Quando o querer é poder
Publicado em 11 de agosto de 2017 por Adriana Cesarino Vieira
Vivemos um momento que provavelmente será reconhecido, historicamente como de grande importância para as mudanças que devem ocorrer na sociedade brasileira.
Nos acostumamos à resiliência. Parte dessa postura deve-se ao fato de não acreditarmos realmente em nosso poder de mudar a sociedade.
Fomos acostumados a crer que nossas vontades não bastam, pois, as decisões partem dos que estão em posição de poder e ao povo resta apenas protestar a princípio para depois aceitar aquilo que se considera inevitável.
Talvez por essa concepção tenha-se criado a imagem de que brasileiro é povo pacato, bem como já dizia a canção do Skank “Pacato cidadão” que retrata tão bem essa condição.
Porém uma fumacinha de princípio de incêndio já começa a aparecer no horizonte. Em tempos onde a informação é disseminada a uma velocidade incalculável atingindo todas as camadas da sociedade pode-se concluir que a maioria já percebeu que o querer pode transformar-se em poder.
Partindo do pressuposto que o poder é dado para alguns por meio do querer de um povo, torna-se claro que esse poder retornará a esse mesmo povo quando os receptores dele não corresponderem às expectativas de quem lhes empoderou.
Mas como isso pode ser possível? Voto.
A arma mais poderosa que a sociedade possui é o voto. Saber usá-la não é fácil. Requer pesquisa, fiscalização e até uma certa malícia para não se deixar enganar facilmente. Muitas vezes, pela demora que temos em poder utilizá-la, essa arma torna-se traiçoeira. Podemos, involuntariamente, apagar da memória as vezes em que “o tiro saiu pela culatra”.
Mas, como já mencionado anteriormente, a fumacinha que aparece no horizonte nos faz acreditar que as “armas” defeituosas estão sendo incineradas e muito em breve o povo fará uso de outras, porém, rigorosamente revisadas e calibradas com muita vontade de mudança e esperança de um futuro mais justo que nos permita recuperar o orgulho de ser brasileiro.
Aguardemos que as urnas comprovem ou não essa teoria.
Adriana Cesarino Vieira - Jornalismo PUCSP