QUANDO O MAL ESTÁ NO PODER
Em presídio não tem terremoto, nem alagamento, nem desabamento, então os governos deveriam construir moradias populares nesse tipo de terreno e presídios em outros lugares. Presídio não tem fila de desemprego, não falta comida como nas casas dos trabalhadores. Muitos detentos não trabalham sequer para pagarem a água e a luz que usam para cavarem túneis. O nível de preocupação com o lixo da sociedade é maior que o nível de preocupação com os cidadãos impiedosamente tributados. É a premiação pelo errado e a condenação pelo certo, a premiação pelo mal e a condenação pelo bem. Se os presídios são verdadeiros infernos é porque seus hospedes se comportam como verdadeiros capetas. Infernos piores se tornaram nossos presídios particulares encarcerados pelas grades em nossas portas e janelas. Somos mais prisioneiros que os bandidos, eles pelo menos fogem ao receberem seus indultos ou qualquer outro benefício, mas nós somos eternos prisioneiros que temos que pedir para viver, nesse mundo onde os donos continuam impondo o terror. A verdade é que o jeitinho brasileiro da facilidade transforma tudo em corrupção e o crime é quem manda no país. É a mostra da incompetência das nossas leis, que é apenas um código de fantasia e de palavras imponentes, que não servem para nada, senão defender bandidos. Isso não é revolta, é fato e por mais que existam bons juízes e bons legisladores, se a cultura do jeitinho não mudar, a corrupção sempre fortalecerá os bandidos. A justiça não precisa agradar ninguém, precisa apenas ser justa. Mediante pequenas coisas como essas, o marginal torna-se aquele que anda a margem da corrupção e não o que anda a margem da lei.