PROVAS  EXISTENCIAIS  DE  DEUS

 

Sabe-se, por uma das mais expressivas figuras do espaço filosófico e espiritualista do nosso tempo, que:

 

“O ateísmo ou a incredulidade absoluta não existe, a não ser no jogo de palavras dos cérebros desesperados, nas teorias do mundo, porque, no íntimo, todos os Espíritos se identificam com a idéia de Deus e da sobrevivência do ser, que lhes é inata. Essa idéia superior pairará acima de todos os negativismos e sairá vitoriosa de todos os decretos de força que se organizem nos estados terrenos, porque constitui a luz da vida e a mais preciosa esperança das almas”. (Vide: “O Consolador” – Emmanuel – psicografia de Francisco Cândido Xavier – 1940 – Feb).

 

E, quando vemos os “importantes” discursos e as manifestações de alguns renomados cientistas céticos do nosso tempo, afirmando, por exemplo, que:

 

“A mecânica celeste não precisa de Deus”.

 

Ou, então, que:

 

“Não há lugar para Deus no universo”.

 

Ficamos a refletir, neste início do terceiro milênio, acerca da responsabilidade de tais cérebros na disseminação de idéias extremamente equivocadas, que influenciam de forma tão negativa àqueles seus leitores menos preparados para enfrentar tamanha negatividade que tem a tola pretensão de tapar o sol com a peneira, retirando Deus de sua criação; tal negatividade é bem própria do positivismo ateu e das falácias da filosofia niilista inconseqüente, destruidora de valores morais, emanada de um de seus mais expressivos e loucos representantes: Friedrich W. Nietzsche.

 

 

Até por que pude descrever naquele modesto texto de minha autoria intitulado: “Inteligência Suprema do Universo”, questionando e respondendo:

 

“Que razão, pois, é a razão de um indivíduo cético: desnorteada, irracional ou simplesmente: risível e infantil, de um cérebro sem alma, sem emoção, carente de propósitos axiológicos fundamentais e fundantes de sua ética, seus princípios morais”.

 

“Ao oposto de tal, num sentido racionalmente equilibrante, onde ética e razão não se opõem, mas se buscam na relação perfeita da inteligência superior, formalizada pela superconsciência dos justos e dos sábios, o notável codificador, buscando a causa e o fundamento de todas as coisas, principia “O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec – 1857), questionando a alta espiritualidade”:

 

-P: “Que é Deus?”

 

E, em resposta, os Espíritos elevados respondem que:

 

-R: “Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas”.

 

E, em seguida a outros questionamentos, insiste Kardec:

 

-P: “Onde podemos encontrar a prova da existência de Deus?”.

 

E como resposta, os nossos maiores preconizam:

 

-R: “Num axioma que aplicais às vossas próprias ciências: não há efeito sem causa. Procurai a prova de tudo o que não é obra do homem e vossa razão responderá”.

 

Que poderia, e deveria o presente artigo de minha inspiração, prosseguir com Kardec, apreciando suas lições abrilhantadas pela aludida resposta espiritual, nos precisos termos de que:

 

“Para crer em Deus, basta lançar os olhos sobre as obras da criação. O universo existe; ele tem, pois, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e adiantar que o nada pôde fazer alguma coisa”. (Allan Kardec).

 

Mas prossigamos com a sabedoria de “O Livro dos Espíritos” (1857):

 

-P: “Que conseqüência se pode tirar do sentimento intuitivo que todos os homens carregam em si mesmos da existência de Deus?”.

 

-R: “Que Deus existe; porque de onde lhe viria esse sentimento se ele não repousasse sobre nada? É ainda uma conseqüência do princípio de que não há efeito sem causa”.

 

Deixando para refletir posteriormente, vejamos ainda alguns apontamentos dos mais sábios Espíritos instrutores da humanidade terrestre:

 

-P: “O sentimento íntimo, que temos em nós mesmos, da existência de Deus, não seria o fato da educação e o produto de idéias adquiridas?”.

 

Vejam a justa racionalidade da resposta que inquire:

 

-R: “Se assim fosse, por que os vossos selvagens teriam esse sentimento?”.

 

E, para finalizar, fiquemos com mais esta sábia instrução espiritual:

 

“Deus existe, não o podeis duvidar, é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto de onde não podereis sair. Isso não vos tornaria melhores, mas talvez um pouco mais orgulhosos, porque acreditaríeis saber o que na realidade nada saberíeis. Deixai, pois, de lado todos esses sistemas; tendes muitas coisas que vos tocam mais diretamente, a começar por vós mesmos”.

 

“Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos desembaraçar delas, isto vos será mais útil do que querer penetrar o impenetrável”. (Vide: “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec - 1857).

 

Vê-se, pois, em tais argumentos, a inequívoca prova da existência de Deus postulada em três fatores fundamentais sendo eles:

 

Primeiro: contido na manifestação universal da idéia de Deus na consciência do homem desde sempre e, portanto, desde suas primeiras idades, levando-o às suas mais diversas formas de temor, de respeito e de adoração a um poder supremo;

 

Segundo: na manifestação inteligente contida na estrutura completa da natureza, dos mínimos aos maiores detalhes de sua sábia construção cósmica e estelar, revelando, pela sua ordem, perfeição e beleza, a existência incontestável de um poder inteligente que está imanente a tudo, estando ausente de nada; e

 

Terceiro: pela lei de causa e efeito demonstrando que todo efeito inteligente deriva de uma causa inteligente que, em tal caso, mais ainda, se diria que a grandeza do efeito corresponde à grandeza da causa, correspondendo, pois, à grandeza de Deus.

 

Assim, provado está a existência de Deus tanto no plano subjetivo de nossa estrutura ôntica, interior, quanto no plano objetivo da estrutura exterior, ou seja, na natureza onde Ele permanece Imanente em mim, em você, em tudo ao nosso derredor, produzindo os impulsos contidos nos vetores fundamentais de nossa capacidade evolutiva que nos leva à transcendência de nós mesmos, na busca incessante do Pai, nosso Arquétipo, nosso Criador.

 

Tudo o mais, não passa de falácias, de inconseqüências provenientes de cérebros infantis, vivendo uma superável crise de adolescência, pois que, mais cedo ou mais tarde haverão de despertar de sua terrível angústia existencial, sua soberba, sua extrema vaidade, para respeitá-Lo, amá-Lo e adorá-Lo, por que Deus também nos ama, mas nos submete às Suas Leis para que nos tornemos responsáveis pelos nossos atos, nossa incúria ou nossa retidão.

Assim, se o universo é repleto de Inteligência, deve-se dizer que o mesmo só o é, em função da Consciência de Deus, e não o oposto que, em sua doentia incoerência, pretende expulsá-Lo do universo, de Sua obra, de Sua criação.

 

O que, aliás, pode-se até tentar, mas, em vão, pois que sois filhos pretensiosos que mais tarde haverão de se submeter e se curvar, e não o Pai que não se submete e não se curva, pois que o mesmo É, simplesmente, e amorosamente, o nosso Magnânimo Criador.

 

Ora, já que sois deuses tão onipotentes:

 

-Por que não fazeis mais do que Ele?

-Por que não produzis uma só e insignificante estrutura atômica, um pequenino sistema viral, ou então, uma individualidade celular?

-Por que não substituís as Leis universais por outras leis, ou seja, por suas leis, destruindo as que aí estão e reconstruindo tudo ao vosso gosto, ao vosso modo e prazer?

-Por que, já que sois tão grandes e tão potentes quanto és, por que não produzis corpos astronômicos gigantescos tão formidáveis quanto aos que orbitam pelo espaço cósmico, e os façam também flutuar e girar harmoniosamente em obediência às suas leis?

 

Lembrem-se de que todo o vosso conhecimento, vosso saber, nascera de sua experiência neste mundo de inteligentíssimas Leis, fundidas na própria natureza global, onde estáveis, vós mesmos, e, ainda estão, sujeitos aos condicionamentos e aos poderes de tais Leis, às quais, vós todos se submetem, quer queira, quer não queira, tamanha sua impotência, inferioridade e pequenez. Vosso conhecimento, pois, deriva de um conhecimento pré-existente, conhecimento de Quem?

 

Ora, recolham-se aos seus lugares: Deus existe, sendo tudo que o negue, uma extremada fuga da realidade, tolices de uma mente rebelde, birrenta e infantil.

 

Articulista: Fernando Rosemberg Patrocínio

Email: [email protected]

Blog: fernandorpatrocinio.blogspot.com.br