Novos ares surgem á Teologia da Libertação com o Novo Papa (Francisco), mas o maior desafio se encontra nos modelos de igreja introjetados  nas mentes dos fieis e não fieis, inclusive dos mais pobres. Certo que eles não têm culpa, uma vez que a direita da Igreja sempre sobressaiu no seu direcionamento estrutural, político e ideológico. Contudo, irá processualmente ser construído um ensejo à esquerda progressiva para retomar uma força teológica-teologal em vista da libertação da sociedade junto a outras forças.

A Igreja libertadora que agora respira precisa consolidar suas bases nos mais pobres, considerando-os não como alvo, como quem precisa de ajuda, mas como os protagonistas de um novo jeito de ser igreja, ou velho jeito, talvez. Tal concepção, não implica desconsiderar as injustiças que sofrem a maioria do povo, do contrário posiciona-se contra todo tipo de escravidão concreta como a própria concentração de renda.

                Outro fator no qual deve a igreja progressista ater-se é superar o dualismo bem-mal e produzir um novo olhar ético a sociedade com base na defesa da vida em todas as suas formas. Neste sentido, buscar experimentar uma mística intrinsecamente relacionada à mãe terra, a natureza em sua dimensão holística, igualando todas as vidas em valor, sacralizando nossa casa maior e o corpo humano como elemento sagrado, por isto inviolável e grandioso e que merece viver bem,   sem violência, feliz e saciável.

O terceiro elemento no que compete a postura ideológica para as mudança quanto ao assumir das lideranças seria tirá-las do centro e colocar o povo sofrido no meio, Jesus em sua época já ensinava isto. Vai além do martírio. O sistema opressor já matou muitos dos nossos, não podemos aceitar mais isto. Portanto, ao colocar o povo como o protagonista eles tombarão, temerão em vingar-se e não ousarão permanecer no controle. Em outras palavras quem deve direcionar a Igreja são os pobres, logo as lideranças deixarão de ser o alvo sem deixar de contribuir.

Por fim, a construção da solidariedade primeiro entre os excluídos a fim de criar uma blindagem contra o poderio do sistema, possibilitando  a tática dos cupins em vez das formigas. Estas já trabalham demais para reservar ao inverno, porque qualquer coisa destrói o formigueiro e se vai todo o trabalho. Aquelas com seu trabalho de solidariedade destroem nas escondidas, quando menos se espera, qualquer base sem reversão.

São estas as pistas imprescindíveis à nova / velha igreja que emerge/retoma na contemporaneidade. Neste sentido é preciso restabelecer a esperança, acreditar nos mais desprezados pelo sistema, confiar a eles o novo percurso da Igreja cujo objetivo sempre foi continuar o projeto de libertação proposto por Jesus Cristo.