Como postei anteriormente dependendo da forma como manipulamos as variáveis do treinamento de força (número de séries, número de repetições, tempo de intervalo, intensidade, ordem dos exercícios), diferentes adaptações são alcançadas. Dessa forma podemos entender que dependendo do método de treinamento que utilizamos as respostas serão diferentes. Quando eu citei em outra postagem perguntando se um determinado método é bom e respondi que dependia, é porque ele pode ser bom para enfatizar uma determinada adaptação, mas será que é bom para outras adaptações? Por essa questão que devemos selecionar os métodos de forma lógica. Por exemplo, Uchida e colaboradores (2006) compararam a resposta dos métodos de múltiplas séries e tri-set (onde são realizados três exercícios em sequência), e observaram que a concentração do cortisol foi maior no grupo que realizou o tri-set quando comparado com o grupo de múltiplas séries. Para o grupo que realizou o método de múltiplas séries ocorreu um aumento mais significativo da testosterona. Concluíram que o método de múltiplas séries pode apresentar um potencial mais anabólico quando comparado com o método de tri-set, porém nesse mesmo estudo, não foram observadas diferenças morfofuncionais! Em outro estudo que foram comparados diferentes métodos de treinamento, Gentil e colaboradores (2006) analisaram a resposta do lactato, tempo sob tensão e sobrecarga total em sete diferentes métodos de treinamento. Observaram que não houve diferença significativa para a produção de lactato, porém houve diferenças entre os métodos para o tempo sob tensão muscular e sobrecarga total. Mesmo ambos os estudos apresentando algumas limitações que foram citadas pelos próprios autores, pode ser observado que dependendo da forma que é realizado o treinamento, podemos obter diferentes respostas, seja hormonal, tempo de tensão muscular e sobrecarga total. Profº Léo De Paiva Montenegro * Esp. Musculação e Treinamento de Força - UNESA (2015) * Esp. Treinamento Desportivo - UGF * Esp. Exercício Aplicado a Reabilitação Cardíaca e a Grupos Especiais - UGF * Graduando em Fisioterapia - UNESA * Graduado em Educação Física - UNESA Referências Bibliográficas Gentil, P. ; Oliveira, E. ; Fontana, K. ; Molina, G. ; Oliveira, R.J. ; Bottaro, M. Efeitos agudos de vários métodos de treinamento de força no lactato sanguíneo e características de cargas em homens treinados recrecionalmente. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 12. Num. 6. 2006. Monteiro, W. ; Simão, R. ; Farinatti, P. Manipulação na ordem dos exercícios e sua influência sobre o número de repetições e percepção subjetiva de esforço em mulheres treinadas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 11. Num. 2. 2005. Uchida, M.C. ; Aoki, M.S. ; Navarro, F. ; Tessutti, V.D. ; Bacarau, R.F.P. Efeito de diferentes protocolos de treinamento de força sobre parâmetros morfofuncionais, hormonais e imunológicos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 12. Num. 1. 2006.