS.

É UM APELO QUE FAÇO PARATODA  A SOCIEDADE;
DIREITO AO MUNDO LIVRE E SEM  SEGREGAÇAO;
PRECISAMOS VIVER A VIDA COM LIBERDADE;
COM ACESSO AO TRABALHO, LAZER E UNIVERSIDADE..

(FRANCISCA ELIZABETH NASCIMENTO DE SOUZA – FENS)