O final do ano se aproxima, os lançamentos de carros continuam a todo vapor, as vendas podem despencar e ainda não se pode dizer quem será o líder no mercado nacional. Até parece que estamos falando da final do campeonato brasileiro, não é mesmo?

Tomando por base os indicadores de licenciamento divulgados pela Associação Dos Fabricantes De Veículos Automotores – Anfavea, no mês de outubro, os seis fabricantes que mais venderam automóveis e comerciais leves no varejo foram: Fiat (24,17%), VW (21,08%), GM (19,67%), Ford (9,97%) Renault (4,56%) e Honda (4,03%).

Já no acumulado de janeiro a outubro/09, o market share está assim distribuído: Fiat (24,50%), VW (23,08%), GM (19,82%), Ford (10,18%), Honda (4,28%) e Renault (3,90%). A indústria continua com o pé no acelerador. A Ford, por exemplo, acaba de anunciar investimento de 4 bilhões para aumentar a capacidade produtiva no Brasil.  A sensação é parecida com uma corrida de kart onde três competidores estão na reta com o pé colado no acelerador. A curva se aproxima, alguém vai ter que tirar o pé, mas ninguém quer ser o primeiro.

No entanto, novidade é o que o consumidor deseja. Mas, estará ele pronto para levar para casa tudo que for produzido? Até agora a resposta foi sim. Apesar da anunciada crise financeira Global, a indústria automotiva nacional quase não deu conta de suprir o apetite de consumidores ávidos por colocar na garagem o carro novo. Tanto assim, que os importados abocanharam boa parte do mercado.

 Mas, continuarão as vendas de carros aquecidas? Ninguém saberá dizer com exatidão. Porém, o palpite é que elas devem cair em relação ao ritmo que vinham mantendo até setembro. Não é só a queda das vendas que deve preocupar os empresários do setor. Caso os estoques continuem elevando-se, os encargos financeiros subirão, o volume de autos usados tende a crescer, exigindo mais capital de giro, a redução do preço será inevitável para garantir volume de vendas capaz de manter o break even do negócio.

Caso esse cenário se confirme, e tomara que eu esteja redondamente equivocado, não será nem a primeira e, provavelmente, nem a última vez que isso ocorre. Mas é bom ficar atento, pois a receita para se livrar de uma eventual crise de vendas, poderá ser bem diferente da adotada da última vez que ela ocorreu. Até porquanto, agora a rede de distribuição está mais concentrada do que antes.

Independentemente do que ocorrerá, duas categorias tem muito a ganhar e pouco a temer. De um lado, os verdadeiros empresários e profissionais de vendas serão ainda mais valorizados, e do outro, o consumidor que com um pouco de calma e poder de barganha, poderá fazer ótimos negócios.

Evaldo Costa

Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil

Escritor, consultor, conferencista e professor.

Autor dos livros: “Alavancando resultados através da gestão da qualidade”, “Como Garantir Três Vendas Extras Por Dia” e co-autor do livro “Gigantes das Vendas”

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