QUÃO FELIZ EU SEREI!
Publicado em 18 de maio de 2009 por Paulo de Aragão Lins
QUÃO FELIZ
EU SEREI
No Colégio XV de Novembro tivemos um culto do dia das mães e nesse culto nosso colega Josué da Rocha resolveu cantar um solo. Na hora de cantar o hino sobre as mães, ele errou tudo. Ficou todo atrapalhado, desceu envergonhado e, no dia seguinte, na hora em que a campa tocou para acordar todo mundo, nosso colega Iraildo Gomes saiu pelos corredores imitando o Josué, cantando a plenos pulmões, com a voz esganiçada e caricata o hino que ele tentou cantar:
- Quão feliz eu serei, com mamãe lá no lar, lá no lar, láááááááá!
Josué ficava injuriado com aquilo, mas agüentava calado.
Tem dia que a gente acorda meio atrapalhado das idéias. Certa manhã, quando Iraildo saiu cantando pelos corredores, Josué não agüentou. Tascou-lhe um tapa no pé do ouvido que Iraildo rodou.
Quem sabe mais tarde, o primeiro como presidente regional da Sociedade Bíblica do Brasil e o segundo como presidente de um dos grandes Presbitérios da Bahia, como riram ao se encontrarem em uma reunião importante.
Quando Iraildo sentiu o tapa assentou um soco que pegou no peito de Josué. Os dois se atracaram e rolaram no corredor do internato. Foi difícil para nós separarmos os dois.
Na madrugada do dia seguinte Josué juntou a patota dele e combinou um trote para Iraildo. Enquanto ele dormia, eles conseguiram amarrá-lo na cama. Quando ele se acordou, sem saber de nada e começou a cantar:
- Quão feliz eu serei...
Descobriu que estava amarrado. Esperneou para um lado e para o outro mas, o amarrado estava bem feito. O pessoal então agarrou Iraildo com pijama e tudo e levou-o para debaixo do chuveiro gelado. Não é sem motivo que Garanhuns é chamada de "A Suíça Pernambucana".
Depois do banho gélido os ânimos de Iraildo realmente arrefeceram, pois nunca mais ouvimos a insólita homenagem às mães cantada nos corredores às seis da manhã.