As atuais lideranças europeias estão a atravessar um dos períodos mais duros da história do velho continente e do mundo inteiro, ou seja, a crise económico-financeira alia-se aos problemas sociais e políticos. Podíamos referir imensas razões para esta crise de dimensões astronómicas, desde o processo de desindustrialização da Europa e o incremento da atividade industrial em países africanos e asiáticos; a perda de competitividade dos países do Ocidente nos mercados; as dificuldades de investimento; as baixas taxas de crescimento económico sustentável; e principalmente, a incapacidade governativa dos políticos que se veem afetados por sucessivos casos de corrupção e falta de liderança, visão e espírito visionário.

A corrupção na Europa tal como no resto do mundo é cada vez mais uma das principais razões do abrandamento e afrouxamento do desenvolvimento, progresso e crescimento. Surgem casos graves como por exemplo em Espanha com o chefe do governo a ser um dos investigados. Para além disso e fazendo uma comparação temporal entre os líderes do passado e os de hoje, na Europa, podemos verificar que homens como Jacques Delors, Helmut Kohl ou François Mitterrand souberam lidar bem com as adversidades e conseguiram conceber uma Europa mais próspera. Durante esse período as taxas de crescimento eram de 4 por cento, hoje, um país como a Alemanha cresce em média anual, na última década, cerca de 0,9 por cento. As diferenças são abismais, talvez por falta de capacidade política dos líderes de hoje. Os estadistas de agora evidenciam uma qualidade deveras inferior porque não têm experiência e o sistema de escolha dos políticos para ingressarem nos partidos é depauperado e atrofiado. Não interessa o mérito das pessoas, se possuem qualidades e capacidades para exercerem as suas funções, mas sim se aceitam ordens sem se manifestarem e portanto tornam-se cúmplices das más gestões políticas.

O que é visível em Portugal entre as principais forças políticas, Partido Socialista e Partido Social-Democrata, é um rotativismo desequilibrado que afeta toda a sociedade portuguesa. As lideranças não se interessam pela estabilidade do povo, mas apenas pelos seus interesses. Este monopólio partidário retrata a péssima democracia implementada em Portugal pois a principal diferença entre a Assembleia Nacional de Salazar e a atual é que antes havia um partido único, União Nacional, e hoje à uma “ditadura partidária” conjunta entre PS e PSD. Também não é possível encontrar alternativas dignas a estes dois partidos.

Arrematando, a confiança das sociedades europeias face aos seus líderes e representantes é praticamente nula e inexistente pois os homens e mulheres que se afirmam democratas e liberais, optam por uma ideologia autoritária. Contudo não devemos generalizar pois ainda existem pessoas humildes e capazes de contribuir para o bem geral da comunidade. Na minha opinião o atual primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, é um homem e um político sereno, calmo e humilde pois apesar das suas políticas duras, consegui fazer de Portugal um país bem visto no exterior e tenta equilibrar a nossa dívida pública. O problema é que muitas vezes essas pessoas sérias não conseguem aparecer pois são afastadas e eclipsadas por alguns “parasitas políticos”.