PISCOPEDAGOGIA EMPRESARIAL: NO DESENVOLVIMENTO DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS OCUPACIONAIS

Patrícia Félix da Silva
Graduação em Pedagogia pela faculdade Adventista de Engenheiro Coelho São Paulo
Professora da Escola Adventista do Colégio Itajaí ? Santa Catarina
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Resumo: As constantes mudanças no mercado são relevantes tanto as pequenas, médias e grandes empresas. Levando em consideração que toda empresa possui diversos recursos. Contudo, o recurso indispensável é a mão de obra. As normas e diretrizes da ISO têm contribuído para melhoria desta área, sabendo que para aquisição de qualquer certificação haverá reconhecimento internacional. Ou seja, as empresas investirão nesta área, capacitação, cursos de aperfeiçoamento. Esse processo é na verdade de ensino e aprendizagem e nada melhor do que um profissional da área da educação como psicopedagogo. Por isso, a função do psicopedagogo é essencial na área de apoio à gestão na função recursos humano de uma instituição.

Palavras-chaves: empresa, normas, colaborador, recursos humanos, processo ensino-aprendizagem, psicopedagogia.

Abstract: The Constant changes in the market relevant both for small, medium and large companies. Considering in mind every company has different recourses. although, the indispensable resource is the labor. According to the rules (ISO). Has contributed to improvements in this area, knowing that for purchase of any certification will be internationally recognized. In other words, these companies invest in this area with training courses. This process is in fact the teaching learning, and there is nothing better than an expert in the area of education as psychopedagogist.
Therefore, the function of psychopedagogist is essential in the area of management support and human recourses function of an instituicion.

Key words: company, standards, collaborator, human resources, process- teaching learning, psychopefagogy.

Introdução

O mundo tecnológico tem oferecido muitas vantagens ao meio industrial, porém, nenhuma invenção tecnológica isenta totalmente a substituição da mão de obra. E sabendo que a certificação depende de normas e diretrizes no meio industrial é mais um motivo para as empresas investirem ainda mais neste setor. Beyer (2010, p.23) nos confirma que:

Muitas mudanças estão acontecendo no desenvolvimento das organizações, determinados ora pelas imposições do mercado, ora pela necessidade de reorganização do ambiente interno, ora organizacional. O conhecimento humano surge como principal fonte de vantagem competitiva para as organizações. Isso pede uma serie de mudanças organizacionais que possibilitem o compartilhamento do conhecimento por meio de adaptação do ambiente e principalmente pela mudança de comportamento das pessoas.

É inevitável não investir neste setor dos recursos humanos, pois ele tem feito a diferença na conquista do mercado e a sua manutenção. Por isso, é indispensável o apoio do psicopedagogo que trabalhe com o processo ensino-aprendizagem no meio industrial.

Conceito de Psicopedagogia

Surgiu na Europa, na década XIX com o objetivo de compreender e trabalhar as dificuldades do processo ensino aprendizagem. Sabe-se que a sua origem veio da várias especialidades, sendo a Psicologia e Medicina.
A psicopedagogia desempenha a sua função nas áreas da vida: emocional, cognitiva e social, tanto nos aspectos institucional (preventiva) ou clínica (terapêutica). (CARVALHO; CUZIN, 2008, p. 03)
Percebe-se que a área preventiva, ou seja, institucional esta em ampliação de sua área, pois já é evidente sua atuação na instituição escolar, e empresarial.
Segundo Bossa (2007, p 87) evidencia-se que "a demanda da instituição está associada a forma de existir do sujeito institucional, seja ele a família, a escola, uma empresa industrial, um hospital, uma creche, uma organização assistencial."
A atuação da instituição é de suma importância em qualquer organização. Pois, em qualquer período um individuo necessitará auxilio na prevenção de uma dificuldade que estará instalando-se no desenvolvimento harmônico da instituição.
Sabendo que quando a palavra instituição faz referência às diversas instituições, sejam elas formais ou informais.
A palavra organização é extensa, contudo o conceito em administração focaliza dentro da função do recurso humano que segundo Motta (2008, p. 54) citado por Chiavienato (2008) estabelece que "administrar pessoas significa lidar com as pessoas que participam de organizações. Mais do que isso, significa administrar os demais recursos com pessoas. Assim, organizações e pessoas constituem a base fundamental."
Isso nos mostra que uma empresa para ser bem sucedida no mercado competitivo e além de tudo se manter, têm que ter uma boa administração, ou seja, percebe-se no trabalho harmônico num grupo de pessoas. Sabe-se que pessoas possuem necessidades diversas. Sejam elas físicas, psíquicas, financeiras ou sociais. Quando se fala em necessidades pensa-se logo na teoria de Maslow, segundo o qual existe uma pirâmide das necessidades (MOTTA,2008, p. 57), ou seja, necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades psicológicas, necessidades de realização pessoal. Demonstram que à medida que o individuo vai satisfazendo suas necessidades, torna-se bem consigo mesmo e com os outros, todavia, se umas dessas necessidades forem negligenciadas possivelmente acarretará diversos prejuízos, sejam eles, materiais ou psíquicos.
As empresas arcam com as licenças do funcionário que, conseqüentemente, acarretará em maior esforço por parte da equipe para suprir sua falta, pois a empresa tem que produzir da mesma forma. Então, corre-se o risco de não ser recíproca nas relações comerciais estabelecidas, o que acarretará quedas no mercado. Por esse fato e outros as normas da ABNT - Órgão de nacional de normalização, que representa o Brasil perante a ISO (Internacional Organization for Standardization) estabelece sobre a certificação no seu quadro de funcionários, através de curso, treinamentos e outros.
Segundo a ISO (Internacional Organization for Standardization) instituiu um padrão internacional, ou seja, normas e diretrizes por meio de acordos entre representantes de diversos países. Essa sigla foi estabelecida em 1946 com uma confederação internacional de órgãos de normatização por diversos setores (URSIN, SEIKINGUECHI, 2005, p13).
Como exemplo, cita-se a norma 16.001: "Responsabilidade Social. Os objetivos, metas e programas deverão contemplar 11 temas da responsabilidade social". É importante salientar que estas normas são consideradas pelo mercado interno e externo. Esse fator de grande relevância para o meio industrial, uma vez que seu produto adquira o selo de qualificação mediante a norma conseqüentemente amplia-se o mercado consumidor. Os objetivos dessa norma são:

a) Boas práticas de governança;
b) Combate a pirataria, sonegação, fraude e corrupção;
c) Práticas leais de concorrência;
d) Direito da criança e do adolescente, incluindo ao combate do trabalho infantil;
e) Direito do trabalhador, incluído a de livre associação, a negociação, a remuneração justa e benefícios básicos, também como combate ao trabalho forçado;
f) Promoção a diversidade e combate a discriminação (por exemplo: cultural, de gênero, de raça/de etnia, idade, pessoa com deficiência);
g) compromisso com o desenvolvimento profissional;
(h) Promoção da saúde e segurança;
I) Promoção de padrões de desenvolvimento, produção , distribuição e consumo e contemplando fornecedores, prestadores de serviços;
j) Proteção ao meio ambiente e aos direitos das gerações futuras; e
K) Ações sociais de interesse públicos;

Dos 11 objetivos apresentados, há, porém, dois temas que devem ser destacados.
O inciso (g) "compromisso com o desenvolvimento profissional" mostra a ampliação do desenvolvimento de um profissional, ou seja, a capacitação profissional, plano de carreira. Além desse, outro inciso (h) ?"Promoção da saúde e segurança fala da importância de um ambiente salubre, que ofereça qualidade de vida e segurança aos seus funcionários. Isto não quer dizer que só seja do interesse da CIPA (Comissão Interna de Acidentes no Trabalho), mas também do setor de Recursos Humanos, neste contexto: qual o papel do psicopedagogo no apoio à gestão empresarial?
Para que as normas sejam implementadas no ambiente industrial é necessário o apoio de todos os setores da empresa, uma vez que, o setor que mais atuará será o de Recursos Humanos, pois é de sua responsabilidade o bom andamento dos colaboradores. E nesse processo, envolve-se o curso de capacitação profissional que é um processo de aprendizagem. O papel do psicopedagogo é essencial, visto que, sua área de atuação é também a aprendizagem. Sabendo que o seu surgimento teve por base diversas áreas como a Pedagogia, a Psicologia, a Medicina, seu perfil é multidisciplinar e o seu olhar é de suma importância.
À medida que a empresa capacita seu funcionário no seu desempenho, essa capacitação evidencia um processo de aprendizagem no meio organizacional. Segundo Cordeiro (2004) citado por Lages (2004, p. 07) afirma que:

A capacitação empresarial é um processo por meio do qual os indivíduos transformam-se, assumem novas posturas, adquirem novos conhecimentos e habilidades assumem competências diferenciadas tanto no campo pessoal como profissional e empresarial.

Esse processo é tal qual o processo de ensino-aprendizagem quando o funcionário e a empresa investem em um plano de carreira. Visto que, tudo envolve o cognitivo, isso é, a aprendizagem.
Afim de que a capacitação empresarial possa ser um processo educativo deve reunir "um propósito firme que compete objetivos de mudança, missão e organização/instituição a que serve a capacitação, planejamento e estruturação para alcançar os objetivos propostos.?? (CORDEIROS, 20004, p. 34)
É importante salientar que uma das principais características da capacitação empresarial é a aprendizagem do adulto que parte do princípio que se deve levar em consideração que "o sujeito só aprende aquilo que quer, o sujeito aprende melhor a partir do que faz, e quanto maior a ligação do que esta aprendendo com o que faz, melhor é o aprendizado" (CORDEIROS, 2004, p.34)
Percebe-se que durante todo o processo ensino ? aprendizagem que ocorre durante a capacitação é importante observar o papel do psicopedagogo neste processo que não ocorre somente na educação formal, mas no meio organizacional. Com o intuito de ampliar ainda mais o papel do psicopedagogo nas diversas intervenções da função de recursos humanos.
Sabe-se que umas das funções do psicopedagogo é a de gerenciar o recurso humano, área que vem ampliando-se a cada dia. Segundo Cuzin; Carvalho (2008) o profissional psicopedagogo deve apresentar cerca de 10 habilidades especificas da conforme descritas abaixo:

Planejamento estratégico
Esta área é responsável para auxiliar a gestão ou áreas específicas dentro da organização. Isto é, o psicopedagogo participando dos projetos da área administrativa.

Estrutura organizativa
As áreas funcionais, as repetitivas hierarquias e sistemas de informações. É uma função que organiza a rede da organização, as áreas funcionais, a repetida hierarquia, e os sistemas de informações e decisões.

Seleção de Pessoas
Sabe-se que é uma área particular dos Recursos Humanos envolve contratar e especializar a mão de obra. A função do psicopedagogo será de colaborar no processo de escolha da pessoa mais indicada para determinada função ou cargo.

Plano de acolhimento
É uma área responsável pela adaptação do funcionário e sua sociabilização. Isso requer a participação do psicopedagogo em integrar o novo funcionário ao meio profissional sem dificuldades.

Projeto de Plano de Carreira
Percebe-se que as instituições precisam de profissionais de boa qualidade. Logo o psicopedagogo pode favorecer e adaptar o crescimento do profissional, ou seja, adaptar os interesses pessoais aos objetivos da organização. Entra também a área de motivação. Segundo Motta (2008, p. 57) "para se conhecer o comportamento das pessoas torna-se necessário um mínimo de conhecimento da motivação, ou seja, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, dá origem a uma propensão a um comportamento especificação."

Avaliação do desempenho
Sabe-se que esta área é de suma importância para o crescimento e manutenção da instituição, como se sabe avaliar é uma parte muito relevante do processo de aprendizagem e como o psicopedagogo participa deste processo, pois conhece bem .

Comunicação
Esta área é imprescindível em qualquer área profissional. Segundo Motta (2006, p. 55) citado por Salomé Galland (1999) "comunicar-se, relacionar-se, compartilhar: nada no mundo parece mais importante, mais essencial para a existência. Uma das aspirações mais profundas está em sentir-se ligado a um conjunto mais amplo e, nele, ser reconhecido, identificado." É essencial que numa organização ocorram os processos significativos em cada função em particular haja comunicação entre si. O psicopedagogo colaborará na criação de fluxos de informações, pontos de encontros entre as diferentes áreas de trabalho e níveis hierárquicos. (CUZIN; CARVALHO, 2008, p. 06)

Formação
Percebe-se que uma área que deve sempre está em evolução é a de Recursos Humanos. E que sua melhoria deve ser constante. (CUZIN, CARVALHO, 2008, p. 06).

Prevenção de acidente
Segundo as normas da portaria 3.195 do Ministério do Trabalho, e da lei 6.368, artigo I que estabelecem que é dever de toda pessoa física ou jurídica colaborar na prevenção e combate ao uso indevido de substância entorpecentes que determinem dependência física ou psíquica ,e na sua realização de campanhas internas de prevenção de moléstia no trabalho, DST, e AIDS.
Isso também abrange a campanha do fumo, como o combate ao alcoolismo. São dependências que de algum modo prejudica o desempenho do colaborador em sua função. O psicopedagogo poderia desenvolver treinamentos que conscientizassem a periculosidade desses hábitos tanto no desempenho da função quanto no seu prejuízo financeiro por desenvolver vícios. E segundo as normas da ISO 16.001 uma das metas de uma empresa "compromisso do desenvolvimento do profissional, como também a promoção da saúde e segurança. (URSINI, SEIKNGUCHS, 2011, p.13).


Cultura Organizativa
Toda instituição possui sua cultura e o psicopedagogo poderá facilitar à adaptação deste funcionário a cultura da empresa promovendo uma harmonia. (CUZIN, CARVALHO, 2008, p. 06).

Metodologia

Esta pesquisa está classificada nos critérios de pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico. Partindo da pesquisa realizada, os dados foram analisados a partir de leitura crítica e redação dialógica a partir dos autores apresentados.

Considerações Finais
A ampliação do campo do psicopedagogo está em ascendência evidenciando que tanto na área terapêutica como na preventiva é essencial o seu papel.
Este artigo teve a função de explanar a importância do psicopedagogo na área empresarial e a sua atuação como apoio da gestão empresarial. Este artigo teve intuito de ampliar a visão e atuação do psicopedagogo. Até porque esta atuação não se limita a área educacional. Sabendo disso, espera-se contribuir com este profissional que é o psicopedagogo.

Referência bibliográfica

BEYER, Marley Adriana. Psicopedagogia empresarial. In www.abpp.com.br/artigos/19.htmt. Acesso em fevereiro de 2011.

CORDEIROS, R. A.M.; ABREU, L.F. Especialização em Psicopedagogia. In www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/cab3f008df2e175e03256d110062efc4/aa30973a12a7413583257302005beb6d/$FILE/Monografia%20psicopedagogia.pdf. Acesso em 04 de março de 2011.

CUZIN, Marinalva; CARVALHO, Evodite Gonçalves Amorim de. A atuação do psicopedagogo institucional no mercado de trabalho. In CUZIN, Marinalva; CARVALHO, Evodite Gonçalves Amorim de (orgs). A psicopedagogia institucional e sua atuação no mercado de trabalho Campinas. SP. FE/Unicamp; Hortolândia; IASP, 2008.

Especialização em psicopedagogia. In www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/cab3f008df2e175e03256d110062efc4/aa30973a12a7413583257302005beb6d/$FILE/Monografia%20psicopedagogia.pdf. Acesso em fevereiro de 2011.

MOTTA, Diego Misael. Recursos Humanos Empresarial e sua responsabilidade Social. In CUZIN, Marinalva; CARVALHO, Evodite Gonçalves Amorim de (orgs). A psicopedagogia institucional e sua atuação no mercado de trabalho Campinas. SP. FE/Unicamp; Hortolândia; IASP, 2008.

URSINI.T. R., SEKINGUCHI.C. Desenvolvimento sustentável e responsabilidade social: rumo a terceira geração de normas ISSO. In www.ethos.org.br/Uniethos/Documents/Texto_DSeRS_ISO26000_TarcilaeCelso.pdf. Acesso em março de 2011