PROPOSTA DE UMA AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA

                                                                                     

Ana Lúcia da Silva Ribeiro

Graduada em Enfermagem pela UEM – Universidade Estadual de Maringá, desde 1987.Especialista em Centro-cirúrgico, pela USP- Escola de Enfermagem, desde de 1989. Especialista em Saúde Pública para o Sistema Único de Saúde – pela USP – Faculdade de Saúde Pública, desde 1992. Especialista em Docência pela EAD/ENSP/FIOCRUZ – NIAD de Marília, desde 2010. Docente e Enfermeira do Departamento de Enfermagem do Hospital Estadual de Presidente Prudente.Residente à Rua Renê Guimarães Ney, 125. Presidente Prudente – São Paulo.Email: [email protected]   Fone: (18) 8122-6689

 

PROPOSTA DE UMA AVALIAÇÃO PEDAGÓGICAPROPUESTA DE UNA EVALUACIÓN DE LA EDUCACIÓNPROPOSAL OF AN EDUCATIONAL ASSESSMENT

 

RESUMO

Este trabalho trás uma proposta de avaliação pedagógica, que busca dentro de um processo formativo, a qualidade da aprendizagem para uma escola onde a metodologia é a crítica, baseada em uma sistematização do aprendizado. Essa escola segue as Leis de Diretrizes e Bases, que privilegia o ensino com bases em competências e apresenta suas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico, regulamentadas pelo Parecer CNE/CEB n. 16/99 e pela Resolução CNE/CEB n.04/99. O objetivo vem de encontro com o método utilizado neste projeto, que é a construção de instrumentos avaliativos, através dos critérios, procedimentos estabelecidos, e por fim o registro dos resultados obtidos pelo aluno. Dentro do ato de avaliar, nesta questão formativa, a característica predominante é a necessidade de uma possível intervenção na avaliação, pois a qualidade na aprendizagem significativa depende do desempenho do aluno.

 

Palavras-chave: Proposta de avaliação. Qualidade da aprendizagem. Intervenção da ação avaliativa. Construção de instrumentos avaliativos.

 

 

RESUMEN

Este documento recoge una propuesta de evaluación pedagógica , que busca en un proceso formativo , la calidad del aprendizaje para una escuela donde la metodología es crítica, sobre la base de una sistematización del aprendizaje. Esta escuela sigue la Ley de Directrices y Bases, que se centra en la educación con base en las calificaciones y presentar sus Directrices del currículo nacional para la Educación Técnico Profesional de la regulada por el CNE n / CEB 16/99 y la Resolución CNE / CEB n.04/99 . El objetivo es reunirse con el método utilizado en este proyecto, que es la construcción de las tareas de evaluación a través de los criterios, procedimientos establecidos, y finalmente registrar los resultados del estudiante. En el acto de evaluación , la formación sobre esta cuestión, el síntoma predominante es la necesidad de una posible intervención en la evaluación porque la calidad en el aprendizaje significativo depende de los resultados de los estudiantes.

Palabras clave: Evaluación de la propuesta. Calidad de la educación . medidas de intervención evaluativa . Construcción de instrumentos de evaluación .

 ABSTRACT

This paper brings a proposal for a pedagogical evaluation, which seeks in a formative process, the quality of learning for a school where the methodology iscritical, based on a systematization of learning. This school follows the Law of Directives and Bases, which focuses on education with a foundation in skills and present their National Curriculum Guidelines for the Professional Education of Technical regulated by the CNE / CEB No 16/99 and the Resolution CNE / CEB n.04/99. The goal is to meet with the method used in this project, which is the construction of evaluative tools through the criterion, established procedures, and finally record the results of the student. Within the act of evaluating, training on this issue, the predominant feature is the need for possible intervention in the evaluation because the quality in meaningful learning depends on student performance.

Keywords: Proposal evaluation. Quality of learning. Evaluative intervention action. Construction of evaluative tools.

 1 INTRODUÇÃO

Dentro do significado da avaliação pedagógica nos processos formativos, faz-se necessário atribuir qualidade a alguma coisa, que no caso é a aprendizagem. Se o interesse é melhorar o desempenho do aluno no tocante ao aprendizado dos conteúdos, então o ato de avaliar se contextualiza em um processo que seja formativo porque tem um objetivo, que é a qualidade, e “Qualidade em educação significa valores técnico-científicos, culturais e ético-políticos, ou seja, valores que constituem a complexidade da existência humana”. (UNIVERSIDADE... 2005, p.1)

Dentro de uma concepção de avaliação entendemos e conhecemos inúmeras formas de avaliação que estruturam uma metodologia avaliativa.Todo esse processo de avaliação leva a um estabelecimento prévio de algumas questões, como por exemplo, os critérios da prática da avaliação.

O objetivo deste trabalho é apresentar além dos critérios de ensino e avaliação, também ter definido dentro desse processo, os instrumentos de avaliação, os procedimentos que serão utilizados e os meios para registrar os resultados esperados e alcançados pelos alunos. Além de estimular os alunos a julgar seu próprio progresso e a sentir-se recompensados com ele.

O aluno deverá ter todo esse conhecimento antes do inicio do curso ou ano letivo, onde ele poderá tomar consciência da importância da sua participação dentro desse processo de aprendizagem e avaliação.  Isso poderá ser realizado através da primeira aula, ou aula inaugural, que também podemos definir como uma avaliação diagnóstica, dentro desse processo de avaliação formativa.

2 DESENVOLVIMENTO

 Todo esse processo avaliativo, segue a teoria pedagógica de uma escola, que através do Projeto político pedagógico, do Plano curricular, Plano de curso e Regimento escolar, direcionará o modo de ensinar dos professores.

 2.1 Critérios

Seguindo uma definição do educador Luckesi (2005-2006, questão n. 6) temos:

[...] critério é o foco teórico que organiza o ensino e direciona a avaliação da aprendizagem, ou seja, aquilo que consideramos como importante no ensino e na aprendizagem. A definição desses critérios tem a ver com a teoria pedagógica que seguimos, com o projeto pedagógico que temos, com o currículo escolar que seguimos, assim como com o nosso planejamento pessoal de ensino. Em última instância com o entendimento que temos sobre o que é importante ensinar e aprender em relação ao estudante com o qual trabalhamos.Portanto as questões e conteúdos serão baseados em critérios que deverão seguir a proposta pedagógica de uma escola, ou seja, o de competências e habilidades.

Além do que, essa proposta é:

 [...] fundamentada na Lei de Diretrizes e Bases, a documentação oficial privilegia o ensino com base em competências, modelo apresentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico, regulamentadas pelo Parecer CNE/CEB n. 16/99 e pela Resolução CNE/CEB n.04/99. (BONFIM, M.(coord.)... et al, p.84).

 Todo conteúdo em que o professor for trabalhar com o aluno, terá um objetivo baseado nas competências que o aluno deverá atingir. E assim, seguirá com a avaliação formativa, que nada mais é a validação ou não do aprendizado, e conseqüentemente o retorno a questão, que não foi assimilado pelo aluno ou pelo grupo.

 2.2 Instrumento de coleta de dados

Os instrumentos são considerados ferramentas para uma avaliação e/ou análise da aprendizagem do conteúdo dado ao aluno.Esses instrumentos podem ser desde questões avaliativas parciais e/ou diárias, exercícios semanais, atividades de resumo de textos, trabalhos em classe, uma pré-prova, até uma prova avaliativa no final de cada modulo/área. Totalizando uma nota somática para o aluno.

 Ainda com relação a uma avaliação educacional com vistas à autonomia do educando, contempla-se aqui a necessidade de um instrumento onde o educando possa se manifestar com relação ao processo educativo oferecido, quanto à metodologia apresentada, e quanto ao modo estabelecido na relação educador e educando, nesse processo pedagógico.Podemos clarear e observar como importante a colocação desse último parágrafo, através da citação feita por Bonfim (coord.) 2009, p.93:

 É impossível, portanto, conceber o papel do professor na avaliação como externo, ou considerar o estudante como “objeto” a ser avaliado. Sobretudo porque, nela, educador e educando são sujeitos que se voltam para suas ações e resultados – estas e estes, sim – como objetos de sua atenção. Ambos exercem a avaliação do outro e sua própria avaliação, no contexto amplo de participativa avaliação de todo o processo pedagógico.

 Mas, acima de tudo, esses instrumentos através dessas questões devem representar se houve uma qualidade da aprendizagem para o mínimo ou ‘domínio’, e se conseguiu atingir o ‘desenvolvimento’, que conforme Normam E. Gronlund (apud LUCKESI, 2006, p.1) apresenta como definições no seu artigo, as aprendizagens de ‘domínio’ e as de ‘desenvolvimento’ “[...] as aprendizagens chamadas de ‘domínio’, que significam as que devem ser ensinadas e aprendidas como as mínimas necessárias de um determinado conteúdo [...]”. Quanto à denominação dada à aprendizagem do ‘desenvolvimento’, Luckesi ainda cita Normam E. Grounlund: ”[...] tem a ver com o que nossos estudantes podem fazer com os conhecimentos já adquiridos e assentados”.  

Podemos unir essa observação de Luckesi com a utilização do currículo integrado dentro da escola do SUS, onde as aulas são participativas e utilizam a vivência de cada aluno para a criação do seu saber e autonomia, ou seja, o que ele aluno adquiriu dentro de seu ‘domínio’ agora poderá levar à construção de novos conhecimentos através desse exercício da sua própria vivência, e/ou a vivência dos colegas de classe, com o auxílio do professor.

Portanto dentre os diferentes instrumentos que temos para utilização para a verificação da aprendizagem, as questões poderão ser formuladas para verificação da aprendizagem do ‘domínio’, ou serem formuladas para detectar o ‘desenvolvimento’, que pertence a cada um.Como a escola trabalha com critérios de competências e habilidades, dentro de um conteúdo apresentado; na avaliação formativa, as questões necessariamente precisam cobrir os objetivos estabelecidos e/ou planejados.

 Podendo ser caracterizadas em ‘domínios’ nas avaliações Conceituais (saber), que podem, por exemplo, utilizar questões objetivas, que permitem um julgamento rápido e objetivo. E para a avaliação de ‘desenvolvimento’ contidas nas avaliações de Procedimentos (saber fazer), pode se utilizar questões de cunho descritivas ou discursivas que permitem um julgamento quanto à reflexão do aluno, para uma avaliação de forma qualitativa. (PELISSONI, 2009, p.10)

Independentemente do local onde elas serão contextualizadas, ”as questões necessitam de ser vazadas em linguagem clara, precisa, direta. Nada de subterfúgios. O que desejamos constatar é se o estudante aprendeu o que ensinamos e não se ele é capaz de compreender enigmas”. (LUCKESI, 2006, p.6).

 2.3 Procedimentos

No ensino da aprendizagem significativa, tomando como base os planos curriculares nacionais, e a experiência de Muniz e Santinho (s.d.), e tendo como a base de formação da escola, que é o currículo integrado, definem a aprendizagem e classificam os conteúdos em conceituais, que abrangem o “saber”, os procedimentais que abrangem o “saber fazer” e os atitudinais, que possibilitam o “ser”, promovendo o desenvolvimento do equilíbrio, da motricidade, de relacionamentos e da inserção social.

Dentro das competências e habilidades, estabelecidas no início do curso, o aluno deverá ter claro para si, o desempenho que deverá desenvolver, e as atitudes esperadas, no decorrer do curso.

 2.4 Registros dos resultados

Luckesi (2005-2006, questão n.1) esclarece que os resultados esperados e alcançados pelo aluno serão registrados, e será um testemunho da presença, participação e aprendizagem do referido aluno dentro da referida escola. Os registros não são a qualidade da aprendizagem, mas tão somente um modo de manter a memória a respeito da qualidade da aprendizagem.

A escola atribuirá conceitos, de acordo com o Regimento escolar, registrando adequadamente os resultados em documentos próprios.Os resultados das avaliações serão expressos em conceitos registrados em menções, ou seja, “O” de ótimo, “B” de bom, “S” de suficiente, e “I de insuficiente”.

Será considerado aprovado em cada módulo aquele que obtiver conceito Ótimo, Bom ou Suficiente e tiver, no mínimo, a freqüência de 75% do total de horas de aulas e atividades consideradas estas como de efetivo trabalho escolar.A escola proporcionará aos alunos de aproveitamento insuficiente, a possibilidade de participar do processo de recuperação.

 3 CONCLUSÃO

Dentro de uma proposta para obtermos uma avaliação que seja pedagógica, ou educacional, precisamos voltar nosso olhar para as questões de interação intencional entre educador e educando, que através de uma avaliação formativa, moldará essa prática.

Portanto, a questão do planejamento pessoal de ensino de cada professor, é considerável, este deverá ter consciência de que o programa existe para melhorar a qualidade do ensino aprendizado do aluno. Utilizando sempre os pares dialéticos como organização do processo de trabalho pedagógico, privilegiando a apreensão valorativa das práticas educativas de avaliação no ensino.

Consideramos de grande relevância o ato de avaliar dentro do processo de ensino aprendizagem, como algo dependente dos outros dois passos: o ato de planejar e executar. Ou seja, a avaliação atravessa ao ato de planejar e o ato de avaliar, tem o professor como mediador entre as práticas conhecidas e refletidas - através da avaliação formativa - e o educando, na busca do conhecimento.

Podemos ainda, caracterizar a avaliação somativa em formativa, quando damos retorno ao educando da nota inserida na sua avaliação. Assim essa nota deixa de ser somente uma medição do conhecimento.

A verificação durante o percurso, ou seja, a avaliação formativa é essencial, porque define a necessidade ou não de intervir. A proposta avaliativa contempla a criação de critérios, instrumentos de coletas de dados, procedimentos e por fim os registros dos resultados alcançados.

 REFERÊNCIAS

BONFIM, M. I. R. M.(Coord.)... [et al]. Formação docente em educação profissional técnica na área da saúde: a organização pedagógica do trabalho docente em saúde. Rio de Janeiro, RJ: Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; Educação a Distância, 2009.

 LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem: domínio e/ou desenvolvimento? Revista ABC EDUCATIO/n.54/março/2006. Disponível em:<http://www.luckesi.com.br/artigos_abc_educatio.htm>. Acesso em 07/07/2010.

 LUCKESI, C. Perguntas e respostas. Questões, 01, 02, 06 e 08. 2005-2006. Disponível em:<http://www.luckesi.com.br/pergunda_e_respostas.htm>. Acesso em 30/06/2010.

 MUNIZ, M. I. S.; SANTINHO, M. S. Uma avaliação formativa na sala de aula. Disponível em:<http://www.alb.com.br/anais16/sem15dpf/sm15ss13_05.pdf>. Acesso em 08/07/2010.

 PELISSONE, A. M. S. Objetivos Educacionais e Avaliação da Aprendizagem. Vol. III n.5, Ano 2009 – Anuário da Produção Acadêmica Docente. Disponível em:<http:/sare. unianhanguera.edu.br/índex.php/anudo/article/viewFile/1585/745>. Acesso em 13/06/2010.

 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA. Metodologia de Avaliação da Aprendizagem. 2005. Disponível em:<http://www.ccs.uel.br/medicina/curso/metodologia.php >. Acesso em 30/06/2010.