Já percebera o distinto leitor, e, mesmo aquele que apenas e tão-só observa o movimento espírita em nosso País, que tais espiritistas muitas das vezes se destoam em suas interpretações das coisas, sobretudo, das contidas em seu Livro Mor, ou seja: “O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec – 1857 - Ide).

 

O que seria de se esperar, pois que o Espiritismo é portador de tríplice aspecto se firmando, pois - como doutrina codificada - em termos de Ciência, de Filosofia-Moral que, por isto mesmo, se estende à Religião em seu aspecto mais puro: de religiosidade interior, que tem como meta a prática viva dos excelsos princípios do Mestre Nazareno Jesus.

 

Mais ainda, o Espiritismo, em acatando a evolução do Espírito humano, que, por sinal, dita evolução se dá em todos os campos da vida planetária, este mesmo Espiritismo é doutrina essencialmente progressiva, ou seja, que acompanha todos os lances evolutivos da humanidade e, por isto, por tal dinâmica mesma, ele segue avante descortinando novos panoramas da realidade infinita em Deus-Pai, Criador de Tudo, que trabalha de modo incessante em sua obra universal.

 

E, por isto mesmo, dir-se-ia que:

 

“O Livro dos Espíritos não é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”. (Vide: “Revista Espírita” – Allan Kardec - Julho de 1866).

 

E, como já vimos em diversos textos e e.Books de nossa autoria, a questão de nossas origens, como Espíritos palingenésicos, e, portanto, imortais, é constante de muitos ditados de “O Livro dos Espíritos” (AK – Ide), porém, de forma algo velada, e cuja compreensão do fato em si, nos vai sendo revelado aos poucos, como mais recentemente se fizera, no Século 20, por dois dos maiores discípulos e medianeiros do Cristo: Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier. (Vide e.Book: “O Livro dos Espíritos e Queda Espiritual”).

 

E, se rebuscarmos, ainda, a questão 621 do referido “Livro” veremos que, de fato, nossa gênese se dera na Espiritualidade mesma, ou seja, no ‘Sistema’ metafísico e, portanto, distinto da atual materialidade dos Mundos astronômicos, e que denominamos: ‘Anti-Sistema’:

 

Pergunta (a):

 

“Onde está escrita a Lei de Deus?”.

 

Resposta (a):

 

“Na Consciência”.

 

Pergunta (b):

 

“Posto que o homem carrega na sua Consciência a Lei de Deus, que necessidade haveria de a revelar?”.

 

Resposta (b):

 

“Ele a esquecera e menosprezara: Deus quis que ela lhe fosse lembrada”.

 

Com isto, pois, vemos que o homem, dos mais distintos níveis evolutivos, encerra em Si mesmo, ou seja, em sua Consciência, e, portanto, em seu Espírito imortal, a ideia de Deus e de suas Leis Soberanas, posto que tal Consciência fora obtida nos processos de sua criação, onde, e, quando, os Espíritos criados foram devidamente instruídos - pelos seus mestres - acerca de Si mesmos, das Leis que os governam, e, portanto, de sua origem como filhos de um Deus que é Pai, Justo e Amoroso Criador.

 

Entretanto, nem todos os Espíritos criados foram, ou, são, obedientes, e muitos, pois, se insurgiram, e, em seu orgulho e prepotência, se rebelaram contra as coisas divinas arruinando sua espiritualidade e decaindo nos Mundos do ‘Anti-Sistema’, quando, então, encarnando, e reencarnando, o Ser se educa e se reeduca, se transforma e se modifica, refazendo sua intimidade mesma pela Lei Soberana que:

 

“Ele a esquecera e menosprezara” (OLE supra);

 

Mas o Pai não se esquece do filho, e, portanto:

 

“Deus quis que ela lhe fosse lembrada” (OLE supra)...

 

E, por meio, sobretudo, da Religião que, como se sabe, trata da Re-Ligação do Ser rebelde que pretendera desligar-se do Pai que, sendo Misericordioso, não quer a morte do ímpio, mas que viva e se salve.

 

Assim, pois, finalizando, recordemos que, do tríplice aspecto do Espiritismo: científico, filosófico e religioso, é neste último, sobretudo, que:

 

“... Repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual”. (Vide: “O Consolador” – F. C. Xavier – Feb).

 

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