Conselho Brasileiro de Psicanálise ( I.N.N.G.)
PSICANÁLISE LEIGA

Dr. Wagner Paulon
1976 - 2011

Há 85 anos era publicado o livro que tratou do assunto mais polêmico de toda a história da psicanálise: "A questão da análise leiga". Estranhamente, é o menos lido e o menos citado entre todos os textos de Sigmund Freud, o criador da psicanálise. Talvez porque, nele, Freud afirmou em alto e bom som que a psicanálise não é um ramo da medicina, declarando-se expressamente favorável que a Ciência Psicanalítica não seja exercida exclusivamente pelos médicos. Quem conta é seu biógrafo oficial, o insuspeito e antileigo Ernest Jones: o desejo de Freud de que a psicanálise não fique exclusivamente com os médicos foi a principal preocupação dos últimos 13 anos de sua vida.

Na Europa, Freud ganhou a batalha, mas nos Estados Unidos e na América Latina, vem perdendo amplamente. Em Nova York, um respeitado psicanalista médico, K. Eissler, muito citado em trabalhos clínicos, levantou a bandeira da análise não-médica. Escreveu um livro de centenas de páginas, "A ortodoxia médica e o futuro da psicanálise", no qual considera a psicanálise leiga indispensável a um maior conhecimento dos fenômenos humanos.

Não se sabe exatamente de quem partiu a manobra, mas o fato é que intensos rumores corriam nos anos finais da década de 30, nos Estados Unidos: Freud mudara radicalmente seus pontos de vista, e agora a sua opinião era a de que a psicanálise deveria ficar estritamente reservada aos médicos. Os boatos vinham do lugar certo: nos Estados Unidos, os psicanalistas eram os guardiões da profissão médica, como a única que poderia dar acesso á formação em psicanálise. Em 1938, um ano antes de morrer, Freud deixou bem claro a sua posição a esse respeito:

"Não posso imaginar como se originou esse boato idiota de que eu tenha alterado meus pontos de vista sobre o problema da análise leiga. O fato é que nunca repudiei esses pontos de vista, e neles insisto agora mais intensamente do que nunca, em face da óbvia tendência americana para transformar a Psicanálise em simples criada de quarto da psiquiatria". (Citado por E. Jones. "Vida e obra de S. Freud", Editora Zahar.).

Dez anos antes, em 1928, Freud comentara com Sandor Ferenczi: "O desenvolvimento Internacional da psicanálise está em todas as parles caminhando em rumo contrário às minhas Intenções, distanciando-se da análise leiga e tornando-se uma pura especialidade médica - e olho tudo isso como danoso ao futuro da Psicanálise". E, alguns meses antes, dissera a Max Eltingon, então presidente da Associação Internacional de Psicanálise: "O movimento contra a psicanálise leiga parece ser apenas um subproduto da velha resistência contra a análise em geral. Desafortunadamente, muitos dos nossos próprios seguidores mostram-se míopes, ou estão tão cegos pelos seus próprios interesses, que acabam engrossando as fileiras contrárias".

O problema eclodiu abertamente em 1925 - cerca da 30 anos depois do surgimento da nova ciência da psicanálise. Neste ano, no Congresso Internacional de Hamburgo de (2 a 5 de setembro) era nítida a tensão entre psicanalistas americanos e europeus em relação à questão da psicanálise não-médica.

Na época, A. Brill, a figura mais Importante da psicanálise nos Estados Unidos, escreveu um artigo num jornal de Nova York desaprovando a psicanálise não-médica e anunciou sua disposição de romper com Freud se a atitude de Viena persistisse em relação aos Estados Unidos. Em Viena vários alunos que vinham obter treino psicanalítico eram americanos. Ao retornar a seu pais, tornavam-se analistas não-médicos. A polêmica duraria ato o final da II Guerra Mundial. Sandor Ferenczi, psicanalista húngaro, estava na época nos Estados Unidos botando lenha na fogueira: formava psicanaliticamente oito ou nove pessoas, a maioria não-médica, inclusive com ideias de constituir uma sociedade à parte, a ser aceita pela Associação Internacional da Psicanálise. No jantar de despedida que ofereceu nos Estados Unidos, Ferenczi ficou quase sozinho. Mas, ao chegar a Londres, onde falou perante e Sociedade Britânica de Psicologia e a Sociedade Britânica de Psicanálise, foi recebido de forma calorosa.

Não há Indicações precisas de por quanto tempo o problema estava latente, desde o Inicio, a 30 anos, da psicanálise. (Kurt Eissler "Medical ortodoxy and the future of psichoanalysis", New York University Press) supõe uma fase idílica inicial entre médicos e, não-médicos, na medida em que o problema não se colocava. Afinal, os médicos estavam contra a psicanálise, que causava fortes hostilidades e resistências. Segundo Eissler, homens de todas as espécies de educação se juntaram ao redor de Freud, e "não é provável que esse grupo considerasse a psicanálise como especialidade médica". Na sua primeira publicação, em 1910, o "Correspondenzblatt", órgão através do qual os membros eram informados sobre assuntos de Interesse geral dos psicanalistas, listou, em julho, os membros da Sociedade Vienense de Psicanálise: 15 membros médicos e sete não-médicos.

Kurt Eissler pergunta: "Quantos estavam cientes de que um problema, que permaneceu escondido por um período de tempo, ameaçaria a homogeneidade das organizações psicanalíticas?". Segundo afirma (Eissler, psicanalista médico, é talvez o maior especialista na história dessa ciência), "todos pareciam considerar como certo que a prática da psicanálise não exigia a aquisição da um corpo de conhecimento especifico, além da compreensão da própria psicanálise". Na verdade, quem lê a insuspeita "Correspondência completa Freud-Jung" (traduzida e lançada pela Editora Imago) pode constatar que os novos adeptos e praticantes da psicanálise eram aceitos Independentemente de sua formação prévia em medicina. Isso estava completamente ausente das preocupações tanto de Freud quanto de Jung, naquela época (1907-1913). Lemos isto sim, referências elogiosas aos dotes pessoais, á sensibilidade, à capacidade para a psicanálise dos novos adeptos, mas nem uma palavra sobre a condição de serem ou não médicos.

Em 1913, há a primeira referência explicita de Freud ao problema. Na Introdução ao livro do psicanalista não-médico, e reverendo, Oskar Pfister, "O método do psicanalítico", Freud afirma: "A pratica da psicanálise requer muito menos treinamento médico do que instrução psicológica e uma perspectiva humana aberta", O problema não voltou à superfície, tanto quanto se saiba, nos próximos 12 anos, até a divergência entre os institutos de Nova York e o de Viena. Um fato marcante acabou por desencadear a questão, em termos de uma enérgica e contundente Interferência de Freud. Quem conta é Ernest Jones, em "Vida e obra de S. Freud":

"Na primavera de 1926, um paciente de Theodor Reik moveu-lhe uma ação sob a alegação de tratamento nocivo e invocou a lei australiana contra o charlatanismo. Afortunadamente, para Reik, mostrou-se que a paciente era uma pessoa desequilibrada, cuja prova testemunhal não era digna de confiança. Essa circunstância, e a interferência pessoal de Freud junto a um alto dignatário, decidiram o caso a favor de Reik."

Theodor Reik era psicanalista não-médico de Viena, descrito por Eissler como um "erudito brilhante" e "escritor de textos psicanalíticos de grande mérito". O incidente levou Freud a expressar seus pontos de vista sobre a psicanálise não-médica no controvertido "A questão da psicanálise leiga", escrito em junho e julho de 1926, e publicado no mês seguinte. O livro, já traduzido e editado no Brasil (livro 25 da pequena coleção das Obras Completas de Freud) é uma agradável e multo bem escrita introdução á psicanálise.

No final do livro, Freud faz uma "persuasiva defesa, na verdade, a mais persuasiva que jamais havia escrito", a favor da psicanálise não-médica. O fato é que um ano antes, no seu "Um estudo autobiográfico" (Imago Editora), Freud já afirmara: "Não é mais possível restringir a prática da psicanálise aos médicos e excluir dela os leigos. Na realidade, um médico que não tenha passado por um treinamento especial (em psicanálise) é, apesar de seu diploma, um leigo em análise, e uma pessoa não-médica que tenha sido adequadamente treinada pode, com referência eventual a um médico, empreender o tratamento psicanalítico, não só de crianças, mas também de neuróticos". No "pós-escrito" de 1927, Freud explica "A questão da psicanálise leiga":

--- Minha tese principal foi no sentido de que a questão importante não é se um analista possui um diploma médico, mas se ele recebeu a formação especial necessária á prática da psicanálise. Isto serviu de ponto de partida para a discussão quanto à questão de qual é a formação mais adequada para um analista, Meu ponto de vista foi e ainda continua sendo o de que, não é a formação prescrita pela universidade para futuros médicos. O que se conhece como educação médica parece-me uma maneira árdua e indireta de abordagem da profissão da psicanálise.

E mais adiante:

"Não terá escapado aos meus leitores que naquilo que afirmei presumi como axiomático algo que ainda é violentamente debatido no exame. Presumi, vale dizer, que a psicanálise não é um ramo especializado da medicina. Não vejo como é possível discutir isso. A psicanálise é uma Ciência. A possibilidade de sua aplicação a finalidades médicas não nos deve desorientar. A eletricidade e a radiologia também têm a sua aplicação médica, mas a ciência ás quais ambas pertencem é, não obstante, a Física."

Freud duvidava das intenções dos médicos:

"Ainda sinto certas dúvidas quanto a se o presente cortejar da psicanálise pelos médicos está baseado -- do ponto de vista da teoria da libido -- na primeira ou na segunda subfases de Abraham: se desejam tomar posse de seu objeto com a finalidade de destrui-lo ou de preservá-lo."

O Fundador da Psicanálise achava "injusto e Inconveniente tentar compelir uma pessoa que deseja libertar alguém do tormento de uma fobia ou de uma obsessão a seguir a estrada indireta do currículo médico". E dizia: "Um conhecimento de anatomia dos ossos tarsianos. da constituição dos carboidratos, do curso dos nervos cranianos, uma compreensão de tudo o que a medicina trouxe à luz sobre as causas excitantes bacilares da doença e os meios de combatê-las, sobre reações do soro e sobre neoplasmas -- todo esse conhecimento, que é indubitavelmente do mais alto valor em si, não obstante não lhe é de nenhuma consequência; não lhe interessa, nem o ajuda diretamente a compreender uma neurose e a curá-la, nem contribuir para um aguçamento daquelas faculdades intelectuais às quais sua ocupação faz as maiores exigências.".

Freud sonhava com uma ideal prévia preparação para os futuros estudantes de psicanálise: "Elementos das ciências mentais, da psicologia, da história da civilização e da sociologia, bem como da anatomia, da biologia e do estudo da evolução. Há tanto a ser ensinado em tudo isso que é justificável omitir do currículo qualquer coisa que não tenha relação direta alguma com a prática da análise e somente sirva indiretamente (como qualquer outro estudo) de formação ao intelecto e para os poderes de observação".

Freud era claro:

"Não consideramos absolutamente conveniente para a psicanálise ser devorada pela medicina a encontrar seu último lugar de repouso num livro de texto de psiquiatria sob a epigrafe "Métodos de tratamento". Merece melhor destino, e pode-se esperar, o terá. Como uma "psicologia profunda, uma teoria do inconsciente mental, pode tornar-se indispensável a todas as ciências que se interessam pela evolução da civilização humana e suas principais instituições como a arte, a religião e a ordem social. Em minha opinião, ela já proporcionou a essas ciências, considerável ajuda na solução de seus problemas. Mas essas são apenas pequenas contribuições em confronto com o que poderia ser alcançado se historiadores da civilização, psicólogos da religião, filólogos e assim por diante concordassem em manejar o novo instrumento de pesquisa que está ao seu alcance".

Para Freud. "na escola de medicina, um médico recebe uma formação que é mais ou menos o oposto do que ele necessitaria como preparo para a psicanálise". Então, "porque arcar com o fardo de uma preparação tediosa?". Disse que "os médicos não têm qualquer reivindicação histórica pela posse única da psicanálise. Pelo contrário, até recentemente fizemos face à mesma com tudo aquilo que pudesse prejudicá-la, desde o ridículo mais frívolo à calúnia mais grave".

O Fundador da Psicanálise chamava a atenção para a necessidade de uma séria formação psicanalítica: "Qualquer pessoa que tenha passado por uma preparação psicanalítica, que tenha sido analisada, que tenha dominado o que pode ser ensinado em nossos dias sobre a psicanálise do inconsciente, que esteja familiarizado com a ciência da vida sexual, que tenha aprendido a delicada técnica da psicanálise, a arte da interpretação, de combater as resistências e de lidar com a transferência -- qualquer um que tenha realizado tudo isso não é mais um leigo no campo da psicanálise" (o grifo é do próprio Freud). E acrescentava: "Ponho ênfase na exigência de que ninguém deve praticar a análise se não tiver adquirido o direito de fazê-lo através de uma formação específica. Se essa pessoa é ou não um médico, a mim me parece sem importância".

Mas então, não haveria qualquer vantagem se o psicanalista é médico? A verdade é que Freud achava que o médico tinha "indubitável vantagem" sobre um leigo na prática analítica. Principalmente na questão do diagnóstico. Mas essa vantagem desaparece se for tomado o cuidado de o candidato a ser psicanalisado ser entrevistado primeiramente por um médico:

"A maior parte das neuroses que nos ocupam é felizmente de natureza psicogênica, e não dá motivos para suspeitas patológicas. Uma vez que o médico tenha firmado isso, pode confiantemente passar o tratamento a um analista leigo. Em nossas sociedades analíticas, as coisas sempre foram arranjadas dessa maneira. Graças ao estreito contato entre os membros médicos e não-médicos, erros tais que pudessem ser temidos foram inteiramente evitados. Há uma contingência ulterior, aliás, na qual o analista tem de pedir ajuda do médico. No curso de um tratamento psicanalítico, sintomas -- na maior parte das vezes físicos -- poderão surgir, havendo dúvida se devem ser considerados como pertencentes à neurose ou se devem ser relacionados com uma doença orgânica independente que interveio".

Freud explicava:

"Mas nenhum argumento contra analistas leigos pode ser arquitetado a partir dessa possibilidade, pois em tais circunstâncias um analista médico não agiria de maneira diferente. Há uma regra técnica de que um analista, se surgirem sintomas dúbios como esse durante o tratamento, não os submeterá ao seu próprio julgamento, mas os encaminhará a um médico que não esteja ligado à análise -- um médico consultor, talvez -- mesmo se o próprio analista for médico e até mesmo bem versado em seus conhecimentos médicos. Para o paciente, portanto, é uma questão de indiferença se o analista for médico ou não. Além disso, "o número da casos em que dúvidas dessa espécie jamais surgem de maneira alguma e em que não se exige um médico é por certo incomparavelmente maior".

Estava longe do pensamento da Freud deixar a psicanálise inteiramente nas mãos dos não-médicos. Se ele se demonstrou mais Inclinado, em certos trechos, pelos não-médicos, é porque eram os leigos que corriam os riscos de extinção. Freud queria a confluência de vários profissionais no exercício clinico e teórico da psicanálise, para o bem dessa Ciência. Na época, a alta direção da psicanálise, o chamado -"Comitte", um grupo de analistas de confiança, a mais estáveis, que formavam uma espécie de comitê cão-de-guarda em torno de Freud, era constituído por Eitingon (radicalmente antileigo), Jones (moderadamente antileigo), Abraham e Ferenczi (próleigos), além dos psicanalistas não-médicos Otto Rank e Hans Sach. Portanto, no comitê de seis membros, um terço era leigo, e quatro dos seis eram favoráveis á não exclusividade médica da psicanálise. Em 1926, ano da publicação da "Questão da análise leiga", a Sociedade Internacional de Psicanálise contava com 344 membros, dos quais 60 não-médicos (17%). Dai porque Freud se empenhou numa atitude liberal face aos não-médicos, dando até a entender, erradamente,
que preferia os leigos.

Se o Comitê era majoritariamente favorável à opinião de Freud, este se queixava de que a maioria de seus discípulos não o seguia nesse particular. O livro de Freud provocou, em 1927, uma extensa discussão entre analistas médicos e leigos: além de Freud, participaram 25 analistas (20 médicos e cinco leigos). Eissler contou sete psicanalistas a favor, sem reservas, da análise leiga: cinco a favor, com reservas; 11 contra e 2 sobre quem foi impossível determinar a que grupo pertenciam. A Sociedade de Nova York declarou-se contra, e a Húngara e a Vienense (de Freud) a favor, "A questão da análise leiga" é raramente citada pelos psicanalistas. Segundo Eissler, "parece ter sido lido tão raramente que inovações de longo alcance que são encontradas nele (pois o problema da análise leiga só ocupa dois dos sete capítulos; o resto é uma exposição da psicanálise) permaneceram, tanto quanto eu saiba, geralmente sem terem sido notadas". Eissler revela que um analista importante, bem conhecido por sua erudição e seu domínio da literatura psicanalítica, lhe disse uma vez que "A questão da análise leiga" foi "a única publicação de Freud que ele nunca tinha lido".

Mas a luta de Freud não foi Infrutífera, e a experiência psicanalítica, passados 85 anos da publicação de "A questão da psicanálise leiga", mostrou que ele estava com a razão. Não só não surgiram dificuldades clinicas com a prática de psicanalistas leigos, como, principalmente, eles mostraram fecunda e decisiva contribuição à psicanálise, inclusive nos Estados Unidos, tradicionalmente- antileigo. Ali, Erick Erikson. Ernst Kris, Robert Walder deram importante contribuição, entre outros.

O exemplo mais vivo da contribuição leiga ocorre na Inglaterra, a começar pela locomotiva da escola inglesa de psicanálise, a "leiga" Melanie Klein, e seus colaboradores mais próximos: Elliot Jaques (sociólogo), Money-Kyrle (filósofo), Joan Riviere, Susan Isaacs. A questão leigos versus médicos não se coloca em Londres. Pelo contrário. Conforme Jánine Chasseguet-Smirgel, P. Letarte e J. P. Bourgeron ("Nota sobre a questão da análise leiga", traduzida na "Revista Brasileira de Psicologia Aplicada"), "a Sociedade Britânica de Psicanálise oferece um belo exemplo desse enriquecimento mútuo de médicos e não-médicos. Um terço de seus membros (isto é estipulado nos estatutos) é de leigos. É uma das sociedades de psicanálise de maior atividade, e cuja contribuição à psicanálise é mais constante, e sem dúvidas das mais fecundas. Essa contribuição provém da conjunção de disciplinas diversas com a medicina e do constante estimulo que disso resulta".

O próprio Freud previu tal situação: "O objetivo de meu pequeno volume sobre a questão da análise leiga foi precisamente demonstrar que, se certas precauções forem observadas, os dois interesses poderão facilmente ser harmonizados e que os Interesses da medicina, conforme compreendidos de maneira correta, não serão os últimos a lucrar com tal solução".