UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

MILTON ROBERTO MARTINS SALES

A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE EDUCOMUNICAÇÃO NA ESCOLA MUNICIPAL DE SAÚDE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO

São Paulo

2013

 

Monografia apresentada à Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pedagógica das Escolas Técnicas do SUS

 

Professor orientador: Simone Cardoso Lisboa Pereira

 

 

Dedico este trabalho em primeiro lugar ao meu Deus, pois sem Ele nada se faz. E também à minha amada Esposa Ana Paula, que além de me apoiar incondicionalmente, sempre foi minha grande incentivadora e inspiração.

 

 

Agradeço a todos os que colaboraram Para o sucesso deste trabalho, a Professora Simone por todo o apoio e incentivo. E também à equipe de Comunicação da Escola Municipal de Saúde, que me proporciona participar de um projeto tão grande como este.

 

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção." Paulo Freire.

 

 

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo a proposta de criação de um Núcleo de Educomunicação na Escola Municipal de Saúde, que possui em sua estrutura a Escola Técnica do SUS São Paulo. Atualmente a Escola Municipal de Saúde dispõe de uma gama de recursos que possibilita a implantação de um projeto que tem como objetivo fim a criação de um ambiente que propicie aos alunos um espaço aberto para discussão e construção do conhecimento Neste trabalho são apontados alguns teóricos tradicionais e contemporâneos que abordam a integração das áreas de Educação e Comunicação.

Palavras chave: ETSUS, Comunicação, Educação, Educomunicação, Escola Municipal de Saúde

ABSTRACT: This paper aims to propose the creation of a Center of Educomunication the Escola Municipal de Saúde, which has in its structure the Technical School SUS São Paulo. Currently the Escola Municipal de Saúde offers a range of features that enables the implementation of a project that aims to end the creation of a nurturing environment for students with an open space for discussion and knowledge building This paper addresses some theoretical and traditional contemporaries that address the integration of the areas of Education and Communication.

Keywords: ETSUS, Communication, Education, Educomunication, Escola Municipal de Saúde



 

LISTA DE SIGLAS

AMA – Assistência Médica Ambulatorial

CEFOR – Centro de Formação e Desenvolvimento dos Trabalhadores da Saúde

COVISA – Coordenação de Vigilância Sanitária

DOC – Diário Oficial da Cidade

EMS – Escola Municipal de Saúde

ETSUS – Escola Técnica do SUS

MOODLE - Modular Object Oriented Dynamic Learning Environment

QPS – Quadro de Profissionais da Saúde

SMS – Secretaria Municipal da Saúde

SUS – Sistema Único de Saúde

UBS – Unidade Básica de Saúde

 

INTRODUÇÃO

Neste trabalho pretende-se contextualizar, analisar e apresentar uma proposta de intervenção na Escola Técnica do SUS – São Paulo (ETSUS-SP). No entanto antes de explanarmos a respeito das atividades da ETSUS São Paulo, é importante contextualizarmos a respeito de sua origem e sua situação atual. A ETSUS São Paulo integra a força de Trabalho da Escola Municipal de Saúde que é vinculada à Coordenação de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde.

A Constituição de 1988 um marco na história da Saúde Pública Brasileira. Em seu artigo 196 define a saúde como "direito de todos e dever do estado" e no artigo 198 que as ações e serviços de saúde são constituídos enquanto uma rede, um sistema. Já no artigo 200, item III há (Brasil, 88) [1]a delegação expressa que cabe ao SUS: “ordenar a formação dos recursos humanos”

Na cidade de São Paulo inicia-se a aproximação ao SUS com a constituição do Conselho Municipal de Saúde e a organização do Sistema. Nasce o CENTRO DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHADORES DA SAÚDE – CEFOR, em 1990, com o Decreto 28625/90 (São Paulo, 1990)[2], vinculando o CEFOR à Coordenação de Recursos Humanos da Secretaria Municipal da Saúde, tendo por missão a formação e aprimoramento de trabalhadores na área da saúde.


A ETSUS-SP foi criada oficialmente em junho de 2002, mas já desenvolvia cursos técnicos desde 1990, como Núcleo de Formação do Centro de Formação dos Trabalhadores da Saúde (CEFOR) por meio do Projeto Larga Escala, projeto este comprometido com a transformação social e aprovado como experiência pedagógica, ou seja, uma proposta alternativa de qualificação profissional de trabalhadores da saúde sem formação específica que perdurou do início dos anos 80 até a nova regulamentação Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996)[3]. Além da Sede também foram criadas mais sedes unidades para atender ao princípio do SUS da Regionalização. Devido ao tamanho da cidade de São Paulo, foi necessária a criação destas unidades para atender as necessidades locais destas regiões, estas unidades são: ETSUS Centro-Oeste, ETSUS Sul, ETSUS Sudeste, ETSUS Norte e ainda devido à grande extensão foram criadas as ETSUS Leste I e Leste II (Figura 1). Estas unidades até o ano de 2012 eram conhecidas como ETSUS Desconcentradas.

Fig. 1 - Mapa das Escolas do SUS São Paulo – Desconcentradas – 05/12

Nestes últimos anos há o fortalecimento do fenômeno da globalização e o redirecionamento do papel do Estado. Um novo modelo de gestão é implantado onde o Estado deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social para se tornar o promotor e regulador, possibilitando que novos atores contribuam para atividades que antes eram exclusivas.

Sem dúvida, existe um grande investimento na Rede das Escolas Técnicas do SUS esperando-se não só a mudança nos processos de trabalho, mas fundamentalmente a melhoria dos serviços prestados à população.

Frente a este contexto onde novos atores surgem na execução da política de Saúde,em São Pauloum amplo processo de reestruturação da área de Recursos Humanos começa a ser delineado a partir de2008. ASecretaria Municipal de Saúde de São Paulo investe na Coordenação de Recursos Humanos permitindo uma ampla discussão e reorganização dos processos de trabalho, fluxos, atribuições, competências e organograma. O diagnóstico da área apontava na época um modelo de RH burocrático, centralizado com visão fragmentada, ações duplicadas e servidores desmotivados.

Um dos focos principais de atenção foi a modernização do CEFOR, a unificação dos processos de trabalho das equipes que realizavam cursos de aperfeiçoamento e da ETSUS.

Houve um grande investimento tecnológico no CEFOR com a implantação da Rede São Paulo Saudável, TV Corporativa, a discussão para a implantação da Biblioteca Virtual de Saúde junto a BIREME e a implantação da Educação a Distância em 2009 por meio da plataforma Moodle.

Com todos estes investimentos em 2010 um novo direcionamento ao CEFOR é colocado, transformá-lo na Escola Municipal de Saúde, retomar o papel de destaque na qualificação e formação de seus profissionais diante de um novo modelo de gestão adotado pela municipalidade.

Essa implantação significou construir uma Escola integrada aos programas, projetos, ações e estratégias adotadas pela Secretaria, construir uma rede de trabalhadores qualificados para o exercício profissional na saúde, construir uma nova cultura institucional resgatando a credibilidade técnica e política e assim dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pela Escola consolidando-a como um Centro de Referência na educação profissionalem São Paulo.

Com uma rede de mais de 920 serviços[4], chegando a uma ordem de grandeza de 80.000 profissionais com diferentes formações e vínculos empregatícios, faz-se necessário constantemente conceber processos de construção do conhecimento utilizando-se da tecnologia para aprimorar a educação profissional em saúde.

Com a transformação do CEFOR em Escola Municipal de Saúde no ano de 2011[5], algumas estruturas internas tiveram que ser revistas, uma vez que a partir de2011 a Escola Municipal de Saúde amplia seu raio de atuação passando a oferecer também cursos de Especialização ao Nível Superior, e por conta deste novo cenário, fez-se necessária a alteração da Nomenclatura de ETSUS Desconcentradas para a expressão Escola Municipal de Saúde regionalizada, isto no que diz respeito às unidades espalhadas pela cidade de São Paulo. A ETSUS ainda está presente na estrutura da Escola Municipal de Saúde, pois é estratégica na missão da instituição. Atualmente a ETSUS São Paulo em parceria com a COVISA está à frente do Curso de Vigilância em Saúde, um projeto de sucesso no SUS São Paulo.

Esta proposta de Intervenção tem como objetivo principal implantar um Núcleo de Educomunicação na Escola Municipal de Saúde, para principalmente aprimorar o relacionamento da Sede com suas unidades regionalizadas.

Educomunicação é um conceito novo, que visa à integração das atividades pedagógicas com os avanços dos meios de comunicação. Este conceito vai além de simplesmente municiar o professor de recursos de comunicação para tornar sua aula mais dinâmica, isto faz parte do conceito, porém é muito mais que isso, a idéia principalmente é a criação de uma Rede de Compartilhando de conhecimento com o objetivo final de incluir a comunidade Escolar em uma ambiente de diálogo e crítica, afim de que todos possam contribuir ativamente na construção do Saber Coletivo.

Contextualização Teórica

Para muitos o termo Educomunicação está restrito ao uso por parte dos professores de recursos de comunicação em sala de aulas, tais como: Projetores, Televisão, Computadores. Porém o conceito é muito mais abrangente do que isto. Ismar de Oliveira Soares, é um pesquisador da ECA e um dos principais nomes do estudo na Educomunicação. Segue SOARES Educomunicação é:

[...] Conjunto de ações inerentes ao planejamento, implementação e avaliação de processos, programas e produtos a criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos, tais como escolas, centros culturais, emissoras de TV e rádios educativos, centro produtores de materiais educativos analógicos e digitais, centros de coordenação de educação à distância ou e-learning e outros [...] “Com o intuito de “[....] melhorar o coeficiente comunicativo das ações educativas, desenvolver o espírito crítico dos usuários dos meios massivos, usar adequadamente os recursos de informação nas práticas educativas e ampliar capacidade de expressão das pessoas. (SOARES, 2000)[6]

Seguindo este conceito, Educomunicação é a criação de ecossistemas comunicativos que tem como missão ampliar o acesso à informação por parte de todo a Comunidade Escolar, ou seja, além do professor também estão inclusos neste processo professores, coordenadores, a direção da escola e todos os profissionais que estão direta ou indiretamente envolvidos com a vida escolar da Instituição. (SOARES, 2000)

Com o advento da Globalização, tendo seus impactos mais fortes a partir da década de 90, Os modelos conservadores de comunicação e Educação tiveram que ao longo das décadas ser revistos, uma vez que já não atendiam mais à nova realidade(JENKINS, 2008)[7]. No campo da Pedagogia e posteriormente também na formação do Conceito de Educomunicação temos o Educador Paulo Freire, a respeito da importância da criação de um ambiente aonde o indivíduo possa ter sua autonomia de pensamento e criação intelectual o seguinte:

É preciso despertar no aluno a leitura do mundo, fazendo da educação um ato de aproximação com a realidade. A Educação é entendida, assim, como um processo de construção da consciência crítica, e a mídia como um canal capaz de despertar, nos jovens, o exercício de criticidade em relação aos fatos do cotidiano. (FREIRE, 2000)[8]

Para Freire o ato de educar não é opressor de um indivíduo com a classificação de professor, aonde apenas este detém o conhecimento que será impelido ao aluno, desconsiderando este aluno como sujeito ativo no processo educativo (Freire, 2000)Freire também citado por Gabriel Kaplún, que a despeito da fundamentação da Educomunicação como campo científico diz o seguinte:

De certo modo, pode-se dizer que é um modelo gestado na América Latina. Mas, recebeu valiosas contribuições de pedagogos e sociólogos europeus e norte americanos, na nossa região Freire e outros educadores imprimiram com clareza a orientação social, política e cultural e a elaboraram como uma pedagogia do oprimido como uma educação para a democracia e um instrumento para a transformação da sociedade. (KÁPLUN, 1998)[9]

Com o advento da Globalização, estamos vivenciando um avanço tecnológico nunca antes imaginado, os efeitos disto é que todos os cidadãos são muito mais impactos com informações que há três décadas, o resultado disto é que hoje os alunos buscam muito mais do que apenas informação quando vão à escola. Os desafios das intuições de Ensino no século XXI é oferecer para o aluno algo que a Internet já não tenha informado, uma vez que esta se encontra presente na maioria dos celulares. (CASTELLS, 1999),[10]

Por isso tanto a Educação como a Comunicação precisam rever seus conceitos e se adequar à nova realidade.  A elaboração de currículos, cronogramas e novos cursos devem estar abertos a uma construção coletiva, que incluem todos os atores envolvidos no processo. A educação do novo século não pode seguir modelos engessados e lineares, conforme afirma Pierre Levy.

O que é preciso aprender não pode mais ser planejado nem precisamente definido com antecedência. Os percursos e perfis de competências são todos singulares e podem cada vez menos ser canalizados em programas ou cursos válidos para todos. Devemos construir novos modelos do espaço dos conhecimentos. No lugar de uma representação em escalas lineares e paralelas, em pirâmides estruturadas em “níveis”, organizadas pela noção de pré-requisitos e convergindo para saberes “superiores”, a partir de agora devemos preferir a imagem de espaços de conhecimentos emergentes, abertos, contínuos, em fluxo, não lineares, se reorganizando de acordo com os objetivos ou os contextos, nos quais cada um ocupa uma posição singular evolutiva. (LEVY, 2001)[11]

 Um trabalho de Educomunicação visa atender a uma necessidade de renovação de conceitos e métodos tanto nas práticas pedagógicas e como nos conceitos de comunicação.

Mário Kaplun afirma em seu livro Uma Pedagogia de La comunicacion – El Comunicador Popular, que assim como existiu a Educação Bancária, termo que faz reverência a uma educação burocrática que excluía o aluno do processo, uma vez que o professor era o único a deter todo o conhecimento, também existe a Comunicação Bancária, pois segue o velho modelo de comunicação: Emissor que envia a mensagem a um receptor.

A comunicação moderna que é almejada pelas instituições contemporâneas, não pode ser de via única, como era no passado, é importante o entendimento que a comunicação se transformou, Para Bahia (1995, p.23)[12] “Derivada do latim communicare, a palavra comunicação quer dizer partilhar, repartir, trocar opiniões, associar, tornar comum”, ou seja, esta comunicação não pode apenar ser uma via de transmissão de protocolos ou conceitos fechados aos alunos, ela deve também abrir caminho para construção de uma linha de comunicação inversa, que possibilite ao sujeito interagir com os gestores, docentes e com  a comunidade escolar como um todo. O autor do livro Cultura de Convergência, Henry Jenkins (2008, p.43) vai além e diz que “a convergência também ocorre quando as pessoas assumem o controle das mídias”

Neste novo contexto a Educomunicação tem como uma de suas missões criar um ambiente que propicie a geração de conhecimento por parte de todos os envolvidos no processo educativo, conforme afirma Kaplun:

“Em lugar de confiná-los a um mero papel de receptores, é preciso criar condições para que eles mesmos gerem mensagens próprias, pertinentes ao tema que estão aprendendo”. (KÁPLUN, 1999)[13]

É na criação coletiva, que considera as particularidades de cada indivíduo que tornarmos rica e proveitosa a experiência pedagógica. Com isto cada curso, cada aula e cada experiência são singulares, é neste momento que o professor terá a oportunidade de apresentar algo verdadeiramente novo ao aluno, algo que certamente ele não encontrou nas Redes Sociais da Internet. Quando o aluno sente que participou da construção do conhecimento, ele de fato é transformado pelo conhecimento.

Além da participação do aluno no processo educativo, é imprescindível que a escola seja responsável em criar um indivíduo crítico em relação a sua sociedade à volta. Por muitos anos, os conceitos mecanicistas das linhas de produção automobilísticos influenciaram toda a sociedade. Estas linhas de produção eram baseadas na segmentação dos processos de trabalho, cada operário era responsável por uma parte da montagem do produto, todos os procedimentos eram previamente determinados pela direção da fábrica e cada um tinha apenas que executar o comando. Este modelo de produção valoriza a capacidade de produção de um indivíduo e não a sua percepção do processo como em toda a sua complexidade, na verdade estes trabalhadores pouco ou nada sabiam dos processos de trabalho que os sucediam ou antecediam, por isso sua capacidade de julgamento e reflexão era praticamente nula.

Esta mentalidade baseada em produção extrapolou os limites da indústria influenciando outros setores da sociedade, um deles foi a educação. No início do século XX o professor para muitos alunos era a única fonte de informação e ligação com o mundo, por isso, a maioria não tinha condições intelectuais de formular um pensamento crítico, a escola por sua vez pouco se interessava em cultivar esta criticidade junto aos alunos, pois nunca é interessante à classe dominante que o grupo dominado tenha capacidade de julgamento e reflexão.

No entanto o professor na sociedade moderna deixou de ser a fonte primária de informação, e por conta disto a escola precisa realinhar sua postura no sentido de conduzir o aluno na construção de seu senso crítico, e auxiliar o aluno a canalizar todo este potencial a um objetivo que traga uma transformação de fato, neste sentido Schaun quais são os dois grandes objetivos da  Educomunicação:

Firma-se em dois grandes postulados: a formação de cidadãos críticos, participativos e inseridos no meio social (onde toda e qualquer discriminação e exclusão deve ser banida), e a concretização de utopias sociais, mais claramente postas no campo da ecologia, de uma educação de qualidade e de uma comunicação participativa e democrática. (SCHAUN, 2002)[14]

Contudo, não cabe apenas ao professor a missão de transformar as práticas pedagógicas para este novo mundo. Pois também se faz necessário uma nova mentalidade por parte dos gestores das instituições. Trabalhar Educomunicação e propiciar a criação de ecossistemas de comunicação (SOARES, 2000). É fundamental a criação de grupos de trabalho interdisciplinares que discutam as particularidades de cada ambiente, em outras palavras é necessária a criação de uma gestão comunicativa, de acordo com Socorro Acioli, Gestão Comunicativa é:

“[...] toda ação voltada para o planejamento, execução e avaliação de planos, programas e projetos de intervenção social no espaço da inter-relação Comunicação/Cultura/Educação, criando ecossistemas comunicativos. (ACIOLI, 2005)[15]

A implantação de um projeto de Educomunicação exige uma ação integrada com todos os atores envolvidos no processo, inclusive os profissionais de áreas que não lidam diretamente com os alunos, mas que desempenham um papel importante para o fomento das ações da escola.

É importante frisar que o uso de toda esta gama de recursos tecnológicos não tira do professor a sua importância no processo educativo como afirma Moram:

Os meios podem ser utilizados também como conteúdo de ensino, como informação, como forma de passar conteúdos organizados, claros e sequenciados; eles não eliminam o papel do professor; ao contrário, ajudam-no a desenvolver sua tarefa principal, que é a de obter uma visão de conjunto, educar para uma visão mais crítica (MORAN, 1994)[16]

No entanto cabe ao professor a grande responsabilidade de concretizar esta ação, e para isto este profissional precisa ser reconhecido, valorizado e capacitado para tal feito. Ele como agente facilitador do conhecimento precisa apropriar-se de todos os recursos disponíveis para que possa auxiliar os alunos na busca da construção do conhecimento. Rossana Gaia afirma:

Os professores precisam aprender a utilizar a mídia não como resolução dos problemas impostos pela prática didática, mas como proposta que traga uma fonte de aprendizado a mais para ser trabalhada em sala de aula. Esta visão implica ter uma atitude sem preconceito, não somente porque colabora para desnudar a noção de verdade perpassada pelas mídias e aceita por um expressivo número de cidadãos, mas também porque pensa esse fenômeno como parte da nossa realidade (GAIA, 2001)[17]

Portanto é imperativo que a Escola do século XIX assuma com competência o seu mais importante papel na sociedade que é o de ser um ambiente provocador acima de tudo. Que os alunos tenham uma constante inquietação na busca de respostas, e que sejam imponderados da capacidade de burlar sistemas autoritários. Que a sala de aula seja um espaço que esteja aberto para o diálogo conforme afirma o grande pensador russo Lev Vigotsky:

Precisamos de ambientes em que o conhecimento já sistematizado não seja tratado de forma dogmática e esvaziado de significado. Precisamos de ambientes em que as pessoas possam dialogar, duvidar, discutir, questionar e compartilhar saberes. Lugares em que as pessoas tenham autonomia, possam pensar, refletir sobre seu próprio processo de construção de conhecimento e ter acesso a novas informações. Onde haja espaço para as diferenças, para as contradições, para o erro, para a criatividade, para a colaboração e para as transformações (VIGOTSKY apud MUSSAK, 2007)[18]

 

Problematização

A Escola Municipal de Saúde possui atualmente em sua estrutura duas áreas que são fundamentais em sua política de formação para a cidade de São Paulo, são elas a Divisão de Educação e Núcleo de Comunicação e TV Corporativa. Apesar de ambas as áreas serem estratégicas na execução da Política de Formação na cidade de São Paulo ainda existe uma lacuna entre eles. Para entendermos melhor este cenário, é preciso conhecer de modo mais detalhado cada uma destas áreas:

Divisão de Educação - tem como diretriz desenvolver cursos e programas de habilitação, qualificação e educação continuada, incluídos os de capacitação, aperfeiçoamento, atualização e especialização, em todos os níveis de escolaridade atendendo às necessidades regionais e diretrizes da Secretaria de Saúde. Dentre os cursos oferecidos destacam-se: Programa Gestores do SUS, Capacitação de Conselheiros Gestores das Unidades de Saúde, Capacitação Pedagógica para Docentes; Questão Étnico Racial.

Possui em sua estrutura a Escola Técnica do SUS - ETSUS / SP que desenvolve cursos de educação profissional técnica de nível médio  com  certificação válida para todo território nacional. Sua ação se dá por meio das 6 (seis) unidades regionalizadas que organizam cursos, conforme planejamento regional e demandas dos serviços que compõem o  SUS.

Estas Unidades regionalizadas são organizadas a partir da constituição de uma equipe composta por um coordenador, uma secretária e uma equipe de docentes, indicada pela Coordenadoria de Saúde a qual está vinculada.

As Unidades Regionais foram organizadas, considerando a dimensão territorial e a dinâmica social da cidade de São Paulo. Temos hoje 350 alunos matriculados no curso de técnico em vigilância em saúde e atuando como docentes dos cursos diversos profissionais da rede como médicos, dentistas, psicólogos, entre outros.

Núcleo de Comunicação e TV Corporativa - Responsável pela divulgação e disposição de informações da Escola Municipal de Saúde, o Núcleo de Comunicação e TV Corporativa, desenvolve o planejamento da divulgação dos cursos oferecidos, produção de material gráfico, padronização e identidade visual de todas as publicações consolidando a imagem da Escola Municipal de Saúde.

Tem ainda a responsabilidade de coordenar a programação e o conteúdo do Canal Profissional da TV Corporativa da Rede São Paulo Saudável que veiculam em todas as Unidades da SMS, ininterruptamente. Em 2012, foram desencadeados mais de 300 programas.

A Escola Municipal de Saúde conta com um Auditório-Estúdio com 98 lugares estruturado para a gravação de aulas, palestras entre outras atividades educativas e informativas para veiculação na Rede São Paulo Saudável. Com esta infra-estrutura é possível a produção de materiais audiovisuais para subsidiar as atividades didático-pedagógicas da Escola.


Fig. 2– Estúdio do Núcleo de Comunicação da Escola Municipal de Saúde

A criação de um programa de Educomunicação tem como premissa a interligação destas duas áreas tão importantes. Seguem alguns problemas que motivaram este trabalho:

Falta de Amparo às Unidades Regionalizadas: A Sede das ETSUS em São Paulo conta com um Departamento de Comunicação e TV que tem como objetivo suprir as necessidades da Instituição. No entanto devido à alta demanda de trabalho, a equipe atual não tem condições de dar conta em atender a todas as demandas oriundas da região.

Nos casos mais complexos existe um esforço na confecção dos materiais necessários, No entanto os trabalhos são executados de forma subjetiva, pois o atendimento por parte do Departamento de Comunicação depende da atuação ativa de determinados indivíduos. Não existe um planejamento para que as Unidades Regionalizadas sejam atendidas de forma que atenda às suas necessidades.

Outro fator complicador é que este atendimento sempre ocorre de forma passiva por parte do Departamento de Comunicação, sendo assim ele assume apenas um papel de atendimento de demanda, e não de um parceiro no projeto. Existe portanto a dependência da procura por parte das regiões, e pouco a Comunicação da Escola Municipal de Saúde trabalha de forma ativa, sugerindo e apoiando as decisões de cada região.

Distanciamento: Como consequência desta impossibilidade de atendimento por parte do Núcleo de Comunicação da Escola Municipal de Saúde, cada região passa a criar seus produtos de comunicação da maneira que é possível. Com isto não existe a participação da Comunicação de forma estratégia no momento da concepção de algum projeto. Recentemente o Núcleo de Educação da Escola Municipal de Saúde atendendo a uma solicitação do Ministério da Saúde, lançou o Curso de Técnico de Vigilância em Saúde, dentre todos os produtos compunham o projeto como: Confecção de material promocional, Confecção de Mochila, também existia a necessidade da criação de todo o material didático para o curso. O Núcleo de Educação precisava apresentar um calendário ao Ministério de Educação para que o Curso Técnico fosse reconhecido. Houveram diversas reunião com os núcleos técnicos que ficaram responsáveis pela criação no conteúdo didático das apostilas, No entanto o Núcleo de Comunicação não foi integrado a esta fase do projeto. Quando o calendário já estava homologado junto ao MEC a Comunicação foi consultada e foi constatado que o prazo disponível entre Revisão de Texto, Catalogação do conteúdo, Diagramação e Impressão era impossível que a apostila ficasse pronta a tempo para o início do módulo. Em consequência houve atrasos na entrega do material e muitos erros passaram despercebidos devido à falta de tempo para a revisão de texto, aprovação de layout e impressão.

Este caso ilustra de maneira clara que devido à alta demanda de trabalho e por conta disso a impossibilidade de atendimento em tempo hábil por parte da Divisão de Educação, os profissionais buscam resolver os problemas de forma isolada o que compromete a qualidade do produto final.

Desgaste do Relacionamento entre os setores. Nos dias atuais algo que é fundamental dentro de qualquer instituição é a capacidade e a qualidade do relacionamento entre os profissionais. No entanto quando uma área não consegue atender de maneira satisfatória a outra, é inevitavelmente que as relações fiquem estremecidas.

Isto ocorre porque quando as Unidades Regionalizadas buscam apoio do Núcleo de Comunicação, este por sua vez irá na medida do possível conciliar suas atividades ao atendimento desta demanda, isto porque falta uma estrutura formal de atendimento das mesmas. Todavia para que a Unidade tenha seu pedido atendido terá que insistentemente acompanhar a sua execução, por outro lado o profissional do Núcleo de Comunicação tentará atender da maneira que pode, e neste momento pode haver atritos. Portanto é muito comum que para evitar este desgaste cada unidade busca da maneira que sabe elaborar e criar seus produtos de comunicação, e assim o relacionamento da Sede com suas Unidades fica cada vez mais desgastado.

Materiais Despadronizados. A Prefeitura de São Paulo possui um Manual de Identidade. Neste Manual está descrito as formas corretas de aplicação do Logotipo da Prefeitura de São Paulo, isto para regular o uso da Marca da Prefeitura e de suas Secretarias, visando a criação de uma unidade de Comunicação. A Escola Municipal de Saúde, também possui regras de Padronização de seus produtos, são eles: Ofícios, Banners, Cartazes, Convites, Folhetos, Apresentações em PowerPoint, dentre outros. Cabe ao Núcleo de Comunicação garantir que estas normas sejam cumpridas corretamente, mas como já foi citado, muitas vezes as Unidades Regionalizadas criam de forma independente seus produtos, com isso é comum ocorrerem muitos erros no que diz respeito ao cumprimento das normas de comunicação estipuladas tanto pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura, como também pela Sede das ETSUS.

Em muitos casos, é possível observar o uso de logotipos antigos da Prefeitura, apresentações em PowerPoint elaboradas de forma incorreta. Existe também um problema estrutural, pois existe a carência por parte das unidades regionalizadas de profissionais que tenham conhecimento para a aplicação das normas de comunicação propostas, além de falta de conhecimento técnico para o uso de softwares apropriados para a elaboração dos produtos de Comunicação.

Subutilização dos recursos tecnológicos: A Escola Municipal de Saúde é responsável pela gestão de Conteúdo do Canal Profissional da TV Corporativa da Rede São Paulo Saudável. Esta Rede é uma ferramenta da Educação à Distância aos mais de 80 mil profissionais da Secretaria Municipal de Saúde, e conta aproximadamente 1000 pontos de transmissão espalhados pela cidade de São Paulo, além de um estúdio completo de TV instalado nas dependências da Escola Municipal de Saúde. A Empresa SpeedCast Broadcasting é responsável pela operação técnica deste estúdio, e conta com uma equipe vasta de profissionais desde de Operadores de Câmera, Controladores de Estúdio e Editores.

Mesmo com todo este aparato tecnológico, A ETSUS não tem nenhuma participação nos conteúdos da programação da TV Corporativa. Nenhum curso da ETSUS usufrui do recurso da Educação à Distância mediada pela TV. Os Técnicos da ETSUS também não contribuem na editoria dos programas. E acima de tudo, em momento algum todos estes recursos são utilizados por parte do Corpo Escolar da ETSUS. Com isso do ponto de vista pedagógico, todos os equipamentos, profissionais e recursos tecnológicos deixam de ser uma importante ferramenta no aprendizado dos Alunos e Professores da ETSUS.

Afastamento da Comunidade Escolar: A grande consequência da desarticulação entre a Divisão de Educação e o Núcleo de Comunicação é o afastamento da Comunidade Escolar das atividades de Comunicação da Escola Municipal de Saúde. Em muitos casos os alunos desenvolvem com ferramentas próprias conteúdos de comunicação, quando isto poderia ser integrado com todos os profissionais da área que fazem parte da Escola Municipal de Saúde. Apesar de toda a estrutura técnica disponível, os alunos ainda precisam desenvolver seus trabalhos de forma isolada. Cada vez alunos professores deixam de se apropriar das ferramentas disponíveis, e como consequência pode-se observar um aumento do analfabetismo digital por parte de toda a Comunidade Escolar.

Objetivo Geral

Implementar um Programa Educomunicação nas Práticas Pedagógicas da Escola Municipal de Saúde e suas Unidades Regionalizadas

Objetivos Específicos

Padronizar os materiais de comunicação das unidades regionalizadas de acordo com orientação do Manual de Uso Oficial instituído pela Prefeitura Municipal de São Paulo;

Proporcionar maior autonomia às Unidades Regionalizadas da Escola Municipal de Saúde, de modo que cada Unidade possa desenvolver suas ações de Comunicação sem a necessidade de constantes solicitações do Núcleo de Comunicação e TV Corporativa da Sede da Escola Municipal de saúde.

Instrumentalizar a Comunidade Escolar da EMS em relação ao uso correto dos recursos de comunicação disponíveis na Estrutura da Escola Municipal de Saúde.

Democratizar o uso dos recursos audiovisuais por parte da comunidade escolar, inclusive dos alunos da Escola Técnica do SUS São Paulo

Aumentar a assistência às Unidades Regionalizadas que possuem maior deficiência de profissionais com conhecimento em Comunicação.

Estreitar o relacionamento do Núcleo de Comunicação e TV Corporativa com a Divisão de Educação da Escola Municipal, de modo que os docentes tenham subsídios para implementar ações de Educomunicação em sala de aula.

Proposta de Intervenção

ETAPA 01: Criação de um Grupo de Trabalho de Educomunicação. Este Grupo contaria com a seguinte representação:

  • 02 membros do Núcleo de Comunicação e TV Corporativa;
  • 02 membros da Divisão de Educação
  • 01 Membro de cada Unidade Regionalizada da Escola Municipal de Saúde.

ESTRATÉGIA: Este grupo terá como objetivo a consolidação das ações de Educação a serem desenvolvidas pela Escola Municipal de Saúde. Também será responsável pela validação do conteúdo técnico do Programa Edu.com. O GT Educomunicação dará subsídio à equipe do Canal Profissional da Rede São Paulo Saudável no levantamento de pautas, selecionando também quais trabalhos será veiculado em cada Edição do Programa. Caberá a este grupo definir as ações de Educomunicação no âmbito da Escola Municipal de Saúde

ETAPA 02: Capacitação de um profissional com vínculo efetivo com a Prefeitura de São Paulo em cada unidade Regionalizada da Escola Municipal de Saúde.

PÚBLICO-ALVO: Cada Unidade Regionalizada irá indicar um ou dois profissionais efetivos que tenham alguma identificação com a área de comunicação.

ESTRATÉGIA: Esta capacitação será realizada pelos profissionais do Núcleo de Comunicação e TV Corporativa da sede da Escola Municipal de Saúde. Eles serão capacitados a utilizar os principais softwares de criação e comunicação. A capacitação também irá abordar algumas questões de estética e também as orientações quanto a aplicação do Manual de Uso de Marcas da Prefeitura de São Paulo. Além dos conceitos de Educomunicação que serão adotados pela Escola Municipal de Saúde. Este profissional será o nosso contato de comunicação na unidade. Ficará responsável pela criação local de produtos de comunicação. Estes produtos sempre serão enviados para a sede para aprovação. Com isto o trabalho ganhará em qualidade e agilidade, proporcionando mais autonomia a cada Unidade Regionalizada. Ele também será o apoio dos docentes de cada região para a implementação dos conceitos de Educomunicação, sendo, portanto um replicador de todos os conceitos junto ao corpo docente. As unidades que não tiverem este profissional disponível serão atendidas de um modo mais efetivo pelo Núcleo de Comunicação e TV Corporativa da Sede, até que este profissional esteja disponível. A capacitação dos profissionais será realizada na segunda quinzena de agosto de 2013, cada aula terá duração de 04 horas e serão ministradas de 12 a 16 de agosto.

ETAPA 03: O envio de um estagiário de comunicação para cada Unidade Regionalizada.

PÚBLICO-ALVO: Unidades Regionalizadas da Escola Municipal de Saúde

ESTRATÉGIA: Além de um servidor efetivo, cada unidade também contará com o apoio de um estagiário para o cotidiano das ações de Educomunicação, uma vez que nem todas as Unidades dispõem de equipe suficiente para indicar um servidor como contato de Comunicação. Este estagiário será selecionado pelo Núcleo de Comunicação da sede, e ficará sob sua responsabilidade. O Núcleo de Comunicação e TV Corporativa também contará com um estagiário dedicado às ações de Educomunicação em sua sede.

ETAPA 04: A inclusão do módulo de Educomunicação na Capacitação Pedagógica da Escola Municipal de Saúde.

PÚBLICO-ALVO: Todos os docentes da Escola Municipal de Saúde.

ESTRATÉGIA: Na busca da excelência pedagógica e na perspectiva de constante aprimoramento, a ETSUS-SP realiza a Capacitação Pedagógica para os docentes dos cursos desenvolvidos na Escola. As qualificações são ministradas pelos profissionais (Pedagogo, Enfermeiro, Farmacêutico, Dentista, Psicólogo e outros) que fazem parte da equipe técnica.

Precede a instalação das turmas e/ou dá continuidade ao processo de qualificação profissional nos cursos técnicos.

A Capacitação Pedagógica tem como objetivo fundamentar teórica e metodologicamente os profissionais universitários para a prática docente nos cursos de educação profissional da ETSUS – SP.

Conteúdos abordados:

  • Atuais Tendências Pedagógicas: contexto histórico e teórico;
  • Processo de Aprender e Ensinar;
  • Contribuições de Jean Piaget, Lev S. Vygotsky e Paulo R. Freire no processo ensino-aprendizagem;
  • Projeto político–pedagógico da ETSUS: fundamentos e estrutura organizacional;
  • Planejamento de ensino e plano de aula;
  • Processo de comunicação interpessoal;
  • Ética nas relações interpessoais;
  • Inclusão da temática étnico racial nas ações de educação em saúde;
  • Avaliação;
  • Sistema de Gerenciamento de Ensino à Distância de SMS – Plataforma MOODLE.

A proposta é a inserção dos conteúdos de Educomunicação na Capacitação Pedagógica da Divisão de Educação. O objetivo é instrumentalizar o docente quanto ao uso dos recursos de comunicação, como ferramenta de educação. Este módulo será inicialmente ministrado pelos profissionais do Núcleo de Comunicação da Escola Municipal de Saúde. Porém o projeto em médio prazo é que os próprios docentes possam replicar os conceitos de Educomunicação, tanto na sede como nas Unidades Regionalizadas.

ETAPA 05: Implementação de ações de Educomunicação nos curso da EMS

PÚBLICO-ALVO: Comunidade Escolar da EMS

ESTRATÉGIA: Tendo em vista que a Educomunicação pressupõe um espaço de comunicação para os alunos. A ideia é a implementação da Educomunicação nas práticas de todos os cursos da EMS. Desta forma os alunos poderão se utilizar dos recursos disponíveis para a criação de vídeos, documentários, jornais, enfim criações diversas que servirão como apoio às atividades pedagógicas em sala de aula. Os alunos e Unidades Regionalizadas que não possuírem equipamentos audiovisuais, terão tanto a estrutura como os profissionais no Núcleo de Comunicação e TV Corporativa à disposição para orientação quanto ao uso dos equipamentos disponíveis.

ETAPA 06: A criação do Programa “Edu.Com” na Rede São Paulo Saudável

PÚBLICO-ALVO: Todos os trabalhadores da Secretaria Municipal de Saúde

ESTRATÉGIA: Este Programa fará parte da Grade de Programação do Canal Profissional da Rede São Paulo Saudável, como objetivo tornar público todas as ações de Educação da Escola Municipal de Saúde. O seu conteúdo será concebido por um grupo de trabalho Educomunicação, a produção técnica ficará sob responsabilidade do Núcleo de Comunicação e TV Corporativa. Terá periodicidade inicialmente quinzenal. O programa será gravado nos estúdios da Escola Municipal de Saúde, seu formato será despojado e contará com inserções de imagens externas com o objetivo de mostrar na prática as iniciativas de Educomunicação, o programa contará com os seguintes blocos:

  • Ações de Educação da Escola Municipal de Saúde;
  • Entrevista com docentes ou alunos, relatando o impacto da Educação em sua prática profissional diária;
  • Apresentação de Trechos dos Trabalhos de Conclusão de Curso;
  • Espaço para divulgação das produções dos alunos

Cronograma Geral da Proposta

Considerações Finais

Um dos fatores que foi levado em consideração na construção desta proposta de intervenção foi o da possibilidade de execução deste projeto. Para tanto o esboço desta proposta já fora apresentado à diretoria da Escola Municipal de Saúde, que por sua vez aprovou e apoiou a sua execução na integra.

É imperativo que a Escola Municipal de Saúde busque cada vez mais democratizar suas ferramentas de comunicação, com o intuito de criar uma comunidade escolar (docentes, alunos, direção, administração, etc.) capaz de se valer de todos os recursos tecnológicos disponíveis.

Contudo, é evidente que todas estas mudanças são um desafio para a a Escola, pois tanto o Núcleo de Comunicação como a Divisão de Educação são áreas estratégicas da Escola Municipal de Saúde, e por isso são extremamente complexas. A implementação de um Programa de Educomunicação irá transformas práticas pedagógicas que tem obtido êxito durante estes 10 anos da ETSUS-SP, porém é preciso avançar no sentido de acompanharmos todos os avanços tecnológicas da sociedade e caminharmos para a construção de uma escola que seja de fato um ambiente que propicie o desenvolvimento de alunos críticos e reflexivos em relação ao mundo moderno. Também é um desafio propor a docentes que são profissionais sólidos da estrutura da Secretaria Municipal de Saúde, uma reavaliação de seus métodos pedagógicos, sabendo que não se trata de eliminar o que já está posto, pelo contrário, o objetivo deste projeto é o de otimizar todas as ações que já estão dando certo, de modo que haja uma convergência de experiências, saberes e de propostas, tudo com o objetivo de fim de transformar a prática profissional do aluno da ETSUS-SP, que levará um serviço cada vez de melhor qualidade aos cidadãos da Cidade de São Paulo.

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[1] BRASIL. Constituição, 1988, art., 196 e 200.

[2] SÃO PAULO (Cidade). Decreto nº 28.625, de 30 de março de 1990. Cria o Centro de Formação dos Trabalhadores da Saúde - CEFOR, e da outras providencias

[3] BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

[4] SÃO PAULO (Cidade). Secretaria Municipal da Saúde. Escola Municipal de Saúde: um dos pilares para a consolidação do SUS na Cidade de São Paulo. Brasília: SMS, abr. 2011. 47 p.

[5] SÃOPAULO(Cidade). Decreto n. 52.514, de 25 de Julho de 2011. Dispõe sobre a reorganização da Escola Municipal de Saúde, antigo Centro de Formação e Desenvolvimento dos Trabalhadores da Saúde - CEFOR, da Secretaria Municipal da Saúde. São Paulo Legislação:  Coletânea de Leis e Decretos, São Paulo, jul. 2011.

[6]SOARES, Ismar de Oliveira. Educomunicação: um campo de mediações. São Paulo: Revista Comunicação & Educação, nº 19, Segmento/ECA/USP, ano 7, set/dez, 2000, p.12-24.

 

[7] JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. Ed. Aleph, 2008. 380 p.

[8]FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

 

[9]KAPLÚN, Mario.  Una pedagogia de La Comunicación El comunicador popular. Madrid: De La Torre, 1998, p.45

[10] CASTELLS, Manuel. Para o Estado-Rede: globalização econômica e instituições políticas na era da informação. In: BRESSER PEREIRA, SOLA & WILHEIM (org.), Sociedade e Estado em transformação. São Paulo, Editora Unesp, 1999.

[11]LÉVY, Pierre. Cibercultura. 2. ed. Tradução: Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 2000. 2ª reimpressão 2001, p. 158.

[12]BAHIA, Juarez Benedito. Introdução à Comunicação Empresarial. 1. ed. Rio de Janeiro: Ed. Mauad, 1995. 23 p.

[13]KAPLÚN, Mário. Processo educativos e canais de comunicação. Revista Comunicação & Educação, São Paulo: Moderna. ECA-USP, jan/abr. 1999, p. 73

[14]SCHAUN, Ângela. Educomunicação: Reflexões e Princípios. Rio de Janeiro: Mauad, 2002, p. 82.

 

[15] ACIOLI, Socorro. A prática da educomunicação na Fundação Casa Grande. Disponível em: < http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/8.pdf >. Acesso em: 25 de Abril de 2013

[16] MORAN, J. M. Os meios de comunicação na escola. IN: Série Idéias, n.9, p.21-28. São Paulo: FDE, 1994.

 

[17]GAIA, Rossana. Educomunicação & mídias. Maceió: Edufal, 2001.

[18]MUSSAK, E. Educação. IN: Revista Vida Simples. Disponível em: http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/010/04.shtml. Acesso em: 20 de julho de 2007.