Geralmente avaliamos as pessoas das formas mais distintas e variadas. Dependendo do nosso nível de esclarecimento, grau de educação, envolvimento social ou interesse pessoal, essa avaliação pode ser correta ou não. Posso dizer pra alguém: “Puxa, fulano e inteligente”, ou “nossa, quanta ignorância...”, mas tudo isso baseado em fatos isolados, sem peso pra conceituar a pessoa em questão. Pode ser apenas uma avaliação temporária, ou circunstancial. Pessoas de valor têm características peculiares que as distinguem da massa, e ate mesmo independe do avaliador.
Pessoas de valor precisam ser avaliadas a luz de princípios que determinam a sua maneira de ser, viver e reagir as indagações do cotidiano. Dentro desta visão, quero apresentar três princípios que podem nos ajudar a distinguir essas “pessoas de valor”, Com as quais, embora muitas vezes despercebidos, nos esbarramos todos os dias pelas estradas da vida.


1. CONVICCAO IRREFUTAVEL: Isso me faz lembrar do apostolo Paulo, ao escrever a sua carta aos Efésios, no capitulo três, versos 1 e 14 em diante. Ele diz “Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai...” Afirmação de que estava totalmente convencido de estar fazendo a coisa certa. Convenção divina. Diferente daquela maneira de pensar que diz “se der, deu...” E essa convicção que determina a vida daqueles que realmente causam impacto no reino de Deus. Penso que foi essa convicção irrefutável que fez com que o evangelho impactasse, de forma universal, o mundo nos primeiros três séculos nossa era. Foi essa convicção que permitiu que todos os discípulos de Jesus morressem martirizados (com exceção de Joao), e levou muitos outros dos chamados “pais da Igreja” a laborarem pela expansão do evangelho, mesmo em meio às perseguições medonhas, as quais tiveram que enfrentar, sendo também martirizados de forma fria e cruel, pelo império romano. E essa convicção que deve nos impulsionar a viver como discípulos de Jesus de forma adequada, correta e submissa, deixando que “ele cresça”, mesmo que nosso nome jamais apareça em qualquer jornal ou programa de televisão. Servimos pelo prazer de servir, porque esse e o nosso papel. A gloria e Dele. Por essa causa temos que ser capazes de qualquer esforço.

2. LEALDADE ABNEGADA Pessoas de valor são aquelas que, mesmo na hora do aperto, da dor, mantém-se fieis ao seu “Mestre”. Isso me faz lembrar de Policarpo, bispo de Esmirna, cidade da Turquia (cidade onde vivo com minha família desde 1998). Diz a história que o procônsul romano, Antonino Pius, e as autoridades civis tentaram persuadí-lo a abandonar sua fé em sua avançada idade, a fim de alcançar sua liberdade. Ele entretanto, respondeu com autoridade: “Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou? Eu sou um crente”! Isso e lealdade abnegada. Os valores do Reino estavam acima, ate mesmo, do seu direito de viver. São muitos os exemplos que temos na Bíblia. Também me faz lembrar de Jim Elliot, piloto Americano Morto pelos Alcas, do Equador, quando tomando conhecimento do perigo que estava a frente, considerava-se num “ponto sem retorno”, e sua lealdade a missão que lhe fora confiada não lhe permitia retroceder. Morreu flecha pelos índios na beira do rio. E essa lealdade que distingue pessoas de valor. Paulo disse: Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” (Fil. 1:21). Tenho encarnado este principio na minha vida? Ou tenho me perdido em filosofias e estilos de vidas que ate me fazem ter algum sucesso, mas que não condizem com o tipo de lealdade que o Senhor espera de mim? Pense bem; não e fazer o ‘meu melhor’ que vai agradar ao mestre mas, sim, fazer o que o Mestre quer que eu faca, para que Ele se agrade em mim.


3. FIDELIDADE NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS Pessoas de valor são aquelas que “alimentam a harmonia com os outros para alcançar o bem maior. Colocam de lado diferenças mesquinhas e preferem não dar importância a ofensas, porque reconhecem que o inimigo está ao redor.” São vários os exemplos encontrados na Bíblia de pessoas fieis a este principio. Podemos citar os exemplos de Josué e Calebe, Jonatas e Davi, Daniel e seus três amigos. Pessoas que, mesmo nas horas mais difíceis, mantiveram-se fiem umas as outras. Infelizmente, mesmo no nosso meio evangélico, e comum encontrarmos os “doegues”, que para livrar a cara, não somente abandonam os amigos nos momentos mais cruciais, como também corroboram para a derrocada deles. Penso que esse era o principio mais importante de Jesus na relação com seus discípulos. João 13:1 diz que Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. Ele sabia que alguns dos seus discípulos se manteriam longe dele nos momentos mais difíceis do seu ministério, algum ate o negariam (Pedro e Judas), mas isso não diminuiu o Seu amor e a Sua fidelidade para com eles. Ele foi ate o fim, a pontos de levar seus pés.
Como esta a minha relação com meus colegas de ministério, com minhas ovelhas, meus lideres, minha família, meus colegas de trabalho, meus vizinhos? Esse principio não e apenas para ser usado “dentro de quatro paredes”. Mas e para ser usado em todo lugar, todo tempo, toda a vida.
Meu desejo e que, mesmo em meio as nossas limitações humanas, o Senhor nos ajude a viver, de forma encarnada, dentro desses princípios. E que possamos aprender que Somos melhores quando nos superamos a nós próprios, não quando superamos os outros.”
Que ele nos abençoe

Levy s. Castro
Obreiro apoiado pela Naós na Turquia.

 

Levy s. Castro

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