Psicoterapia do Luto ou Tanato-Psicoterapia

https://picasaweb.google.com/115511056983163208577/PSICOTANATOLOGIAPSICOLOGIADOLUTO?authkey=Gv1sRgCOaLqvGsp-bvWw


Quem já não ouviu falar que a coisa mais certa na vida é a morte? Como psicóloga proponho um programa de Tanato-psicoterapia para uma clientela muito especial. As pessoas e seus familiares que, por vários motivos sentem-se mais próximas da morte. Porque a vida continua!
Culturalmente ou historicamente, a morte pode ser revestida de diversos sentidos e valores, despertando variados sentimentos e atitudes diante dela. O fato mais importante é que a morte é um acontecimento inevitável, o que certamente desperta no ser humano o temível sentimento de impotência. Nada podemos fazer no momento crucial, além de render-se à aceitação. Muitos recursos são criados, em nome da valorização da vida, para estender o estado de vida em detrimento do estado de morte. A motivação para essa busca de maximizar a vida é o desejo de eternização que move a humanidade desde sempre.
Podemos falar em estado de morte e estado de vida para abordar o tema de forma mais abrangente. O estado de morte se compara ao sentimento de perda e o estado de vida define a plenitude em ação consciente.
A verdade é que o medo da morte está intimamente associado ao medo de perder tudo o que se constrói nessa vida, como se fosse possível não morrer algum dia.
Perguntaram ao Dalai Lama..."O que mais te surpreende na Humanidade?" E ele respondeu: "Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido." E Woody Allen expressa a dificuldade de aceitação desse fatal acontecimento: "Não é que eu tenha medo da morte. Eu apenas não quero estar lá quando isso acontecer". Vemos nessas citações, a disparidade na maneira de encarar o acontecimento mais certo de nossas vidas.
O conceito de morte nos remete a ausências: ausência de batimentos cardíacos, de respiração, de reflexos neuronais, de atividade do cérebro, de movimentos musculares. Observando assim a morte, estamos considerando que o corpo não tem mais vida, acabou tudo, é o fim. Nesse momento a pessoa pára de existir. Nada mais pode trazê-la de volta. Definitivamente, essa pessoa estará ausente por toda a nossa vida. Nunca mais a veremos. Ela deixou de existir. Não é espantoso que as pessoas que permanecem vivas, sofram com a morte, essa ausência irremediável da pessoa pela qual tinha afeição. E quanto maior o envolvimento emocional, mais sofrida é a dor de quem fica vivo. Ás vezes a dor é tão grande que esse vivo se identifica com a morte a ponto de buscá-la inconsciente ou conscientemente.
Considerando que a dor da perda afeta globalmente o ser humano, e considerando que a psicologia dispõe de recursos que podem auxiliar no enfrentamento e suportação da dor decorrente de perdas em geral, proponho uma Psicoterapia do Luto ou Tanato-psicoterapia para atender a uma extensa demanda.
O público-alvo desse tratamento são familiares enlutados, pessoas portadoras de doenças terminais, idosos asilados ou no seio da família e seus familiares, vítimas de assalto e de acidentes naturais ou não, vítimas de catástrofes, pessoas e familiares que moram em lugares muito distante entre si. Essas pessoas apresentam em comum o sofrimento da perda consumada ou iminente, seja da própria vida ou de pessoas afetivamente importantes para si, seja do convívio com essas pessoas, mesmo vivas, até mesmo a perda de funções do corpo, decorrentes de algum acidente.
Esse sofrimento se estende às perdas de forma geral sofridas por conseqüência de assaltos ou catástrofes. Também os profissionais envolvidos nos cuidados com esse público, tornam-se alvo de atenção psicológica, pois nesse contato vivenciam suas próprias questões relacionadas ao sofrimento diante das perdas. Estes últimos, principalmente os profissionais de saúde e bombeiros, incumbem-se de salvar vidas. E diante da "perda" de uma vida sob seus cuidados, invariavelmente são acometidos de um sentimento de profunda frustração e culpa ou até de raiva. Podendo essa raiva ainda ser direcionada para a pessoa que "se foi" sem colaborar com o esforço de quem buscava evitar o inevitável.
O primeiro contato com a notícia relacionada às perdas relatadas ocasiona um estado de choque que pode variar na sua duração dependendo da pessoa, caracterizando-se pelo desespero, raiva, irritabilidade, amargura e isolamento. Ansiedade elevada, depressão intermitente e até suicídio são reações prováveis dignas de atenção, diante de grandes perdas. Depois desse primeiro estágio, a pessoa normalmente passa por um estágio de negação, não quer aceitar o que aconteceu. Mas percebendo que é inútil tal tentativa, é acometida de profunda tristeza que pode durar até por volta de dois anos, podendo haver reincidência ocasional.
Somente quando aceita conscientemente a perda, é que a pessoa consegue se disponibilizar para novos investimentos de sua energia, recuperando sua auto-estima e valorização de suas possibilidades. É preciso então estabelecer novas concepções sobre o mundo e favorecer os investimentos pessoais. Esse processo é chamado de Processo de Luto.
O processo de luto é um processo em que a pessoa percebe e torna real a perda, ele é a fase da expressão dos sentimentos decorrentes dessa perda. E deve ser vivenciado e respeitado. É um processo tão natural quanto a morte.
A Psicoterapia do Luto identifica as implicações emocionais da morte (psicológicas e sociais), respeitando o contexto cultural e estrutura da personalidade, buscando compreendê-las com a finalidade de apoiar o enlutado na elaboração da perda e intervir no processo de integração da perda na estrutura da sua personalidade.

Referências:

1. Kubler-Ross, Elisabeth. Sobre a Morte e o Morrer. Martins Fontes. 1998.
2. Angerami, Valdemar A. et al. A Psicologia no Hospital. Thompson. 2003.
3. Kastenbaum, Robert. USP. 1983.
4. Limongi, Márcia Maranhão. A Morte como Transição. Revista "Planeta", edição 291.
5. Albuquerque, Luciana H. Machado de. Tanatologia: Uma Reflexão sobre a Morte e o Morrer. Revista Científica de Psicologia Coordenação Pedagógica do Curso de Psicologia do CESMAC. Maceió, Alagoas. ISSN 1981-7371 Ano I ? número 2, 2008.



Por: Lucineias Luchihttps://picasaweb.google.com/115511056983163208577/BloggerPictures
Psicóloga
CRP 16-327

? Graduada pela UFES desde 1987.
? Especialista em Psicologia Hospitalar e da Saúde (dez/2011).
? Capacitada em Atendimento Psicológico a Dependentes Químicos e seus familiares(APADD - Vila Velha).
? Atuando como psicoterapeuta em Vitória (Instituto Vivência) e Vila Velha Centromed).
? Coordenadora de projetos de assistência psicológica em parceria com o Instituto Vivência - Vitória.
? Responsável Técnica pelo Serviço de Psicologia do Instituto Vivência - Vitória.
? Participante da Comissão de Saúde - CRP-16.
? Experiência de mais de 20 anos em atendimento psicológico.
? Assitência psicológica a adolescentes em conflito com a lei e familiares (IESBEM/IASES - Serviço de Psicologia e Coordenação da UNIS/1992).
? Assistência psicológica a PNE (UNAED/IESBEM/IASES/2004).
? Abordagem terapêutica predominante: Psicologia Analítica.
? Utilização de algumas técnicas de outras abordagens psicológicas (Psicanálise, Cognitivo-comportamental, Terapia Breve, Gestalt), conforme necessidade dos casos atendidos.
? Dedicação ao estudo da Psicologia do Luto ou Psico-Tanatologia.
? Elaborando Programa Home Healt.
? Comprometida com o sigilo profissional e confiança no potencial de transformação do ser humano.
________________________________________

My Blogger
http://psicotanatologia.blogspot.com/ - http://idosospodemvivermelhor.blogspot.com/

http://preconceitofeio.blogspot.com/ - http://bullyingnaolegal.blogspot.com/

http://lucineiaspsiluchiblogspotcom/ - http://dependenciaquimicanao.blogspot.com/