São muitos os nossos professores brasileiros. Professores de idiomas, professores de cursos técnicos, professores da educação básica, professores do ensino superior, dentre tantos outros professores que não citei. Uma vez que tem várias modalidades para o exercício da docência de qual professor vou falar nesse texto? Ao mesmo tempo que podem ser generalizados muitos dos meus discursos serei específico. Este texto aborda sobre os professores da educação básica.

Não costumo ser ácido com minhas palavras, mas meus companheiros de classe precisam, às vezes, ouvir umas poucas e boas. Quer quer valorização tem que valorizar-se. É fácil dizer dos desrespeitos alheios. 

Em um hospital são os médicos que são as referências do saber. Porque nas escolas os professores não são enxergados da mesma forma? Porque os autores, distantes das salas de aula, relativizam uma coletividade de saberes, contribuindo mais ainda com a fraqueza docente? Se um médico diz que você tem que fazer determinada cirurgia e um usuario leigo da saúde diz que você tem que fazer outra, quem você vai ouvir? Existem saberes que são sociais e saberes instrumentais, conforme Maurice Tardif. Não podemos misturar alhos com bugalhos. A escola deve abrir suas portas para as diversas vozes da comunidade, mas a voz do professor não pode deixar de ser iluminada.

Vivemos em tempos de inversão de extremos e opostos. Nosso professor é castrado pelo sistema. Em um sistema opressor fica cada vez mais complicado assumir uma força que não é notada. Cadê o valor da educação? Cadê o valor do saber? Cadê o valor dos sábios mestres de nossas escolas, que possuem uma das atitudes mais nobres: aprender para ensinar?

Não se trata de considerar seres humanos como caixas vazias. Se trata de colocar cada coisa no seu lugar. Todos devem ser considerados e os espaços na construção de uma vivência democrática devem crescer. Aluno ensina muito aos seus professores, mas ele está em uma condição de aprendizagem. Postos não podem ser trocados, a não ser que estejam relacionados ao campo simbólico e filosófico. O paciente receita remédios para si mesmo ou outro doente? Isso não quer dizer que ele deve ficar calado para a saúde, mas que é o saber médico que pode tomar certas diretrizes. 

As mesmas atitudes são válidas para a educação. Se os professores não assumirem enquanto sujeitos articuladores do saber e do conhecimento, a profissionalidade docente continuará comprometida. Que possamos ser fortes e lutar por uma identidade que não gere apenas o reconhecimento, mas o verdadeiro valor do arquétipo de ser professor.