QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NO RAMO DO MAGISTÉRIO

 

 

 

ADRISSANDA PEREIRA DOS SANTOS1

HÉLIO LOIOLA DOS SANTOS JÚNIOR2

 

 

RESUMO

 

 

 A qualidade de Vida no Trabalho dos profissionais da educação é algo necessário, pois contribui com a evolução da educação e o bem estar dos professores. Com este artigo objetivou-se conhecer os desafios enfrentados pelo professor em sua prática docente que interfere nos problemas adquiridos no magistério em seu cotidiano escolar, observou-se as necessidades dos professores em adquirir bem estar na prática docente, o qual vem a proporcionar ao mesmo uma Qualidade de Vida no Trabalho - QVT. Para averiguar um conhecimento aprofundado sobre a qualidade de vida dos profissionais educacional foi realizada uma pesquisa bibliográfica, em que verificou-se que o docente sente a necessidade da valorização e motivação para seguir adiante em seu oficio, e através desse aspecto oferecer um ensino mais qualificado, sendo que os mesmos sofrem com a desqualificação de seu trabalho, em relação a falta de apoio familiar, técnico e governamental. Uma vez que o educador vem se adequando a diversas situações para a melhoria do ensino aprendizagem e desenvolvimento dos educandos, sacrificando assim a saúde e bem estar em questão.

 

Palavras-chave: Qualidade de Vida, Professores, Bem estar, Trabalho, profissional.

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1 Professora pelo Município de Trairão,graduada em pedagogia pela faculdade de Itaituba.

2Professor e orientador Educacional, pelo Município de Trairão-PA, graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, Esp. em Pedagogia Escolar Pela FACINTER Faculdade Internacional de Curitiba.

 

 


INTRODUÇÃO                  

 

 

O presente estudo vem abordar uma reflexão a respeito da Qualidade de Vida no Trabalho no ramo do magistério. É certo que o ambiente de trabalho do professor é muito importante, pois é onde o educador passa a maior parte de seu tempo, por isso o mesmo merece um ambiente de trabalho favorável ao seu bem estar, mas sabe-se que isso é muito precário, pois hoje em dia o docente vive em dias de turbulência e agitação.

          Cabe ressaltar que pelos motivos de trabalhar em salas superlotadas, o desrespeito dos alunos para com o professor, as frustrações ao receber um salário desqualificado no final do mês e as pressões do cotidiano escolar, fatos estes ocasionam vários problemas de saúde a esse profissional da educação. Em virtude disso realizou-se uma pesquisa de cunho bibliográfico para melhor compreender esta questão que estar presente no cotidiano do magistério e que deve ser visto com mais sensibilidade, sendo que o professor pode ser o diferencial ao futuro de muitas crianças.

Este estudo objetiva conhecer os desafios enfrentados pelo professor em sua prática docente que interfere nos problemas adquiridos no magistério, para que se possa ter um conhecimento mais aprofundado da qualidade de vida no ambiente de trabalho dos mesmos. Pois a realidade do cotidiano escolar se torna um problema para o profissional, ocasionando mal estar em professores e até a exaustão consequência da sobrecarga de cobranças e pressões que vem afetando os profissionais do magistério principalmente o professor

 

 

A PROFISSÃO DE PROFESSOR AO LONGO DOS ANOS

 

 

A profissão docente em seus primórdios foi desenvolvida de forma secundaria primeiramente pelos religiosos e pessoas de diversas origens, que na época eram considerados pessoas sábias e distribuía saberes, os mesmos transformaram-se em congregações docentes, no qual o povo frequentava essas instituições para receber o conhecimento. E ao longo dos séculos XVII e XVIII, foram ingressando outras pessoas como os jesuítas que propuseram formar um conjunto de normas e valores específicos para caracterizar a formação docente.

Neste sentido, observa-se que profissão do professor no Brasil surgiu desde os séculos XVII e XVIII inserido em instituições religiosas, no qual somente os religiosos tinham acesso ao conhecimento, os mesmos eram respeitados por serem pessoas sábias e que transmitiam ensinamentos a população como os valores morais, que na época as pessoas que seguiam esses ensinamentos eram consideradas de boa conduta e preparados para serem inseridos na sociedade, prevalecendo a obediência aos autoritarismos.

Este transmissor de conhecimentos não tinha uma especialização especifica que o caracterizava como um educador habilitado e preparado ensinava valores e etiqueta, fazendo as pessoas conhecedores de sua formação e obrigação em meio à sociedade, deste modo os jesuítas foram requisitados por famílias de grande porte financeiro, sabendo que através deles seus filhos iriam tem uma boa educação.

O século XVIII foi um período que ficou marcado na história da educação e da profissão docente. Onde se procurava o perfil do professor que serviriam para trabalhar como educador e formador, com isso surgiram várias indagações de como deveria ser, leigo ou religioso? Deve integrar-se num corpo docente ou agir a título individual? De que modo deve ser escolhido e nomeado? Quem deve pagar o seu trabalho? Qual a autoridade de que deve depender? (NÓVOA, 1995:15)

Neste período as populações ficavam na expectativa de como seriam e qual o modelo do educador, sabendo que os professores teriam uma grande responsabilidade perante a sociedade, seriam eles de conduta exemplar, que transparecesse bons exemplos para a população da alta sociedade, afinal seria a pessoa que estaria educando seus filhos, este profissional seria subordinado do governo ou de autoridades que mantinham cargos superiores, e estás deveriam ser os maiores interessados pela educação da população.

Ao longo dos anos os saberes foram espalhando-se e tomando espaços em instituições privadas, foram surgindo estabelecimentos que especializavam pessoas para atuar como professor, e somente quem tinham uma renda financeira elevada poderiam ingressar nestas instituições para uma formação no qual o habilitavam para atuar como docente.

Antes que a atuação docente fosse transformada em profissão e fonte de renda, houve grandes professores que transmitiam seu conhecimento sem cobrar nenhum vintém, que até hoje é lembrado e servido como exemplo aos educadores, mas no decorrer do tempo a profissão do professor foi se tornando conhecida no mundo todo, até que no século XX o poder público tomou para si a responsabilidade de igualar o conhecimento disponibilizando professores para servir toda a população de classes social distintas atendendo as redes públicas.

De acordo com a Constituição Federal do Brasil de 1988, enfatiza em seu Art.205. “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família [...] seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Deixando claro que a profissão docente é um trabalho coletivo dentro da instituição e comunidade para desenvolvimento social, intelectual e moral dos alunos.

A profissão docente vem adquirindo espaço no mundo, pois é uma ação que dá direito, oportunidade as pessoas, educação e conhecimento, para que, as mesmas possam exercer com sabedoria seu papel cidadã.

Assim sendo o docente é para todos, um formador de opiniões que prepara os educando para uma formação profissional seja ela qual for, ou seja, toda e qualquer profissão escolhida tem que haver primeiramente a interação formal com a área escolhida, e para que isso se torne de fato certificado se faz necessário a ação do professor.

A profissão Professor vem se adequando ao longo dos tempos a novas metodologias e métodos de ensino, fazendo do docente um pesquisador e leitor, é uma profissão que exige muito do profissional sendo que por volta do século XVIII o professor só poderia atuar se apresentasse certos requisitos ou fossem submetidos a um exame que comprovassem sua qualificação e capacidade para o exercício docente. Como afirma o autor abaixo.

 

 

A partir do final do século XVIII não é permitido ensinar sem uma licença ou autorização do Estado, a qual é concedida na sequência de um exame que pode ser requerido pelos indivíduos que preencham um certo número de condições (habilitações, idade, comportamento moral, etc.). Este documento constitui um verdadeiro suporte legal ao exercício da atividade docente, na medida em que contribui para a delimitação do campo profissional do ensino e para a atribuição ao professorado do direito exclusivo de intervenção nesta área. (NÓVOA, 1995:17)

 

Em virtude das exigências de habilitação do professorado, à docência foi legalizada como uma profissão mantida pelo governo o qual teve para si a responsabilidade de oferecer educação a população que através dos professores as crianças iriam ser formadas e capacitadas para atuar no mercado de trabalho. A partir daí os professores passaram a exigir também seus direitos trabalhistas e qualidade de vida em seu ambiente de trabalho buscando assim meios e ferramentas necessárias que pudessem garantir uma boa realização de uma prática pedagógica.

A profissão professor tornou-se conhecida mundialmente, sendo algo muito requisitado e de grande importância para a sociedade, mas poucos querem assumir essa responsabilidade e quando aceita esta profissão na maioria das vezes é por falta de opção, tornando assim seu trabalho mais difícil, pois, a docência deve ser praticada com prazer e satisfação, visando sempre o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem dos educando.

Como mencionado acima somente, após embates e revoluções os professores obtiveram a docência como profissão definitivamente, o que ocasionou criações de várias escolas e do sistema de ensino, a esse respeito definiu-se também o perfil do educador constituído de saberes, científicos, éticos e morais. Para atuar como profissional da educação era requisitado tais características, sendo essa umas das conquistas importantes adquirido pelo profissional da educação.

Diante disso nota- se que a profissão professor é algo de suma importância para o desenvolvimento da sociedade, entretanto, é um trabalho que custa esforços mental e psicológico, pois o mesmo lida com a mente de inúmeras pessoas, o qual é conhecido como formador de opiniões críticas para o exercício cidadã e convívio coletivo, sendo sua principal função preparar pessoas para a vida e para atuar no mercado de trabalho.

 

A formação profissional do professor implica concebê-lo como ator/autor da sua trajetória de vida e emergente da teia econômica, social e cultural em que está inserido e como profissional que busca a formação, reconhece suas necessidades e as do contexto em que atua, se compromete reflexivamente na transformação das práticas e na afirmação da profissionalidade docente. (SOARES, CUNHA, 2010:32)

 

Segundo as autoras a formação profissional faz parte da profissão dos professores sendo este um meio que se busca qualificação especializada no ramo educacional traçando vínculo com o meio escolar e procurando sua identificação na sociedade para serem inseridos no mercado de trabalho e atuante da prática docente.

Em virtude das mudanças de paradigmas a educação vem evoluindo, chegando a ponto que as exigências em relação à profissão do professor estão sendo constante, por isso a profissão docente requer buscas e pesquisas para que os educadores possam estar sempre inovando, nos aspectos de conhecimento e capacitação profissional.

 

 

O TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA

 

 

A efetivação da qualidade de vida no trabalho consiste em ações que se preocupam com o bem estar dos funcionários, desenvolvendo para isso meios que favoreçam um trabalho agradável que satisfaça o trabalhador e o administrador para que possam ter qualidade nas tarefas e atividades executadas, proporcionando um trabalho produtivo, que geresatisfaça tantodo profissional educacional quanto da empresa em que se prestam seus serviços.

 A qualidade de vida profissional tornou-se motivo de grande preocupação no ambiente de trabalho, em relação à saúde, rendimento e produtividade. Considerando o fato de que o trabalhador deve estar com boa disposição física e mental para executar suas atividades diárias, pois a saúde é um fator de suma importância na vida do ser humano.

Para que o profissional desempenhe seu trabalho com sucesso, o mesmo deve atuar e resolver os problemas juntamente com a organização da instituição no qual exerce suas tarefas, para que não o sobrecarregue de situações que compete também aos demais profissionais da instituição, executando assim um trabalho coletivo.

Conforme cita a Constituição Federal do Brasil de 1988 em seu Art.196. “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças [...]”. Bem como é dever do estado e do município garantir que o profissional tenha qualidade de vida no ambiente em que trabalha garantindo assim seus direitos legais.

Abordando ainda que cada profissional tenha direito ao trabalho digno recebendo todos os benefícios que lhe é cabível em sua profissão e anos de carreira, promovendo estimulo em seu trabalho e na vida profissional, sendo que a qualidade de vida no trabalho depende também da valorização do profissional e reconhecimento do seu trabalho perante instituição a qual oferece seus trabalhos.

No que rege a CF 1988, Art.206.V-“Valorização dos profissionais do ensino, na forma da lei, plano de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional[...]”. Segundo o Artigo citado o profissional da educação tem o direito de ser promovido de acordo com sua com seu merecimento e formação profissional, utilizando-se no que está escrito na lei. Uma vez que este profissional está sempre buscando melhor qualificação, podendo assim melhorar sua qualidade de vida, se doando e sacrificando momentos de lazer, para que no futuro possa garantir uma boa estabilidade.

Apesar de está profissão ser um trabalho árduo, de certa forma se torna muito gratificante, o professor se sente realizado ao ver que suas ações estão sendo valorizadas, quando o mesmo ver resultados em seu trabalho e ao pensar que o futuro e formação cidadã de crianças dependem de si, que seu conhecimento e ensinamentos contribuíram para a convivência de pessoas numa sociedade capitalista repletas de cobranças e pressões.

O educador deveria ter um grande valor pela sua capacidade de transformação, pois a prática docente é uma ação indispensável para o conhecimento e formação da população, sendo esta desenvolvida na vida de cada ser humano, em que o profissional estimula a aprendizagem, a visão crítica para fazer parte de uma sociedade política e cultural.

 Assim sendo é fato que pessoas que tiveram oportunidade aos estudos foram por meio de um bom professor que tiveram sucesso em sua vida profissional. Mas o valor deste profissional é somente na teoria já que na prática a sociedade não demonstra o verdadeiro valor de um professor. Sendo que este o mesmo exerce uma profissão continua, no qual seu dever é formar profissionais e cidadãos de valores morais para o desenvolvimento social.

 

Ter de lidar com aspectos sociais e emocionais de alunos e, ainda, conflitos ocasionados pelas expectativas dos pais, administradores e da comunidade, o excesso de tarefas burocráticas, fazendo com que os professores se sintam desrespeitados, principalmente, quando devem executar tarefas desnecessárias e não relacionadas à essência de sua profissão, a falta de autonomia e participação nas definições das políticas de ensino, entre outros. (BRANQUINHO, 2011:42-43)

 

Segundo a autora, todos esses fatores são vivenciados no ambiente escolar pelo profissional educacional, no qual o mesmo se depara na sua rotina de trabalho, situações que levam a baixa auto-estima e a desvalorização do professor, sendo que sua jornada de trabalho e cobrado atenção e dedicação, ainda tem que conviver com situações políticas e sociais, sobrecarregando-o de tarefas e explicações, ocasionando ao docente mal-estar no trabalho e adquirindo alguns problemas de saúde como a depressão e o stress.

O docente ao ser carregado de cobranças e problemas a serem resolvidos diariamente, deixa para segundo plano sua qualidade de vida e saúde, não prevendo os agravos que isso pode lhe ocasionar mais adiante, podendo às vezes se submeter a atestados e afastamentos de suas atividades escolares, sendo que, chegando a isto estará ocasionando sérios prejuízos ao aprendizado dos alunos e sua carreira profissional.

 Assim, os problemas de saúde surgirão e os laudos médicos serão necessários cada vez mais, pois muitas vezes o profissional não quer deixar seu trabalho, achando que os surgimentos de alguns sintomas de mal- estar não é de grande importância e que pode esperar até o fim do ano letivo, ou seja, adiando cada vez mais, para um tratamento de saúde mais aprofundado.

Por esse motivo o administrador e aos demais órgãos competentes devem proporcionar a este profissional um ambiente agradável, oferecendo apoio moral e pedagógico para com os alunos e demais situações vivenciadas pelo professor, não apenas cobranças e pressões, querendo apenas resultados, mas trabalhando no coletivo, para que todos os interessados possam gozar de um trabalho prazeroso e satisfatório dando a autonomia necessária ao docente para conduzir com desenvoltura sua pratica em sala de aula.

Para que o educador possa adquirir Qualidade de Vida no Trabalho - QVT seria necessário que fossem beneficiados com exames médicos assim que admitido e durante o processo de exoneração, o órgão empregador deveria oferecer plano de saúde adequado e em situações acessíveis, ofertando assim ao profissional toda a assistência necessária para uma prevenção de problemas de saúde ocasionado durante sua prática trabalhista.

Hoje o professor já dispõe de horas atividades, um benefício conquistado com muita luta pelos educadores, para que possam ter tempo disponível para o seu planejamento evitando assim desgaste físico com o excesso de horas em sala de aula, melhorando assim sua qualidade de vida, direito este instituído pela Lei 11.738 de 16 de Julho de 2008, mas há muito ainda a ser feito para que o professor possa adquirir uma qualidade de vida e saúde em seu ambiente de trabalho.

 

Com relação ao bem-estar e mal-estar no trabalho, observa-se que professores(as) apreciam seu trabalho, sentem prazer e satisfação em realizá-lo; entretanto sofrem com as consequências de aspectos relacionados a baixos salários, as constantes substituições a colegas ausentes, ao elevado número de carga horária semanal e a interação com alunos. ( BRITO, 2008 apud BRANQUINHO, 2011:45)

 

Pode-se analisar que por mais que os professores se esforcem para realizar um trabalho de qualidade sofrem com a constante desvalorização e desmotivação por parte do governo que não olha para a educação como deveria e aos profissionais que nela atua, pois, muitos dos educadores se sobrecarregam de carga horária para que possam receber um pouco mais no final do mês, já que a realidade de seu salário não é tão satisfatória.

Enquanto o governo aplica dinheiro em coisas banais, os professores sofrem com uma renda financeira que não é digno de um profissional que contribui para formação de seres humanos, e de futuros profissionais de diversas áreas e ramos de conhecimentos.

O professor que trabalha com satisfação e prazer tenta realizar suas obrigações da melhor maneira, portanto há aqueles que precisam de uma maior motivação para realizar suas tarefas, pois se sentem cansados de persistir sempre na mesma tecla para melhoria do ensino e da qualidade de seu trabalho, procurando um objetivo para que trabalhe com excelência.

Com as preocupações do cotidiano do trabalho docente, este profissional acaba se doando cada vez mais pelas suas tarefas mantendo suas responsabilidades com o ensino, ocasionando problemas a sua saúde e o obrigando a recorrer ao atestado médico, em que suas obrigações serão repassadas aos substitutos, e estas substituições freqüentes podem prejudicar o desenvolvimento escolar dos educando.

Em virtude do que foi citado, pode-se refletir o porquê de não se melhorar o ambiente e a jornada de trabalho do professor, para que o mesmo possa garantir uma vida mais saudável, para que o mesmo possa exercer suas tarefas com produtividade e qualidade, para que tanto o educador quanto o educando e administradores possam estar satisfeitos com a qualidade de ensino.

Portanto o bem-estar do trabalhador e aprendizagem do aluno devem ser objetos de satisfação e prazer para que possa fluir em um trabalho de qualidade, desse modo, beneficiando a todos da comunidade escolar.

 

 

DESAFIOS ENCONTRADOS NA PRÁTICA DOCENTE

 

 

Ao profissional educacional compete um perfil exemplar de educador, que obtêm conhecimentos, a ser trabalhados na sala de aula em sua pratica, uma vez que o docente necessita de apoio técnico para que lhe dê suporte em desenvolver seu trabalho com os educando, sabendo que o professor recebe em sala de aula vários alunos com estilo de vida e necessidades diferenciadas.

Este trabalhador como qualquer outro, enfrenta várias situações, que o desafia em sua profissão, podendo-se citar alguns como: a dificuldade de aprendizados dos alunos, salas superlotadas que acaba dificultando o trabalho do professor, a falta de suporte técnico, a carência de materiais metodológicos, a necessidade de um ambiente adequado para o exercício e às vezes dificuldades de relações interpessoais com os demais profissionais do ambiente de trabalho e pais de alunos.

Todos esses fatores chegam ao professor como algo cotidiano, que estão em sua realidade e cabe ao mesmo lhe dá com todas essas situações e resolvê-las, para que o educando não seja prejudicado em sua vida escolar, já que os alunos são inseridos na escola para obterem o conhecimento que necessitam para seu desenvolvimento intelectual e moral, competindo ao docente repassar tal aprendizado, preparando-os e transformando-os em cidadãos competentes e responsáveis para conviver em sociedade.

As dificuldades são inúmeras, e a gravidade dos problemas requer tempo e dedicação, no qual o professor passa a se preocupar com os seus alunos e acaba deixando sua vida pessoal de lado, para dedicar-se aos problemas profissionais, pois o desenvolvimento e o desempenho escolar das crianças dependem das ações e atitudes do professor. Pois o futuro dos educados está em suas mãos.

 

Quando o aluno não quer aprender porque tem uma série de outras coisas mais chamativas e atraentes para fazer como, por exemplo, conversar com o colega, namorar, brincar etc, a tarefa que o profissional de educação tem pela frente se torna muito mais difícil de ser cumprida.” (SHANCHES, 2011:67)

 

Segundoo autor um dos maiores desafios para o professor, é ensinar alguém que não quer aprender, ou seja, ter estratégia de fazer o aluno querer aprender, pois, o profissional não pode obrigá-lo a querer a adquirir o conhecimento, e sim estimulá-lo, transmitindo para os discentes a importância dos estudos futuramente e profissionalmente, mas de que maneira repassar essas informações para os alunos? Se eles apenas pensam no presente. Observa-se que a falta de interesse pelos estudos são constantes, tornando o papel do professor muito árduo de ser executado.

Com isso o profissional deve estar sempre buscando novos métodos para serem aplicados em sala de aula, sendo que esse é somente um dos vários problemas e desafios que o rodeia. Como se pode citar há vários tipos de situações, um dos principais a convivência do educador com a indisciplina, dos alunos, problema esse que na maior parte dos alunos já trazem de casa, pois os mesmos não têm limites nem regras no seio familiar, e agem da mesma forma na escola. Esses comportamentos dos discentes prejudicam tanto seu desenvolvimento escolar quanto a saúde mental do professor.

O trabalho do educador torna-se muito difícil quando se depara com a indisciplina em sua prática, em várias situações o professor não sabe como solucionar este problema, qual seria a melhor maneira de tratar estes alunos? Seria de modo severo ou talvez de modo mais flexível? Desta maneira como entender o que se passa na mente do referido aluno. Seguindo esta linha de pensamento o professor terá que ser um pouco psicólogo, terá grandes desafios a ser enfrentado, se relacionando a um processo investigativo da vida pessoal do aluno, para poder enteder tal comportamento na escola.

Contudo o trabalho e os desafios docentes não se resumem somente em sala de aula e ao relacionamento professor-aluno, o professor enfrenta também grandes problemas em relação a sua saúde, no qual toda a carga de trabalho e lutas pelos seus direitos trabalhistas acaba afetando sua saúde devido todo esse processo de execução da sua profissão.

O indicador crescente das licenças médicas que são concedidas a professores em razão do adoecimento no exercício da atividade docente. Nas apreciações tecida nesses estudos, o desgaste dos professores, além de estar circunscrito a uma realidade marcada pelos baixos salários, pela carga horária exagerada, pela violência no ambiente escolar, por compressões políticas dos órgãos gerenciadores, entre outras questões, deve ser compreendido como uma forma de resistência docente, uma estratégia que objetiva, em última instancia, a preservação da sua saúde destes profissionais.

Em relação ao que foram citadas acima essas são algumas das questões enfrentadas pelos professores em seu ambiente de trabalho, no qual todas essas características estão presentes no seu cotidiano, em sua rotina de trabalho. Esses fatores vivenciados pelos profissionais os deixam com baixa auto-estima, depressivos e angustiados no que resulta no adoecimento do trabalhador educacional e o leva a um afastamento preciso de suas atividades escolares.

A saúde do profissional é um fator de grande importância, pois sendo a mesma essencial para o bem-estar de qualquer trabalhador, e principalmente o profissional da educação, que está vivendo e observando o desenvolvimento de inúmeras crianças, pois o desempenho escolar dos alunos depende na maioria das vezes do bem-estar do professor, sendo que requer a este profissional paciência e disposição para realizar suas atividades metodológicas com os discentes o qual está sob sua responsabilidade no decorrer do ano letivo.

Nesse contexto a saúde do educador se torna também um fator desafiador, já que sua jornada de trabalho é sobrecarregada, são inúmeras as preocupações no trabalho, não lhe sobra tempo para cuidar de sua própria saúde. Uma vez que as atividades e programações escolares são constantes, o professor deixa para cuidar de seus problemas de saúde em último caso, ou seja, quando os agravos já não lhe permitem mais trabalhar.

 

 

FORMAÇÃO PROFISSIONAL E AS EXIGÊNCIAS GLOBAIS

 

 

O trabalho docente como já visto é uma profissão que engloba muitos fatores, e que está em constantes transformações no mundo, considerando que o professor estar ou deveria estar sempre se aperfeiçoando para melhorar o aprendizado dos alunos, o mesmo está sempre aprendendo com todas as pessoas com quem convive, tanto no trabalho quanto na sociedade em geral, sendo que qualquer conhecimento adquirido é algo que pode favorecer ou não este profissional, podendo ser de forma negativa ou positiva, tudo se transforma em aprendizado.

A cada momento o mundo está evoluindo cada vez mais, os acontecimentos estão ocorrendo de forma acelerado, que muitas vezes fica difícil de acompanhar tal evolução. Pode-se observar que cada momento que passa as exigências e as cobranças está cada vez mais presente na vida e no trabalho do profissional da educação. A sociedade exige qualidade na educação e cobra o desenvolvimento e aprendizado do aluno, pois espera ver no desenvolvimento do aluno o trabalho do professor.

Considerando toda essa mudança o profissional também necessita acompanhar a evolução dos fatos, mas de que forma, e como se envolver em tais mudanças?  O seu conhecimento e experiência ao longo de sua jornada de trabalho em relação a sua profissão não servem mais? Como será que a sociedade pensa e quer o professor para ensinar e transmitir conhecimento que servirá para a formação dos alunos tanto aspecto intelectual quanto moral.

 

Este professor deverá ser capaz de adaptar-se às mudanças, de trabalhar com a criatividade, com o novo, com as novas tecnologias, com os valores humanos, com as incertezas, com a reflexão como uma forma de ação. Não uma reflexão pura e simples, mas a reflexão na e sobre a ação numa visão investigativa, de busca de uma ampliação do saber e do conhecimento, construindo, de fato este conhecimento. (KULLOK, 2000:12-13)

 

Segundo o autor o professor deve estar sempre buscando informações, obtendo uma visão ampla em relação ao novo e as novas tecnologias, uma das coisas que o professor não deve fazer é reclamar das novas mudanças e sim adaptarem-se as mesmas, para que possa ser inserido no mercado de trabalho e nele permanecer,para isso é necessário a busca constante de meios que promovam uma melhor maneira de pôr em prática seu conhecimento.

O mercado de trabalho exige formação e qualificação curricular para execução da profissão docente, e o professor precisa estar informado dessas exigências. Seguindo esta linha de pensamento o profissional inicia sua formação desde o ensino fundamental que se estende até médio, e a partir desse seguimento o profissional fará sua escolha a qual profissão gostaria exercer.

O profissional quando lhe é oportunizado segue uma profissão por afinidade e outras vezes por falta de opção, esses casos são muito comuns no meio profissional. Pois nem sempre se faz o que gostaria de fazer, por várias questões que a vida impõe as pessoas. Mas para um profissional que deseja exercer a profissão de professor lhe é exigido de início o ensino médio técnico em magistério e ensino superior.

A Formação profissional é algo de que irá qualificar o indivíduo para a prática docente, em que irá passar por um processo teórico e aprender diversas  formas metodológicas para trabalhar com os alunos. Hoje em dia há muitos professores a procura de qualificação, de informação e conhecimento, pois, somente o conhecimento e qualificação irá lhe proporcionar garantia de emprego no mercado, e um salário compensador.

 

No mundo globalizado e da internet, nenhum emprego será o mesmo. Para encarar essas transformações, o profissional deve se preparar: antes de tudo, é preciso estar aberto para atuar em várias áreas e saber lidar, cada vez mais, com a tecnologia e aperfeiçoar as relações humanas. (REVISTA EXAME apud KULLOK, 2000:20)

 

De acordo com a autora o profissional não deve ficar estagnado, e esperar que o conhecimento e as informações cheguem até ele, e sim devem estar sempre a atento ao novo, as mudanças, sabendo que tudo muda e que a tecnologia está avançando com uma rapidez espantosa. Pois o professor tem que buscar, pesquisar e acompanhar as novas tecnologias que estão presentes ao seu redor, mostrando que não tem medo de novos desafios, e que as dificuldades são para ser vencidas, ou seja, o profissional deve encarar e aceitar sua realidade, se aperfeiçoando cada vez mais em sua profissão e nos métodos a ser trabalhado, e desse modo facilitará seu trabalho e a convivência com todos que o rodeia.

Em toda esta questão sabe-se que não é fácil para um profissional que estar acostumado a mesmice, e de uma hora pra outra se deparar com tantas mudanças e tantas exigências, o que chega a pensar que suas experiências não vale mais nada, que seu conhecimento adquirido ao longo dos anos de trabalho já não é de grande importância nem suficiente para o ensino. Para tanta tecnologia proporcionada aos alunos sua teoria e experiências já não são tão interessantes, claro que seu conhecimento é sim importante, mas os tempos mudam, a mente dos alunos está avançando conforme a tecnologia está se acelerando.

Conforme esses fatores qual será o papel do professor? Entender essas mudanças e adaptar-se a elas para proporcionar a seus alunos o conhecimento que espera? Desse modo deixando de ser aquele profissional arcaico e tornando um profissional moderno, com a mente aberta e visão ampla, com novos horizontes e grandes perspectivas de melhorar a educação e o ensino aprendizagem.

Como se observa o profissional da educação deverá seguir um modelo de professor que a sociedade procura, com metodologias inovadoras fazendo com que os alunos busquem interesse pelo aprendizado, estimulando e motivando os mesmos, por outro lado o sistema de ensino cobra dos docentes resultados positivos, obrigando assim as aprovações inadequadas dos discentes, mas às vezes os alunos não conseguem assimilar os conteúdos aplicados, fato este que exige   que o profissional se dedique cada vez mais no processo de ensino.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO

 

 

Em virtude do que foi abordado, constatou-se que os profissionais da educação não estão satisfeitos com as condições de trabalho que vem vivendo, embora goste de sua profissão e do ato de educar. Desta forma é notório que os docentes não dispõem de uma qualidade de vida adequada em seu ambiente de trabalho, pois, a administração pública deixa a desejar pela falta de apoio, suporte técnico e pedagógico, sofrendo também com a desvalorização, a falta de respeito e reconhecimento profissional. É preciso que os docentes adquiram todos esses aspectos para poderem atuar com satisfação e bem estar, obtendo assim Qualidade de Vida no Trabalho - QVT.

No entanto faz-se necessário uma reflexão em relação ao a profissão docente, sendo este um trabalho de certa forma gratificante pelo resultado do desenvolvimento educacional dos alunos e a contribuição na prática de ensino na sociedade. Porém é uma profissionalização que deve ser exercida com amor, paciência e dedicação prosperando sempre um ensino qualificado apesar dos desafios e dificuldades na prática. Mas uma coisa é certa o professor é o único que consegue ter uma visualização ampla do conhecimento cientifico e intelectual.

Nessa concepção pode-se perguntar, por que não melhorar a qualidade de vida do profissional educacional? Ressaltando que o professor necessita de alguns requisitos para seu bem estar na prática docente, como plano de saúde, carga horária mais elevada, salário digno, apoio técnico e pedagógico mais presente nas ações desenvolvidas pelo educador, incentivo e motivação profissional, além de tudo reconhecimento de sua profissão. Pois o que seria da sociedade se não existissem professores capacitados e habilitados para alfabetizar e educar a população, pode-se pensar que o professor é a esperança de um mundo melhor e promissor.

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

BRANQUINHO, Neuzani das Graças Soares: Qualidade de vida no trabalho, bem-estar e mal-estar em professores da rede pública. Monte Claros, MG: Unimontes, 2011.

 

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil/ Ana Joice angher, coordenação. - 10.ed. – São Paulo, 2004.

 

________.LEI Nº 11.738, DE 16 DE JULHO DE 2008.Lei que estabelece o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério.

Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11738.htm>

Acesso em 10 de Janeiro de 2014.

 

KULLOK, Maísa Gomes Brandão. As exigências da Formação do Professor na Atualidade. Maceió: Edufal, 2000.

NÓVOA, Antônio: Profissão Professor, Porto editora, 2ª ed.Lisboa: 1995.

SANCHES, Willian: Pedagogia do Compromisso: Responsabilidade na prática do educador. São Paulo: Mundo Mirim, 2011.

 

SOARES, Sandra Regina; CUNHA, Maria Isabel da. Formação do professor: à docência universitária em busca de legitimidade. Salvador: EDUFBA, 2010. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em 13 de novembro de 2013.

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NO RAMO DO MAGISTÉRIO

 

 

 

ADRISSANDA PEREIRA DOS SANTOS1

HÉLIO LOIOLA DOS SANTOS JÚNIOR2

 

 

RESUMO

 

 

 A qualidade de Vida no Trabalho dos profissionais da educação é algo necessário, pois contribui com a evolução da educação e o bem estar dos professores. Com este artigo objetivou-se conhecer os desafios enfrentados pelo professor em sua prática docente que interfere nos problemas adquiridos no magistério em seu cotidiano escolar, observou-se as necessidades dos professores em adquirir bem estar na prática docente, o qual vem a proporcionar ao mesmo uma Qualidade de Vida no Trabalho - QVT. Para averiguar um conhecimento aprofundado sobre a qualidade de vida dos profissionais educacional foi realizada uma pesquisa bibliográfica, em que verificou-se que o docente sente a necessidade da valorização e motivação para seguir adiante em seu oficio, e através desse aspecto oferecer um ensino mais qualificado, sendo que os mesmos sofrem com a desqualificação de seu trabalho, em relação a falta de apoio familiar, técnico e governamental. Uma vez que o educador vem se adequando a diversas situações para a melhoria do ensino aprendizagem e desenvolvimento dos educandos, sacrificando assim a saúde e bem estar em questão.

 

Palavras-chave: Qualidade de Vida, Professores, Bem estar, Trabalho, profissional.

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1 Professora pelo Município de Trairão,graduada em pedagogia pela faculdade de Itaituba.

2Professor e orientador Educacional, pelo Município de Trairão-PA, graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, Esp. em Pedagogia Escolar Pela FACINTER Faculdade Internacional de Curitiba.

 

 


INTRODUÇÃO                  

 

 

O presente estudo vem abordar uma reflexão a respeito da Qualidade de Vida no Trabalho no ramo do magistério. É certo que o ambiente de trabalho do professor é muito importante, pois é onde o educador passa a maior parte de seu tempo, por isso o mesmo merece um ambiente de trabalho favorável ao seu bem estar, mas sabe-se que isso é muito precário, pois hoje em dia o docente vive em dias de turbulência e agitação.

          Cabe ressaltar que pelos motivos de trabalhar em salas superlotadas, o desrespeito dos alunos para com o professor, as frustrações ao receber um salário desqualificado no final do mês e as pressões do cotidiano escolar, fatos estes ocasionam vários problemas de saúde a esse profissional da educação. Em virtude disso realizou-se uma pesquisa de cunho bibliográfico para melhor compreender esta questão que estar presente no cotidiano do magistério e que deve ser visto com mais sensibilidade, sendo que o professor pode ser o diferencial ao futuro de muitas crianças.

Este estudo objetiva conhecer os desafios enfrentados pelo professor em sua prática docente que interfere nos problemas adquiridos no magistério, para que se possa ter um conhecimento mais aprofundado da qualidade de vida no ambiente de trabalho dos mesmos. Pois a realidade do cotidiano escolar se torna um problema para o profissional, ocasionando mal estar em professores e até a exaustão consequência da sobrecarga de cobranças e pressões que vem afetando os profissionais do magistério principalmente o professor

 

 

A PROFISSÃO DE PROFESSOR AO LONGO DOS ANOS

 

 

A profissão docente em seus primórdios foi desenvolvida de forma secundaria primeiramente pelos religiosos e pessoas de diversas origens, que na época eram considerados pessoas sábias e distribuía saberes, os mesmos transformaram-se em congregações docentes, no qual o povo frequentava essas instituições para receber o conhecimento. E ao longo dos séculos XVII e XVIII, foram ingressando outras pessoas como os jesuítas que propuseram formar um conjunto de normas e valores específicos para caracterizar a formação docente.

Neste sentido, observa-se que profissão do professor no Brasil surgiu desde os séculos XVII e XVIII inserido em instituições religiosas, no qual somente os religiosos tinham acesso ao conhecimento, os mesmos eram respeitados por serem pessoas sábias e que transmitiam ensinamentos a população como os valores morais, que na época as pessoas que seguiam esses ensinamentos eram consideradas de boa conduta e preparados para serem inseridos na sociedade, prevalecendo a obediência aos autoritarismos.

Este transmissor de conhecimentos não tinha uma especialização especifica que o caracterizava como um educador habilitado e preparado ensinava valores e etiqueta, fazendo as pessoas conhecedores de sua formação e obrigação em meio à sociedade, deste modo os jesuítas foram requisitados por famílias de grande porte financeiro, sabendo que através deles seus filhos iriam tem uma boa educação.

O século XVIII foi um período que ficou marcado na história da educação e da profissão docente. Onde se procurava o perfil do professor que serviriam para trabalhar como educador e formador, com isso surgiram várias indagações de como deveria ser, leigo ou religioso? Deve integrar-se num corpo docente ou agir a título individual? De que modo deve ser escolhido e nomeado? Quem deve pagar o seu trabalho? Qual a autoridade de que deve depender? (NÓVOA, 1995:15)

Neste período as populações ficavam na expectativa de como seriam e qual o modelo do educador, sabendo que os professores teriam uma grande responsabilidade perante a sociedade, seriam eles de conduta exemplar, que transparecesse bons exemplos para a população da alta sociedade, afinal seria a pessoa que estaria educando seus filhos, este profissional seria subordinado do governo ou de autoridades que mantinham cargos superiores, e estás deveriam ser os maiores interessados pela educação da população.

Ao longo dos anos os saberes foram espalhando-se e tomando espaços em instituições privadas, foram surgindo estabelecimentos que especializavam pessoas para atuar como professor, e somente quem tinham uma renda financeira elevada poderiam ingressar nestas instituições para uma formação no qual o habilitavam para atuar como docente.

Antes que a atuação docente fosse transformada em profissão e fonte de renda, houve grandes professores que transmitiam seu conhecimento sem cobrar nenhum vintém, que até hoje é lembrado e servido como exemplo aos educadores, mas no decorrer do tempo a profissão do professor foi se tornando conhecida no mundo todo, até que no século XX o poder público tomou para si a responsabilidade de igualar o conhecimento disponibilizando professores para servir toda a população de classes social distintas atendendo as redes públicas.

De acordo com a Constituição Federal do Brasil de 1988, enfatiza em seu Art.205. “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família [...] seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Deixando claro que a profissão docente é um trabalho coletivo dentro da instituição e comunidade para desenvolvimento social, intelectual e moral dos alunos.

A profissão docente vem adquirindo espaço no mundo, pois é uma ação que dá direito, oportunidade as pessoas, educação e conhecimento, para que, as mesmas possam exercer com sabedoria seu papel cidadã.

Assim sendo o docente é para todos, um formador de opiniões que prepara os educando para uma formação profissional seja ela qual for, ou seja, toda e qualquer profissão escolhida tem que haver primeiramente a interação formal com a área escolhida, e para que isso se torne de fato certificado se faz necessário a ação do professor.

A profissão Professor vem se adequando ao longo dos tempos a novas metodologias e métodos de ensino, fazendo do docente um pesquisador e leitor, é uma profissão que exige muito do profissional sendo que por volta do século XVIII o professor só poderia atuar se apresentasse certos requisitos ou fossem submetidos a um exame que comprovassem sua qualificação e capacidade para o exercício docente. Como afirma o autor abaixo.

 

 

A partir do final do século XVIII não é permitido ensinar sem uma licença ou autorização do Estado, a qual é concedida na sequência de um exame que pode ser requerido pelos indivíduos que preencham um certo número de condições (habilitações, idade, comportamento moral, etc.). Este documento constitui um verdadeiro suporte legal ao exercício da atividade docente, na medida em que contribui para a delimitação do campo profissional do ensino e para a atribuição ao professorado do direito exclusivo de intervenção nesta área. (NÓVOA, 1995:17)

 

Em virtude das exigências de habilitação do professorado, à docência foi legalizada como uma profissão mantida pelo governo o qual teve para si a responsabilidade de oferecer educação a população que através dos professores as crianças iriam ser formadas e capacitadas para atuar no mercado de trabalho. A partir daí os professores passaram a exigir também seus direitos trabalhistas e qualidade de vida em seu ambiente de trabalho buscando assim meios e ferramentas necessárias que pudessem garantir uma boa realização de uma prática pedagógica.

A profissão professor tornou-se conhecida mundialmente, sendo algo muito requisitado e de grande importância para a sociedade, mas poucos querem assumir essa responsabilidade e quando aceita esta profissão na maioria das vezes é por falta de opção, tornando assim seu trabalho mais difícil, pois, a docência deve ser praticada com prazer e satisfação, visando sempre o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem dos educando.

Como mencionado acima somente, após embates e revoluções os professores obtiveram a docência como profissão definitivamente, o que ocasionou criações de várias escolas e do sistema de ensino, a esse respeito definiu-se também o perfil do educador constituído de saberes, científicos, éticos e morais. Para atuar como profissional da educação era requisitado tais características, sendo essa umas das conquistas importantes adquirido pelo profissional da educação.

Diante disso nota- se que a profissão professor é algo de suma importância para o desenvolvimento da sociedade, entretanto, é um trabalho que custa esforços mental e psicológico, pois o mesmo lida com a mente de inúmeras pessoas, o qual é conhecido como formador de opiniões críticas para o exercício cidadã e convívio coletivo, sendo sua principal função preparar pessoas para a vida e para atuar no mercado de trabalho.

 

A formação profissional do professor implica concebê-lo como ator/autor da sua trajetória de vida e emergente da teia econômica, social e cultural em que está inserido e como profissional que busca a formação, reconhece suas necessidades e as do contexto em que atua, se compromete reflexivamente na transformação das práticas e na afirmação da profissionalidade docente. (SOARES, CUNHA, 2010:32)

 

Segundo as autoras a formação profissional faz parte da profissão dos professores sendo este um meio que se busca qualificação especializada no ramo educacional traçando vínculo com o meio escolar e procurando sua identificação na sociedade para serem inseridos no mercado de trabalho e atuante da prática docente.

Em virtude das mudanças de paradigmas a educação vem evoluindo, chegando a ponto que as exigências em relação à profissão do professor estão sendo constante, por isso a profissão docente requer buscas e pesquisas para que os educadores possam estar sempre inovando, nos aspectos de conhecimento e capacitação profissional.

 

 

O TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA

 

 

A efetivação da qualidade de vida no trabalho consiste em ações que se preocupam com o bem estar dos funcionários, desenvolvendo para isso meios que favoreçam um trabalho agradável que satisfaça o trabalhador e o administrador para que possam ter qualidade nas tarefas e atividades executadas, proporcionando um trabalho produtivo, que geresatisfaça tantodo profissional educacional quanto da empresa em que se prestam seus serviços.

 A qualidade de vida profissional tornou-se motivo de grande preocupação no ambiente de trabalho, em relação à saúde, rendimento e produtividade. Considerando o fato de que o trabalhador deve estar com boa disposição física e mental para executar suas atividades diárias, pois a saúde é um fator de suma importância na vida do ser humano.

Para que o profissional desempenhe seu trabalho com sucesso, o mesmo deve atuar e resolver os problemas juntamente com a organização da instituição no qual exerce suas tarefas, para que não o sobrecarregue de situações que compete também aos demais profissionais da instituição, executando assim um trabalho coletivo.

Conforme cita a Constituição Federal do Brasil de 1988 em seu Art.196. “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças [...]”. Bem como é dever do estado e do município garantir que o profissional tenha qualidade de vida no ambiente em que trabalha garantindo assim seus direitos legais.

Abordando ainda que cada profissional tenha direito ao trabalho digno recebendo todos os benefícios que lhe é cabível em sua profissão e anos de carreira, promovendo estimulo em seu trabalho e na vida profissional, sendo que a qualidade de vida no trabalho depende também da valorização do profissional e reconhecimento do seu trabalho perante instituição a qual oferece seus trabalhos.

No que rege a CF 1988, Art.206.V-“Valorização dos profissionais do ensino, na forma da lei, plano de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional[...]”. Segundo o Artigo citado o profissional da educação tem o direito de ser promovido de acordo com sua com seu merecimento e formação profissional, utilizando-se no que está escrito na lei. Uma vez que este profissional está sempre buscando melhor qualificação, podendo assim melhorar sua qualidade de vida, se doando e sacrificando momentos de lazer, para que no futuro possa garantir uma boa estabilidade.

Apesar de está profissão ser um trabalho árduo, de certa forma se torna muito gratificante, o professor se sente realizado ao ver que suas ações estão sendo valorizadas, quando o mesmo ver resultados em seu trabalho e ao pensar que o futuro e formação cidadã de crianças dependem de si, que seu conhecimento e ensinamentos contribuíram para a convivência de pessoas numa sociedade capitalista repletas de cobranças e pressões.

O educador deveria ter um grande valor pela sua capacidade de transformação, pois a prática docente é uma ação indispensável para o conhecimento e formação da população, sendo esta desenvolvida na vida de cada ser humano, em que o profissional estimula a aprendizagem, a visão crítica para fazer parte de uma sociedade política e cultural.

 Assim sendo é fato que pessoas que tiveram oportunidade aos estudos foram por meio de um bom professor que tiveram sucesso em sua vida profissional. Mas o valor deste profissional é somente na teoria já que na prática a sociedade não demonstra o verdadeiro valor de um professor. Sendo que este o mesmo exerce uma profissão continua, no qual seu dever é formar profissionais e cidadãos de valores morais para o desenvolvimento social.

 

Ter de lidar com aspectos sociais e emocionais de alunos e, ainda, conflitos ocasionados pelas expectativas dos pais, administradores e da comunidade, o excesso de tarefas burocráticas, fazendo com que os professores se sintam desrespeitados, principalmente, quando devem executar tarefas desnecessárias e não relacionadas à essência de sua profissão, a falta de autonomia e participação nas definições das políticas de ensino, entre outros. (BRANQUINHO, 2011:42-43)

 

Segundo a autora, todos esses fatores são vivenciados no ambiente escolar pelo profissional educacional, no qual o mesmo se depara na sua rotina de trabalho, situações que levam a baixa auto-estima e a desvalorização do professor, sendo que sua jornada de trabalho e cobrado atenção e dedicação, ainda tem que conviver com situações políticas e sociais, sobrecarregando-o de tarefas e explicações, ocasionando ao docente mal-estar no trabalho e adquirindo alguns problemas de saúde como a depressão e o stress.

O docente ao ser carregado de cobranças e problemas a serem resolvidos diariamente, deixa para segundo plano sua qualidade de vida e saúde, não prevendo os agravos que isso pode lhe ocasionar mais adiante, podendo às vezes se submeter a atestados e afastamentos de suas atividades escolares, sendo que, chegando a isto estará ocasionando sérios prejuízos ao aprendizado dos alunos e sua carreira profissional.

 Assim, os problemas de saúde surgirão e os laudos médicos serão necessários cada vez mais, pois muitas vezes o profissional não quer deixar seu trabalho, achando que os surgimentos de alguns sintomas de mal- estar não é de grande importância e que pode esperar até o fim do ano letivo, ou seja, adiando cada vez mais, para um tratamento de saúde mais aprofundado.

Por esse motivo o administrador e aos demais órgãos competentes devem proporcionar a este profissional um ambiente agradável, oferecendo apoio moral e pedagógico para com os alunos e demais situações vivenciadas pelo professor, não apenas cobranças e pressões, querendo apenas resultados, mas trabalhando no coletivo, para que todos os interessados possam gozar de um trabalho prazeroso e satisfatório dando a autonomia necessária ao docente para conduzir com desenvoltura sua pratica em sala de aula.

Para que o educador possa adquirir Qualidade de Vida no Trabalho - QVT seria necessário que fossem beneficiados com exames médicos assim que admitido e durante o processo de exoneração, o órgão empregador deveria oferecer plano de saúde adequado e em situações acessíveis, ofertando assim ao profissional toda a assistência necessária para uma prevenção de problemas de saúde ocasionado durante sua prática trabalhista.

Hoje o professor já dispõe de horas atividades, um benefício conquistado com muita luta pelos educadores, para que possam ter tempo disponível para o seu planejamento evitando assim desgaste físico com o excesso de horas em sala de aula, melhorando assim sua qualidade de vida, direito este instituído pela Lei 11.738 de 16 de Julho de 2008, mas há muito ainda a ser feito para que o professor possa adquirir uma qualidade de vida e saúde em seu ambiente de trabalho.

 

Com relação ao bem-estar e mal-estar no trabalho, observa-se que professores(as) apreciam seu trabalho, sentem prazer e satisfação em realizá-lo; entretanto sofrem com as consequências de aspectos relacionados a baixos salários, as constantes substituições a colegas ausentes, ao elevado número de carga horária semanal e a interação com alunos. ( BRITO, 2008 apud BRANQUINHO, 2011:45)

 

Pode-se analisar que por mais que os professores se esforcem para realizar um trabalho de qualidade sofrem com a constante desvalorização e desmotivação por parte do governo que não olha para a educação como deveria e aos profissionais que nela atua, pois, muitos dos educadores se sobrecarregam de carga horária para que possam receber um pouco mais no final do mês, já que a realidade de seu salário não é tão satisfatória.

Enquanto o governo aplica dinheiro em coisas banais, os professores sofrem com uma renda financeira que não é digno de um profissional que contribui para formação de seres humanos, e de futuros profissionais de diversas áreas e ramos de conhecimentos.

O professor que trabalha com satisfação e prazer tenta realizar suas obrigações da melhor maneira, portanto há aqueles que precisam de uma maior motivação para realizar suas tarefas, pois se sentem cansados de persistir sempre na mesma tecla para melhoria do ensino e da qualidade de seu trabalho, procurando um objetivo para que trabalhe com excelência.

Com as preocupações do cotidiano do trabalho docente, este profissional acaba se doando cada vez mais pelas suas tarefas mantendo suas responsabilidades com o ensino, ocasionando problemas a sua saúde e o obrigando a recorrer ao atestado médico, em que suas obrigações serão repassadas aos substitutos, e estas substituições freqüentes podem prejudicar o desenvolvimento escolar dos educando.

Em virtude do que foi citado, pode-se refletir o porquê de não se melhorar o ambiente e a jornada de trabalho do professor, para que o mesmo possa garantir uma vida mais saudável, para que o mesmo possa exercer suas tarefas com produtividade e qualidade, para que tanto o educador quanto o educando e administradores possam estar satisfeitos com a qualidade de ensino.

Portanto o bem-estar do trabalhador e aprendizagem do aluno devem ser objetos de satisfação e prazer para que possa fluir em um trabalho de qualidade, desse modo, beneficiando a todos da comunidade escolar.

 

 

DESAFIOS ENCONTRADOS NA PRÁTICA DOCENTE

 

 

Ao profissional educacional compete um perfil exemplar de educador, que obtêm conhecimentos, a ser trabalhados na sala de aula em sua pratica, uma vez que o docente necessita de apoio técnico para que lhe dê suporte em desenvolver seu trabalho com os educando, sabendo que o professor recebe em sala de aula vários alunos com estilo de vida e necessidades diferenciadas.

Este trabalhador como qualquer outro, enfrenta várias situações, que o desafia em sua profissão, podendo-se citar alguns como: a dificuldade de aprendizados dos alunos, salas superlotadas que acaba dificultando o trabalho do professor, a falta de suporte técnico, a carência de materiais metodológicos, a necessidade de um ambiente adequado para o exercício e às vezes dificuldades de relações interpessoais com os demais profissionais do ambiente de trabalho e pais de alunos.

Todos esses fatores chegam ao professor como algo cotidiano, que estão em sua realidade e cabe ao mesmo lhe dá com todas essas situações e resolvê-las, para que o educando não seja prejudicado em sua vida escolar, já que os alunos são inseridos na escola para obterem o conhecimento que necessitam para seu desenvolvimento intelectual e moral, competindo ao docente repassar tal aprendizado, preparando-os e transformando-os em cidadãos competentes e responsáveis para conviver em sociedade.

As dificuldades são inúmeras, e a gravidade dos problemas requer tempo e dedicação, no qual o professor passa a se preocupar com os seus alunos e acaba deixando sua vida pessoal de lado, para dedicar-se aos problemas profissionais, pois o desenvolvimento e o desempenho escolar das crianças dependem das ações e atitudes do professor. Pois o futuro dos educados está em suas mãos.

 

Quando o aluno não quer aprender porque tem uma série de outras coisas mais chamativas e atraentes para fazer como, por exemplo, conversar com o colega, namorar, brincar etc, a tarefa que o profissional de educação tem pela frente se torna muito mais difícil de ser cumprida.” (SHANCHES, 2011:67)

 

Segundoo autor um dos maiores desafios para o professor, é ensinar alguém que não quer aprender, ou seja, ter estratégia de fazer o aluno querer aprender, pois, o profissional não pode obrigá-lo a querer a adquirir o conhecimento, e sim estimulá-lo, transmitindo para os discentes a importância dos estudos futuramente e profissionalmente, mas de que maneira repassar essas informações para os alunos? Se eles apenas pensam no presente. Observa-se que a falta de interesse pelos estudos são constantes, tornando o papel do professor muito árduo de ser executado.

Com isso o profissional deve estar sempre buscando novos métodos para serem aplicados em sala de aula, sendo que esse é somente um dos vários problemas e desafios que o rodeia. Como se pode citar há vários tipos de situações, um dos principais a convivência do educador com a indisciplina, dos alunos, problema esse que na maior parte dos alunos já trazem de casa, pois os mesmos não têm limites nem regras no seio familiar, e agem da mesma forma na escola. Esses comportamentos dos discentes prejudicam tanto seu desenvolvimento escolar quanto a saúde mental do professor.

O trabalho do educador torna-se muito difícil quando se depara com a indisciplina em sua prática, em várias situações o professor não sabe como solucionar este problema, qual seria a melhor maneira de tratar estes alunos? Seria de modo severo ou talvez de modo mais flexível? Desta maneira como entender o que se passa na mente do referido aluno. Seguindo esta linha de pensamento o professor terá que ser um pouco psicólogo, terá grandes desafios a ser enfrentado, se relacionando a um processo investigativo da vida pessoal do aluno, para poder enteder tal comportamento na escola.

Contudo o trabalho e os desafios docentes não se resumem somente em sala de aula e ao relacionamento professor-aluno, o professor enfrenta também grandes problemas em relação a sua saúde, no qual toda a carga de trabalho e lutas pelos seus direitos trabalhistas acaba afetando sua saúde devido todo esse processo de execução da sua profissão.

O indicador crescente das licenças médicas que são concedidas a professores em razão do adoecimento no exercício da atividade docente. Nas apreciações tecida nesses estudos, o desgaste dos professores, além de estar circunscrito a uma realidade marcada pelos baixos salários, pela carga horária exagerada, pela violência no ambiente escolar, por compressões políticas dos órgãos gerenciadores, entre outras questões, deve ser compreendido como uma forma de resistência docente, uma estratégia que objetiva, em última instancia, a preservação da sua saúde destes profissionais.

Em relação ao que foram citadas acima essas são algumas das questões enfrentadas pelos professores em seu ambiente de trabalho, no qual todas essas características estão presentes no seu cotidiano, em sua rotina de trabalho. Esses fatores vivenciados pelos profissionais os deixam com baixa auto-estima, depressivos e angustiados no que resulta no adoecimento do trabalhador educacional e o leva a um afastamento preciso de suas atividades escolares.

A saúde do profissional é um fator de grande importância, pois sendo a mesma essencial para o bem-estar de qualquer trabalhador, e principalmente o profissional da educação, que está vivendo e observando o desenvolvimento de inúmeras crianças, pois o desempenho escolar dos alunos depende na maioria das vezes do bem-estar do professor, sendo que requer a este profissional paciência e disposição para realizar suas atividades metodológicas com os discentes o qual está sob sua responsabilidade no decorrer do ano letivo.

Nesse contexto a saúde do educador se torna também um fator desafiador, já que sua jornada de trabalho é sobrecarregada, são inúmeras as preocupações no trabalho, não lhe sobra tempo para cuidar de sua própria saúde. Uma vez que as atividades e programações escolares são constantes, o professor deixa para cuidar de seus problemas de saúde em último caso, ou seja, quando os agravos já não lhe permitem mais trabalhar.

 

 

FORMAÇÃO PROFISSIONAL E AS EXIGÊNCIAS GLOBAIS

 

 

O trabalho docente como já visto é uma profissão que engloba muitos fatores, e que está em constantes transformações no mundo, considerando que o professor estar ou deveria estar sempre se aperfeiçoando para melhorar o aprendizado dos alunos, o mesmo está sempre aprendendo com todas as pessoas com quem convive, tanto no trabalho quanto na sociedade em geral, sendo que qualquer conhecimento adquirido é algo que pode favorecer ou não este profissional, podendo ser de forma negativa ou positiva, tudo se transforma em aprendizado.

A cada momento o mundo está evoluindo cada vez mais, os acontecimentos estão ocorrendo de forma acelerado, que muitas vezes fica difícil de acompanhar tal evolução. Pode-se observar que cada momento que passa as exigências e as cobranças está cada vez mais presente na vida e no trabalho do profissional da educação. A sociedade exige qualidade na educação e cobra o desenvolvimento e aprendizado do aluno, pois espera ver no desenvolvimento do aluno o trabalho do professor.

Considerando toda essa mudança o profissional também necessita acompanhar a evolução dos fatos, mas de que forma, e como se envolver em tais mudanças?  O seu conhecimento e experiência ao longo de sua jornada de trabalho em relação a sua profissão não servem mais? Como será que a sociedade pensa e quer o professor para ensinar e transmitir conhecimento que servirá para a formação dos alunos tanto aspecto intelectual quanto moral.

 

Este professor deverá ser capaz de adaptar-se às mudanças, de trabalhar com a criatividade, com o novo, com as novas tecnologias, com os valores humanos, com as incertezas, com a reflexão como uma forma de ação. Não uma reflexão pura e simples, mas a reflexão na e sobre a ação numa visão investigativa, de busca de uma ampliação do saber e do conhecimento, construindo, de fato este conhecimento. (KULLOK, 2000:12-13)

 

Segundo o autor o professor deve estar sempre buscando informações, obtendo uma visão ampla em relação ao novo e as novas tecnologias, uma das coisas que o professor não deve fazer é reclamar das novas mudanças e sim adaptarem-se as mesmas, para que possa ser inserido no mercado de trabalho e nele permanecer,para isso é necessário a busca constante de meios que promovam uma melhor maneira de pôr em prática seu conhecimento.

O mercado de trabalho exige formação e qualificação curricular para execução da profissão docente, e o professor precisa estar informado dessas exigências. Seguindo esta linha de pensamento o profissional inicia sua formação desde o ensino fundamental que se estende até médio, e a partir desse seguimento o profissional fará sua escolha a qual profissão gostaria exercer.

O profissional quando lhe é oportunizado segue uma profissão por afinidade e outras vezes por falta de opção, esses casos são muito comuns no meio profissional. Pois nem sempre se faz o que gostaria de fazer, por várias questões que a vida impõe as pessoas. Mas para um profissional que deseja exercer a profissão de professor lhe é exigido de início o ensino médio técnico em magistério e ensino superior.

A Formação profissional é algo de que irá qualificar o indivíduo para a prática docente, em que irá passar por um processo teórico e aprender diversas  formas metodológicas para trabalhar com os alunos. Hoje em dia há muitos professores a procura de qualificação, de informação e conhecimento, pois, somente o conhecimento e qualificação irá lhe proporcionar garantia de emprego no mercado, e um salário compensador.

 

No mundo globalizado e da internet, nenhum emprego será o mesmo. Para encarar essas transformações, o profissional deve se preparar: antes de tudo, é preciso estar aberto para atuar em várias áreas e saber lidar, cada vez mais, com a tecnologia e aperfeiçoar as relações humanas. (REVISTA EXAME apud KULLOK, 2000:20)

 

De acordo com a autora o profissional não deve ficar estagnado, e esperar que o conhecimento e as informações cheguem até ele, e sim devem estar sempre a atento ao novo, as mudanças, sabendo que tudo muda e que a tecnologia está avançando com uma rapidez espantosa. Pois o professor tem que buscar, pesquisar e acompanhar as novas tecnologias que estão presentes ao seu redor, mostrando que não tem medo de novos desafios, e que as dificuldades são para ser vencidas, ou seja, o profissional deve encarar e aceitar sua realidade, se aperfeiçoando cada vez mais em sua profissão e nos métodos a ser trabalhado, e desse modo facilitará seu trabalho e a convivência com todos que o rodeia.

Em toda esta questão sabe-se que não é fácil para um profissional que estar acostumado a mesmice, e de uma hora pra outra se deparar com tantas mudanças e tantas exigências, o que chega a pensar que suas experiências não vale mais nada, que seu conhecimento adquirido ao longo dos anos de trabalho já não é de grande importância nem suficiente para o ensino. Para tanta tecnologia proporcionada aos alunos sua teoria e experiências já não são tão interessantes, claro que seu conhecimento é sim importante, mas os tempos mudam, a mente dos alunos está avançando conforme a tecnologia está se acelerando.

Conforme esses fatores qual será o papel do professor? Entender essas mudanças e adaptar-se a elas para proporcionar a seus alunos o conhecimento que espera? Desse modo deixando de ser aquele profissional arcaico e tornando um profissional moderno, com a mente aberta e visão ampla, com novos horizontes e grandes perspectivas de melhorar a educação e o ensino aprendizagem.

Como se observa o profissional da educação deverá seguir um modelo de professor que a sociedade procura, com metodologias inovadoras fazendo com que os alunos busquem interesse pelo aprendizado, estimulando e motivando os mesmos, por outro lado o sistema de ensino cobra dos docentes resultados positivos, obrigando assim as aprovações inadequadas dos discentes, mas às vezes os alunos não conseguem assimilar os conteúdos aplicados, fato este que exige   que o profissional se dedique cada vez mais no processo de ensino.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO

 

 

Em virtude do que foi abordado, constatou-se que os profissionais da educação não estão satisfeitos com as condições de trabalho que vem vivendo, embora goste de sua profissão e do ato de educar. Desta forma é notório que os docentes não dispõem de uma qualidade de vida adequada em seu ambiente de trabalho, pois, a administração pública deixa a desejar pela falta de apoio, suporte técnico e pedagógico, sofrendo também com a desvalorização, a falta de respeito e reconhecimento profissional. É preciso que os docentes adquiram todos esses aspectos para poderem atuar com satisfação e bem estar, obtendo assim Qualidade de Vida no Trabalho - QVT.

No entanto faz-se necessário uma reflexão em relação ao a profissão docente, sendo este um trabalho de certa forma gratificante pelo resultado do desenvolvimento educacional dos alunos e a contribuição na prática de ensino na sociedade. Porém é uma profissionalização que deve ser exercida com amor, paciência e dedicação prosperando sempre um ensino qualificado apesar dos desafios e dificuldades na prática. Mas uma coisa é certa o professor é o único que consegue ter uma visualização ampla do conhecimento cientifico e intelectual.

Nessa concepção pode-se perguntar, por que não melhorar a qualidade de vida do profissional educacional? Ressaltando que o professor necessita de alguns requisitos para seu bem estar na prática docente, como plano de saúde, carga horária mais elevada, salário digno, apoio técnico e pedagógico mais presente nas ações desenvolvidas pelo educador, incentivo e motivação profissional, além de tudo reconhecimento de sua profissão. Pois o que seria da sociedade se não existissem professores capacitados e habilitados para alfabetizar e educar a população, pode-se pensar que o professor é a esperança de um mundo melhor e promissor.

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

BRANQUINHO, Neuzani das Graças Soares: Qualidade de vida no trabalho, bem-estar e mal-estar em professores da rede pública. Monte Claros, MG: Unimontes, 2011.

 

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil/ Ana Joice angher, coordenação. - 10.ed. – São Paulo, 2004.

 

________.LEI Nº 11.738, DE 16 DE JULHO DE 2008.Lei que estabelece o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério.

Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11738.htm>

Acesso em 10 de Janeiro de 2014.

 

KULLOK, Maísa Gomes Brandão. As exigências da Formação do Professor na Atualidade. Maceió: Edufal, 2000.

NÓVOA, Antônio: Profissão Professor, Porto editora, 2ª ed.Lisboa: 1995.

SANCHES, Willian: Pedagogia do Compromisso: Responsabilidade na prática do educador. São Paulo: Mundo Mirim, 2011.

 

SOARES, Sandra Regina; CUNHA, Maria Isabel da. Formação do professor: à docência universitária em busca de legitimidade. Salvador: EDUFBA, 2010. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em 13 de novembro de 2013.