Introdução

O projeto de pesquisa a seguir surge dos questionamentos feitos a diversos educadores nas séries inicias da educação infantil, em uma escola do ensino fundamental I, no município de Itabuna, no estado da Bahia, ao serem questionados: Quais os principais problemas na educação das crianças naquela escola? A que mais vez apareceu foi: a ausência da família como principal problemática na educação das crianças naquela escola.
 Diante da exposição do problema, surge a possibilidade de construção de um projeto de pesquisa onde o objetivo geral seja conhecer como se estabelecem as relações das famílias na escola e vice versa em turmas de educação infantil.

Livro relacionado:

Para que o conteúdo de todo o material pesquisa venha atender, e ser útil ao seu fim que é a construção de processos de educação onde a família e a escola possam construir uma educação, com base em reconhecimento de múltiplos saberes e as suas possibilidades de transmissão, de aprendizado visando o respeito e a construção da criança.
 A busca através de estudos e pesquisas para que se tenham parâmetros validos no contexto das problemáticas relacionadas à educação infantil, nos coloca diante do dilema de que é impossível analisar um só contexto quando falamos da educação de crianças em series iniciais. Esta população tem algumas especificidades que devem ser levadas em consideração quando da analise dos fatos e fenômenos que acontecem em seu universo, em especial a família e a escola.
 As crianças e a família quando em seus primeiros contatos com a escola cada um apresentam reações adversas, ora pelo encantamento, com a novidade, ora medo e distancia pelo medo do desconhecido, e por todo o folclore de que na escola é um espaço onde impões regras e normas de convivência não sendo, admitido, faltas, insubordinações e comportamentos distante do padrão exigido por pessoas educadas.
 Este foi e em muitos casos é o retrato ou cartão de visita das escolas, para a família e para a criança, desconstruir esta tipologia, rígida e seca é necessário dentro do processo de construção de uma educação infantil, humanizada e comprometida com a integralidade da criança e o seu desenvolvimento.

 

Justificativa

Este projeto, a ser executado justifica-se pela relevância do tema e a sua contemporaneidade e freqüência com que é abordado em debates do campo da educação, principalmente na educação infantil, neste intuito temos como pontos crucias a criança, família, e a escola, contudo nenhum estudo pode ser realizado separando estes pontos como elementos estanques e sem interferência do contexto sócio-cultural onde estão, onde vivem e com quem convivem, é de suma importância que estudos desta natureza sejam realizados para que educadores das series inicias da educação infantil, tenham como referencia o cenário próximo das suas realidades sócio culturais, e que sejam analisados por pessoas que vivenciam esses contextos. A problemática ora levantada tem sido alvo de diversos estudos, e todos apontas aspectos distintos nos seus meios e fins, e contribuem diretamente na mudança cultural da comunidade escolar e dos núcleos familiares envolvidos direta ou indiretamente na pesquisa.

Objetivos

Geral:

- Conhecer como se estabelecem as relações das famílias na escola e vice versa em turmas de educação infantil.

Específicos:

- Identificar os canais de comunicação promovidos pela escola.
 - Analisar como a família vê a escola.
 - Mensurar as visitas de famílias à escola no período de Junho a Agosto de 2011.

Fundamentação Teórica 6

Este aporte teórico, não restringe outras possibilidades de fundamentação quanto a problemática suscitada que é ausência ou distancia da família no processo de educação, aqui busco outras referências que em momentos distintos, abordam a mesma problemática em outros modelos de abordagens, de inicio chamo atenção quanto ao que diz a nossa carta magna, a Constituição Federal de 1988 em seu Art. 277:

 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-las a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
 Neste texto, acima citado encontramos amparo legal e o marco regulatório da obrigatoriedade de se oferecer educação a crianças e adolescentes, reconhecemos a importância deste ato, contudo, de 1988 a 2011, um abismo social e cultural se lançou neste vasto país, o que nem sempre foi possível aliar, a participação da família neste espaço, de supra importância para a criança: a escola.
 No intuito de definir e regulamentar a educação básica, em especifico a Educação Infantil, a Lei de Diretrizes Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96, considera essa etapa como a primeira da educação básica. Assim, a ação pedagógica com crianças dessa faixa etária ganha reconhecimento. Nessa Lei, o capítulo que aborda a Educação Básica define a Educação Infantil como dois momentos: o que vai de zero a três anos, denominado de creche, e o que engloba a criança de quatro a seis anos, chamado de pré-escola. A finalidade da Educação Infantil fica explicita em seu artigo 29:

 A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual social, complementando a ação da família e da comunidade.

 A Distancia da família no processo da educação infantil tem sido cada vez,
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 mais notado visto o crescente conflito, no dialogo escola-família e no processo de aprendizado das crianças. Os motivos que inviabilizam a presença da família na escola podem ser apontados com facilidade, visto a seu grande quantitativo de possibilidades, desde a ausência da cultura da escolarização no
 núcleo familiar, ao processo sócio - econômico no qual todas as famílias encontram se submetidas, nas rotinas de sobrevivência.
 Sabendo destas dicotomias nas quais as famílias e as crianças que chegam às nossas escolas estão inseridas, nós educadores devemos rever, os projetos pedagógicos aplicados a adaptá-los quando necessário, tendo com objetivo principal a educação da criança como um ser integral que pertence a inúmeros núcleos sociais e que através dos mesmos serão transformados.
 Reconhecer a família como o primeiro agente socializador, e exemplo de possibilidades em construções múltiplas de novos relacionamentos é primordial neste estudo que iniciamos, pois a partir deste reconhecimento, e que será possível uma outra serie de ações positivas no contexto da educação infantil, pelo que entende Ângela Médici:

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