1 - INTRODUÇÃO

A escola é o local de grande diversidade do saber onde especialistas, os professores, colocam toda a sua atenção em pessoas que tem o direito de possui conhecimento do mundo e do local onde vivem para a formação do seu caráter e da sua cidadania perante a sua sociedade. A educação é algo que é construído lentamente sendo colocado tijolo por tijolo na construção do conhecimento útil na vida social daquele aluno ou aluna que será um componente importante na edificação da sua cidade conseqüentemente do seu país. A partir da famosa frase que "a educação é a base para a vida" compreende-se que ela deve ser colocada como prática importante para aqueles que querem melhorar a sua vida como a de sua família também. A exigência de especializações no mercado de trabalho amedronta principalmente os jovens, pois estes estão dispostos a iniciar uma carreira profissional, no entanto os empregadores requerem um conhecimento básico sobre o que eles irão atuar em sua empresa. Os jovens ficam em uma situação extremamente difícil, pois muito deles, principalmente o homem, precisam trabalhar para completar a renda de sua família e dessa forma é submetido a empregos de grande rigorosidade por parte do empregador, com carga horária elevada e com baixa remuneração. Ele não tem outra saída a não ser submetido esse tipo de trabalho e fica ainda mais distante da escola, lugar que poderá dar mais oportunidade de melhorar a sua vida. Mesmo assim o tempo é escasso e difícil de se comprometer com os estudos e com o seu emprego. Enquanto a mulher, ela fica distante da escola por motivos que, por exemplo, levam aos descuidos da vida ou mesmo de oferecer a atenção particular a algum familiar, ou seja, o descuido de ter engravidado muito jovem e de forma não planejada seja por falta de conhecimento ou mesmo por impulso sexual sem ter tomado os devidos cuidados ou mesmo ainda, quando ela é solicitada a ajudar algum familiar que se encontrar em estado de saúde debilitada e por isso requer a maior parte do seu tempo e da sua atenção. O que se observa é a difícil conciliação dos estudos com a necessidade de manter o seu emprego.

Segundo a pesquisa "Juventude e Integração Sul-Americana", coordenada pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e pelo Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais (Pólis) revela que a educação é a principal preocupação dos jovens sul-americanos. Os seis temas que mais interessam aos jovens são: educação, trabalho, ecologia, cultura, segurança e transporte. Uma educação pública, gratuita e de qualidade, que dê ênfase à formação profissional é o desejo primeiro dos jovens da região.

Não há dúvidas que a educação básica é importante para todos, no entanto ela não chega para todos da mesma maneira. O nosso país ainda precisa percorrer um longo caminho para diminuir as diferenças entre aqueles que têm acesso a educação e para aqueles que não conseguiram ter o mínimo dessa educação a ser oferecidas em nossas escolas. Quem deve oferecer a educação são os Municípios, o Estado e o Governo Federal através de programas que dêem oportunidades de concluir os estudos principalmente para aqueles jovens que por algum motivo não conseguiram nem terminar o ensino fundamental.

Com isso o presente trabalho vem motivar a discussão de como o Projovem Urbano pode oferecer a inclusão do jovem no seu direito de concluir seus estudos no ensino fundamental e oferecer melhores condições de vida. A área de trabalho de campo do presente trabalho foi na escola municipal Hozana Azevedo situada no município de Nossa Senhora das Dores, denominado de núcleo Prosperidade (núcleo 2).

O objetivo geral do presente trabalho é compreender a importância do Projovem Urbano na vida dos jovens como uma estratégia para o desenvolvimento social e político como cidadãos.

E os objetivos específicos são de analisar o funcionamento do programa do Projovem Urbano em Sergipe e no Brasil; verificar possíveis resultados que o Projovem Urbano oferece e; compreender a sua contribuição social para os jovens que fazem parte desse programa.

Para o desenvolvimento do artigo compreendeu-se a metodologia baseada nas discussões sobre o funcionamento do Projovem e o envolvimento com a educação. Além de consultar sites, revistas e vídeos relacionados a temática do Projovem com a possibilidade de ampliar as discussões.

2 ? O ACESSO A EDUCAÇÃO BÁSICA PARA OS JOVENS BRASILEIROS

Nos últimos anos podemos observar uma melhora no acesso à educação principalmente no ensino básico com o objetivo de diminuir o índice de analfabetismo. Recente pesquisa do PNAD - IBGE mostra uma queda no índice de analfabetismo em nosso país nos últimos dez anos (1992 a 2002). Em 1992, o número de analfabetos correspondia a 16,4% da população. Esse índice caiu para 10,9% em 2002. Ou seja, um grande avanço, embora ainda haja muito a ser feito para a erradicação do analfabetismo no Brasil. Outro dado importante mostra que, em 2006, 97% das crianças de sete a quatorze anos freqüentavam a escola.

Esta queda no índice de analfabetismo deve-se, principalmente, aos maiores investimentos feitos em educação no Brasil nos últimos anos. Governos municipais, estaduais e federais tem dedicado uma atenção especial a esta área. Programas de bolsa educação têm tirado milhares de crianças do trabalho infantil para ingressarem nos bancos escolares. Programas de Educação de Jovens e Adultos (EJAs) também tem favorecido este avanço educacional. Tudo isto, aliado a políticas de valorização dos professores, principalmente em regiões carentes, tem resultado nos dados positivos.

Para que existam planejamentos em favor da educação deve-se ter instrumentos que possibilitem essa visualização. Perante a isso o governo cria o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) que é a "nota" do ensino básico no país. Numa escala que vai de 0 a 10, o MEC (Ministério da Educação) fixou a média 6, como objetivo para o país a ser alcançado até 2021. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar (ou seja, com informações enviadas pelas escolas e redes), e médias de desempenho nas avaliações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Saeb ? para os Estados e o Distrito Federal, e a Prova Brasil ? para os municípios (MEC).


Segundo dados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) mostrado na tabela acima os anos iniciais e finais do ensino fundamental melhorou entre os anos de 2005 e 2007 nas redes estaduais e municipais do Brasil. Os dados revelam o IDEB, que nos anos iniciais do ensino fundamental, na rede municipal pulou de 3,4 para 4,0 enquanto na rede estadual de 3,9 para 4,3 demonstrando uma ótima perspectiva de acesso a crianças e adolescentes à escola. Nos anos finais do ensino fundamental o IDEB observado compreende um índice de 3,1 para 3,4 para a rede municipal e de 3,3 para 3,6 para a rede estadual. O ensino médio envolve também uma boa perspectiva ao observar os dados do IDEB: 2,9 em 2005 para 3,2 em 2007.

No estado de Sergipe houve também uma melhor como é observado na última linha da tabela: nos anos iniciais do ensino fundamental o IDEB era 3,0 em 2005 passou 3,4 em 2007 e nos anos finais se manteve estável nos dois anos abarcando o índice de 2,9 e no ensino médio houve uma piora passando de 2,8 para 2,6. E em 2009 foi realizado o último IDEB e Sergipe houve uma melhora nos anos iniciais do ensino fundamental passando para 3,7 e uma piora nos anos finais chegando drasticamente para 2,7 e no ensino médio houve uma melhora passando para 2,9 em comparação ao ano de 2007 (INEP).

Frente as dificuldade do jovem em permanecer na escola e concluir os seus estudos no ensino fundamental foi criado o Projovem como ação integrante da Política Nacional de Juventude lançada pelo governo federal em 2005. O desenvolvimento do Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e Ação Comunitária foi voltado especificamente para o segmento juvenil mais vulnerável e menos contemplado por políticas públicas então vigentes: jovens de 18 a 24 anos, que haviam terminado a quarta série, mas não concluído a oitava série do ensino fundamental e não tinham vínculos formais de trabalho.

O Programa Projovem caracterizou-se como emergencial, atendendo um segmento que tem necessidade de chegar ainda jovem ao ensino médio, e experimental, baseando sua proposta curricular em novos paradigmas de ensino e aprendizagem que permitem articular o ensino fundamental, a qualificação profissional e a ação comunitária.(Governo Federal).


2.1 ? A EDUCAÇÃO PARA OS JOVENS NO BRASIL

A situação da educação no Brasil apresentou melhorias significativas na última década do século XX: houve queda substancial da taxa de analfabetismo e, ao mesmo tempo, aumento regular da escolaridade média e da freqüência escolar (taxa de escolarização). No entanto, a situação da educação no Brasil ainda não é satisfatória, principalmente em algumas das cinco grandes regiões do país.
Segundo o IBGE na última década do século XX - 1991/2000, a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade caiu de 20,1% para 13,6 %. Essa queda continua sendo percebida ao longo dos primeiros anos do século XXI, chegando a 11,8% em 2002. No entanto, apesar dessa redução, o país ainda tem um total de 14,6 milhões de pessoas analfabetas.
Analfabeto funcional é a pessoa que possui menos de quatro anos de estudos completos. Na América Latina, a UNESCO ressalta que o processo de alfabetização só se consolida de fato para as pessoas que completaram a 4ª série. Entre aquelas que não concluíram esse ciclo de ensino, se tem verificado elevadas taxas de volta ao analfabetismo. De acordo com essa definição, em 2002 o Brasil apresentava um total de 32,1 milhões de analfabetos funcionais, o que representava 26% da população de 15 anos ou mais de idade.

Mas como anda a relação educação para jovens com o governo federal? Há diversos projetos sendo colocados em prática e tendo vários resultados, mesmo que existam opiniões adversas de que muitos deles possam ser assistencialistas e não promovam os seus objetivos, em prática, em muitos casos não é verdade. Precisamos compreender que todas as pessoas podem adquirir o conhecimento, é um direito dele (do jovem) e de todos nós, no entanto o conhecimento pode chegar de várias formas para aquela pessoa. Todos nós possuímos ritmos de aprendizagem que variam de pessoa para pessoa e isso pode trazer resultados diversificados. Mas o mais importante é entender que o conhecimento é oferecido e dada a oportunidade das pessoas discutirem sobre algo que possa se interessar em um meio adequado e que se sinta confortável onde esse lugar seja a sala de aula e levando conseqüentemente para dentro de suas casas os debates com os seus familiares e conhecidos antes discutidos na escola. Muito jovens não tiveram oportunidade de concluir os seus estudos no tempo correto e por isso perdem muitas chances de melhorar a sua vida conseguindo empregos melhores e salários com valores maiores. O jovem com esse perfil possue uma renda baixa quando este está trabalhando o que não cria condições de estudo e nem estimulo para dar continuidade. É favorável que deva existir uma melhor distribuição de renda para a população e por isso o governo federal criou vários projetos que beneficie esses jovens junto a sua família. Podemos observar que os jovens necessitam de serem olhados com mais atenção e são eles que mais precisam de cuidados e de serem mais beneficiados. No entanto, os diversos projetos do Governo Federal beneficiam mais as crianças e os adolescentes do que os jovens. Entre alguns programas estão:

O bolsa-família que é o carro-chefe dos programas foi criado em 2004, a partir da reforma e fusão de programas de transferência de renda já existentes, beneficia famílias em situação de pobreza - com renda mensal por pessoa de R$ 60 a R$ 120 - e extrema pobreza - com renda mensal por pessoa de até R$ 60. Para permanecerem no programa, as famílias precisam cumprir determinadas condições, como a permanência das crianças de até 15 anos na escola, com freqüência mínima de 85%; e a atualização das carteiras de vacinação. Esse programa compreende benefícios para 11 milhões de famílias.

O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) que foi criado em 1996 é um programa que tem por objetivo retirar crianças e adolescentes entre 7 e 15 anos de idade do trabalho infantil considerado perigoso - aquele que coloca em risco sua saúde e segurança. O Peti concede bolsas mensais - que chegam a R$ 40 - para que a criança ou adolescente freqüente a escola. E promove atividades culturais e esportivas, artísticas e de lazer em período complementar. Beneficia 875 mil crianças e adolescentes. (Jornal O Estado de São Paulo, Fev. de 2009)

Além de criar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a partir de uma Lei de 1990, que normatiza o artigo 227 da Constituição Federal de 1988, que surge a partir da mobilização social que deu origem ao Fórum Nacional de Entidades Não-Governamentais de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. (ANDI)

E os jovens onde ficam? Qual o grau de importância deles para a sociedade? Qual a relação dos jovens em beneficio da economia do nosso país? Para as famílias, eles são importantes? A educação é a chave para as novas portas que poderão ser abertas e pensando nisso foi criado o Projovem em 2005 para beneficiar jovens que estavam afastados da escola e que não conseguiram concluir o ensino fundamental.

3 ? A PEDAGOGIA DO PROJOVEM

O Projovem Urbano destina-se a promover a inclusão social dos jovens brasileiros de 18 a 29 anos que, apesar de alfabetizados, não concluíram o ensino fundamental, buscando sua re-inserção na escola e no mundo do trabalho, de modo a propiciar-lhes oportunidades de desenvolvimento humano e exercício efetivo da cidadania (BRASIL, 2008, p.13).


O Projovem Urbano tem como finalidade proporcionar formação integral aos jovens, por meio de uma efetiva associação entre: Formação Básica, para elevação da escolaridade, tendo em vista a conclusão do ensino fundamental, a qualificação profissional, com certificação de formação inicial e a Participação Cidadã, com a promoção de experiência de atuação social na comunidade.

Nessa perspectiva, o Programa tem como finalidades específicas:

a re-inserção dos jovens no processo de escolarização, a identificação de oportunidades potenciais de trabalho e a capacitação dos jovens para o mundo do trabalho, a participação dos jovens em ações coletivas de interesse público, a inclusão digital como instrumento de inserção produtiva e de comunicação e, a ampliação do acesso dos jovens à cultura (Portal Governo Federal ? Projovem Urbano).

O Projovem é um projeto educacional e ao mesmo tempo social, pois associa a oportunidade de concluir os estudos do ensino fundamental e também tem a pretensão de interagir o jovem com a sua comunidade através de praticas sociais, ou seja, que haja uma participação cidadã vindo acompanhada da orientação de uma assistente social. E esse é o maior diferencial do que é vista no ensino regular. A intenção do projeto é fazer o aluno ser o "ator" principal da sua sociedade e ser capaz de mudar a sua realidade e capaz de apontar os problemas e saber encaminhar-los a instituições públicas ou particulares de maneira autônoma. Sempre pensar de maneira coletiva e ver que as dificuldades aparentemente grandes podem ser resolvidas em conjunto com outras pessoas e que não adianta reclamar e esperar por políticos ou empresários em realizar melhoras em seu local de vivência. Segundo o presidente Lula:
O Projovem vem se somar aos diversos programas e ações do governo, como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Escola de Fábrica, do Ministério da Educação; o Segundo Tempo, do Ministério dos Esportes; e o Primeiro Emprego, do Ministério do Trabalho (PORTAL MEC).

No inicio o Projovem foi executado, além do MEC, pela Secretaria-Geral da Presidência da República e pelos ministérios do Trabalho e Emprego e do Desenvolvimento Social. Destinava-se aos jovens de 18 a 24 anos, que moram em capitais, estejam fora do mercado formal de trabalho e que não concluíram a 8ª série do ensino fundamental. O programa contava com R$ 300 milhões garantidos no Orçamento Geral da União de 2005. Segundo o Ministro da Educação Fernando Haddad:

O Projovem é um programa também de educação que inova do ponto de vista de pedagogia, tem um novo formato e ao MEC caberá a parte educacional, conveniar com estados e entidades sem fins lucrativos, para atrair os jovens com um estímulo pecuniário para que voltem aos estudos.

O Projovem tem um novo formato do ponto de vista pedagógico. O projeto cresceu e trouxe bons resultados nos últimos anos que em 2009 ele foi implantado em algumas cidades do interior do estado. O tempo máximo que o aluno permanece estudando é de dezoito meses e nesse período a grade curricular é divida em seis Unidades Formativas que incluem as disciplinas de Português, Matemática, Inglês, Ciências Humanas (que engloba assuntos de História e Geografia) e da Ciência da Natureza (que engloba assuntos de Química, Física e Biologia). Os alunos e as alunas recebem todos os materiais didáticos para que possam acompanhar as explicações dos seus Professores Orientadores (P.O.). A cada Unidade Formativa dura em média três meses e os alunos recebem todos os livros didáticos (os Guia de Estudo) que inclui todas as disciplinas. Terminando uma unidade formativa são feitas provas regionais, no total de seis, que são elaboradas pela Coordenação Geral do respectivo estado em que atua o Projovem. São realizadas também provas externas, ou seja, provas elaboradas pelo Governo Federal a cada fim de duas unidades formativas totalizando três provas. Além dessas provas que contam pontos para os alunos, os P.O. devem pontuar o desempenho dos seus alunos nas unidades formativas que são encaminhadas. Existem três Cadernos de Registro de Avaliação (CRA) cada um contendo espaços para o registro de duas Unidades Formativas. Nele cada P.O. de sua área especializada irá fazer o acompanhamento de desempenho de seus alunos. O discente irá desenvolver as Sínteses Temáticas Integradoras a cada quinze dias com base em um tema integrador proposto pelo Guia de Estudo. A importância da síntese, ou seja, de resumos dos assuntos debatidos pelo P.O. tem uma importante finalidade. Como afirma Santos (2009, p.4):

Não significa dizer que o professor é o único responsável, pois o aluno tem papel importante, pois deste não se espera apenas que assimile o saber como fora apresentado, espera-se que o aluno, dele se aproprie e dê sua própria característica, imprima nele sua personalidade.

Há outro campo que o professor deverá avaliar os seus alunos que são as Habilidades Básicas que compreendem as seguintes dimensões: envolvimento com o estudo e a aprendizagem, trabalho em equipe, expressão oral, leitura e escrita. Além dos P.O.s existem os Educadores de Qualificação Profissional (EQP?s) que irão proporcionar conhecimentos básicos em Telemática (informática), Serviços Pessoais, Agroextrativismo, Construção e Reparo, Turismo e Hospitalidade.

Os alunos do Projovem recebem todo o apoio material como os livros (o Guia de Estudo) que serão trabalhados com os P.O.s, os livros de Qualificação Profissional e os materiais específicos que proporcionam a sua qualificação, além de lápis, borracha, caderno e também lanche no intervalo da aula.

A questão polêmica do Projovem é o beneficio de cem que o jovem recebe todo mês por freqüentar as aulas, fazer as atividades e ser avaliado pelo seu professor orientador. Ele pode deixar de receber o beneficio se ele não realizar as atividades e não freqüentar no mínimo setenta e cinco por centos das aulas. No inicio esse aluno vai em busca desse beneficio e acha que é algo fácil de se conseguir sem muito esforço, mas quando ele começa assistir as aulas ele percebe que o Projovem tem uma maneira diferente de ensinar e que o envolve com questões que ele tem conhecimento vivido no seu dia-a-dia. Passando de um a dois meses ele se sentirá mais confortável e perceberá que o beneficio é algo a mais, mas não é tudo e que tudo é recomeçar a aprender e tornar o conhecimento como algo importante para a sua vida. O aluno é bastante participativo, mesmo ficando longe da escola por um bom tempo, a própria vida do aluno oferece experiências que podem ser trocadas com os demais colegas durante as aulas. O professor é o estimulador, facilitador e orientador das discussões, ele não é o único a trazer novos conhecimentos e os alunos estão a disposição de colocá-los em sala de aula compartilhando com os seus colegas. Como aponta Brousseau:

A idéia é garantir que todos possam aprender a disciplina, apropriando-se de seus principais saberes e, sobretudo, da construção do raciocínio. BROUSSEAU (2009, p. 30).

Importante observar também que o Projovem tem um sistema de ensino especial. Esse projeto envolve os mesmo assuntos orientados nas escolas de ensino regular, no entanto ele se utilizar da interdisciplinaridade de forma clara, simples e perfeita. O P.O. de Ciências Humanas, por exemplo, que ensina sobre a importância da cidadania, a Assistente Social também leciona com esse mesmo tema, mas a partir da sua visão. Isso com certeza facilita as discussões entre o aluno e o seu professor, pois o jovem já adquiriu o conhecimento proporcionado entre essas duas disciplinas. Esse sistema de ensino percorre do inicio ao fim entre todas as disciplinas o que proporciona a fixação dos assuntos por parte dos alunos.

4 ? O PROJOVEM URBANO EM NOSSA SENHORA DAS DORES (SERGIPE)

A cidade de Nossa Senhora das Dores fica a 72 km da capital Aracaju e em 2009 foi instalado o Projovem Urbano. Depois de passar pelas principais capitais do Brasil, o Projovem foi alocado pela primeira vez em cidades interioranas. Havia uma necessidade do Projovem ir mais longe e atingir jovens que queriam concluir os seus estudos de forma eficiente e com qualidade. O Projovem veio como uma segunda oportunidade de conclusão dos estudos a nível de ensino fundamental. Com o intuito de oferecer a conclusão dos estudos para os jovens entre 18 e 29 anos a parceria do Governo do Estado e a prefeitura municipal de Nossa Senhora das Dores foi feita. Na cidade foram implantados dois núcleos: o primeiro foi na Escola Municipal Arnaldo Garcez e o segundo na Escola Municipal Hozana Azevedo. A pesquisa foi desenvolvida no segundo núcleo e onde foi observado todo o processo educacional analisado a partir dos manuais do próprio projeto durante os dezoitos meses de realização.
A chegada do Projovem em Nossa Senhora das Dores a partir do dia seis de abril de dois mil e nove não foi tranquila, pois foram enfrentados alguns problemas desde da matricula dos alunos quanto na organização das salas passando por outros problemas que deixavam alguns alunos irritados e professores insatisfeitos. O bairro onde se encontra o núcleo dois sofre o preconceito de ser um lugar violento e por isso muitos dos alunos que deveriam estudar nesse núcleo foram para o outro núcleo o que gerou uma desproporcionalidade na quantidade de alunos entre os dois núcleos.
Todos os alunos que seriam escritos no Projovem deveriam ter no mínimo a capacidade de ler escrever, no entanto muitos deles não tinham essa capacidade e alguns deles abandonaram o programa aos poucos. Realmente o Projovem não tem a intenção de alfabetizar, mas de oferecer o conhecimento baseado nas séries do ensino fundamental. O correto era ter completado quarenta alunos por turma divididas entre cinco salas. Perante as dificuldades que alguns desses alunos encontravam, o resultado foi a evasão por parte deles, proporcionando salas que variavam de quinze a vinte e cinco alunos.
Outro problema encontrado foi a falta de professores para oferecerem a Qualificação Profissional. No inicio do projeto foram apenas três professores com as referidas qualificações: Serviços Pessoais, Telemática (informática) e Agroextrativismo o que gerou certa apreensão entre os alunos, pois no ato da sua matricula tinham escolhido outro curso.
Com o passar do tempo, em média de seis meses, a organização administrativa do nosso núcleo e da coordenação estadual foi melhorando o que proporcionava mais segurança e a certeza que os estudos dos alunos estariam concluídos brevemente. Não se pode negar que erros aconteciam, mas estes eram resolvidos por envio de e-mails, por telefone ou mesmo pessoalmente quando alguém da coordenação passava entre os núcleos para entregar ou recolher algum documento.
Passados os dezoito meses os alunos, em média de cento e vinte, concluíram os seus estudos no município de Nossa Senhora das Dores através do Projovem Urbano. Acreditamos que seria impossível alguém com idade próxima dos trinta ou mesmo passando dos vinte e cinco anos teria a possibilidade concluir os seus estudos a nível fundamental numa escola regular de ensino, pois o preconceito e o desconforto seriam imensos entre os seus colegas de classe que teria uma idade bem menor.

5 ? CONCLUSÃO

O Projovem Urbano é um programa do Governo Federal e mesmo tido partido dessa origem, esse projeto proporcionou sem dúvida alguma uma oportunidade única para milhares de jovens que acreditam que podem melhorar a sua vida a partir da conclusão dos seus estudos. A educação é a base para que todos possam subir degrau por degrau os desafios que a própria vida proporciona durante a sua vida. O jovem deste projeto se sente mais seguro para ir a lugares mais distantes e a ocasião de dialogar os seus problemas, as suas dificuldades, as soluções e os desafios proporcionadas nas rotinas das salas de aula possibilita abrir mentes antes nunca observadas a eles, pois o projeto é baseado em assuntos que condizem com o seus dia a dia.

Relacionar o seu cotidiano e com o que é argumentado no mundo todo é de grande valia e é isso que o Projovem Urbano proporcionou a esses jovens. A interdisciplinaridade está presente em todo o curso o que acaba realizando os desejos de qualquer educador frentes aos desafios de moldar pensamentos múltiplos e com respostas rápidas de acordo com as exigências do nosso mundo mundializado.

Com a chance de oferecer a conclusão dos estudos a nível fundamental para os jovens, o Projovem com certeza contribuiu para diminuir o número de jovens de baixa escolaridade onde esse fato é algo muito grave e historicamente relatado no nosso país. Jovens fora da coletiva com outros jovens responsáveis com o seus futuro profissional ou mesmo com a preocupação do seu caráter quando for adulto fazem dele uma importante peça na construção de uma sociedade melhor e democrática e com dignidade e respeito as diferenças.

Portanto o Projovem Urbano no município de Nossa Senhora das Dores proporcionou uma parte importante na história de cada um de seus alunos que participaram desse projeto. Passando por momentos sérios de responsabilidade em cuidar de atividades que adequassem as atividades de integração chegando pelos momentos festivos e temáticos de grande animação e inesquecível nas lembranças que com certeza serão eternas na vida de cada um.






PROJOVEM: AN APPROACH TO SOCIAL AND POLITICAL DEVELOPMENT P / CITIZENS

ABSTRACT

This work deals with the thought about the access needs to the demands in today's world among young people. The difficulties of cultivating a family with a good quality of life becomes a challenge, especially among young people, because it becomes responsible for a series of actions that will have to take account not previously seen by him when he was a child or even adolescence. Split time becomes a huge challenge and so the studies are in the background, because what matters to him is the welfare of his family so he decides to seek jobs with low wages and high load hours. Becoming a citizen is to have a decent job and that he feel respected by their community, however to achieve this you need a basic level of education and regular education often gets away from him on grounds of prejudicial stereotypes that do not match their age with the corresponding series that make him miss. Social programs like the Urban Projovem comes to provide, so that opportunity for those who are eighteen to twenty-nine years of age who wish to complete their studies at a fundamental level and manage to improve his life and his family together a new system of private education that this program provides.

Keywords: design, education, youth







6 ? REFERÊNCIAS

BRASIL, Secretaria Nacional de Juventude. Manual do Educador: Orientações Gerais. Brasília ? DF, 2008.

BROUSSEAU, Guy. Entrevista In: Fala mestre. Nova Escola. São Paulo, n. 228, p 28-32, dezembro/2009.

SANTOS, Jucinete Pereira dos e NETO, Lauro Lopes Pereira. o perfil do aluno projovem urbano núcleo 20 da cidade de palmeira dos índios - al e sua relação com a matemática. UNEAL, 2005.

Sítios:

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MEC (http://ide.mec.gov.br//2008/gerarTabela.php) acesso em 25 de set. de 2010

PROJOVEM URBANO OFICIAL
(http://www.projovemurbano.gov.br/site/interna.php?p=material&tipo=Conteudos&cod=12)
Acesso em 26 de set. de 2010

IBGE TEEN(http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/educacao.html) Acesso em 02 de out. de 2010

FOLHA ESTADO DE SÃO PAULO (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,,130446,0.htm) Acesso em 02 de out. de 2010

PROJOVEM URBANO
(http://www.projovemurbano.gov.br/site/interna.php?p=material&tipo=Conteudos&cod=14" Acesso em 02 de out. de 2010.