A QUALIDADE DE VIDA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA ESCALA NOTURNA DE ENFERMAGEM 

Autor: BASTOS, Wallas José Saraiva

Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso de Enfermagem na Universidade Severino Sombra de Vassouras/RJ

Apresentado em 09 de dezembro de 2009

Professora orientadora: Enfermeira Especialista Magda Vieira Barbosa

I - INTRODUÇÃO

         O motivo que levou a iniciar este projeto de pesquisa nasceu a partir do momento em que como acadêmico de Enfermagem, pude observar que determinados colaboradores da equipe de Enfermagem atuantes no plantão noturno  demonstravam certa alteração de humor, deixando transparecer tanto em palavras como em relação à fisionomia facial, certo stress referente à sua jornada de trabalho.

          É necessário que se faça uma busca pela causa desta situação, pois é preciso que o profissional de Enfermagem esteja habilitado para exercer suas funções, porém deve ter em mente que é uma pessoa que cuida de outras, não podendo estar desequilibrado psicológica e emocionalmente.

          A importância está em cuidados com os pacientes, pois o stress pode levar à erros, bem como à desequilíbrios emotivos, onde o profissional pode até mesmo transmitir essa situação ao paciente, interferindo inclusive no que tange aos aspectos emocionais do mesmo.

          Desta forma, é preciso intervir, através da aplicação de algumas metodologias de reorientação profissional, e mesmo terapias de grupo objetivando trazer tranqüilidade e equilíbrio emocional à estes profissionais.

         Mas também é necessário ouvi – los, para que assim o processo de orientação e terapia seja empregado. O que ocorre no dia – a – dia desses colaboradores? Quais os enfrentamentos que ocorrerem em sua rotina diária? Quais as sua principais queixas?

         A intenção não é levantar críticas sobre a postura destes profissionais, mas sim trazer melhorias na rotina de vida de trabalho noturno dos mesmos.

          Desta forma, vários aspectos serão observados, como a carga horária trabalhada, o repouso destes colaboradores, a dieta que os mesmos consomem, as relações familiares (existem problemas familiares que os levam à situações de stress emocional?), na verdade, durante o projeto estes profissionais serão observados e abordados, para que possa se encontrar um denominador comum que viabilize a possível implementação de medidas de reparo nestas situações.

          Deve se levar em conta que as alterações no ciclo circadiano dos indivíduos (trocar o dia pela noite) traz certas alterações fisiológicas, como queda da imunidade, alterações nos batimentos cardíacos e outros. Além disso, o colaborador de Enfermagem que executa as suas funções no turno noturno abre mão do lazer em muitos casos, bem como de compartilhar certos momentos com a sua família (festas, lazer e convivência diária).

        “O ciclo vigília-sono é um ritmo biológico que possui caráter endógeno, determinado geneticamente e sincronizado por pistas temporais. A natureza endógena dos ritmos biológicos aponta para a existência de estruturas que são capazes de propiciar ao organismo esta ritmicidade, são os chamados relógios biológicos ou osciladores endógenos. (CAMPOS E MARTINO, 2003) 

“ No trabalho em turnos, cuja maneira de se organizar a jornada seria em diferentes horários ou em horário constante, porém incomum, um exemplo é o trabalho noturno permanente, o indivíduo é obrigado a inverter o seu horário de dormir, causando uma desordem temporal do organismo e ao longo do tempo trazendo prejuízos à sua saúde.” (CAMPOS E MARTINO, 2003). 

          Sendo assim, é necessário compreender esta realidade na vida destes profissionais, para que deste modo possa se realizar algo em prol dos mesmos, o que refletirá na qualidade do atendimento de enfermagem prestado por esses colaboradores, pois com uma boa qualidade de vida, os mesmos responderão com uma boa prestação de serviços aos clientes  dos quais são assistencialistas.