Publicar ou não publicar; isso já foi uma questão!

Bruno Resende Ramos

Parafraseando Shakespeare, abro os olhos e vejo como o tempo propicia respostas às questões humanas. Publicar ou não publicar; eis a questão! Em tempo de não se pensar no futuro para que ele não passe desapercebido, porque é, inexoravelmente, veloz, não podemos perder muito tempo em "achismos". Digo antes que devemos, sim, publicar, pois o tempo urge e é necessário vencer fronteiras e viver melhor. Se abrimos a cortina da realidade e esta se nos impõe com uma imediata resposta a questão já não é mais publicar ou não, mas como, com quem, por que meio ou editora publicar.

Depois de ver meu website visitado por umas 25.000 pessoas, o "Contos das Almas" (www.brunoadult.blogspot.com) em 2008, que me pus a indagar se aquela pequena tiragem feita com uma editora que imprime "on demand" foi uma boa opção. Isso mesmo! Publicar nas vias virtuais tem sido muito mais vivificante do que nas vias impressas. O leitor, na verdade, ainda não se acostumou, mas posso crer que bons textos nos chegam hoje sem precisar do aval de um crítico ou de uma editora tradicional por trás. E mais... Quantas vocações ao escribato surgiram nesses últimos tempos?

O surgimento das páginas e redes sociais da internet, certamente, revolucionou a maneira do leitor e do escritor verem no que resulta o processo de edição de um texto. Muito melhorou a relação do autor e leitor, antes mediada pelos agentes literários e pela mídia. As ferramentas disponibilizadas são outro grande avanço. Num livro que, tradicionalmente, dispensaria o uso de imagens por questões orçamentais,  na via virtual, ganha verdadeiro realce. Há, por exemplo, a possibilidade de, por custo nenhum e apenas alguns conhecimentos básicos, ver o seu texto animado por um vídeo, um gift (ilustração animada), um "slide" e outros recursos que, na minha humilde limitação, ainda desconheça.

Diante disso, só posso me dizer animado por ser escritor e descobrir que aquele dia cinzento da minha vida, no qual batia à porta de uma "Casa da Cultura" sem obter apoio algum, ficará enterrado junto a outras velhas lembranças. Isso mesmo! Nós hoje publicamos aos milhares, milhões, ao mesmo tempo. Você que me lê o faz pelo mesmo recurso que um dia vi colocados meus sonhos na linha das realizações. Hoje são mais de 20 antologias publicadas, e mais de 10 páginas virtuais com meus textos. Em antologias, participei de quatro como um dos organizadores e ainda quero manter o meu vício de escrever saciado. 

A propósito, se publicar já não é mais uma questão, espero encontrar você numa próxima página impressa ou virtual, mas publicado como não conseguiria em outros tempos.  Estamos todos mais acessíveis ao olhar crítico e estimulante do leitor.  Dobrando a esquina das realizações dos nossos sonhos, mesmo que na virtualidade insana, laical, mundana, mesmo que entre barbarismos, agramaticalidades e a cômoda filosofia dos teclados,  mesmo que não tenhamos perspectivias de fama e sucesso midiático, aqui sempre haverá  um leitor e um escritor surgindo, vingando tanto tempo de anonimato.

Pois bem, se Shakespeare antes não era  tão acessível, agora o é, pois a inclusão digital chegou para ficar. A inclusão literária também é um fato. Todos podemos ler a um custo  menor. E que todos possam desfrutar da genialidade de escritores como Shakespeare, Fernando Pessoa, Guimarães Rosa, Machado de Assis. Então, faça de sua vida uma obra de sucesso, um clássico. Publique-se e me convide à leitura! 

Estarei aqui esperando por você.