"Segundo Freud (1938), o principal motivador de resistência à análise se deve a um 'fator moral'; um sentimento de culpa que prende o indivíduo ao sintoma como forma de sua satisfação".

"(...) por meio de cuidadosa observação da mente é possivel ver a consciência como sendo uma sequência de momentos conscientes ao invés de um contínuo de autoconsciência. Cada momento é a experiência de um estado mental específica: um pensamento, uma memória, uma sensação, uma percepção. Um estado mental nasce, existe e, sendo impermanente, cessa dando lugar ao próximo estado mental que surgir. Assim a consciência de um ser senciente pode ser entendida como uma série contínua de nascimentos e mortes destes estados mentais. Neste contexto o renascimento é simplesmente a persistência deste processo".


Indicação designa o conjunto de sintomas e sinais que mostram qual tipo intervenção é mais apropriada em um determinado caso. A pricipal indicação para uma psicoterapia é um "transtorno mental". Mas não só. Uma psicoterapia pode ser indicada também em situações em que o indivíduo está instisfeito com a própria forma de vida, em que ele precisa tomar decisões difíceis e não sabe como, em situações em que a pessoa não vê sentido naquilo que faz, etc.

O termo psicoterapia se refere-se às intervenções que buscam melhorar os padrões de funcionamento mental do indivíduo ou tratar transtornos mentais (cura ou a diminuição do sofrimento do paciente).

A disciplina que se dedica ao estudo - desenvolvimento, avaliação, melhoramento, explicação teórica - da psicoterapia é a pesquisa psicoterapêutica (Psychotherapieforschung).



O processo terapêutico começa, para o paciente, antes da terapia em si e termina somente muito depois de sua conclusão formal.

Prochaska, DiClemente e Norcross (1992) propuseram um modelo em seis fases que descreve esse processo:

1. Fase "pré-contemplativa": é a fase da despreocupação. O paciente não tem consciência de seu problema e não tem a intenção de modificar o seu comportamento - apesar de as pessoas a sua volta estarem cientes do problema. Nesta fase os pacientes só procuram terapia se obrigados;


2. Fase "contemplativa": é a fase da tomada de consciência. O paciente se dá conta dos problemas existentes, mas não sabe ainda como reagir. Ele ainda não está preparado para uma terapia: está ainda pesando os prós e os contras;


3. Fase de preparação: é a fase da tomada de decisão. O paciente se decide pela terapia - nesta fase o meio social pode desempenhar um papel muito importante;


4. Fase da ação: o paciente investe - tempo, dinheiro, esforço - na mudança. É a fase do trabalho terapêutico propriamente dito;


5. Fase da manutenção: é a fase imediatamente após o fim da terapia. O paciente investe na manutenção dos resultados obtidos por meio da terapia e introduz as mudanças no seu dia-a-dia;


6. Fase da estabilidade: é a fase da cura. Nesta fase o paciente solucionou o seu problema e o risco de uma recaída não é maior do que o risco de outras pessoa para esse transtorno específico.



A terapia em si se desenvolve em quatro fases consecutivas, cada qual com objetivos próprios:



1. Indicação: definição do diagnóstico, decisão com respeito à necessidade de uma terapia e de qual tipo (médica, psicoterapêutica, ambas), aos métodos indicados para o problema em questão, esclarecimento do paciente a respeito da terapia;


2. Promoção de um relacionamento terapêutico e trabalho de clarificação do problema: a estruturação dos papéis (terapeuta e paciente), desenvolvimento de uma expectativa de sucesso, promoção do relacionamento entre paciente e terapeuta, transmissão de um modelo etiológico (estudo das causas) do problema;


3. Encenação do aprendizado terapêutico: aquisição de novas competências (terapia cognitivo-comportamental), análise e experiência de padrões de relacionamento (psicanálise), reestruturação da autoimagem (terapia centrada na pessoa);

4. Avaliação: verificação do atingimento dos objetivos propostos, estabilização dos resultados alcançados, fim formal da terapia e da relação paciente-terapeuta.




As decisões tomadas na fase 1 não devem necessariamente permanecer imutáveis até o fim da terapia. Pelo contrário, o terapeuta deve estar atento a mudanças no paciente, a fim de adaptar seu métodos e suas decisões de trabalho à situação do paciente, que nem sempre é clara no começo da terapia. A isso se dá o nome de indicação adaptável.



M. Perrez e U. Baumann (2004), baseados em trabalhos anteriores, classificam quatro grande famílias psicoterpêuticas:

Psicoterapias psicodinâmicas: explicam os problemas psíquicos com base em conflitos inconscientes originados na infância e seu objetivo é superação de tais conflitos. Para isso elas procuram compreender o presente a partir do passado e trabalham com métodos interpretativos. Objetos de interpretação podem ser as livres-associações, os fenômenos transferenciais, os atos-falhos, os sonhos etc.



Psicoterapias cognitivo-comportamentais: explicam os transtornos mentais baseadas na história de aprendizado do indivíduo e nas interações dele com seu meio, e têm por objetivo o reestabelecimento das competências do paciente de controlar seu comportamento e de influenciar suas emoções e percepsões.
Psicoterapias existencial-humanistas: Esse tipo de terapia parte do princípio que todo ser humano possui em si uma força interna que, se não for impedida por influência externa, o conduz à sua plena realização. Elas explicam assim os trantornos psíquicos como fruto da incongruência entre a autoimagem e a experiência pessoal e buscam fomentar as forças de autorealização (selfactualisation) do indivíduo.



Psicoterapias orientadas na comunicação: consideram os transtornos do comportamento como expressão de estruturas de comunicação disfuncionais e buscam uma reorganização de tais estruturas ou a formação de novas, mais construtivas. Tembém tais terapias preocupam-se sobretudo com a situação presente e trabalham com métodos que possam gerar novas formas de compreensão da realidade e de si mesmo.



'não há surdo pior do que aquele que não quer ouvir e cego pior do que aquele que não quer ver.'

Assim é que há proximidades, justaposições, coincidências ou concomitâncias que nada devem ao acaso...




REFERÊNCIAS:



Wikipédia, a enciclopédia

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