Palavras chaves: Pedagogia Social, Responsabilidade Social, Projeto, Projeto Social, Sociedade Civil.


1 - INTRODUÇÃO

Os fios que tecem a atuação da Escola como importante ator social está permeada por alguns embaraços e muitas tensões que buscam algum tipo de afrouxamento e possibilidades de solução. Impregnadas de marcas da sociedade contemporânea, eivadas de ambivalência, a escola, numa constante dialética com a modernidade coloca sempre a prova a sua utilidade bem como sua função mais profunda: educar e formar pessoas aptas para viver em sociedade. Agora, viver na sociedade como está é o suficiente?
O texto aqui apresentado reúne argumentos que sustentam a necessidade da inserção da escola para "além de seus muros" e que este processo seja feito de maneira planejada e responsável. Pois, incessantes discussões acerca dos novos papéis que a escola deve desempenhar em uma sociedade onde que tudo parece desgastado no contexto de Modernidade Líquida não se esgotam neste trabalho. Situar a escola como um ator social que afeta o seu entorno e que reciprocamente é afeta é um dos objetivos deste artigo.
Novas demandas sociais estão exigindo das Instituições de Ensino, de seus professores e pedagogos; o desenvolvimento de novas competências que dêem resposta e apontem mundos possíveis para todos seus envolvidos diretos (alunos, família e professores) mas também para a comunidade e seus sujeitos historicamente excluídos dos olhares e ações governamentais. Ora, a escola ao estabelecer uma multiplicidade de relações com diferentes atores da sociedade civil, da vida privada e particular em âmbito familiar e também vinculada ao Estado e ao Mercado devem munir-se de técnicas e ferramentas adequadas de intervenção do social: os projetos. Sociais. São eles, a melhor solução para organizar ações sociais, uma vez que "capturam" a realidade complexa em pequenas partes, tornando-as compreensíveis, planejáveis e manejáveis.
O artigo está dividido em cinco seções. Após esta introdução, a segunda seção descreve as relações que se estabelecem entre a escola na atualidade e o seu processo de inserção no social. A terceira parte busca apresentar a solidariedade como um elemento de síntese entre a noção de Responsabilidade Social e o seu processo de gestão no âmbito empresarial do tocante de uma escola. A quarta sessão enfatiza a formação do pedagogo na perspectiva da Responsabilidade Social. A quinta sessão desenvolve sobre inserção da escola na Sociedade Civil através da prática de projetos sociais. A sexta seção alia programas e políticas na concepção de projeto social. A necessidade, finalidade e etapas de um projeto social são apresentadas na sétima seção. Finalmente, a última seção destaca algumas considerações sobre o estudo desenvolvido.

2 ? FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 - A ESCOLA NA ATUALIDADE E SUA INSERÇÃO NO SOCIAL

Acalorados são sempre os debates que permeiam a educação e o papel da escola no cenário atual brasileiro. As discussões acerca da escola e seu permanente diálogo com as mudanças do mundo suscitam reflexões e questionamentos sobre o futuro da escola. Frente esta condição quase que ontológica da Escola em estar sempre resignificando o seu ser e existir no mundo, vários autores brasileiros contemporâneos constituíram um livro de entrevistas intitulado por A escola tem futuro?
Para Costa (2007a), organizadora da obra, "tudo o que acontece na escola tem fios e tramas dentro e fora da escola. Esquecer ou negligenciar isso tem conseqüências sérias" (Idem, p.68). Toda escola é uma organização e como tal, um sistema aberto em duplo sentido: primeiro porque processa algo que recebe de seu ambiente e que o devolve transformado a ele, no caso da escola, as pessoas" (ENGUITA, 2004, p.92). A escola, mais que uma instituição social, é um corpo vivo que interage e interfere em seu contexto causando inúmeros impactos resultantes na modificação do seu entorno social. Neste sentido, desenvolver e apoiar ações dentro do contexto escolar que visem reduzir o descompasso entre escola e modernidade, é sempre uma tarefa que deve ser incentivada. Hoje em dia, é impensável que uma escola possa, por si só, manter-se alheia aos reclames e oportunidades necessários ao desenvolvimento econômico, cultural e social. Neste contexto:
Muitos dos recursos que se requer para uma educação apenas correta, à altura das circunstâncias, não estão e nem podem estar na escola ? a não ser que façamos desta uma duplicação da sociedade, uma proposta que encantam alguns, mas que está fora de lugar -, porém estão e podem ser obtidos no entorno das escolas. Aí se encontram os saberes profissionais, os conhecimentos técnicos, as destrezas práticas e as experiências sociais de que as escolas necessitam como apoio a seu trabalho; ou, se preferirmos, os grupos, as organizações e as instituições que os possuem, e com os quais podem entrar em relações cooperativas (Idem, p.103).

As atuais demandas sociais estão exigindo uma nova concepção de educação. Concepção esta que dialogará diretamente com as bases teóricas e práticas que fundamentam a formação do Pedagogo. Pois, dependendo do arcabouço teórico que embase a formação do profissional, este, certamente direcionará sua prática e seu posicionamento a respeito da educação e do seu papel em sociedade (DE PAULA; MACHADO, 2009).
No bojo teórico que fundamenta a formação do pedagogo ou dos profissionais da educação que atuarão no trabalho de estreitamento do hiato entre escola e o mundo da vida, as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2005), colocam-se como um avanço no que se refere às discussões e valorização das minorias excluídas e a defesa dos seus direitos básicos. O próprio documento do Ministério da Educação:

Enfatiza que grande parte dos Cursos de Pedagogia hoje, tem como objetivo central a formação de profissionais capazes de exercer a docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nas disciplinas pedagógicas para a formação de professores, assim como para a participação no planejamento, gestão e avaliação de estabelecimentos de ensino, de sistemas educativos escolares, bem como a organização e desenvolvimento de programas não-escolares. Os movimentos sociais também têm insistido em demonstrar as existência de uma demanda ainda pouco atendida, no sentido que os estudantes de pedagogia sejam também formados para garantir a educação, com vistas a inclusão plena dos segmentos historicamente excluídos dos direitos sociais, culturais, econômicos e políticos (Idem, p.5).

Percebe-se que a inserção da escola em seu entorno social, que consiste em ir além de sua função socialmente instituída que é o ensino; deve buscar articulações em sua macro esfera de atuação. Estas articulações devem envolver desde os professores e pedagogos em época da formação profissional, passando pela escola em si, organização dotada de racionalidade burocrática semelhantes a outras organizações empresariais mercantis; passando pelas exigências normativas e legais que se impõem da partir de uma legislação específica como as Diretrizes Nacionais para a Educação, chegando as micro articulações formadas pelos diferentes grupos sociais, como as famílias e comunidades de entorno.
Novas são as responsabilidades que a educação escolar vem assumindo na contemporaneidade; as quais vão muito além da formação e preparação a qual o pedagogo vem sendo submetido. É urgente a sua atualização para adequar-se às novas vivências e exigências sociais que "batem à porta" da escola. Nesta perspectiva, tratar da Responsabilidade Social e da elaboração e execução de projetos sociais é uma demanda que está invadindo as escolas e colocando à prova sua eficiência em Gestão Escolar e flexibilidade de seus processos. Acima de tudo, esta "onda" de interferência no social, responsabilidade social e elaboração de projetos sociais, vêm mostrar a capacidade das escolas em serem capazes de transcender as suas obrigações legais, tradicionalmente consolidadas; e em via oposta, denunciam o desconhecimento e amadorismo no tratamento dos corretos procedimentos de intervenção no social que deve ser realizado de forma transformadora e não filantrópica ou assistencialista.

2.2 - O VALOR ÉTICO DA SOLIDARIEDADE COMO SÍNTESE ENTRE A RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E ESCOLA

A Responsabilidade Social Empresarial abordada por vários teóricos da Ciência da Administração de Empresas, ora chamada de Responsabilidade Social Corporativa, mas, atualmente intitulada de Responsabilidade Socioambiental; possui uma base teórica comum, mas envolvida em controvertidas aplicações e desdobramentos empíricos. Grosso modo, todas as definições posta na literatura especializada confluem para o comportamento ético que deve ter uma empresa para além de suas obrigações legais. O Instituto ETHOS , criado em 1998 para ajudar as empresas na compreensão e incorporação do conceito de responsabilidade social, esclarece que a RSE "é uma forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais se relaciona e pela definição de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade (SROUR, 2000, p. 271). Além disso, possui uma vertente voltada para a preservação dos recursos ambientais e culturais em vista das gerações futuras, inclusive no respeito da diversidade humana e promoção da redução das desigualdades sociais.
A responsabilidade pelo todo é uma atitude que envolve pessoas e organizações, no exercício de seus mais diferentes papéis, na construção coletiva de uma realidade que interesse a todos e respeite o direito das futuras gerações e uma vida significativa. Na prática, ela envolve a reinvenção permanente do nosso agir no mundo, de modo a privilegiar a inclusão e a eqüidade nas suas mais diferentes possibilidades (MAKRAY, 2000, p.111).

Churchill & Peter (2003) salientam que a RSE é a condição de detalhar as obrigações de uma instituição para com a sociedade, com coerência, pois o interesse com as conseqüências de uma empresa ou pessoa impactam nos interesse de terceiros. Significa realizar atividades sociais que promovam relações entre a comunidade e a empresa como uma forma estratégica de consolidação de resultados. JARAMILO& ANGEL (apud ASHLEY 2007, p. 49), afirmam que a RSE pode também ser um compromisso que a empresa tenha com o desenvolvimento, bem estar e melhoramento da qualidade de vida dos empregados, suas famílias e sua comunidade em geral.
O movimento da RSE teve seu inicio na década de 60 nos EUA, imbuído por um espírito de conscientização da sociedade, mas, sobretudo dos empresários em relação à mudança de postura no que se refere ao uso dos recursos naturais, da observância dos direitos dos trabalhadores e dos consumidores. Naquele momento foi levantado um debate de que as empresas deveriam passar a adotar o chamado comportamento socialmente responsável. Se espera que as empresas não mais permanecessem indiferentes frente à gravidade dos problemas sociais que assolavam a humanidade, mas que assumissem o um compromisso social favorável a um maior bem-estar da sociedade e com vista à sustentabilidade do planeta ao invés de somente atentar para os seus interesses econômicos e privados de sustentabilidade do próprio negócio (REIS, 2007, p.05).
No Brasil, as iniciativas tiveram início nos anos 1960, quando, por algumas associações empresariais , foram introduzidos valores e princípios éticos como componentes da gestão da empresa em um momento em que a gravidade dos problemas sociais do país começaram a preocupar alguns dirigentes cristãos de empresas brasileiras.
Em São Paulo, no ano de 1989, outro grupo de empresários, em parceria com a Câmara de Comércio de São Paulo e com outros agentes da sociedade que já vinham em um processo de discussão e de troca de experiências sobre ações que pudessem contribuir para diminuir as desigualdades sociais do país; criou um subcomitê de filantropia, que, em 1995, resultou no Grupo de Instituições, Fundações e Empresas (GIFE) compostas por instituições de origem privada. Seu objetivo era de melhor instrumentalizar e qualificar tecnicamente as empresas, as fundações empresariais e os indivíduos que quisessem realizar investimentos sociais, por meio da difusão de conceitos e práticas de gestão que otimizassem melhor os recursos aplicados no desenvolvimento de ações de bem-estar e projetos sociais.
Durante a década de 1990, a ampliação da agenda de RSE se dá pelo circuito de doações empresariais, com recursos usados para realização de programas sociais voltados no atendimento da população em situação de pobreza e vulnerabilidade social A somatória destas ações, originou nas empresas aquilo que mais tarde passaria a se chamar cidadania corporativa (CAPPELLIN (2007). Para MCINTOSH (apud Reis & Medeiros, 2007) cidadania corporativa se refere-se ao relacionamento entre empresas e sociedade, que interagem compartilhando valores e maneiras responsáveis de gerir os negócios com todos os quais têm intercâmbio. E como síntese, para o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) , a RSE é apresentada como um conjunto de ações, normas e condutas de conteúdo social e ou ambiental, realizadas tanto de forma obrigatória quanto voluntária, desenvolvidas e divulgadas por microempresas privadas e públicas, tendo a ética como pilar.
Isto posto, é nesta concepção teórica acerca da RSE que se busca a inserção da escola; que conforme já mencionado neste artigo, a escola é um organização aberta para o mundo, enredada em um trama de duplo (ou múltiplos) sentido - causa impacto e é impactada pelo mundo. Os problemas da sociedade envolvente não podem ser deixados à porta da escola: pobreza, fome, violência, droga entram com os alunos nos estabelecimentos de ensino quando até a pouco tempo ficavam de fora com as crianças não escolarizadas (DELORS, 2004 p.154). Portanto, é aqui que se busca chegar; em um elemento que garanta um diálogo seguro na triangulação entre Empresa, Responsabilidade social e Sociedade Civil. Busca-se uma síntese que se permita ir além da lógica puramente corporativa em que fora cunhado e ganhou significado o termo RSE. Busca-se nesta triangulação de conceitos, um elemento que aglutine e dê significado para as ações sociais realizadas pelas escolas públicas e até mesmo privadas.
Ora, mesmo que instituições privadas de ensino estejam impregnadas de marcas das sociedades contemporâneas e capitalistas (o lucro, por exemplo), é mister que se transponha o interesse puramente mercantil e imediato que lhe posso acorrer e transcenda para fins além do lucro financeiro. O elemento aglutinador e significante poderá ser desempenhado pela solidariedade como virtude ética. Pois, análoga as práticas solidárias e cidadãs que toda pessoa é chamada a desenvolver quando inserida em seu contexto social; a prática da Responsabilidade Social amplia-se da cidadania corporativa para a esfera da vida privada. Pois bem: a solidariedade é uma questão de educação? É possível educar-se para este, que poderia ser chamado de um novo Ethos Social?
A Escola pode contribuir em um duplo sentido para o desenvolvimento da solidariedade como um valor: a) afirmando-a como um valor através de práticas que envolvam professores, alunos, pais e comunidade próxima a qual faz parte; b)inscrevendo-a em um cultura histórica, geográfica, jurídica, científica e literária que lhe confere sentido e fascínio. A solidariedade é um valor que se atribui aos outros e à comunidade que nos reúne traduzidas através de gestos concretos como ajuda, partilha, integração, apoio. Práticas estas, contrárias ao egocentrismo e etnocentrismo de todo o grupo humano, construído social e culturalmente (PERRENOUD, 2005).
Entender o papel social das corporações é essencial para o entendimento de qual deve ser o seu nível de responsabilidade e quem seriam aqueles com quem a empresa deve se responsabilizar. A importância da RSE nos negócios em relação aos diversos públicos de interesse de uma empresa reside no fato de que o conhecimento das expectativas mútuas de desenvolvimento e crescimento nessa rede de relacionamentos, é condição essencial para a sustentação de uma orientação estratégica orientada para a responsabilidade social nos negócios. A perspectiva estratégica de uma empresa deve estar orientada para as expectativas da sociedade, fazendo-se tal interação entre sociedade e empresa uma das bases de orientação para um planejamento estratégico (ASHLEY, 2002).
Consoante Reis & Medeiros (2007, p.18), a literatura contemporânea, nesse sentido compreende outros públicos (de interesse da empresa) como o interno e o externo às organizações, sendo ambos denominados steakholders, ou seja, as partes interessadas. Entende-se por partes interessadas: os acionistas, os empregados, os clientes e os fornecedores. Outro grupo de steakholders é formado pela comunidade, órgãos governamentais e reguladores, além de outros grupos da sociedade, estes que por sua vez influenciam e são influenciados pelos rumos e objetivos definidos pelas decisões das empresas.
Cabe a cada empresa identificar como principais e secundários esses diferentes públicos os quais se relaciona; saber quais os interesses e relacionamentos destes, de modo a envolvê-los em discussões que lhes sejam pertinentes. Remetendo a idéia de empresa inclusiva por considerar, nos seus processos decisórios, os impactos que possam gerar na comunidade com a qual se relaciona (REIS & MEDEIROS, 2007).
O que isto exigiria das escolas, mas principalmente dos professores? De acordo com PERRENOUD(2005), exigiria um compromisso de todos, pois não compete apenas a alguns especialistas em ciências sociais, assistência social ou administração de empresas a formação para a cidadania ou a intervenção no social. Isso faz parte da competência do professor, isso diz respeito a todos. A gestão do estabelecimento escolar se transforma e todos são chamados a assumir novas responsabilidades. Pois agir com eficiência e competência no social, para além dos muros da escola; passa a ser uma nova exigência, e por que não competência dos pedagogos e professores.
De acordo com COSTA & MOMO (2009) ações de educação para a cidadania, antes consideradas obrigação do Estado, principal encarregado de promover políticas dirigidas à regulação das desigualdades com vistas à socialização e à integração da nação; passam agora a fazer parte de programas compartilhados de gestão, nos quais interesses do Estado, se mesclam com ações sociais inequivocamente marcadas por interesses de empresas privadas tendo as escolas como partícipes ou grandes incentivadoras. Solução para esta problemática acerca da competência em relação às ações sociais poderiam ser muito bem resolvidas com a elaboração de projetos sociais sendo encabeçados pelos próprios pedagogos e professores. Esta área de atuação além de importante para o desenvolvimento profissional do professor, pode descortinar também uma nova frente de trabalho dentro da perspectiva da Pedagogia Social (Idem, p.528).


2.3 - A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO OU PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL

Do mesmo modo que outros profissionais buscam um aperfeiçoamento em suas habilidades; o pedagogo também está em busca de seu aperfeiçoamento profissional e ampliação de seu campo de atuação. O espaço de atuação do pedagogo se estende não somente no espaço escolar, mas também em outros espaços profissionais; onde neles, busca-se atender as novas exigências da atual sociedade através da articulação de seus conhecimentos científicos junto a um determinado contexto sócio-político e econômico.
As demandas sociais estão fazendo com que se repense a Educação vigente e suas ações, buscando novas perspectivas de atuação, mostrando que ela deve ocorrer nos mais diferentes espaços, pois possui o papel de libertação, desde que aconteça de forma responsável e consciente, como já dizia em seus escritos o educador Paulo Freire (DE PAULA & MACHADO, 2009, p.1).
Quando tratamos da ampliação dos horizontes de atuação do pedagogo, ROMANS (2003), PETRUS (2003), TRILLA (1993), tornam-se importantes representantes desta discussão. A escola não pode ser mais concebida como o lugar exclusivo para a formação do individuo, visto que este se transforma e se constrói inserido em uma sociedade dinâmica, em transformação. Ora, reduzir a educação a educação escolar, é ver apenas uma parte da realidade (PETRUS 2003, p.60).
Para que o pedagogo atenda as emergentes demandas sociais, é preciso, que seu potencial e suas habilidades superem seu locus habitual e inaugure atuações em espaços diversificados para gerar novos conhecimentos ante as inúmeras relações sociais que possibilitem uma leitura critica da educação. De acordo com TRILLA(1993, p. 17 apud PETRUS, 2003, p. 61), a escola é apenas uma parte do processo global de educação, e que não se apresenta como um espaço ideal para a resolução de todos os problemas. A educação, por sua vez, além de instrução e aquisição de competências sociais; é participação no social. Desta forma, a educação é uma didática das relações sociais, e é fora da sala de aula que se configura a personalidade do cidadão.
Estas exigências fazem a fortiori, que o educador se qualifique para atuação em diversas áreas com vista a uma atitude mais crítica da realidade e com melhores articulações entre seus conhecimentos e o requinte que o ato de educar sugere. "A mudança não é trabalho exclusivo de alguns homens, mas dos homens que a escolhem. O trabalhador social tem que lembrar a estes homens que são tão sujeitos como ele do processo da transformação" (FREIRE, 2001, p.52).
Tendo a escola este caráter social evidente, é preciso que o educador, desempenhe um papel fundamental nesta instituição, assuma seu compromisso com a humanização da sociedade. Compromisso este:
(...) Que deve ser humanizado para a humanização dos homens, responsabilidade com estes, com a história. Este compromisso com a humanização do homem, que implica uma responsabilidade histórica, não pode realizar-se através do palavrório, nem de nenhuma outra forma de fuga do mundo, da realidade concreta, onde se encontram os homens concretos (Idem, p.18).

Perante incessantes discussões sobre a necessidade de um novo perfil para o educador, perfil este que atenda as novas exigências sociais; surgem estudos sobre a Pedagogia Social, uma ramificação da Pedagogia Geral. Ainda pouco difundida no Brasil, estas discussões sobre o novo papel da educação, começa a surgir lentamente no quadro nacional a partir de debates e congressos internacionais sobre o assunto.
De maneira a articular as ações educacionais com os métodos pedagógicos que atendam as novas exigências sociais, a Pedagogia Social surge com o propósito de organizar a atuação da educação fora do espaço escolar, pois as necessidades educacionais e as transformações sociais ultrapassam os limites tradicionais e seguros da educação. As perspectivas de educação permanente e educação ao longo da vida também ratificam a necessidade de se discutir a educação além dos limites da escola. A Pedagogia Social se apresenta como uma ciência que propicia a construção do conhecimento, como uma disciplina sistematizadora e organizadora da transmissão deste conhecimento e ainda como uma profissão que exige práticas orientadas e intencionais (MACHADO, 2002, p. 1).
Mesmo que as intervenções sócio-educativas se façam presentes nos espaços formais e não-formais de educação, é na educação não-formal que a Pedagogia Social se consolida, através de organizações e agentes educacionais que por meio de projetos sociais priorizam o atendimento as classes mais desfavorecidas. E para uma melhor compreensão da área de ação da Pedagogia Social com a questão da educação não-formal, quando diz ser esta:

Um tipo de educação que não provém da família, não consiste na influencia, tão difusa quanto poderosa, que se dá no relacionamento direto do individuo com o "mundo", nem é aquela que se recebe no sistema escolar propriamente dito (TRILLA, 2008,p.16).

Muitas classificações surgem para auxiliar na definição do objeto da Pedagogia Social. Dois campos distintos surgem como objetos deste tipo de Pedagogia: o primeiro referente à socialização do individuo, socialização compreendida como ciência pedagógica da educação social do individuo, que pode ser desenvolvida por pais, professores e família; o segundo relacionado ao trabalho social, com enfoque pedagógico, direcionado ao atendimento a necessidades humano sociais, desenvolvido por equipe multidisciplinar da qual participa o Educador Social, como profissional da Pedagogia Social (MACHADO, 2002).
Ao tratar sobre o Educador Social, ROMANS(2003, p.133) coloca-o como alguém que possui uma certa dose de realismo, otimismo e criatividade além do desejo de trabalhar pela mudança, com funções e competências próprias e necessárias para o bom desempenho de suas ações de educadores transformadores da realidade social,sujeitos ativos e reflexivos.
O educador brasileiro Paulo Freire, trata do Educador Social, como um profissional responsável não só pela mudança, mas também pela conscientização de um povo para que estes queiram esta mudança e se vejam como agentes principais de suas histórias, a mudança não é trabalho exclusivo de alguns homens, mas dos homens que a escolhem. O trabalhador social tem que lembrar a estes homens que são tão sujeitos como ele do processo da transformação. Um profissional crítico e reflexivo sobre a realidade, capaz e compromissado em estimular e construir um sujeito do povo com estas características. O papel do trabalhador social que optou pela mudança não pode ser outro senão o de atuar e refletir com os indivíduos com quem trabalha para conscientizar-se junto com eles das reais dificuldades da sua sociedade (FREIRE, 2001, p.52-56).

2.4 - A INSERÇÃO DA ESCOLA NA SOCIEDADE CIVIL ATRAVÉS DOS PROJETOS SOCIAIS

Os projetos sociais aparecem no âmbito escolar brasileiro, com maior relevo no cenário das práticas educativas a partir da década de 90. Os projetos Sociais propriamente ditos nascem sob o domínio de diferentes associações e entidades representativas do Terceiro Setor e mais tarde, este know-how, passa a fazer parte da ação social de muitas empresas privadas (representantes do Segundo Setor), e de uma forma mais tímida e comedida, das Instituições de Ensino privadas e públicas. Para Fernandes (1997 apud IOSCHPE, 1997, p.27) Intitula-se Terceiro Setor todo o composto de organizações sem fins lucrativos, criados e mantidos pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não governamental [...] graças, sobretudo, à incorporação do conceito e de suas múltiplas manifestações na Sociedade Civil. Como complemento GOHN (2000), as organizações do terceiro setor, se definem com fins públicos, ou seja, sem fins lucrativos, e suas ações estão especialmente no nível do poder local, no meio urbano e na gestão das cidades.
É importante situar dentro desta discussão, que a prática dos projetos sociais na perspectiva do terceiro setor, coloca-se em um contexto mais amplo que surge a partir da relação entre Estado e Sociedade Civil, onde durante anos, fora delegado ao Estado o pólo ativo das ações, em detrimento da passividade delegada à Sociedade Civil. Esse modelo de intervenção política centrada na figura do Estado se evidencia fortemente através de ações paternalistas, clientelistas e assistencialistas. Tal paradigma, que submete ao Estado a solução de todos os problemas da Sociedade Civil, na atualidade não consegue suprir as necessidades cada vez maiores e mais complexas dos indivíduos, por isso, é inegável que a "reemergência da Sociedade Civil" deva ter um núcleo genuíno que se traduz na reafirmação dos valores do auto-governo, da expansão da subjetividade, do comunitarismo e da organização autônoma de interesses e dos modos de vida (SANTOS, 2001 p. 124).
O que se está em busca, não é a recusa da política, mas, ao contrário, o alargamento da política para além do marco liberal da distinção entre Estado e Sociedade Civil. Em outros termos, o Estado, dado o aprofundamento das estratégias neoliberais em detrimento ao Estado Social (Welfare State) a restringir suas ações de assistência social em vista da valorização do setor produtivo da sociedade. Mudanças nas políticas públicas foram geradas e um novo modelo de desenvolvimento foi instaurado, modelo este, pautado na transferência de serviços da área social para o setor privado sem fins lucrativos.
No processo de captação de recursos por essas organizações, são desenvolvidos programas e alguns deles em parceria com prefeituras, governo estadual e federal, bem como com empresas privadas. Para Fernandes (2006) as políticas públicas são transferidas do campo do direito para a filantropia ou assistencialismo. A responsabilidade antes conferida ao Governo passa a ser transferida para as ONG?s e demais organizações da s
Sociedade Civil. E de forma mais ampla, esta onda de "intervenção no social" atinge também as empresas privadas e demais organizações mercantis impulsionando o surgimento da Gestão da Responsabilidade Social e Governança Corporativa, temática anteriormente já abordada.
No contexto das instituições de Ensino e sua inserção no atendimento das demandas sociais presentes em seu entorno social, percebe-se que as Escolas buscam um espaço de atuação mais responsável e significativo para além de sua função constituída. Percebe-se que o aumento de ações sociais lideradas pelas escolas, através do trabalho voluntario de seus funcionários, professores e alunos; campanhas solidárias, apoio a comunidades carentes, configuram a participação e inserção neste estatuto de Organização ou empresa Socialmente Responsável.
Por longos períodos do processo de transição política do regime autoritário para o democrático, a Sociedade Civil dado a sua fase de luta e confrontação com o Estado, era concebida como um pólo de virtude, numa dicotomia com o Estado representante da maldade. Segundo (Habermas, 1997), a Sociedade Civil é formada:

Por associações e organizações livres, não estatais e não econômicas, as quais ancoram estruturas de comunicação da esfera pública nos componentes sociais do mundo da vida. A sociedade civil compõe-se de movimentos, organizações e associações, os quais captam os ecos dos problemas sociais que ressoam nas esferas privadas, condensam-nos e os transmitem, a seguir, para a esfera pública política" (Habermas,1997 p.99).

A Sociedade Civil não é um ator coletivo e homogêneo, pelo contrário, é heterogêneo, pois em seu interior coexistem os mais diversos atores representando diferentes formas de relação com o Estado (Idem,1997).
Entre os atores da Sociedade Civil [...] estão os movimentos sociais, as organizações não governamentais, as associações de moradores, grupos de base e ajuda mútua, associações filantrópicas, sindicatos, entidades estudantis e todas aquelas formas de associativismo [...] que de alguma forma, lutam pela resolução dos problemas sociais, ampliação dos direitos políticos e da consciência de cidadania e ainda mudanças na esfera dos valores e do comportamento dos indivíduos (SELL, 2006, p. 98).
Como o processo de abertura política e redemocratização ocorridos a partir dos anos 80 na América Latina e em especial no Brasil, um novo contexto de relacionamento entre Estado e Sociedade civil foi inaugurado. Contexto esse, pautado em um processo de maior aproximação, maior diálogo e participação dos atores da Sociedade Civil junto aos espaços de decisões até então, próprios do Estado (BORBA & SELL, 2007). A relação dicotômica e polarizada entre este dois atores ? Estado e Sociedade civil, começam a sair de uma lógica do confronto para a de parceria. Houve mudança na forma e no conteúdo das lutas sociais, houve diminuição na relação conflituosa com o Estado, despolitização e esvaziamento das organizações populares e suas demandas sociais (MONTAÑO, 2002).
Nos espaços de interlocução criados entre Estado e Sociedade Civil, muitas ONGs passaram a subsistir com recursos do Governo e um ajuste estrutural se deu ao transferir-se responsabilidade do Estado para a Sociedade Civil. As ONGs mais ativas entraram num dilema: permanecer junto ao Estado ou aos Movimentos Sociais. Grande parte das ONGs permaneceram com o Estado e aquelas mais voltadas a mobilização se distanciaram.
Vale lembrar que as ONGs como participantes dessa heterogeneidade da Sociedade Civil, foram incentivadas a existir e persistir alicerçadas em políticas estatais dirigidas para atender seletivamente interesses ou demandas específicas, segundo DAGNINO; OLVERA & PANFICHI (2006) assumiram papéis atribuídos pelo Estado na implantação de políticas neoliberais. Por essa via, entende-se que dada à condição tensa e contraditória, quase ambivalente que pairava no cenário político da transição democrática no Brasil, os projetos e cultura política, bem como ideologias passaram a ser reproduzidas no seio das organizações da Sociedade Civil. Ou seja, ao mesmo tempo os atores da Sociedade Civil desempenharam importante papel no processo de ampliação da democracia, sofrem influencia e conseqüência direita dos projetos políticos presentes no próprio Estado. Curiosas combinações de elementos participativos e autoritários passaram a permear os atores da Sociedade Civil.
Para Fernandes (2006), assiste-se a criação de uma esfera pública não-estatal que produz políticas públicas, mas não compõe o Estado. A partir da década de 90 destacam-se organizações Não Governamentais, e dentro deste bojo, a inserção da Pedagogia social dando respostas aos problemas sociais levou consigo a instituição escolas e o fenômeno educativo sob a forma de uma práxis que unisse o saber escolar na solução dos problemas sociais. Superando posturas antiquadas de atuação da escola no mundo e nos problemas sociais, os projetos sociais buscam ser esta ferramenta dinâmica que permite a entrada da escola na realidade humana de uma forma mais planejada e organizada.

2.5 - A CONCEPÇÃO DE UM PROJETO: POLÍTICAS E PROGRAMAS ARTICULADOS

Em uma sociedade de projetos, quem não tem projetos torna-se instrumento dos projetos de outros (BOUTINET, 1993,1995 apud PERRENOUD, 2005 p.116). Em um primeiro olhar, este termo tem conotação de ordenação espacial, pois vincula-se com a etimologia latina do verbo projectare (lançar pára a frente, expulsar). Aliada ao termo previsão, a palavra projeto, tem o sentido de empreendimento a ser realizado, provocando uma visão de antecipação de futuro (BEHRENS, 2006). Além disso, uma outra denominação, dá a esta palavra o sentido de provocar possibilidades ou escolhas em uma determinada situação problema.
Ampliando as definições, de acordo com ONU (1984) apud COHEN; FRANCO (1999, p. 85):
Projeto é a unidade mais operativa dentro do processo de planejamento. (...) É um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados.

Um projeto é uma irrealidade que vai se tornando real conforme começa a ganhar corpo a partir da realização de ações e, conseqüentemente, as articulações destas. Tem um caráter metafísico, pois será sempre uma realidade intangível num sentido amplo. Como esboço, desenho, guia de informação ou semente da ação, um projeto significa sempre uma antecipação, uma referência ao futuro. Por outra perspectiva, poderíamos imaginar ainda o projeto como algo virtual, entendendo virtual como aquilo que não se opõe ao real, mas simplesmente ainda não é o atual.
O projeto tem a função de canalizar energias para investigar possíveis respostas para um determinado problema, que não se encontra isolado em uma única visão e nem em uma única disciplina, por isso um projeto numa perspectiva temática, terá sempre uma conotação interdisciplinar, pois a sua necessidade está na produção do conhecimento e este funda-se no caráter dialético entre sujeito e realidade social (JANTSCH & BIANCHETTI 1995).
Um projeto é materialização em etapas de um sonho ou uma ideia. Logo, quando bem elaborado e articulado; situado e contextualizado, torna-se um grande aliado e uma garantia de êxito e desenvolvimento das políticas, planos e programas de uma organização ou instituição, neste caso, de escolas quando canalizam suas energias em direção da realização de projetos sociais.
A grande utilidade dos projetos, sejam quais forem, é o fato de eles colocarem em prática as políticas e programas na forma de unidades de intervenção concretas. Os projetos ainda são a melhor solução para organizar ações inovadoras, uma vez que eles capturam a realidade complexa em pequenas partes, tornando-as mais compreensíveis, planejáveis e manejáveis (ARMANI, 2002, p.18).

Todo projeto deve passar necessariamente por três momentos distintos: o planejamento, a implementação e a avaliação. Essas etapas estão intimamente relacionadas e possuem o mesmo grau de importância. São momentos que se imbricam e se inter-relacionam, vão e voltam em um movimento dinâmico, não-linear. Mais adiante trataremos das divisões do planejamento, todavia, é mister compreender os projetos não como fim, mas como meio dentro do todo dos processos de uma organização.
Para a existência de um bom planejamento na ótica de projetos sociais, é importante considerar a existência de programas e políticas específicas que darão sustentação e justificativa para a realização de determinados projetos. A política é um processo de tomada de decisões que começa com a adoção de postulados gerais que depois são desagregados e especificados. Assim, a política social global prioriza setores e estabelece a integração que manterão entre si, em um determinado marco teórico, histórico e espacial. Quando esta priorização é plasmada em um modelo que relaciona meios e fins, concatenando-os temporalmente, se obtém um plano (COHEN & FRANCO, 1999).
O plano fornece um referencial teórico e político, as grandes estratégias e diretrizes que permitirão a elaboração de programas e projetos específicos, dentro de um todo sistêmico articulado e, ao mesmo tempo, externamente coerente ao contexto no qual se insere. Em um plano, os problemas são selecionados, estabelecendo-se áreas de concentração, e para essas áreas elaboram-se programas que, não raro, derivarão em projetos. Por último, o programa, é o aprofundamento do plano, o detalhamento por setor das políticas e diretrizes do plano. Podemos definir um programa como um conjunto de projetos que buscam os mesmos objetivos. Ele estabelece as prioridades nas intervenções, ordena os projetos e aloca os recursos setorialmente.
Na lógica do planejamento, quanto maior a abrangência e menor o detalhe, mais o documento se caracteriza como um plano; quanto menor o âmbito e maior o grau de detalhamento, mais ele terá as características de um projeto. Desta forma, ao citarmos como exemplo o desenvolvimento de um projeto social que um determinado professor em nome de seu estabelecimento de ensino poderá encabeçar ou coordenar; é preciso perceber que o mesmo deverá partir de uma necessidade estampada na realidade, de um desejo de que uma realidade se transforme do sonho pessoal e coletivo dos sujeitos envolvidos no processo, mas, sobretudo, de concretas articulações aos programas, planos e políticas da escola; deverá ser planejado, implementado e avaliado. Sem estes pré-requisitos básicos é insensatez levar a cabo um projeto social.

3 - METODOLOGIA E APRESENTAÇÃO DA PESQUISA

O trabalho trata de uma pesquisa qualitativa que contou, sobretudo com uma revisão bibliográfica acerca da concepção, limites e possibilidades dos projetos sociais aplicados à educação numa perspectiva de Responsabilidade Social.
A partir das principais vertentes de análise delimitadas para este artigo, a saber: projeto social, Responsabilidade Social e Instituições de Ensino particularmente, as escolas; buscou-se definir aproximações entre ramos epistemológicos difusos como a Educação, Administração de Empresas através da dinâmica dos projetos sociais.
Buscou-se a apresentação e delimitação das principais abordagens, todavia, uma maior ênfase foi dada aos projetos sociais propriamente ditos. O resultado foi a elaboração de um guia ou modelo com as principais categorias que podem ser mobilizadas para elaboração de um projeto social.
Ao longo da revisão bibliográfica, constatou-se que todo projeto nasce do um interesse específico de um indivíduo ou grupo de resolver ou apontar saídas para um determinado problema. Por ter sua gênese em uma dimensão metafísica, o projeto vai além dos limites de uma disciplina ou ciência específica, seu alcance supera os compromissos meramente escolares. Seu desenvolvimento, planejamento e execução podem envolver outros agentes da escola, em períodos opostos ao das aulas, haja vista que estarão tratando de seus interesses, sonhos e desejos. Por isso todo projeto terá um caráter utópico por invadir o espaço do incomensurável onde o seu executor, será também um grande beneficiado.
Considerando que o projeto parte de uma necessidade apresentada, é importante indagar sobre a urgência desta necessidade no dado momento. Será que um determinado projeto estará agregando valor e desenvolvendo a lógica das políticas, programas e planos da escola? Ou será mais um modismo, uma imposição da parte administrativa ou da gestão escolar? Quem sabe seja somente o desejo dos coordenadores ou de um grupo restrito de professores; uma atividade desconectada do todo da escola? É pertinente essa reflexão sobre a necessidade de se mobilizar esforços na para a edificação de projetos sociais.
Grande são os incentivos dados à elaboração e criação de projetos sociais, entretanto, escassos são os indicadores de desempenho, padrões de qualidade, gerenciamento, acompanhamento, execução, análise e avaliação desses mesmos empreendimentos. Com metas alcançáveis, objetivos claros, indicadores precisos, análise crítica constante e avaliações regulares; os projetos sociais poderão atingir o status que lhe é devido, isto é, protagonistas dinâmicos da criatividade e inovação de qualquer programa e política de uma instituição atenta para os problemas presentes em seu entorno social.
Praticamente todas as escolas desenvolvem alguma atividade ligada à elaboração projetos. Sejam eles temáticos, multidisciplinares ou sociais; desenvolvidos por um único professor ou encabeçados pela coordenação pedagógica. A execução de projetos, muito além de um modismo educacional, é uma atividade que deve ser muito bem organizada, pois pode tornar-se uma importante ferramenta para se colocar em prática muitos sonhos e idéias dos diferentes agentes do processo educativo. Contudo, em se tratado de projetos de intervenção social, existe ainda amadorismo e desconhecimento quanto a sua função, procedimentos, etapas de desenvolvimento. Nesta próxima etapa, trabalharemos dentro de uma abordagem mais técnica e pormenorizada acerca dos projetos sociais e concomitantemente correlações com o universo escolar.
Ao partir-se de uma definição dada pela ONU (1984 apud ARMANI, 2002, p.19), como o princípio mais básico que incorpore a noção de projeto social, a saber: "empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempos dados (ARMANI, 2002).
O processo de elaboração de um projeto não pode ser identificado com a elaboração do documento escrito para apresentação do mesmo e tão pouco com as ações práticas propriamente ditas. A "redação do projeto" é apenas o último passo do processo de elaboração. Ou seja, a elaboração de um projeto deve ocorrer no contexto de um processo cumulativo de aprendizado coletivo a partir da prática concreta ao longo de uma espiral onde ação e a reflexão se desafiam e se complementam de forma progressiva. E quando o mesmo ocorre em um ambiente escolar, ele (o projeto) oportuniza diferentes mecanismos de trabalhar o processo de aprendizagem, não só na área cognitiva, mas também na motora, afetiva, social e emocional, ao buscar o equilíbrio e o desenvolvimento das inteligências inter e intrapessoais, caracterizando assim o desenvolvimento em múltiplas áreas do conhecimento.
Sem maior aprofundamento, apresentaremos uma breve síntese das fases que compõem o Ciclo de um projeto: a) Identificação, b) Elaboração, c) Aprovação, d) Implementação, e) Avaliação e d) Replanejamento.
Na Identificação, se evidencia uma oportunidade de intervenção. Uma situação-problema é levantada delimitando-se seu objeto, hipóteses explicativas sobre a situação que se pretende enfrentar; além disso, limitações institucionais devem ser levadas em conta. O que se quer que faça? É uma pergunta norteadora para esta etapa. Atrelado a esta fase, é preciso um exame da sustentabilidade do projeto em sua vertente política/institucional, técnica e financeira
A fase da Elaboração é caracterizada pela: 1) formulação do objetivo do projeto distribuído em geral e específicos, 2) pela proposição dos resultados imediatos a curto espaço de tempo, 3) pela identificação das principais atividades e ações necessárias à produção dos resultados esperados, pela análise lógica da Intervenção que passa por um olhar crítico de todas as ações buscando um encadeamento causal entre os objetivos, resultados imediatos e atividades/ações. Tal procedimento pode ser desenvolvido com a ajuda do Marco Lógico combinado com o Método ZOPP de planejamento. 4) Pela identificação dos fatores de risco que agirão sobre a manutenção do projeto e 5) pela definição dos indicadores, meios de verificação e procedimentos de monitoramento e avaliação. O sucesso e efetividade de um projeto social dependem dos parâmetros pelos quais ele será continuamente monitorado e avaliado. Além disso, define-se sistemáticas de registro de informações, cronograma de reuniões, responsabilidades específicas, formas de participação de beneficiários e demais atores envolvidos. 6) Pela montagem do plano operacional que basicamente se concentra nos resultado esperados, atividades e ações que serão realizadas, prazos, responsáveis e recursos necessários. 7) Pela determinação dos custos e da viabilidade financeira, ora, todo projeto deve prever sua capacidade de sustentabilidade financeira e a dependência de recursos de terceiros. 8) Finalmente, pela redação do projeto.
Fase da Aprovação. É marcada pela aprovação dos recursos necessários para sua implementação. A busca por recursos deve ser feita ao longo de todo o processo, todavia, nesta fase, já se deve ter assegurado os recursos para a iniciativa. Esta etapa, em muitos casos, pode ficar atrelada ou na eminência de aprovação de recursos oriundos de agências financiadoras, empresas públicas ou privadas, Fundações empresariais, órgãos governamentais ou qualquer outra instituição pelo qual se possa fazer alguma parceria em busca de financiamento, haja vista, o proponente do projeto não possuir todos os recursos necessários. Ocorre que o não avanço de muitos projetos se dá em virtude de falhas o inconsistências na sua formulação, ocasionando a ausência da aprovação de recursos de ordem humana, material, ou principalmente financeira.
A implementação do projeto é de longe aquela que envolve maior complexidade. Refere-se a utilização dos recursos previstos com vistas à produção dos resultados e ao alcance dos objetivos propostos. Nesta fase, ocorre também monitoramente e avaliação. Vale lembrar que em uma concepção errônea de projetos sociais, onde o seu entendimento é redutível a uma intervenção amadora e apaixonada no "social"; normalmente os resultados são desastrosos. No tocante de escolas, por exemplo, onde as ações são determinadas pelo tempo do ano letivo, semestres ou bimestres; onde todas as atividades devem ser vencidas na jornada de 200 dias letivos, é comum a descontinuidade e prematuridade de ações e projetos. Existe uma mobilização de esforços de professores, alunos, funcionários, de comunidades, grupos do entorno escolar; uma grande energia solidária, voluntária e até mesmo profissional é pleiteada, mas nenhum resultado substancial é alcançado de fato. Ora, se sonha com uma infinidade de ações, se iniciam muitas delas, e o fracasso e frustração são generalizados. O conhecimento de projetos sociais e o cuidado com todas as suas etapas dariam as ações tidas como sociais desenvolvidas pelas escolas, mas profissionalismo, credibilidade e eficiência para suas ações.
Na fase da Avaliação propriamente dita, corresponde à avaliação do projeto após um determinado período de tempo (ano, triênio, por exemplo). Nestas ocasiões, existe possibilidade de mudança de sua natureza ou até mesmo seu encerramento. Avaliar significa verificar se os objetivos foram alcançados, se os resultados foram obtidos. Caso os recursos do projeto tenham sido financiados por alguma agência financiadora, empresa, programa de governo, por exemplo, a presença de avaliadores externos será uma condição necessária e determinante para o Replanejamento onde se buscará dar continuidade no projeto, mas com a vantagem da experiência transcorrida.
Para uma melhor visualização destas etapas no formato de um modelo de redação de projetos, Armani (2002) propõe a seguinte seqüência, a saber:



1.Abertura Página de rosto
Resumo
2.Contexto Entidade/organização proponente
Justificativa do projeto
Antecedentes e origem do projeto
3.Intervenção Objetivo Geral
Objetivo do Projeto
Resultados imediatos
Atividades
Metodologia
Premissas e fatores de risco
4.Programação Organização do trabalho e formas de atuação
Recursos humanos e materiais necessários
Cronograma
5.Viabilidade Sustentação Política
Viabilidade Técnica
Viabilidade Econômica financeira
Dimensão Ambiental
Dimensão cultural, ética e de gênero
Capacidade institucional e de gestão
6.Sistema de monitoramento e Avaliação (M&A) Indicadores e procedimentos
Revisões e avaliações
7.Orçamento e Plano 8.Financeiro Orçamento
Proposta de Financiamento
9.Anexos Marco Lógico
Plano Operacional
Diagnóstico, outros...





Muitas vezes, as instituições que financiam projetos sociais têm formatos próprios de apresentação. Recomenda-se que todas as orientações dadas pela agencia financiadora sejam rigorosamente respeitados, mas observando complementos e adaptações que deverão ser feitos em função do contexto de cada entidade proponente .
Com a elaboração de projetos sociais, criam-se vantagens para o grupo ou organização que o elabora. Estas vantagens podem ir desde a seriedade e profissionalismo desencadeado em todo o processo, passando pela capacidade de mobilização de pessoal, haja vista que um projeto bem sucedido passa pelo trabalho em equipe. Além disso, melhores resultados são alcançados dentro de recursos limitados; existe o envolvimento de diferentes setores da Sociedade Civil, Governo e Empresas dando as ações maior longevidade e alcance de seus objetivos.
Entretanto, no bojo do trabalho em projetos sociais, a exigência por uma rápida e flexível mudança em muitos grupos e instituições proponentes, na perspectiva de mudança de mentalidade e ajustes gerenciais; tem se mostrado como limitadores dessa prática em muitas organizações. As limitações financeiras e temporais são também algumas dificuldades encontradas sem contar o risco da transferência de responsabilidade pelas ações sociais migrarem da esfera do Governo para a esfera da Sociedade Civil e suas organizações que igualmente podem se mostrar como limitadores de todo o processo de elaboração e gestão de projetos sociais.

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nosso objetivo neste artigo foi de estabelecer relações necessárias entre a Responsabilidade Social que pode ser desenvolvida pelas escolas através da realização e envolvimento na elaboração de projetos sociais.
Ao retomar a questão: A escola tem futuro? (Costa, 2007a) apresentada no início deste artigo, sem consternações, aferimos uma resposta afirmativa. Agora, futuro para quem? Inserida neste mundo, mas constantemente desafiada a buscar novas formas de atuação, as instituições escolares orbitam ad infinitum em torno de questões existências: que tipo de pessoas está formando? Em que tipo de sociedade serão inseridos os alunos? Qual o sentido de ser que se atribui a uma escola? Como diminuir o hiato existente entre a segurança e previsibilidade do mundo escolar e os dilemas e incertezas presentes no macrocosmo da vida urbana, do mundo do trabalho e das decisões rápidas e precisas? Ora, para qual mundo se educa se não for para este que nos assalta e nos assombra diariamente?
Dentro das inúmeras possibilidades existentes de aproximação da escola com as cicatrizes do mundo da vida, diminuir este distanciamento através de projetos sociais é uma direção que apontamos neste trabalho para a responsabilidade de uma instituição de Ensino. Responsabilidade esta que deve ser transparente e social. Que transcenda o descuido e o descaso historicamente cristalizado pelas relações sociais exploratórias e desumanizantes. Com certas ressalvas, não seria de todo errôneo afirmar que a vida escolar pode ser uma grande simulação ou antecipação da maneira como trataremos a vida humana e suas relações. O impacto da escola atinge tanto aqueles sujeitos que nela estão integrados como aqueles que nela nunca foram integrantes ou dela foram afastados. Logo, o que fazer para diminuir ou fortalecer tais impactos paradoxais na vida das pessoas? A educação emancipadora, plena, com vistas para a autonomia é uma saída já apontada pelo educador Paulo Freire, porém, atuar de maneira responsável, afirmativa e profissional através da prática ou apoio a Projetos Sociais pode ser também uma delas.
Aliar-se a projetos sociais com propósitos democráticos, solidários, éticos e humanizantes; visa contribuir para um novo ethos social, através de ações planejadas e estruturadas que favorecem a participação efetiva de diferentes setores envolvidos com ações mais responsáveis. Especialmente daqueles que serão beneficiados, na medida em que se exige metas e critérios de avaliação bastante claros. Nesta direção, emergem espaços para a expressão de interesses e visões diferentes de negociação e construção de consensos, assim como o fortalecimento do protagonismo dos setores excluídos neste processo.


5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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