Quem foi Ludwig Feuerbach.

1804-1872.

Excelente filósofo criou uma teoria crítica da alienação do espírito, mostrando como a própria razão manipula a razão, leva o homem uma espécie de cegueira contínua, entendendo a realidade de forma invertida.  O espírito como alienação da própria vida.

O espírito cria uma realidade fictícia a partir de algo irreal e volta ao mundo como se fosse real, aquilo que é inexistente volta de fora como forma ideológica, sendo verdade e passa a comandar a vida das pessoas, essa produção de ficção irreal, funciona em todos os níveis da vida humana na produção das ideologias.

A razão, as crenças, as ideologias são produtos do limite da extensão do nosso conhecimento, é impossível compreender algo, quando estamos no limite da nossa incompreensão. Então alguns produtos são os limites do nosso não entendimento, Deus é um desses produtos.

Diz Feuerbach o homem sentiu sozinho, percebeu que a história não tem sentido, que a vida é a repetição do nada, que homem prende se apenas a um pequeno espaço de tempo, e que no máximo poderá ser a representação desse espaço, na inversão da realidade propositiva.

Em relação ao futuro, tudo é uma grande incógnita, até porque ao homem individualmente não tem futuro, o que existe para ele é tão somente o momento, após o instante, não existe nenhuma possibilidade para o homem, aquele que vive aqui, a cada tempo histórico. Pode ser apenas a revelação desse tempo.

  Foi exatamente a questão do contingente que levou o homem a necessidade de inventar Deus, dar a ele a garantia, quando na realidade não poderia ser absolutamente nada, além do que for ao tempo histórico.

Deus é uma invenção humana, não tem existência real, é a projeção de uma ideologia que representa o fracasso do homem diante da perspectiva da história, essa é a primeira grande crítica desse excelente filósofo, posteriormente ele formulou outras críticas fundamentais ao entendimento da história.

A outra grande crítica elaborada por ele, contra a Filosofia hegeliana, chama Hegel de idealista, explica o mundo real fora da realidade do mundo, por ideias criadas não a partir da materialidade da vida humana, das condições próprias da vida do homem.

Feuerbach qualificou Hegel, aquele que desenvolveu a Filosofia do vazio, da existência sem significado, da ideologia de algo não real do ponto de vista da verdadeira razão de ser alguma coisa.

 Hegel não analisa para Feuerbach o ser real, ele cria uma fantasia a respeito do ser, uma ficção, do mesmo modo que homem inventou Deus, Hegel transforma essa fantasia numa suposta realidade, a partir dessa suposição desenvolve seu pensamento crítico, quando na prática não é crítico.

Ao contrário de Hegel, que baseiam em noções abstratas, como ideias sem significações, uma razão especialmente vazia, por esse motivo poderia classificar como uma não razão.

  O que significava para Feuerbach que Hegel não era racional, isso de acordo com a realidade material de cada fenômeno em análise.

 Na verdade ele propõe uma Filosofia que deve partir do mundo real e não da imaginação de uma possível realidade, do mesmo modo com o homem criou Deus de uma não  realidade, o que contraria seus preceitos.

 Hegel criou a realidade a partir também da formulação de uma não realidade, e, aquilo que não era, passou a ser na construção do mundo imaginário de Hegel.

Feuerbach propõe uma Filosofia real, cujo conteúdo tenha materialidade, que não resulte da formação de uma ficção imaginária, os pressupostos tem que serem da vida real, do mundo concreto das relações humanas objetivas, o homem não pode ser fruto de especulações metafísicas.

O ser humano precisa ser considerado como algo natural, fazendo parte do mundo da natureza, como tudo que existe, só existe porque faz parte do mundo natural.

 A metafísica é apenas um delírio. Por esse motivo Hegel foi considerado para Feuerbach como um filósofo da loucura, não pensava com a consistência da realidade material.

Com efeito, o pensamento de Feuerbach tem como epistemologia o ponto inicial à realidade objetiva o mundo natural, por essa razão foi classificado de materialista, por não acreditar em realidade transcendental, por negar a possibilidade da existência de Deus.

A responsabilidade do mundo está nas mãos dos homens, apenas o homem é capaz de fazer esse mundo ser melhor, desde que não fique mergulhado no mundo das alienações, e, alienação aqui é no sentido mais complexo de tudo que existe.

Feuerbach influenciou o pensamento de Marx, levou o mesmo entender o quanto o pensamento de Hegel servia um posicionamento de direita no mundo da política.

 O quanto Hegel tinha como objetivo esconder a verdade a respeito de tudo que deveria ser entendido, a respeito de teoria de Estado, da mecanicidade da economia, e, sobretudo, a religião como produto do absoluto engano.

 Então o Marx a partir da leitura que fez de Feuerbach, inventa uma lógica de análise muito abrangente que atinge não apenas a Hegel, mas a religião e demais Ciências comprometidas com a escamoteação a respeito da verdade em referencia a tudo. Esse foi o grande valor de Feuerbach na sua contribuição crítica.

Edjar Dias de Vasconcelos.