Escrevendo crônicas eu pude conhecer um mundo totalmente novo de pessoas com a sensibilidade à flor da pele, que abrem seus corações e falam de igualdade, de amor, de fraternidade. Elas têm seus problemas, têm suas angústias, têm suas fraquezas (que bom, são humanas!), sofrem e se alegram como todos nós.

Por outro lado, há um outro mundo, daqueles que só pensam em derrubar os outros, física, moral, profissional, afetiva e humanamente, pelo simples prazer de ver para que lado cai o nosso corpo.

Parece que todos querem te ver caído, para baixo, derrubado, sofrendo, simplesmente para satisfazer um prazer mórbido que se alimenta com a dor alheia. Correm e atropelam para ver um corpo atropelado.

Enquanto alguém pensar mal de outro alguém atos terroristas serão coisas normais.

É só uma questão de proporção alguém desejar uma maldade para outro alguém ou derrubar dois edifícios, arremessando aviões sobre eles.

Quantos estão, nesse momento, arquitetando um plano para prejudicar um vizinho, um colega, um grupo ou toda a humanidade?

E quantos estão, nesse momento, arquitetando um plano para tornar mais feliz um vizinho, um colega, um grupo ou toda a humanidade?

O mal é mais convincente e se alastra mais rapidamente do que o bem. O mal se confunde com racionalidade e inteligência. O bem se confunde com ingenuidade e burrice.

Eu nunca esqueço uma passagem em minha vida em que eu e um primo, lá na adolescência, estando na parte de trás de um ônibus e ele na minha frente, junto ao trocador e eu, dando-lhe o meu dinheiro da passagem, lhe disse: "Toma. Paga a minha passagem junto com a tua e já faz um estilo de quem é generoso. Ele olhou para mim e disse: "Se eu pagar a minha e a tua, mesmo que você me dê a sua parte, eu não vou estar parecendo generoso e sim parecendo um trouxa".

Confesso à vocês que foi desde essa época que eu comecei a tentar contato com outros planetas, tentando achar a minha verdadeira família.

Sérgio Lisboa.