TRABALHO, PROFISSÃO E ESCOLARIZAÇÃO: REVISITANDO CONCEITOS.

 

 

 

O trabalho, ao mesmo tempo em que transforma a natureza, adaptando-a ás necessidades humanas, altera o próprio individuo. A etimologia da palavra Trabalho vem do vocábulo latino tripaliare, do substantivo tripalium, aparelho de tortura formada por três paus, ao qual eram atados os condenados, e que também servia para manter presos os animais difíceis de ferrar. O trabalho humano é ação dirigida por finalidades conscientes, à resposta aos desafios da natureza, na luta para a sobrevivência. Essa síntese do texto de Manfredi se refere à temática do trabalho no contexto histórico e a escolarização.

                        Nas sociedades primitivas, em civilizações que viviam á base das economias de coleta, pesca e de agricultura rudimentar, tinha uma divisão social do trabalho diferenciado por gênero e idade. Crianças e jovens eram responsável por tarefas domésticas, às mulheres com as atividades caseiras e a agricultura e ao homem a colheita e a caça.

Com o desenvolvimento da agricultura, aperfeiçoamento dos instrumentos e equipamentos, as criações de cidades, as guerras, as classes sociais, logicamente a diferenciação na divisão social de trabalho, podemos destacar agricultores, artesão, comerciantes, guerreiros, senhores feudais, padres entre outros. Nascem então à separação entre o trabalho manual e o intelectual o ofício, e especializações profissionais.

Na vida social e econômica ocorrem paralelamente ao desenvolvimento descrito, series transformações que determinam a passagem do feudalismo ao capitalismo. No século XVIII, a mecanização do setor da indústria têxtil sofre impulso extraordinário na Inglaterra, com o aparecimento da máquina a vapor, aumentando significativamente a produção de tecidos. Outros setores se desenvolvem como o metalúrgico, também no campo se processa a revolução agrícola. Podemos destacar neste momento histórico a grande tragédia com numa indústria  de tecido No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve.

 Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de  diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, e  executar o mesmo tipo de atividade) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

 

 

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857.

No século XIX, o resplendor do progresso não oculta as questões sociais, caracterizadas pelo recrudescimento da exploração do trabalho e das condições subumanas de vida: extensas jornadas de trabalho, dezesseis e dezoito horas, sem direito a férias, sem garantia para a velhice, doenças e invalidez; arregimentação de crianças e mulheres, mão-de-obra mais barata; condições insalubres de trabalho, em locais mal-iluminados e sem higiene; mal pagos, os trabalhadores também viviam mal alojados em promiscuidade.

Na sociedade Industrial modernas, o grupo de trabalhadores assalariados é heterogêneo e amplo, pois nele podemos encontrar os que exercem diferentes funções (ocupações com níveis de escolaridade diferenciados) e tem diferentes graus de subordinação ao capital.

No Brasil, segundo Porchmam (1998), e PEA ( População Economicamente Ativa) urbana de ocupados assalariados passou de 42% , em 1940, para 62,8%. Em 1998.

Na década de 70 durante o auge da expansão do emprego Industrial, O Brasil chegou a ter cerca de 20% do total de empregos sob a responsabilidade da industria de transformação. Nos anos 90 essa industria passaria a responder  a 13% do total da ocupação muito abaixo, portanto do patamar atual de empregos industriais encontrados nas economias avançadas. Além da diminuição do nível de emprego na indústria, houve um decréscimo no índice do trabalho assalariado.

As políticas macroeconômicas, adotadas pelos governos brasileiros, de inserção dependente a economia no processo de mundialização tem característica excludentes, isto é, não resultam em crescimento do número de empregos, das taxas de ocupação do trabalho formal.

O Brasil tem uma estrutura ocupacional de tipo piramidal, com grande concentração de trabalhadores nas ocupações profissionais inferiores (que não requerem altos níveis de escolaridades e envolvem operações simples e rotineiras) e baixo agrupamento nas ocupações profissionais intermediariam e superiores (níveis de escolaridades do ensino médio e superior).

A relação entre escola e o trabalho dão-se num contexto histórico de movimentos em nosso país. Sabemos da importância da educação e da escola, para o mundo do trabalho.

A escola como instituição que tem por função também preparar para os jovens para o ingresso no mercado de trabalho, historicamente, a constituição da escola não esteve vinculada à formação para o trabalho.

A expansão do capitalismo industrial, durante os últimos séculos, criou a necessidade da universalização da escola como trato social de preparação para a inserção no mundo de trabalho, a Educação Profissional, quantos se tornam como parâmetros os diferentes interesses sociais: os dos trabalhadores, dos empresários e dos gestores do Estado.

Eleva-se a discussão sobre a importância e o significado diferencial da escola no âmbito de uma sociedade de classes, o desemprego nos país é o nível de analfabetos envolvendo cada vez mais jovens e adultos que não chegam à escolarização do nível médio.

O novo discurso para o trabalhador de todos os setores da economia, e ter as capacidades intelectuais, que lhe permita adaptar-se á produção flexível. Dentre elas algumas merecem destaque: a capacidade de comunicar-se adequadamente, além de uma língua portuguesa, a língua estrangeira, ter autonomia intelectual para resolver problemas práticos utilizando sós conhecimentos científicos, buscando aperfeiçoar-se continuamente, finalmente a capacidade de comprometer-se com o trabalho, estendido em sua forma mais ampla de construção do homem e da sociedade, por meios da responsabilidade, da critica e da criatividade, essas novas determinações, só aconteceram quando a escola compreender na sua construção uma concepção de uma Gestão Democrática.

Fica evidente que a Educação é uma responsabilidade compartilhada, cabe o estado promover a realização efetiva do direito á educação, moradia, saúde, trabalho entre outros. Esta na constituição. A Ligação da educação e do trabalho e evidente, na medida em que a política educacional possibilite a melhoria da qualidade da escola pública, em busca da democracia, só assim distancia a expectativa dos grupos que detêm o poder econômico na sociedade, deste modo construindo uma sociedade mais justa e igualitária.

A educação deve formar seres aptos para dirigir a si mesmos e não para ser conduzindo pelos outros, é necessário, busca valores pessoais, profissionais e sociais. Senti assim, nos seus pensamentos defendidos, sabes escutar, gostar  de sua pratica profissional, buscar a própria  liberdade para  elaborar às próprias certezas, isso não significou reduzir a importância do conteúdo,mas na escolar esta junto com sua vida seu trabalho , desejos e sonhos.

 

Ter um discurso de  liberdade e responsabilidade é de suma importância para uma reflexão. Afinal o individuo é livre ou é determinado? Sei que as luzes que descobriram as liberdades inventaram também as responsabilidades. Acredito que podemos viver entre estes dois pólos.

Neste processo como  educadoras queremos  expandiu as áreas de discussão sobre a Constituição Brasileira, Leis e Diretrizes Bases da educação, fóruns entre outros, onde possa nos levar aos  questionamentos com réplica de acordo com a história, em ter a consciência e fazer parte de uma mudança na educação. Legislação do Ensino da Educação Básica, da Educação Profissional e da EJA, tem que ser visto sobre várias administração e direção na história sóciopolítico, econômica e cultural è preciso expandir os informação e fazer parte de uma mudança.

 Como diz Carl Rogers:  “A única coisa que se aprende e realmente faz diferença no comportamento da pessoa que aprende é a descoberta de si mesmo”. Fazer refletir como é possível colocar em prática a democracia em sala de aula, como é preciso vivenciar a educação e o trabalho. Sei que não é fácil, porém não é impossível, temos como  o senso de responsabilidade, respeito e democracia no ato de ensinar e aprender. O trabalho a escolarização tem que caminhar sempre juntos.

 

 

 

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

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