Sandro Miguel Valente Mendes¹


RESUMO
A psicopatia é um transtorno de personalidade que tem como principais características, alterações de caráter. Essa alteração faz com que indivíduos utilizem ações patológicas para controlar, manipular e enganar pessoas com mais facilidade com o intuito de obter vantagens pessoais, sejam elas, financeiras e sociais. Existem estudos que apontam possíveis anormalidades cerebrais que podem estar relacionadas ao comportamento doentio. O profissional de Terapia Ocupacional através dos modelos teóricos, comportamental e cognitivista tem um arsenal teórico para embasar a sua prática, utilizando a atividade humana como um recurso terapêutico. O presente artigo, por meio de um levantamento bibliográfico, tem por objetivo discutir as características da psicopatia e, de forma específica, um possível tratamento através dos modelos teóricos profissionais.
Palavras-chave: Psicopatia; Modelos Teóricos; Terapia Ocupacional; Atividade Humana.







________________________________
¹Acadêmico do 4º semestre do curso de Terapia Ocupacional da Universidade da Amazônia, Ex-bolsista de monitoria da disciplina de Saúde Coletiva. Bolsista de monitoria da disciplina Fundamentos da Terapia Ocupacional. E-mail: [email protected]

1 INTRODUÇÃO
A psicopatia é uma condição que o ser humano esta sujeito difícil de aprender e principalmente compreender, precisaremos primeiramente fazer um referencia ao conceito da doença no dicionário Aurélio da língua Portuguesa.
Psicopatia s.f. 1 doença mental grave que gera comportamentos anti-sociais e amorais, livres de arrependimento ou remorso.
Nos últimos anos, tem havido um interesse crescente a respeito de uma melhor compreensão sobre o comportamento do psicopata. O aumento da criminalidade e a violência urbana pode ter contribuído para esse maior interesse que parte não somente da comunidade cientifica e acadêmica, mas principalmente da população em geral.
"Manipuladores cruéis e frios, destituídos de sentimentos de empatia e compaixão, os psicopatas costumam impressionar por sua inteligência e seduzem aqueles que cruzam o seu caminho. E nem sempre é fácil reconhecê-lo, disfarçam-se no meio da multidão, mas deixam um rastro de destruição por onde passam, contrariando o fato que o ser humano tem em si a capacidade de distinguir entre o certo e o errado". Comenta SILVA,2010.
Phillpe Pinel(1745-1826) um importante psiquiatra do século 19, em 1809, descreveu, sob a denominação de "mania sem delírio", a historia de um filho único mimado por sua mãe, que era extremamente tolerante, e que se tornava impulsivo, adotando condutas desordenadas, instintivas.
Jean Esquirol adotou o termo monomania² , ressaltando um determinado aspecto do comportamento. Ex: monomania homicida, monomania sadista, monomania incendiaria etc. Esquirol já defendia a idéia de que a monomania poderia resultar em atos criminosos, portanto passíveis a tratamento e não de punição.
Benedict Augustin Morel, chamou a atenção para o fator etiológico. Influenciado pelos trabalhos de DARWIN, introduziu a idéia de herança degenerativa³. Em 1857, ele acreditava que agentes externos, como álcool e tóxicos, podiam predispor um indivíduo para degeneração.
Contudo somente em 1941 que o primeiro estudo sobre psicopatas foi publicado, com o livro The Mask of Sanity (A mascara da Sanidade), de autoria do psiquiatra americano Hervey Cleckley, no primeiro capitulo do livro o autor explica porque levou tanto tempo para ser publicado algo sobre o assunto. "a obra aborda um problema muito conhecido, mas ao mesmo tempo ignorado pela sociedade como um todo"
2 OBJETIVO
Revisar a literatura cientifica sobre a psicopatia correlacionando com modelos teóricos e metodológicos de Terapia Ocupacional especificamente com o modelo comportamental e modelo cognitivista.
3 METODOLOGIA
Este estudo foi produzido por meio de um levantamento bibliográfico no período de 05 a 17 de novembro de 2010, na biblioteca da Universidade da Amazônia (UNAMA).
4 REVISÃO DA LITERATURA
4.1 O QUE É A PSICOPATIA?
Quando pensamos em um psicopata, logo nos vem à mente um sujeito com cara de mau, truculento, de aparência descuidada, pinta de assassino e desvios comportamentais tão óbvios que poderíamos reconhecê-lo sem pestanejar. No entanto SILVA,2010 afirma que isso é um grande equívoco.
Segundo SIMON,2009 "Tendências de Transtorno de Personalidade Anti-Social (TPAS) e Psicopatas existem no íntimo de todo ser humano."
Afinal, quem nunca desejou algo que pertencia à outra pessoa, planejou uma vingança cruel, quase inconfessável, para punir alguém que o magoou ou quis tirar vantagem de alguém em beneficio próprio? até aí nem uma novidade. Nenhum ser humano está livre dos próprios fantasmas. Mas isso não quer dizer que vamos realizar as fantasias sombrias que cultivamos em algum momento de nossa existência.
A questão é que enquanto os seres humanos razoavelmente saudáveis, com senso ético e moral, conseguem dominar esses impulsos, os psicopatas simplesmente ignoram os sentimentos alheios e são incapazes de se comover com a dor do outro.
4.2 QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS PSICOPATAS
SHINE,2000. Faz nos remeter a nossa memória para tentar reconhecer características psicopatas em pessoas de nosso convívio "Acredito que todo mundo conheça uma pessoa meio imprestável, movida a manivela, encostada no outro e vivendo folgadamente às custas desses. Vamos lá, faça um esforço e vasculhe os "arquivos" salvos em suas pastinhas mentais . certamente você encontrará um amigo ou amiga, um cunhado, um parente distante, um conhecido ou, em última instância, se lembrará de uma história que lhe contaram"
Nesse contexto SILA,2010 nos faz refletir sobre as possíveis características de um psicopata, " Pois é, então analise comigo essas características do comportamento aparentemente inofensivo do psicopata e que pode ser encontrado ao nosso redor".
- Ausência de Culpa: Nunca sente arrependimento, nem remorsos. Os outros é que são os culpados de tudo o que acontece de mal e vive com a certeza absoluta que nunca erra, nem errou.
- Mestres da Mentira: Para eles a realidade e a ilusão fundem-se num só conceito pelo qual regem o seu mundo. São capazes de contar uma mentira como se estivessem a descrever detalhadamente uma situação real. Não mentem apenas para fugirem de uma situação constrangedora, mas pura e simplesmente porque não sabem viver sem mentir.
- Manipulação e Egoísmo: Não tem a noção de bem comum. Desde que ele esteja bem, o resto do mundo não lhe interessa. O psicopata é um indivíduo extremamente manipulador que usa o seu encanto para atingir os seus objetivos, nunca pensando nas emoções alheias. Não reconhece a dor que provoca nos outros e por isso, usa as pessoas como peões, objetos que pode pôr e dispor conforme lhe convêm
- Inteligência: O QI costuma ser acima da média. Há casos de psicopatas que conseguem passar por médicos, advogados, professores, sem nunca terem frequentado uma universidade.
- Ausência de Afeto: Não são pessoas afetuosas com o próximo e enquanto pais, não são do gênero de "dar colo" aos filhos. Usam os filhos como "marionetes", em função dos seus próprios interesses, não respeitando as suas escolhas, quer a nível pessoal, quer profissional. Baseia os seus "métodos educativos" na humilhação e chega a ser totalmente negligente para com os seus.
- Impulsivo: Devido ao déficit do superego, não consegue conter os seus impulsos, podendo cometer toda a espécie de crimes, friamente e sem noção de culpa. Costuma fintar até o teste do polígrafo (popularmente chamada de maquina da verdade) , porque o seu ritmo cardíaco não se altera quando profere mentiras e nem quando comete crimes.
- Isolamento: Gostam de viver a sós e quando vivem com outros, querem liderar o grupo, mesmo que para isso destrua uma família inteira
4.3 COMO RECONHECER CARACTERÍSTICAS PSICOPATAS EM UMA PESSOA
SILVA,2010. Ressalta que "reconhecê-los não é uma tarefa tão fácil quanto se imagina. Os psicopatas enganam e representam muitíssimo bem! Seus talentos teatrais e seu poder de convencimento são tão impressionantes que chegam a usar as pessoas com a única intenção de atingir seus sórdidos objetivos. Tudo isso sem qualquer aviso prévio, em grande estilo, doa a quem doer"
Um diagnóstico operacional proposto pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-IV, APA,1994).(Quadro 1.) tem por finalidade melhorar a confiabilidade do diagnostico por meio da definição de comportamentos observáveis e da personalidade.
Quadro 1. Critérios diagnósticos propostos pelo DSM-IV para Transtorno de Personalidade Anti-Social ? TPAS.
A.

1)

2)

3)
4)
5)
6)

7) Um padrão global e persistente de desrespeito e violação dos direitos alheios, que ocorre desde os 15anos, indicado por pelo menos três dos seguintes critérios.
Incapacidades de adequar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicados pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção.
Propensão a enganar,indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer.
Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro.
Irritabilidade e agressividade, indicados por repetidas lutas corporais ou agressões físicas.
Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia.
Irresponsabilidade consciente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consciente ou honrar obrigações financeiras.
Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado alguém.

B. O individuo tem no mínimo 18anos de idade.
C. Existem evidência de transtorno de conduta com início anterior a 15anos de idade.
D. A ocorrência do comportamento anti-social não se dá exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou episódio maníaco.
Fonte: Neurobiological basis of psychopathy.

Apesar de os critérios diagnósticos propostos pelo DSM-IV, apresentados no quadro 1, englobam os dois grandes grupos de sintomas que são. O I grupo reflete as anormalidades de relacionamento interpessoais, incluindo a falta de empatia e sentimentos de culpas e outros comportamentos relacionados, como mentir, trapacear e manipular. Os itens do grupo II referem-se à dificuldades em adaptar-se às normas sociais e à impulsividade, mas nem sempre o diagnósticos das TPAS coincidem com a definição de psicopatia. O conceito desta e mais amplo e englobam características como arrogância e vaidade excessiva, que não são consideradas nos critérios de diagnósticos propostos pelo DSM IV pás as TPAS.
4.4 PSICOPATIA: COMPORTAMENTO APRENDIDO OU QUESTÃO DE DNA?
As convenções sociais, que ate pouco tempo prevalecia a convicção de que essa habilidade era algo exclusivamente aprendido nas relações inter-pessoais. Dessa forma, a única maneira de obtermos indivíduos morais seria educá-los e condicioná-los socialmente. Assim. Caberia à sociedade e à cultura estabelecer, ao longo de toda a vida, o que os indivíduos podem ou não fazer.
Estudos mais recentes sobre o comportamento, porém, revelam que as noções básicas de retidão e justiça dependem muito menos do aprendizado social do que se acreditavam no início do século passado. Sobre isso SILVA,2010, complementa "Ás últimas pesquisas sobre o cérebro humano e as analises comparativas de outros comportamentos animais revelam que a espécie humana adquiriu a capacidade de avaliação moral com a própria seleção natural. Tudo indique que as instruções necessárias na produção de um cérebro capacitado para distinguir o certo do errado estão no DNA de cada um de nós".
Existem algumas teorias que tentam explicar o senso de justiça mais apurado em determinadas pessoas. Entre elas destacam-se a teoria da mente e teoria do cérebro social. A teoria da mente consiste basicamente a capacidade do ser humano imaginar que outros seres possam ter um vida mental similar à dele. Essa teoria pode ser basicamente compreendida quando nos colocamos no lugar de outras pessoas para inferir como elas devem estar se sentindo. Em outras palavras: antes de emitir um juízo, convém se colocar-se no lugar do outro, tentar imaginar o que ele sente, o que ele pensa, e somente depois agir.
A teoria do cérebro social desenvolveu e avançou de forma significativa nos últimos anos devido à utilização sistemática, por psicólogos e neurocientistas, da Ressonância Magnética Funciona (RMF), capaz de gerar um retrato extremamente detalhado das estruturas cerebrais. Ales disso, ele pode produzir a um vídeo que mostra o funcionamento de partes especificas do cérebro quando ativadas durantes algumas situações
Com base nesses estudos os cientistas começaram a responder a uma serie de perguntas sobre o comportamento social das pessoas, entre essas perguntas destacam-se algumas: existe de fato algum mecanismo mental na espécie humana responsável por nossos ratos generosos ou solidários? Caso esse mecanismo exista, ele nasce "ativado" ou "desativado", conforme a pessoa?.
Segundo SHINE,2000. "Com a utilização da RMF, muitos pesquisadores do comportamento humano passaram a utilizar o termo "cérebro social", que pode ser definido como somatório de todos os mecanismos neurais (matérias e funcionais) envolvidos na orquestração de nossas interações sociais. Assim, o cérebro social responsável pelos pensamento e sentimentos que apresentamos quando nos relacionamos, nos possibilita a percepção empática dos sentimentos alheios".
A emoção e a razão são as funções mais complexas produzidas pelo cérebro humano. Em nosso cotidiano ativamos operações mentais que envolvam sempre uma e outra.
SHNE,2000 Reforça que " as emoções negativas são mais estudadas e compreendidas do que as positivas, e a mais conhecida de todas é o medo. Este surge quando algo nos ameaça, desencadeado uma ação de luta e fuga. Outro exemplo e a raiva. Esta se apresenta frequentemente como um mecanismo de defesa ou, ainda, como um meio de garantia de sobrevivência.
"O estudo da Ressonância Magnética Funcional apontam alterações volumétricas do lobo frontal nos paciente que apresentam comportamentos psicopatas", comenta DEL-BEM,2004.
O sistema límbico, formado por estruturas Corticais e Subcorticais, são responsáveis por todas as nossas emoções (alegria, medo, raiva, tristeza etc.). uma das principais estruturas do sistema límbico é a amígdala (ver figura 1). Localizada no interior do lobo temporal, essa pequena estrutura funciona como um "botão de disparo" de todas as emoções. A razão, por sua vez, esta presente em diversas operações mentais de difícil definição e classificação.

FIGURA 1: Vista antero-medial do córtex cerebral.
FIGURA 1- Fonte:http://www.psicoactiva.com/atlas/limbic. Acessado em 12/11/2010

O Córtex medial pré-frontal, recebe maior influencia do sistema límbico, definido de forma significativa as ações tomadas nos campos pessoais e sociais. A inter conexão entra a emoção (sistema límbico) e a razão (lobos pré-frontais) e que determinam as decisões e os comportamentos socialmente adequados.
Para ilustrar a estreita relação entre o comportamento moral e lesão cerebral, esta a famosa história de Phineas Gage.
"em meados do século XIX em Vermont, Estados Unidos Phineas Gage, trabalhava em uma estrada de ferro, era um sujeito benquisto por todos, bom trabalhador e ótimo chefe de família. Em 1848, uma explosão no local onde trabalhava fez com que uma barra de ferro perfurasse seu cérebro na região denominada pré-frontal (ver figura 2). De forma espantosa, Gage não perdeu a consciência e sobreviveu ao ferimento sem sequela aparente. Ele caminhava normalmente e suas memórias estavam preservadas. Contudo, com o passar do tempo, se tornou indiferente afetivamente, sujeito a ataques de ira e sem nenhuma educação com as pessoas ao seu redor. Gage nunca mais foi o homem que todos admiravam, o homem "pré-acidente". Embora ele nunca tenha assassinado ninguém, sua vida foi uma patética sucessão de subempregos, brigas, bebedeiras e pequenos golpes."
A história acima teve um papel decisivo no estudo do comportamento humano, pois foi uma prova viva de que alterações no senso moral podem ocorrer quando o cérebro sofre lesões em áreas específicas. A parti desses episódio, os cientistas passaram a pesquisar as raízes cerebrais do comportamento amoral.
Segundo SILVA,2010. "Se partimos da premissa de que a alteração primária dos psicopatas é uma amígdala hipofuncionante, poderemos considerar as seguintes situações. 1. Psicopatas pensam muito e sentem pouco. Suas ações são racionais, e a razão tende sempre a escolher, de forma objetiva, o que leva à lei da vantagem sempre. Essa forma de pensar privilegia o individuo e nunca o outro ou o social. 2. Como espécie, os homens evoluíram muito mais por seus atributos individuais. Assim, os psicopatas são serem cujas tomadas de decisão privilegiam sempre os interesses individuais e/ou oligárquicos mesquinhos e nunca o social e/ou o coletivo de conteúdo solidário."
4.5 TRATAMENTO
Mesmo SILVA,2010 se posicionar claramente em todo o seu trabalho em "mentes perigosas: o psicopata mora ao lado" contra o tratamento desses indivíduos, como ressalta no parágrafo a seguir.
"Sem conteúdo emocional em seus pensamentos e em suas ações, os psicopatas são incapazes de considerar os sentimentos do outro em suas relações e de se arrepender por seus atos imorais ou antiéticos. Dessa forma, não aprendem por meio de experiência e por isso são intratáveis do ponte de vista da ressocialização"
Se partimos da idéia da professora Ana Beatriz Barbosa Silva, que defende com todas as suas convicções que a psicopatia não é tratada pois se torna impossível recolocação dele na sociedade estaremos indo contra a Constituição Federal do 1988 que diz no artigo 196 "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação."

Corroborando com a Constituição de 1988, o paciente psicopata não pode ser excluído e ser negado atendimento por parte de nem um profissional da área da saúde, e deve ser tratado como manda os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde ? SUS. Tanto em instituições de longa ou curta permanência, seja elas públicas ou privadas.
4.5.1 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL ATRAVÉS DOS MODELOS TEÓRICOS
A Terapia Ocupacional que segundo o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 12ª região (CREFITO-12). É "uma área do conhecimento, voltada aos estudos, à prevenção e ao tratamento de indivíduos portadores de alterações cognitivas, afetivas, perceptivas e psico-motoras, decorrentes ou não de distúrbios genéticos, traumáticos e/ou de doenças adquiridas, através da sistematização e utilização da atividade humana como base de desenvolvimento de projetos terapêuticos específico".

Para CANIGLIA,2005 "O termo modelo teórico tem sido utilizado na área de Terapia Ocupacional e em áreas afins para designar o referencial teórico que o profissional busca para fundamentar sua pratica. Os modelos tratam das referências teóricas que contêm os conceitos é ¹premissas teóricas que darão base e orientação para a utilização na clínica e na pesquisa. O termo Modelo teórico é também citado como referencial, abordagem, escola, corrente, linha etc.."
4.5.1.1 TRATAMENTO ATRAVÉS DO MODELO COMPORTAMENTAL
Segundo CANIGLIA, 2005 "Trata-se da aplicação de princípios da teoria da aprendizagem à mudança de comportamento, buscando-se formas mais adaptas. A premissa básica do modelo comportamental é de que todo comportamento é aprendido e pode ser modelado. Foram descritos os conceitos de: Estímulo, resposta, condicionamento clássico, condicionamento operante, reforço positivo, reforço negativo e punição."
Mesmo indo contra a teoria do cérebro social, o modelo comportamental acredita que todo o comportamento do ser humano pode ser aprendido e moldado, ou seja, o psicopata aprendeu a ser manipular, frio, calculista e mentiroso. Portanto para os Terapeutas Ocupacionais e outros profissionais da área da saúde que trabalham com este modelo, o comportamento do paciente pode ser modelado, através de vivencias e sendo recompensados ou punidos dependendo do seu comportamento.
4.5.1.2 TRATAMENTO ATRAVÉS DO MODELO COGNITIVISTA
CANIGLIA,2005 . Disserta sobre o modelo cognitivista "A teoria cognitivista estuda as formas pelas quais os indivíduos lidam com os estímulos ambientais, organizam dados, sentem, percebem e resolvem problemas, adquirem conceitos e empregam símbolos verbais. O modelo cognitivista é a abordagem teórica que se utiliza da teoria cognitivista para atuação nas áreas de ciências humanas, saúde e educação."
Para BECK, 2005 "Os profissionais que se utilizam da teoria cognitivista, concordam que é mais produtivo identificar e modificar problemas centrais ao tratar transtorno de personalidade"

4.6 CONCIDERAÇÕES FINAIS
Notamos no decorrer deste trabalho que a psicopatia pode ser facilmente confundida com outros distúrbios de personalidades como: Transtorno Esquizóide, anti-social, narcisista entre outros. Assim o profissional devera está ciente das peculiaridades deste transtorno.
O profissional de Terapia Ocupacional que escolher trabalhar nas áreas de saúde mental, psiquiatria ou na pratica social, deverá esta preparado para as peculiaridades desse paciente.
O Terapeuta Ocupacional que escolher trabalhar com modelos teóricos sejam eles Comportamental, Cognitivista ou qualquer outro que se adapta ao tratamento não poderá perde a essencial da terapia ocupacional que é a atividade humana como um processo criativo, criador, lúdico, expressivo, evolutivo, produtivo e de auto manutenção.
REFERENCIAIS
BECK, Aaron. Terapia Cognitivista dos Transtornos da Personalidade. Belo Horizonte: Artmed, 2005.
BLAIR, R. J. - Neurobiological basis of psychopathy. Br J Psychiatry, 2003.
CANIGIA, Marília. Terapia Ocupacional: um enfoque disciplinar. Belo Horizonte: Ophicina de Arte & Prosa, 2005
CAVALCANTE, Alessandra; GALVÃO, Cláudia. Terapia Ocupacional: fundamentação e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
SHINE. Kiyoshi S. Psicopatia. São Paulo: casa do psicólogo, 2000.
SILVA. Ana B. B. Mentes Perigosas: O psicopata mora ao lado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.