PSICOPATAS: PREDADORES SOCIAIS

Camila Carvalho Cavalcante¹

Taynara de Aguiar Sousa2

Raimunda Margarete Teixeira Muniz³

RESUMO:

O presente artigo tem como objetivo realizar um breve relato bibliográfico sobre os psicopatas, os quais são insensíveis, manipuladores, cruéis e destituídos de compaixão, culpa ou remorso. São indivíduos de qualquer raça, cultura, sociedade, credo, sexualidade ou nível financeiro. Eles são conscientes de seus atos, já que seu cognitivo e a racionalidade não são deficitários, sabem que estão infligindo regras. Conhecidos como sociopatas, anti-sociais, e outras definições, sua características principal é que não possuem consciência, ou seja, sabem que é errado, tem domínio da razão, portanto, não possuem emoção e não sentem pena.

Palavras-chave: Personalidade, Psicopata, Amoral.

 

PSYCHOPATHS: SOCIAL PREDATORS.

ABSTRACT:

This article aims to make a brief report literature on psychopaths, who are insensitive, manipulative, cruel and devoid of compassion, guilt or remorse. They are individuals of any race, culture, creed, sexuality or financially. They are aware of their actions, as their cognitive deficits and rationality are not, know that they are inflicting rules. Known as sociopathic, antisocial, and other settings, their main features they have no consciousness, or know what is wrong, is the realm of reason, therefore, do not have emotion and do not feel pity.
Keywords: Personality, Psycho, Amoral.

LOS PSICÓPATAS: EPREDADORES SOCIALES

RESUMEN:

Este artículo tiene como objetivo hacer una literatura breve informe sobre los psicópatas, que son insensibles, manipuladora, cruel y carente de compasión, culpa o remordimiento. Son personas de cualquier raza, cultura, credo, orientación sexual o económicamente. Son conscientes de sus acciones, ya que sus déficits cognitivos y de la racionalidad no lo son, saben que están causando las reglas. Conocido como el sociópata, la configuración de antisociales, y otras, sus principales características que no tienen conciencia, o sabe lo que está mal, es el reino de la razón, por lo tanto, no tiene emoción y no siento lástima.

Palabras clave: Psycho, personalidad, amoral.

 

 

 

¹Acadêmica do Curso de Psicologia matutino do IESPES. Santarém-Pará;[email protected];

2Acadêmica  do Curso de Psicologia matutino do IESPES.. Santarém- Pará; [email protected]. ³Docente do Curso de Psicologia do IESPES. Email: [email protected]/ [email protected]

 

 

 

 

 


INTRODUÇÃO

Quando se pensa em psicopatas, logo pensamos em um cara mau, com desvios comportamentais óbvios que poderíamos reconhecê-lo só em olhá-lo. Mas isso é um grande erro! Psicopatas são pessoas manipuladoras, insensíveis, desprovidas de sentimento, culpa ou remorso. Eles podem ser de qualquer raça, religião ou nível social. Sendo assim é difícil saber quem eles realmente são. Desse modo surgem diversas perguntas como, por exemplo: Um psicopata nasce psicopata? Todo psicopata comete maldades? O ambiente influencia na constituição de uma personalidade psicopata? O psicopata não sente amor? A psicopatia é incurável?

“O psicopata é como o gato, que não pensa no que o rato sente. Ele só pensa em comida. A vantagem do rato sobre as vítimas do psicopata é que ele sempre sabe quem é o gato.” (Robert Hare)

ETIMOLOGIA

 

A palavra PSICOPATA (do grego PSYCHE = mente e PATHOS = doença) com um significado de uma pessoa que sofre de doença mental. Segundo do dicionário de Língua Portuguesa, psicopata é que ou quem se comporta de modo antissocial, sem sentimentos de arrependimentos ou remorso. 3,4

Entretanto, na medicina e na psiquiatria não se encaixa nas doenças mentais ou à loucura.  Pois não possuem um déficit no cognitivo, pelo contrário, possuem um raciocínio frio e calculista, que se une com a incapacidade que eles possuem de tratar outros serem humanos como pensantes e com sentimentos. Eles não sofrem de desorientação, nem de alucinações e/ou delírios e nem de ansiedades excessivas. 4

Recebem outros nomes, sendo eles: personalidade antissocial, personalidades psicopáticas, personalidades dissociais, personalidades amorais, sociopatas. Porém não é sinônimo de criminalidade, como muitos associam. Caracterizando por atos antissociais contínuos. 2,4

 

A partir da observação de várias pessoas Pinel no seu trabalho publicado em 1806, usou a denominação de maniesans delire, ou simplesmente, insanidade sem delírios. Em 1835 um médico inglês conhecido como Prichard introduziu o conceito de insanidade mental. Em seguida alguns estudiosos alemães introduziram a noção de inferioridade constitucional dos psicopatas. 6

Nas décadas de 30 e 40 os clínicos com orientação psicodinâmica, estudaram o transtorno e ressaltaram a dimensão social do transtorno devido. À perspectiva cultural que dominava a época, pois achavam que o indivíduo nascia bom e a sociedade o corrompia. Assim nascendo à denominação de sociopata. Atualmente a tecnologia com os exames de imagem funcionais do sistema nervoso contribuiu bastante para o estudo dessa psicopatia. 6

Hervey Milton Cleckley (1903-1984) era um psiquiatra norte-americano que escreveu o livro The MaskofSanity(A máscara da sanidade), primeira edição de 1941, sobre a psicopatia. De acordo com a análise do título, percebe-se que a psicopatia é uma doença mental, porém, sem os sintomas das psicoses. 6

Para Cleckley, o transtorno fundamental da psicopatia seria a incompreensão dos sentimentos humanos em profundidade, embora o indivíduo aparentasse compreendê-los. No livro, o autor afirma que desenvolveu um trabalho clínico-descritivo, no qual se baseou na história de 15 pacientes, sem se debruçar sobre teorias psicopatológicas. 6

 

A RELAÇÃO COM A MÃE QUANDO CRIANÇA

Em um enfoque psicanalítico a psicopatia tem origem na infância, a partir do momento em que a criança sai da vida intra-uterina para o ambiente externo, em que estava em um ambiente protegido para um ambiente que fica ausente de sua mãe, tendo que se adaptar a essa nova vida, tendo esforço maior para sua sobrevivência. 5

Nas suas relações com a mãe que a criança irá desenvolver sua personalidade, se essa mãe for ausente ou mesmo não possuindo um contato muito forte com essa criança ela poderá desenvolver comportamentos e mentes de uma pessoa psicótica. Até o olhar, o modo como essa mãe segura a criança, o tom da voz da mãe, são fundamentais para o desenvolvimento da criança. A psicopatia tem origem nos primeiros meses de vida da criança. Na qual ele não tem uma relação de confiança na sua relação com a mãe, assim sentindo a falta de sua genitora ele volta à atenção para si mesmo, egocentricamente. Em suas primeiras relações forma-se então, o seu aparelho psíquico (id, ego, superego). 5

CARACTERÍSTICAS

Ao contrário do que a sociedade leiga pensa, os psicopatas se camuflam em meio aos demais, são pessoas frias, cruéis, sem consciência, impiedosa, imorais, entre demais adjetivos. Esses psicopatas são caracterizados por não possuírem sentimento, são pobres e deficitários de afeto e emoção. Portanto a parte cognitiva e/ou racional é perfeita, sabendo o que estão fazendo. Suas vítimas preferidas são pessoas sensíveis, mais puras de alma e coração. Sua natureza é cruel, agindo muito por elas. 2,4

Esses indivíduos são conscientes de seus atos, já que seu cognitivo e a racionalidade não são deficitários, sabem que estão infligindo regras, portanto, como já mencionado, não tem o mínimo de afeto e sentimento de culpa. Um erro da sociedade é tentar justificar as ações cometidas pelos psicopatas. 2,4

São pessoas de inteligência média e outros muitos inteligentes, usam muitas argumentações, possuindo recursos verbais muitos convincentes. Sendo de natureza crônica abrangendo mais homens do que mulheres, com idade inicial de 15 anos e se consolida aos 18. Adolescentes de até 17 anos não são intitulados como psicopatas e sim como transtorno de conduta, somente após atingir a maior idade que serão considerados como psicopatas. 2,4

Quando crianças têm comportamentos como massacrar animais, bater nos amiguinhos, mentir, roubar, fugir de casa e da escola. Enquanto, na fase adulta eles destroem propriedades alheias, têm dificuldade de se adaptar s leis da sociedade.  Visando sempre o fim e não o meio pelo qual obtém o que almeja. 2,4

Não há apenas um fator decisivo para sua causa, mas é um transtorno multideterminado, sendo o resultado de uma somatória de fatores. Os fatores são: genéticos - em que os parentes de 1º grau possuem aproximadamente cerca de 5 vezes mais possibilidades de desenvolverem o transtorno em relação às demais pessoas. E fatores próprios da mente do indivíduo – que é a interação entre os fatores inatos com as demais relações de vida da pessoa. Os fatores neurológicos - que são as alterações no sistema nervoso. E por fim, os fatores de ordem social em que os psicopatas violentam os direitos dos outros, em que a sociedade aspira liberdade, influenciando assim os psicopatas. 4

A família influencia muito para esse transtorno, em que vão além dos fatores genéticos, muitos desses indivíduos foram abusados e/ou violentados dentro de casa durante a infância. Os psicopatas não aprendem com punições ou métodos de ressocialização, ou seja, eles tendem a repetir as ações mesmo que repetidamente sejam punidos. Surge em qualquer tipo de cultura, classe ou posição social, indo das famílias mais estáveis até as instáveis. 4

Vale ressaltar que existem níveis variados de gravidade: leve, moderado e grave. Nos níveis leves e moderado eles aplicam pequenos golpes e roubos, e não matam. Mas no nível grave eles matam com muita crueldade e sentem prazer nisso, são os seriais killers (os considerados assassinos em série). Mesmo assim, qualquer que seja o grau de gravidade, todos deixam marcas de destruição por onde passam. Muitos psiquiatras, portanto, afirmam que esses indivíduos não poderiam viver em liberdade, sendo ameaça à sociedade. 1,4

Nenhum jovem pode ser considerado psicopata apenas com a comparação dos “menos frios” para os “mais frios”. Os psicopatas são essencialmente narcisistas, egocêntricos e megalomaníacos, possuindo mania de grandeza e poder, encarando seus problemas apenas como uma fase ruim que logo passará, sendo uma falta de sorte. Devido ao pensamento de grandeza, eles sempre arriscam em um negócio alto, muitas vezes com dinheiro dos outros. São capazes de falar que estão com remorso e culpa, mas seus comportamentos demonstram outro sentimento. 1,4

Para eles os outros são apenas objetos, que usam para satisfazer seus desejos e prazeres. São indiferentes aos sofrimentos de seus familiares e quando possuem maior grau de afetividade com parentes é devido ao sentimento de possessividade e não pelo amor. 4

Hervey Milton Cleckley considera em dezesseis itens as principais características do psicopata:6

  • Aparência sedutora e boa inteligência;
  • Ausência de delírios e de outras alterações patológicas do pensamento;
  • Ausência de “nervosidade” ou manifestações psiconeuróticas;
  • Não confiabilidade;
  • Desprezo para com a verdade e insinceridade;
  • Falta de remorso ou culpa;
  • Conduta antissocial não motivada pelas contingências;
  • Julgamento pobre e falha em aprender através da experiência;
  • Egocentrismo patológico e incapacidade para amar;
  • Pobreza geral na maioria das reações afetivas;
  • Perda específica de insight (compreensão interna);
  • Não reatividade afetiva nas relações interpessoais em geral;
  • Comportamento extravagante e inconveniente, algumas vezes sob a ação de bebidas, outras não;
  • Suicídio raramente praticado;
  • Vida sexual impessoal, trivial e mal integrada;
  • Falha em seguir qualquer plano de vida. 6

QUEM SÃO?

Os psicopatas estão por toda parte e no dia a dia é provável encontra-los em diversas profissões. A maioria se utiliza do emprego para conquistar poder e controle sobre as pessoas. Geralmente são políticos, líderes religiosos, assassinos em série e executivos. Não importa a classe econômica, a cultura e profissão na qual o indivíduo esteja inserido. A psicopatia afeta todos, não se limita. 4,9

DESCOBRIMENTOS NA ÁREA DA NEUROCIÊNCIA

Os neurocientistas Roberto Oliveira e Jorge Moll descobriram através de imagens da ressonância magnética diferenças entre o cérebro dos indivíduosportadores dessa psicopatia e dos que não possuem. Em perguntas feitas a ambos sobre caráter de julgamentos morais. Com o cérebro mapeado quando perguntaram sobre se é certo ou errado fazer tal coisa, como “podemos ignorar a lei quando necessário”, a maioria ativou área do Brodman 10, referente a uma área da testa. Enquanto os psicopatas ativam em menos proporção essa parte do cérebro. Afetando áreas do cérebro responsáveis pela moral. 4,6

ESTIMATIVAS

São cerca de 4% da população mundial, mesmo sendo minoria causam grandes efeitos negativos na sociedade. A prevalência de psicopatia entre homens é maior do que entre mulheres, cerca de 3% contra 1%, respectivamente. 4,8,9

Erros todos os indivíduos fazem, portanto o que diferencia os psicopatas é que eles não sofram, não tem emoção, por a literatura fala que eles têm 100% de raciocínio e 0% de emoção. Sempre tentando justificar seus comportamentos. 4

COMO PUNIR PSICOPATAS PELOS CRIMES COMETIDOS

Os psicopatas não são doentes mentais comuns, por isso eles não têm nenhum problema cognitivo e têm entendimento do mundo a seu redor ou em perceber a ilicitude e perversidade dos atos que praticam. Eles são egoístas e suas atitudes voltam-se sempre para a satisfação de seus desejos e vontades, nunca levando em conta a condição humana daqueles com quem convivem. Seus atos são guiados por extrema maldade, pois neles inexistem os sentimentos de empatia e culpa. Só por isso já dá para perceber por que os crimes por eles cometidos revestem-se de uma crueldade acentuada. 7

A psiquiatria inclui a maioria dos seriais killersno grau mais grave de psicopatia. “Do ponto de vista criminológico, quando um assassino reincide em seus crimes como mínimo em três ocasiões e com um certo intervalo de tempo entre cada um, é conhecido como assassino em série.” ² Os psicopatas graves selecionam suas vítimas com cuidado. Na maioria das vezes essas vítimas possuem características muito semelhantes e os crimes são praticados sadicamente, geralmente seguindo um padrão: as vítimas podem ser escolhidas pela etnia, idade, grupo social ou outras características peculiares. Os delitos são cometidos seguindo-se rituais predeterminados, o que demonstra a articulação e perversidade daquele que comete o crime. 7

Os seriais killers têm propensão de cometerem crimes de múltiplas perversões sexuais, como a necrofilia e o canibalismo. A vítima não é levada em conta, não existe culpa e o remorso não é manifesto. Eles apresentam o nível mais alto de transtorno de personalidade antissocial e chega-se a conclusão que retornarão a cometer crimes quando tiverem uma oportunidade para fazê-lo.7

Os psicopatas são julgados como pessoas comuns, isso não é adequado, pois eles sabem que as suas atitudes perversas são nocivas aos outros e visam à extrema humilhação de sua vítima. Eles conhecem a lei, têm o conhecimento da ilicitude e não sofrem de doença mental que afete a compreensão da realidade. 7

O código penal ainda finge desconhecer a existência e atuação dos psicopatas. Eles [os psicopatas] deveriam receber uma punição acentuada, a pena incidiria proporcionalmente à crueldade e intenção do crime. Não se pode desaperceber que eles se utilizam dessa falha no código penal para logo fingir um “bom comportamento” em prisões, o que implica em obtenção de benefícios. Por terem um sistema cognitivo funcionando perfeitamente, têm um poder extremo de manipulação, que faz com que aos poucos se tornem os “mocinhos” das prisões e chamem a atenção por serem aqueles detentos de atitudes exemplares.7

O psicólogo canadense Robert Hare desenvolveu um questionário denominado psychopathychecklist, ou PCL, que mede o grau de psicopatia das pessoas. Usado, principalmente em populações prisionais e em contexto forense, que são perguntas sobre a vida do sujeito. Os crimes cometidos pelos psicopatas não tem um motivo específico, muitas vezes não tem relação direta entre o crime e o motivo.  Sendo que eles ocupam 20% da população carcerária e 50% dos crimes mais graves, como estupro, assassinatos e outros, são cometidos por eles.7

PSICOPATAS NO MERCADO DE TRABALHO

Esses indivíduos estão em todos os lugares, em todas as empresas, escola, creches e demais entidades. Podem ser em uma simples lojinha da esquina até um grande político e em qualquer cargo hierárquico. Portanto, eles preferem lugares onde seja agitado e onde recebe muitos estímulos, ou seja, onde ele pode ter várias chances de crescimentos.  4,5,9,10

Pesquisa relata que até 3,9% dos executivos podem ser psicopatas, alguns deles não chegam a matar, mas a trapacear. Em 2010, 203 executivos de 7 companhias americanas foram avaliados pelo psicólogo Paul Babiak. O resultado revelou que cerca de 3,9% dos entrevistados tinham pontuação suficiente nos testes de Babiak para ser diagnosticados como psicopatas. Sendo que os cargos que estavam com maior índice eram os de vice-presidentes e diretores. Assim é mais fácil enrolar em cargos onde ele se é líder, pois é ele quem lidera a equipe, motiva os funcionários e relaciona-se com os fornecedores e parceiros.9

No estudo de Babiak, ficou claro que os psicopatas não querem saber de trabalhar. A pesquisa usou dois grupos de habilidades para avaliar os executivos: um ligado ao plano das ideias (comunicação, criatividade e pensamento estratégico) e outro relacionado à produtividade (gerenciamento, liderança, desempenho e trabalho em grupo). Quão mais alto o grau de psicopatia de um executivo, pior foi à nota dele no grupo de produtividade. 9

Outra pesquisa demonstra que aproximadamente 10% dos adultos que trabalham têm algum traço de psicopatia. Duas conseqüências sobre as vitimas são das mais diversas, pode começar no desanimo para o trabalho até à depressão leve á transtorno do pânico. 10

Um terço das companhias sofre fraudes significativas a cada ano, de acordo com uma pesquisa de 2009 realizada pela consultoria PriceWaterhouseCoopers, que analisou 3.037 companhias em 54 países. Por causa dessas mutretas, cada uma perde, em média, US$ 1,2 milhão por ano. Muitos desses golpes podem ser obras de psicopatas corporativos. 10

TRATAMENTOS

Os tratamentos em sua maioria não têm muitos resultados para a melhora do paciente, pois o uso de fármacos não pode ser usado em grande quantidade devido alguns causarem dependências e a psicoterapia dá pequenos resultados, pois tais pacientes possuem a mente limitada e não aprendem com a experiência e perda do insight. 4

É possível o terapeuta ajudar esse paciente a abandonar certos vícios como álcool e drogas. E sua função é orientar os seus familiares como conviver com esse indivíduo e como minimizar os efeitos destrutivos causados por ele. 4

DEFINIÇÕES SEGUNDO CID-10

F60.2 Transtorno de personalidade anti-social

Transtorno de personalidade, usualmente vindo de atenção por uma disparidade flagrante entre o comportamento e as normas predominantes, e caracterizado por:2

(a)    Indiferença insensível pelos sentimentos alheios;

(b)   Atitude flagrante e persistente de irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais;

(c)    Incapacidade de manter relacionamento, embora não haja dificuldade de estabelecê-los;

(d)   Muito baixa tolerância à frustração e um baixo limiar para descarga de agressão, incluindo violência;

(e)    Incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a experiência, particularmente punição;

(f)    Propensão marcante para culpar os outros ou para oferecer racionalizações plausíveis para o comportamento que levou o paciente a conflito com a sociedade.

Pode também haver irritabilidade persistente como um aspecto associado. Transtorno de conduta durante a infância e adolescência, ainda que não invariavelmente presente, pode dar maior suporte ao diagnóstico.

Inclui: personalidade (transtorno) amora, dissocial, associal, psicopática e sociopática.

Exclui: Transtorno de conduta, transtorno de personalidade emocionalmente instável.

 

CONCLUSÃO

Esses indivíduos estão em toda parte, sendo eles de políticos até um líder religioso. Suas características principais são por não possuírem emoções, são egocêntricos, falta de remorso e em níveis mais elevados chegam até a matar. Sendo assim, torna-se um desafio para os profissionais que irão acompanhar esse paciente e para a sociedade em geral, pois eles causam grandes danos e não aprendem com experiências passadas, mesmo que seja uma punição.  Tendo assim uma mente limitada e seu narcisismo ser elevado. Algumas pesquisas na área da neurociência demonstram diferenças entre o cérebro deles comparados com as demais pessoas, apresentando algumas diferenças. Portanto, há um déficit em pesquisas relacionadas sobre o tema, a sociedade ignora esses indivíduos, pode ser com medo ou até falta de preparado. Sendo assim a sociedade não está preparada para lidar com eles.

 

REFERÊNCIAS

1 BALLONE, G. J. Criminologia.São Paulo, 2005. Disponível em: <www.psiqweb.med.br>. Acesso em: 02 dez. 2010.

2 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (Coord.). Classificação dos Transtornos Mentais e do Comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Trad. Caetano, D., Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

3 SACCONI, Luiz Antonio. Dicionário essencial de língua portuguesa. São Paulo, Atual, 2001.

4 SILVA, Ana Beatriz B. Mentes perigosas: O psicopata mora ao lado. Rio de Janeiro. Objetiva, 2010.

5 SUECKER. BetinaHeikeKrause. Sociopatia: Transtorno e Delinquência.  Disponívelem: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fadir/article/viewFile/569/399. Acesso em: 30 de janeiro de 2012.

6 HENRIQUE, Rogério Paes.De H. Cleckley ao DSM-IV-TR: a evolução do conceito de psicopatia rumo à medicalização da delinquência. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlpf/v12n2/v12n2a04.pdfAcesso em: 5 de Dezembro de 2011.

 

7 PIRES, Gabriele Lima; HERNANDEZ, Leite. Criminosos comuns ou psicopatas? Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe0GgAI/criminosos-comuns-psicopatas Acesso em 9 de Dezembro de 2011.

 

8 GOMES, CemaCardona; ALMEIDA, Rosa Maria Martins de.  Psicopatia em homens e mulheres. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672010000100003Acesso em: 6 de Dezembro de 2011.

 

9 HORTA, Maurício. Psicopatas S.A. Diposnível em: http://super.abril.com.br/cotidiano/psicopatas-s-629048.shtml Acesso: 8 de Dezembro de 2011.

 

10 RUBIN, Débora. Psicopatas Corporativos. Disponivel em: http://www.istoe.com.br/reportagens/189396_OS+PSICOPATAS+CORPORATIVOS?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage Acesso em: 8 de Dezembro de 2011